Máquina de Escrever

Cerca de 30 frases e pensamentos: Máquina de Escrever

Tecnologia

Para começar, ele nos olha nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige. Uma tela vazia, muda, nenhuma reação aos nossos comandos digitais, tudo bem. Quer dizer, você se sente como aquele cara que cantou a secretária eletrônica. É um vexame privado. Mas quando você o manda fazer alguma coisa, mas manda errado, ele diz “Errado”. Não diz “Burro”, mas está implícito. É pior, muito pior. Às vezes, quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: “Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou.” “O burro errou!”
Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só agüentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em público.
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante. Agora compreendo o entusiasmo de gente como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem a sua vida profissional em antes dele e depois dele. Sinto falta do papel e da fiel Bic, sempre pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que faltou na hora, e que nele foi substituída por um botão, que, além de mais rápido, jamais nos sujará os dedos, mas acho que estou sucumbindo. Sei que nunca seremos íntimos, mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas retiro tudo o que pensei sobre ele. Claro que você pode concluir que eu só estou querendo agradá-lo, precavidamente, mas juro que é sincero.
Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez, cheguei em casa e bati na minha máquina. Sabendo que ela agüentaria sem reclamar, como sempre, a pobrezinha.

Não há nada na escrita. Tudo que você precisa fazer é sentar-se diante da máquina de escrever e sangrar.

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma ideia. Cada palavra materializa o espírito. Quantas mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por uma extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo – é por esconderem outras palavras. E qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Só não sei porque não ouso dizê-la?

Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida.

As palavras é que me impedem de dizer a verdade. Simplesmente não há palavras. O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo. Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes. Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial.

Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora. Simplesmente as palavras do homem.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
...Mais

⁠Dentro de toda cabeça, por mais caótica que seja, existe uma máquina de escrever novos porquês.

Quero um skate, uma vitrola, uma guitarra, um poster, uma máquina de escrever, um fusca, um telefone de fio azul, uma bolsa de disco, um disco voador, mas me contento feliz da vida com você.

Não há nada para escrever. Tudo o que você precisa fazer é se sentar em frente de sua máquina de escrever e sangrar.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuído a Ernest Hemingway, mas não há indícios que confirmem essa autoria. Inclusive, essa atribuição aconteceu muitos anos após a morte do escritor. Acredita-se que o pensamento (a segunda frase da citação acima) tenha sido originado por Red Smith, um jornalista esportivo americano, em 1949. E que tenha surgido a partir de uma frase do escritor estadunidense Paul Gallico no livro “Confessions of a Story Writer” (1946).

...Mais

Bolas, raio de fotografia, tão perfeita. Bolas, o nosso olhar ser mesmo nosso, e não para a máquina.

Inserida por PatriciaRebelo

⁠Vovó dos eletrônicos
Máquina de escrever



Coisas que a gente não esquece:
O primeiro lápis;
A primeira caneta;
O primeiro caderno;
Até aquele versinho bobo de criança, sempre vem na lembrança.
Primavera florida!
Flutuou pelo vento a palavra psicografada no verbo "Escrever"
A máquina que datilografou através do amor em busca da flor, deixou poemas maus informados e na gaveta congelou.
Já velha e enferrujada...
A máquina do tempo,
Pelos anos vividos hoje é a vovó...
Vovó dos eletrônicos.
Tento esquece-la...
Mais como...?
Procurei nas ferragens antigas em busca de algumas iguarias,
Lá estavam elas...
Ainda com flores e elas são testemunhas de um passado de gloria.
Cartas comuns e recados de amores se dissiparam na ilusão perdida e nunca mais voltaram.
Oh!Tempo...
Que viveu ,viu e amou,
Quem a usou nunca esquecerá dos calos nas pontas dos dedos e as marcas no olhar.
São os datilografados dos belos dias passados na era estudantil e dos escritores que ao passar do tempo,
Esqueceram da máquina pesada que muitas vezes quem a carregava de um lado a outro, até dores na coluna ela causou.....


Autor : Ricardo Melo
O Poeta que Voa

Não pense que sou poeta por escrever coisas que te agradam ou que sou maquina para está aqui quando quer, pois o meu tempo é igual a de um humano normal... Eu durmo!;

Inserida por JULIOAUKAY

Amo escrever. Se não fosse um computador, seria uma máquina de escrever. Se não fosse uma máquina de escrever, seria um caderno e uma caneta. Se não fossem estes últimos, para mim não haveria sentido algum viver...

Inserida por LLSantos

Amor é uma onda passageira. Não como a maquina de escrever, mas parecida com o verão.

Inserida por Juniorfortini

É difícil escrever com essa coisa estranha no meu peito. Talvez eu desse tudo por uma máquina que simplesmente apagasse você de mim – como naquele filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, que vimos juntos, mas você dormiu na metade – mesmo sendo algo tão cruel. Ainda mais cruel do que esse nó na garganta e esse buraco no peito.

Mas, sabe, o que vivemos foi algo tão raro que eu não usaria uma daquelas máquinas. Eu não teria coragem de apagar algo tão bonito, tão sincero, tão real. Não conseguiria fazer com que tudo aquilo simplesmente deixasse de existir.

Nenhum de nós é uma lousa, cujas histórias possam simplesmente ser apagadas por outra pessoa que deseja reescrever. Tudo o que fomos continua entre nós, flertando com a minha dor, se exibindo para o meu remorso. Nada disso deixou de existir e, ao mesmo tempo em que me conformo, não consigo deixar de me sentir um pouco mais imbecil todas as vezes em que me lembro de nós.

É que você foi real. Nunca houve jogos patéticos, mentiras convenientes ou beijos forjados. Nunca houve um amor encenado para uma plateia; nós fomos de verdade. E a cada dia que amanheço, compreendo um pouco mais.

Preciso te dizer que a coisa mais difícil que já fiz foi deixá-lo. Foi fingir que isso não doía enquanto, isso me dilacerava. Ainda me dilacera um pouco a cada vez que me lembro do quanto a sua mão sempre esteve do meu lado... Mas agora tudo o que consigo é perceber, com uma clareza violenta, o quanto nós fomos a representação da máxima beleza que há no amor. O quanto todas as pessoas tinham razão quando diziam que éramos mesmo um casal exemplar – embora ninguém estivesse conosco entre quatro paredes.
(...)
Os anos que passei com você foram os que mais valeram a pena na minha vida. Por isso, ainda que eu pudesse apaga-los, prefiro que eles doam pelo tempo que for salutar – mas que se possa lembrar que um dia existiram. Que qualquer um possa compreender, ao se lembrar de nós dois, o quanto o amor pode ser magnífico, embora, em algum momento, inevitavelmente deixe de sê-lo. Tudo o que vivi faz parte de mim de uma maneira que eu jamais renegaria, e isso inclui você. Espero que algum dia eu encontre algo tão real quanto fomos nós.

Inserida por leticiabaptista

Sou uma maquina de escrever sem vida ou sem cor, apenas emoções.

Inserida por Carool12334

A máquina de escrever aponta que envelheci, mas ela se foi primeiro que eu.

Inserida por FagnerPaulino

Vou escrever meus pensamentos no papel e só quem vai saber é eu e ela: " Máquina dos meus pensamentos"...

Inserida por FabricioSousa31

me transformei em uma máquina de escrever. Não sei se isso torna-se bom ou ruim, depende do ponto de vista. O bom é que com minhas meras palavras tenho a chance de tocar o coração de alguém. E o ruim é que na maioria das vezes que recorro a escrita é sinal de que algo dentro de mim não anda tão bem. É tão difícil, é tanto sentimento preso e que sufoca, tanto que há momentos que nem mesmo as palavras conseguem ajudar. É um misto de vazio e dor, algo que atormenta vez ou outra. É saudade, de alguém, de uma fase, de um passado, de uma felicidade, de tanta, mas tanta coisa. É uma ânsia imensurável em ser feliz, em ser inteiro e em ser verdadeiramente eu.

Inserida por jacksonmatheus

As letras da máquina de escrever escrevem por mim. Nesse momento sou um tolo, pensando como será tudo depois de tudo.
Talvez eu seja reconhecido por meus textos, me farão melhor do que eu realmente era. Talvez me olhem com pena por ter sido tão solitário. Do menino que escrevia pela primeira vez em um jornal, com 18 anos. Talvez lembrem do menino que fumava. Do menino que bebia. As feições tristes serão os marcos. Os raros sorrisos também. Talvez eu tenha sido tão pouco, que ninguém se lembrará. Talvez lembrarei de tão pouco antes de ir. Talvez do bêbado, mais uma vez. Lembrarão que nunca recusei uma cerveja. Recusei tantos sorrisos... Meus pulmões doem. Minha respiração não é mais tão fácil.
Hoje recordo que tive um pai. Ele fez um trato com sua esposa. Quem morresse primeiro, seria enterrado com uma caixa de fósforos no bolso. Ele fumou, bebeu, deixou saudade nos que o amavam... Senhor, como eu o amava...
A vida me mostrou tanto sobre a morte, que o romantismo se encontra numa caixa de fósforos. Realmente posso ser reconhecido por muitas pessoas. Mas se eu for amado por uma, viverei eternamente.

Inserida por kevinmartins6

Quando ignorantes, só aprendem a ler e escrever, e não também aprendem a pensar, criamos uma máquina de disseminação da ignorância...

Inserida por Psycopato

Meu lápis é a máquina fotográfica. Quero escrever com luz, a imagem que minha alma enxerga.

Inserida por CarlosNeves

Eu queria que o seu coração
Fosse como uma maquina de escrever
Para com os toques de meus dedos
Fazer uma frases só para dizer que amo você

Inserida por frasesmaravilhosas