Literatura de Cordel
Amarga vida
Jardim sem flores.
Amarga vida
Amor sem amores.
Amarga vida
Julieta sem Romeu.
Amarga vida
Ou amargo sou EU?
El Desdichado
Eu sou o Tenebroso, – o Viúvo, – o Inconsolado,
O Senhor de Aquitânia à Torre da abulia:
Meu único Astro é morto, o meu alaúde iriado
Irradia o Sol negro da Melancolia.
Na noite Sepulcral, Tu que me hás consolado,
O Posílipo e o mar Itálico me envia,
A flor que tanto amava o meu ser desolado,
E a treliça onde a Vinha à Roseira se alia.
Sou Biron, Lusignan?… Febo ou Amor? Na fronte
Ainda o beijo da Rainha rubro me incendeia;
Eu sonhei na Caverna onde nada a Sereia…
E duas vezes cruzei vencedor o Aqueronte:
Modulando na cítara a Orfeu consagrada
Os suspiros da Santa e os arquejos da Fada.
Versos Dourados
Céus! tudo é sensível
Pitágoras
Homem! livre pensador! serás o único que pensa
Neste mundo onde a vida cintila em cada ente?
De tuas forças tua liberdade dispõe naturalmente,
Mas teus conselhos todos o universo dispensa.
Honra na fera o espírito que fermenta…
Cada flor é uma alma em Natura nascente;
Um mistério de amor no metal reside dormente;
“Tudo é sensível!” E poderoso em teu ser se apresenta.
Receia, no muro cego, um olhar curioso:
À própria matéria encontra-se um verbo unido…
Não te sirvas dela para qualquer fim impiedoso!
Quase sempre no ser obscuro mora um Deus escondido.
E, como um olho novo coberto por suas pálpebras,
Um espírito puro medra sob a crosta das pedras!
Myrtho
Myrtho, divina, invoco a ti que encantos lanças,
Ao Pausílipo altivo em mil fogos luzente,
Em tua fronte imersa em brilhos do Oriente,
E uvas negras mescladas a esse ouro das tranças.
Também em tua taça eu bebi inconsciência,
E no clarão furtivo em teu olho ridente,
Enquanto aos pés de lacos vêm-me reverente,
Pois a Musa me fez como um filho da Grécia.
Sei porque lá adiante está o vulcão aberto…
Foi porque ontem tocaste-o com o pé intranquilo,
E de súbito em cinzas o horizonte incerto.
Desde que um duque destruiu deuses de argila,
Sempre, sob as ramagens, louros de Virgílio,
Uniu-se a hortênsia pálida à mirtácea verde!
Antêros
Perguntas-me por que no peito tal furor
Sobre o colo dobrado, o espírito indomado;
É porque pela raça de Anteu fui talhado,
Eu devolvo estes dardos ao deus vencedor.
Sim, sou um dos que inspiram esse Vingador,
Ele marcou-me a fronte com lábio irritado,
Na palidez de Abel, assim! ensanguentado,
Eu tenho de Cain o implacável rubor!
Jeová! último, vencido por tua mestria,
Do fundo dos infernos, grita: “Ó tirania!”
Será meu avô Belus ou meu pai Dagão…
Jogaram-me três vezes em água em Cocito,
E eu só a proteger a mãe Amalecita,
A seus pés planto os dentes do velho dragão.
Hórus
O deus Kneph tremendo abalava o universo:
Ísis, a mãe, então ergueu-se do seu leito,
Fez um gesto de ódio ao esposo contrafeito,
E ao verde olhar surgiu o antigo ardor imerso.
Disse ela: “Ei-lo que morre, este velho perverso,
Toda a geada do mundo em sua boca achou preito,
Amarrai seu pé torto, arriai o olho imperfeito,
Este é o deus dos vulcões e o rei do inverno adverso!
A águia passou, o novo espírito me impele,
Por ele eu me vesti com as roupas de Cibele…
É o bem-amado infante de Hermes e de Osíris!”
Fugira a deusa já em sua concha dourada,
O mar fazia rever sua imagem adorada,
E brilhavam os céus por sob o manto de Ísis.
Todos estes livros, reparo, estão me mudando por dentro. Eu não podia imaginar que isso de ler era como viver.
Sou um homem fragmentado, silencioso. Somente a escrita constrói pontes entre os meus abismos, somente ela dá voz e eco à solidão dos meus penhascos.
A vida é dolorosa e desapontante. Não tem qualquer utilidade, por isso, escrever romances realistas. Nós em geral sabemos onde estamos em relação à realidade e não queremos saber mais nada sobre ela.
REENCONTRO
Em meio a versos
estou entregue...
Imersa num instante
que já me é distante.
Sem relutar
apanho o que resta:
Palavras,
Poesias trocadas
tencionadas...
Reveladoras
de quanto anseio
o reencontro.
Carpintaria de ódio provoca sofrimento ao odiado e apodrece a alma do carpinteiro. Já carpintaria de amor fortifica tanto a alma do amado quanto a do carpinteiro.
Trecho do livro Filosofia do Caçador de Sombras de Borboletas e Libélulas
Graças a experiência que tenho do comportamento humano (...), concluí que só existem cinco motivações para que um homem faça qualquer coisa. E elas não são mistério nenhum: o dinheiro, a fome, a lascívia, o poder e a sobrevivência.
O que os escritores iniciantes precisam é de leitores. Não de amizade com outros escritores também em estágio inicial de carreira.
Se os escritores iniciantes parassem de buscar amizade com outros escritores tão iniciantes quanto eles, que sabem tanto quanto eles sabem a cerca do mercado editorial e literário, seriam mais produtivos em sua escrita e estariam evitando grandes problemas no caminho rumo aos seus objetivos.
Como escritora, isso era o que eu deveria ter feito desde o princípio, quando comecei a escrever e me inseri no meio literário, e é uma pena que eu tenha levado sete anos para perceber isso, mas é o que eu estou fazendo agora!
Me afastando da amizade com outros (sobretudo novos) escritores e buscando (apenas) potenciais leitores! Odeio panelinhas! Por isso eu sou e serei sempre sozinha, singular, dentro desse meio! Posso fazer contatos e conexões, mas sem me apegar, nem criar laços afetivos. Respeito, sim, claro. Mas afetividade nesse meio não dá, não existe. Há escritores que parecem bichos selvagens, tentando competir por um lugar e posição que inexistem. Tenho amigos, mas fora do meio literário. Ninguém que me veja como inimiga, que queira competir ou que pense que eu estou competindo com algum outro escritor.
Amizade com outros escritores, portanto, não é (mais) o que eu estou procurando. Estou me desfazendo de muitas, da maioria, aliás!
Arrogância?
Talvez!
Isso é apenas um desabafo de alguém que uma vez ao encontrar um obstáculo desses em seu caminho, tropeçou, caiu, quebrou a cara, aprendeu uma grande lição... e sabe o que está dizendo!
É apenas uma precaução sobre amizades que podem acabar virando inimizades.
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