Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
É impossível ficar alegre quando se tem o seu mundo inteiro desabando na sua frente e você não pode fazer absolutamente nada.
Quero fazer coisas que nunca fiz antes. Quero arriscar sem medo de dar errado. Quero viver intensamente e desfrutar de tudo o que a vida tem a me oferecer. Quero correr milhas à frente sem medo e sem saudades do que deixei para trás.
Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha,
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada
alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-Io passar na direcção dos rios
alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar
Vivo vagando por essas ruas, na esperança de encontrar quem me compreenda. Talvez a solidão tenha me tornado necessitado de pessoas ao meu redor; ou talvez, minha dureza às tenha afastado de mim.
AOS INIMIGOS
Foi Jesus quem ensinou
A amar, com o mesmo empenho,
Nossos próprios inimigos...
(Inda bem que não os tenho!)
ENDEREÇO
A minha morada fica
Em meio à Rua do Amor;
Uma placa a identifica:
“Aqui mora um sonhador!”
QUEM NÃO AMA A POESIA
Quem não ama a poesia,
Essa musa tão concreta;
Não sabe da alegria
Que sente todo poeta!
MARCAS DE AMIGOS
Fiz marcas na terra,
No céu e no mar;
As mais importantes
Eu vou lhe falar.
Não foram nas dunas,
Pro vento levar...
Nem foram na areia,
Pro arrasto do mar.
As marcas deixadas
No meu caminhar;
São marcas na pedra,
Pra sempre durar!
E foram talhadas
Com muita atenção
No lado direito,
No meu coração!
São marcas eternas,
Pra nunca acabar.
São marcas de amigos
Que fiz ao passar!
O DIA MAIS FELIZ DE MINHA VIDA
Eu queria, entre muitos, nesta hora,
Ter o dom da palavra, ser poeta,
Para dizer-te, filha, que agora
A vida de teu pai está completa!
Queria me valer da voz do esteta,
Ter o verso e a rima mais sonora,
Contar-te que atingi a minha meta...
Que já posso, filhinha, ir embora.
Pois os passos que dei rumo ao altar,
Sorrindo e com vontade de chorar,
Levando-te aos braços d’outro alguém,
Foram os mais felizes de minha vida!
Entregando-te às mãos, filha querida,
Ao jovem que te ama e te quer bem!
SE...
Se incomodo alguém
É porque existo;
Se me elogiam
Sinto-me bem quisto;
Se falam de mim
Não choro por isto;
Eu sou imperfeito
Mas não anticristo.
Se me fecham a porta
Eu nunca desisto.
Se semeiam a guerra
Na paz eu persisto;
O ódio aproxima-se
Mas dele me disto!
Os tele-jornais
Eu sempre assisto.
As tele-novelas
Não tenho mais visto.
Os produtos da feira
Numa folha eu listo.
Somente me atraso
Quando há imprevisto.
Quem vê só os outros
Não vê que é mal visto!
Quem não ama ao próximo
Não ama a Cristo.
Os versos que faço
Releio e revisto.
Se não sou poeta
Que tendes com isto?
Na hora da fome
Um pão é um misto!
AS PALAVRAS
As palavras estavam soltas
Aleatórias
Desgovernadas...
Eu só fiz juntá-las.
As palavras-peixes
Nadavam livres
Em águas claras,
Em rios perenes...
Eu só fiz pescá-las.
Na feira das palavras
Quanta matéria prima!
Comprei metros,
Comprei rimas
E fiz poemas.
Agora te ofereço
O meu pacote
De palavras juntas
Chamado livro.
São palavras presas
Em páginas brancas,
São palavras pássaros
Que ainda cantam.
ÁGUAS DA POESIA
A minha terra, Pilar)
Já procurei te esquecer,
Mudar de assunto, evitar,
Pra não estar te lembrando
Quando de amor vou falar.
Mas as águas da poesia,
Onde vivo a navegar,
São como as do Paraíba:
Têm que passar por Pilar!
Têm que passar sussurrando,
Têm que passar desejando,
Querendo te conquistar...
Mesmo quando, em desatino,
Numa enchente do destino,
Seguem soltas para o mar!
CHOVE CHUVA!
Chove chuva choradeira,
Chove, chove sem parar!
Chove o dia, a noite inteira,
Que quero em ti me banhar!
Chove chuva de poesia,
Sobre o dia de Pilar,
Na noite de Itabaiana,
Chove por todo o lugar!
Chove chuva de alegria
Nos versos que vou cantar;
Chove rimas na poesia
Que desejo versejar!
Vem lavar minha tristeza,
Lava a lágrima do olhar;
Vem dar vida à natureza,
Ao bosque do meu sonhar!
Chove, chuva de poesia,
Chove, chove sem parar;
Chove a noite, chove o dia,
Que quero em ti me banhar!
CHUVA DE POESIA
Em meio a mundo tão seco,
Vem uma chuva macia
Chover em nosso telhado,
Correr por nossa biqueira,
Deixar o campo molhado!
Em meio a tanta tristeza,
Chove uma chuva macia,
Rompendo o calor do dia,
Trazendo um banho de paz
Por seus pingos de alegria!
Será chuva de inverno
Que cai em nosso telhado,
Que deixa o campo molhado,
Que deixa a vida florida,
Que verde deixa o sertão?
Em meio a mundo tão seco,
Sem paz, amor, sem perdão,
Chove uma chuva macia,
Que ninguém sabe a razão.
Uma chuva silenciosa
Que não molha a multidão,
Nem transborda nas barragens...
Somente em meu coração!
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