Machado de Assi Poema a Carta
SEU OLHAR NO MEU OLHAR
Fico te observando de longe
As vezes de perto
Fico bem quieta
Esperando nossos olhares se encontrarem Esperando ver teu sorriso vergonhoso
A vontade de dizer oi e enorme
Mas a coragem de falar nao vem
Por que tenho tanto medo se um oi nao vai fazer mal a ninguem
Oh meu bem
Quero abraçar lhe tambem
Mas coragem eu nao tenho
Entao vou permanecer te olhando
E continuar sonhando
Sonhando com teu abraço no meu
E por enquanto me contento com meu olhar no seu
Portal para o passado
Sair cedo e chegar ao fim da tarde, atravessando invernadas, sangas e capão mato, isso também tem seu valor.
Sentindo o cheiro doce do campo provindo de flores nativas, onde um vento constante se encarregava de adocicar e refrescar minha cara num sol de novembro.
Junto ao galope me fazia sentir que eu estava em outro tempo. Tempo? – Sim! – Em um período em que “trabalho” era árduo porem compensatório, se podia ficar em contado com as obras do criador, pressentindo a energia e o amor detalhado de cada criatura e relva, tudo isso me fez preencher o um vazio provocado pela vida rotineira por entre as obras de concreto feita por homens.
De relancina eu via postes e fios levando energia elétrica e progresso para cada povoado, me fazia recordar que eu estava em 2013. Às vezes ao olhar para este céu azul alguns riscos brancos no céu, deixava intender que existe meio de transporte mais potente e veloz que um pingo bem encilhado. Mesmo assim digo enquanto tiver a oportunidade de ter um matungo de companheiro, não troco por nada esta alma companheira por pedaços de metal.
No final da tarde quero fugir para longe e ficar escondida,
pois quero ouvir por alguns segundos o silêncio.
Hoje, vou deitar no chão de mão espalmadas para sentir a terra.
Quero sentir as batidas do meu coração e lembrar que vivo.
Quero deixar o tempo passar...
Quero olhar as árvores dançando no vento e escutar passarinhos.
Quero sentir meus pés descalsos amassando folhas secas.
Quero ver o sol se despedir e vou sorrir para a lua.
preso na obscuridade
da luz de seus olhos
que me olham e refletem meu ser
amor derramado em lágrimas
caído em paixão
perdido em fúria
gasto em tentativas
amor preso em correntes de ácido
dissolvendo minha alma de dentro pra fora
jamais me perdoaria se fosse eu mesmo
mas não te peço o que não me daria
apenas uma chance de voltar a te fazer sorrir
de ter seus olhos refletindo minha alma
seu sorriso me fazendo sorrir
a claridade que me cerca em meio a escuridão
não atinge meu ser
o obscuro dominou tudo que há
e tudo o que houve
as flores murcharam
as luzes se apagaram
a lua caíu em mim e nem ela pode me iluminar.
seus olhos que me afogam em brilho
seus olhos que já não me olham mais
a necessidade de saber de você
a necessidade de deixar você
gostaria apenas de uma dose de silencio,
seria possível?
da última vez foi me servido amor...
e só me fez afogar...
quem sabe uma garrafa de ódio, bem batido com raiva de si
a ressaca será dura, porém não será dolorosa
dominando a arte de matar tudo de bom que o cerca,
de destruir tudo q lhe tem afeição
simplesmente tudo....
Do jardim
Não me dê flores! Eu prefiro sementes.
Eu prefiro tocar a terra. Simples assim.
Ao invés de flores que murcham, venha plantar árvores...
As árvores que florescerão no nosso jardim.
Plantaremos magnólias perfumadas
e sob elas você me verá amadurecer.
Por anos, de um banco de madeira na varanda,
abraçados assistiremos juntos o entardecer
Jabuticabeiras, um balaço e as mangabeiras,
serão guardiões das nossas preciosidades.
As veremos crescer, e com pesar as deixaremos ir,
para iluminar outros lugares.
Nossa casa amarela de janelas brancas, será nosso ninho
e mesmo podendo voar para longe retornaremos.
A amizade nos fará amantes e o amor nos fará amigos
Divergentes, mas complementares amaremos .
E num dia nublado qualquer, sentados no velho banco
veremos do céu descer um anjo, como raio de luz.
Ele virá nos avisar que é chegada a hora derradeira.
E de mãos dadas iremos nos encontrar com Jesus.
A força do amor é também a incerteza de um caminho... Andar de mãos dadas, andar sem rumo, andar sozinha. Sentir os pés no chão e alcançar as estrelas, recriar a rotina, ter uma nova visão do mundo.
Para amar é preciso primeiro desacreditar no amor, é necessário desconfiar do mundo e aí sim voltar a confiar... Só ama quem aprende primeiro a amar a si, quem desapega do carinho, quem esquece a solidão.
O amor é inimigo do tempo, não existe um cronometro certo... Não há hora para chegar, para ficar e para se despedir... Uma vida inteira ou apenas um segundo para viver ou eternizar a lembrança.
Ama de verdade quem é livre para voar e decide ficar, quem está longe e ao mesmo tempo está perto, quem não compreende e mesmo assim aceita.
Ama de verdade quem sorri antes de ler a mensagem, quem observa os detalhes e quem troca olhares.
Amar é simplesmente acordar com um pensamento e dormir com o mesmo, é sonhar e ao mesmo tempo estar acordado.
Quem ama aceita navegar em outros mares mesmo com a incerteza de tempestades, pois amar é optar naufragar a estar em terra firme.
O amor é melodia, versos simples, versos livres, versos que falam por si só... “Sei! Não é questão de aceitar. Sim! Não sou mais um a negar. A gente não pode impedir. Se a vida cansou de ensinar.”
Viver é amar, sofrer e ter esperança... O amor nasce quando não se espera e termina antes de desejarmos um final.
por trás desse mínimo quase-ato,
as mais insuspeitas intenções,
no afago sutil da mão,
no mero acaso de um beijo
entre o queixo e a boca.
na rápida exposição de uma qualidade, tudo vem de soslaio,
uma turbidez envolvente ,
um gesto vago, uma palavra cirúrgicamente trazida,
assim, tímidamente, fazemos
nosso discurso de sedução,
uma dança em solo de Chopin,
medindo o seu olhar,
esperando atrair
um doce assentimento,
uma confirmação,
um enlace final.
@machado_ac
Girafa e Centopeia
Os caminhos são tantos e a gente com dois pés apenas
Para tanta caminhada, tanta empreitada
Melhor seria centopeia ser, quem sabe uma girafa distraída, leve e lenta.
Uma carona ao acaso, coisa do Aleatório de Almeida.
Bifurcações são nosso arroz-feijão.
Ônibus lotado, cheio de almas pensando na ida, estando na volta e vice-versa, o tempo todo levados a esmo e descendo no ponto, sem dó nem riso, ainda brincam, falando que correm buscando uma, hoje, quimera.
Troca o band-aid do salto alto, vai de novo, vai fazendo conta, vai.
Que a vida não espera, faz rastro, faz destino, vai!
Faltas
às vezes, quando menos esperamos, do nada nos invade uma impressão de ansiedade,
um vazio, como um objeto que fazia parte de nossa rotina e de repente, não está mais.
quase um sintoma físico, uma sensação de fuga de não sei quê,
simplesmente escapou de nós, como o necessário ar que nos foi magicamente tomado.
um leve arranque, um passamento, uma carência, uma inexistência,
uma falha de continuidade em nossa vida, os bordões de um tio,
as falas dos feirantes...
chamamos de falta, talvez tenha um nome,
você vai lembrar
@machado_ac
Bolinhos de Chuva Queimados
Não digo tudo por que não sei mesmo, falo meia frase, deixo uma parte pra sentirem, adivinhação...todos tem histórias e maravilhosamente enxergam onde não se vê, falo de coisas que passam ou passaram por aqui, dá vontade ou nem dá, nem depende muito de mim
uma vida tem detalhes, sutilezas, todo o tempo.
É uma xícara de chá e uma bomba-relógio feita de açúcar
uma alça de sutiã caída e um pingado escuro, você busca uma linha no fundo daquele quarto amarelo,
nem lembrava, agora já está aqui
Eu peguei uma ventania tal que quase caí, mas nem deixei a leiteira cair, a moça do bazar olhou pra mim com um jeito de quem nunca tinha visto um boneco de Olinda com RG,
eu dou muita risada depois que saio dos lugares, as pessoas não estão acostumadas com gentileza,
nem com bolinhos de chuva queimados,
Eu não disse nada, foi você que pensou, ou sentiu, foi você, foi ela,
ah! não foi ninguém.
@machado_ac
Mágica e Maquiagem
começo pelo fim ou acabo tudo bem no meio,
faço tudo assim, sem lógica nem pé nem perneta,
digo metade, o resto você completa,
intui, dilata, conclui ou deixa passar.
tem um verso guardado bem debaixo do seu brinco,
na bolsinha entre a maquiagem.
se olhar direito vai perceber que ele passou
bem na sua frente, dia desses enquanto chovia forte.
bem, agora que você já o reconheceu
posso ir buscar a maleta do mágico,
só falta o coelho inventar de voar de novo.
@machado_ac
BOCAS
boca aberta, boca seca, boca muda, muda boca!
boca de incontáveis dentes a sorrir ou assustar
boca ardente recoberta de um vermelho fatal
boca nua, boca sua, sua boca pura, boca escura, que surdos ouvidos irão te calar?
Boca em desenho de lábios e curvas e gloss escarlate
boca do lixo, do sangue pisado, do murro vil, boca suja, imunda que vitupera répteis e escarnece do nosso mundo humano, este confuso animal
bocas nossas, vossas, tortas...
cuspindo em poças nosso pecado habitual, do hálito da boca nasce o incontrolável arrepio, e da boca arfante é refém fugidio
boca da noite que agora invade o distraído dia
e as bocas do mundo, entradas de tudo.
as bocas de beijos, os beijos de boca
bocas sábias eu sabia, não podiam deixar de gritar
@MACHADO_AC
Vez por outra vem uma vontade de dizer tudo bem miudinho, devagar, degustando todos os ípsilones, sentado num canto da sala, vendo pela janela,
o dia passar.
Tempo de ajeitar uma perna em cima da outra, tirando depois, voltando ao mesmo lugar.
falar pra si mesmo que era pra ser assim mesmo e sorrir das vezes em que pensamos que era tudo pra se acabar, pra morrer se debatendo em galinha d'angola com cria, numa hemorragia catarara de fazer bombeiro se apavorar e no fim olha aí, era uma tempestade tão grande que agora parece uma lagoinha.
Nesse tempo arredio que fica entre o café do almoço, a merenda e o final do expediente, horas inteiras onde cabem escabrosos causos de doença, vizinhas zelosas e façanhas de pescaria.
Fiz uma casinha de palito de sorvete, com porta e quintal, pintei um limoeiro, nem cabe mais nada no papel.
surpreendo-me ainda,
ao ser chamado de poeta,
me dá impressão de esquálido ofício,
de fato, a poesia está no olhar
de quem a lê, ou mesmo dela é o próprio objeto.
um poema é como uma lei a ser interpretada,
ás vezes salva, outras condena.
me eximo de tanta fatalidade,
prefiro escrever sem a pretensão da sentença,
deixo a sua escolha a outra metade da frase
@machado_ac
Sou brisa acolhedora, tempestade em outro instante
Partículas que voam, alma livre e inconstante
Tenho muitas formas, sou mutável e vibrante
As palavras certeiras de um imprevisível sábio errante
Sou o espaço, a intuição, sou o toque e o nada
Às vezes passo de leve, às vezes viro fio da navalha
O vórtex, o aroma, a bruma e o vento em rajada
Fico apenas na lembrança, pois estou sempre na jornada
De que adianta o empresário fazer campanha de quarentena se seus empregados continuam sendo alvos (ou até transmissores) do vírus?
É bonito apelar para mídia afim de conscientizar, mas nós que vemos a história do outro lado chamamos isso de hipocrisia. Por menor que seja uma engrenagem, se ela se quebrar todo o sistema para. Enquanto isso a gente vai morrendo... Morre uma doméstica, morre um pobre coitado; só não morrem a usura e o egoísmo, que já veem da fábrica imunizados.
Eu não me importo muito com a corporação, porque meu trabalho não se resume à pontos de volume. O que realmente me motiva é: Quantas pessoas estão sendo impactadas?
Não tem valor pra mim, entrar na corrida dos ratos e acumular pvs se isso não representar pessoas e famílias transformando seus hábitos e estilo de vida.
Eu sou uma hiperbólica rebeldia, uma desconstrução constante.
Sou indomável, solitário e até um pouco intolerante.
Meu humor, indecodificável, transcende até meu próprio conceito.
Nasci para ser humano, nunca pensei em ser perfeito!
Minha vaidade eu ostento para desenvolver meu autorrespeito.
Sua crítica eu não ligo, ela não paga nem o creme em meu cabelo.
Santa PAI-ciência
Toda essa mimizada é para dizer que as MULHERES não são bem vindas nas reuniões de pais??
Mas, se esse é o caso, por que então elas são a maioria lá? E por que então é sempre a MULHER que tem que pedir licença para acompanhar o filho no hospital, na escola, na vida??
A questão não é ser o progenitor. O assunto é afeto, zelo e a capacidade que uns tem de usá-los na CRIAÇÃO de alguém. Todo esse reboliço só mostra que há muitas gerações a maioria falha nessa parte!
Parem de focar nos rótulos, saibam que tem filho que chama o pai pelo nome próprio, alguns chamam de painho, outros chamam de sinhô e isso não faz alguém mais ou menos pai. Não é direito seu reconhecer quem é o pai do fulano ou siclano, esse reconhecimento cabe somente para quem recebe o cuidado, a atenção de que necessita.
“Ahh mas homem é homem, mulher é mulher”, “PECADO”. Vocês usam a mesma resposta mesmo quando as perguntas são diferentes. Vocês dizem tanto sobre fé, mas só observam a carne. Não falamos sobre como nos vestimos, nós representamos o que sentimos! Vocês julgam nossos corpos, mas não escutam nossas almas. Da mesma maneira que deus concedeu um filho a Maria (sem o ato sexual) muitos de nós somos abençoados pela mesma graça de ter um filho mesmo que ele não seja fruto de um coito. Vocês enxergam maldade e nos abraçamos como benção a chance de ter um filho mesmo que não seja de sangue.
Pelo visto não é a dor do outro que te incomoda, é o amor que ele recebe e que você não é capaz de dar (ou que nunca recebeu) que realmente te afeta.
Pai não é o doador do código genético, o significado dessa palavra é muito maior do que isso e se você ainda não percebeu não está preparado para essa conversa.
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