Luto Morte
Lá fora a noite de luto e a lua senhora do silêncio vejo a verdade oculta, da clara mentira do dia. Vejo sorrisos falsos por baixo de um rostinho lindo, e olhos caídos por trás de uma falsa felicidade Vejo que talvez, tudo o que eu desejo, simplesmente não faz a menor diferença para quem eu queria que realmente se importasse, e que por mais que eu continue mal, ainda não fará a diferença . A fonte secou... A força cessou... E assim surgiu a ferida incurável. Acostumar meu coração e adaptá-lo pra determinadas situações é desconfortante. Sorrir estando triste, poço ser até forte, sendo que a alma se desaba a cada instante. Porem as melhores lembranças essas irão me acompanhar mostrando-me que posso ser melhor do que ontem .boa noite
Não existe ideal
Luto para ser profunda,
Mas também, já fui rasa.
Já implorei por sinceridade,
Mesmo não tendo falado a verdade.
Já lutei contra injustiças,
Mas já causei também discordia.
Almejei um amor puro
E deixei ele ir embora.
Me amassei para ser aceita,
E no fim fui rejeitada.
Aceitei humilhações para não magoar o outro,
E depois me afoguei em mágoas.
Vivi com uma culpa que não era minha,
Mas hoje, escolho abrir pra ela, a porta.
24/08/2024
Sobre o luto para os ateus: eles ficam apenas com as memórias. Já para os espíritas, vão além delas — sentem também a presença espiritual do ente querido.
Luto contra isso todos os dias. Está incrustado em mim. Talvez esteja em ti. Sou o que tenho de ser. O importante é aprender a lidar com tudo isso e viver consigo mesmo é muito difícil. Aceitar cada decisão é tomar as conseqüências pelas mãos. Mesmo que te leve por caminhos que não queira ir. Cedo ou tarde o inevitável acontece. Também não é fácil ver o caminho, quem dirá a estrada inteira. É o fim e não o meio... Será que pode mudar a tempo?
Sobre o período de luto da dor
Toda perda dói, machuca, é frustrante, desgastante, estressante. Seja a perda de um trabalho, de uma amizade, de um namorado ou qualquer outra coisa. Existe uma quantidade de perdas enorme e, e eu ficaria horas aqui listando-as. Umas são menores, outras maiores, umas doem mais, outras menos, mas todas doem. Algumas rasgam a pele da alma, sangram o coração de forma que parece que vamos morrer com a hemorragia, ou vamos viver eternamente com aquela dor lancinante. Algumas pessoas são mais resistentes às perdas, à dor, suportam melhor as mudanças, outros não. Isso quer dizer que você seja fraco? Claro que não. Quer dizer apenas que você tem uma constituição emocional diferente. Quando perdemos algo que nos dói, não é necessário nos fazermos de durões, fingir que não dói, que aquilo não significou nada. Se dói, dói! Deixe doer. Se permita doer até que a dor se esgote. Se permita seguir a ordem dos fatos: se assustar com o acontecimento, chorar, sofrer, enterrar a dor, fazer sua missa de sétimo dia, respeitar o seu período de luto e depois seguir em frente. O tempo necessário para isso eu não sei, cada um tem o seu tempo e respeitar esse tempo também é saudável. Só não fique remoendo o que te doeu a vida inteira. A vida continua. É sábio entender que há pessoas, situações e acontecimentos que não merecem a nossa dor, que precisam serem tirados do centro da nossa atenção para liberar espaço para o novo da vida. Continuar nem sempre quer dizer esquecer. Quer dizer não permitir que o que nos fez sofrer continue a nos machucar a vida toda, que nos impeça de viver coisas coisas novas, de sermos felizes, de celebrar a vida com a leveza que ela merece. Há pessoas e acontecimentos que mesmo que quiséssemos jamais conseguiríamos esquecê-los e há outros que para o próprio bem da nossa saúde mental e emocional devem ser esquecidos. Inteligente é distinguir um do outro.
O luto é uma espécie de longa conversa silenciosa, mantida junto ao íntimo, que se estende entre o anoitecer e o pôr do sol
Quando quero e acredito, luto,
E enquanto luto aprendo,
Aprendendo passo a acreditar mais...
E assim eu vivo, parando morro!
Para estar ao meu lado, é necessário compreender que eu luto pelo que é certo, e não pelo que é conveniente para você.
Para todo o povo estar de luto naional é necessário morrer pimeiro pelos seus pecados, passando por uma nova transformação espiritual
Não sei se é amarga, azeda, se causa tristeza, dor, angústia, espanto, problemas, dilema. Luto para não conhecer tua imensidão de conflitos. Sei que você faz bem à minha alma aflita por estar contigo, meiga mulher.
O fim do meu quase (S.S)
O luto é uma coisa intrigante: ao mesmo tempo que a gente sente e sofre, com o passar dos dias ele também descama os nossos olhos, permitindo que a dor se dilua em lembranças.
Você já teve que sepultar alguém vivo? É uma dor que se prolonga, latejando no peito, pulsando em compasso fúnebre.
Você quer esquecer, mas a pessoa está a poucos segundos de uma ligação, a um botão de "enviar" no WhatsApp, e às vezes, a poucos metros de distância... E você tem que lutar contra a vontade de falar, o desejo de correr para os braços, o desespero de querer estar perto... É como se o tempo se arrastasse em câmera lenta, enquanto a saudade tece uma teia invisível ao seu redor.
Eu ainda guardava a caixa do "nosso 1º mês". A lembrança triste daquele jantar à luz de velas, flores e balões da minha explosão de amor por ter encontrado a minha versão idealizada de felicidade, que nunca se concretizou. Um castelo de areia que desmoronou com a primeira onda da realidade.
Agora estou aqui, diante das poucas lembranças que me restam, pondo fim a tudo o que não vivemos, um futuro que se esvaiu, como areia entre os dedos.
Eu fui apenas uma frase na tua vida, e ainda assim enchi meus pensamentos com imensas bibliotecas sobre você, sobre nós: as viagens que não fizemos, os roteiros rabiscados em mapas que agora amargam poeira. Idealizei nossas sextas-feiras cozinhando juntos, o aroma do molho de tomate caseiro impregnando a cozinha, as risadas soltas enquanto debatíamos sobre a vida. O gosto do vinho em noites frias, em dias quentes, o vinho de dia qualquer... as conversas na varanda de casa, nossas cadeiras na areia da praia vendo o sol se despedir no horizonte, as discussões acaloradas sobre nossas diferenças, que seriam pequenas desde que estivéssemos juntos. Os domingos preguiçosos, o café da manhã na cama, o cheiro de café fresco invadindo a casa... as visitas na casa da sogra, o bolo quentinho, o sorriso acolhedor... o almoço em família com aquele barulho de felicidade ensurdecedor, os cafés com amigos, as gargalhadas... A felicidade comum, aquela que se encontra nas pequenas coisas, na rotina extraordinária do dia a dia...
Agora tudo se resume a cinzas, literalmente. Difícil fazer morrer o que ainda está vivo, pulsante e palpável... é como arrancar um órgão do corpo sem anestesia.
O que fazer com tantos planos? O que fazer com tantas promessas? O que fazer com a nossa música, que tocava especialmente pra nós sem que precisássemos pedir, que embalava nossos sonhos e agora soa como um réquiem...
Uma vez o poeta perguntou se "se morre de amor"? Eu não conheço ninguém que tenha morrido de amor. Eu queria viver de amor. Ironicamente não morri de amor, mas estou tendo que matá-lo. E isso dói. Dói fisicamente. Aperta o peito, a alma chora, a sensação de morte é terrível. A dor nos mostra o quanto amamos. É a prova de que o amor existiu, mesmo que breve e incompleto.
O nosso "quase" ainda vai me assombrar por um tempo... Como um fantasma que habita os cantos da casa, sussurrando lembranças e reacendendo a chama da saudade.
Eu ainda acordo com coisas pra te contar. Como agora. Hoje eu decidi pôr fim a ideia que eu tinha de você. Queimei tudo o que me lembrava você, e com o coração ainda sangrando de tanto amor, joguei as cinzas no mar... e com os olhos cheios de lágrimas eu te disse adeus...
Mas ainda dói. E eu sei que ainda vai doer por um tempo, até que um dia o som de ouvir o teu nome me faça sentir nada... Apenas uma brisa suave, um murmúrio distante, uma lembrança adormecida.
Lília Raquel Farias Nunes
16/02/2025
Dor Crônica
Estou cansado de lutar por coisas que não vão acontecer, luto contra minhas dores, mas na realidade eu sei que jamais vencerei.
O dia vestiu-se de luto,
e transformou-se em noite.
Apagou seu lampião do céu,
e acendeu seu abajur de prata.
Chegou cansado,
Arquejante,
Enlutado.
Deitou-se, mas não dormiu.
Ligou o rádio
Eram seis em ponto.
''Santa Maria, mãe de Deus,
Rogai por nós pecadores''.
Desligou
Acendeu um cigarro,
fez fumaça,
e desenhou São Jorge.
Na luz quarto crescente
Do abajur de prata.
Não é somente o luto pelo fim do amor de alguém, mas também a dor de deixar o lugar para outro ocupar.