Liberdade pra Mim e pouco
A aposentadoria para mim nunca irá além de um papel me autorizando a ter de volta um pouco do que doei ao mundo, mas sem nunca interromper a contribuição que ainda quero dar à sociedade até o último dos meus dias. A forma como fiz e continuarei a fazê-lo é um detalhe tão insignificante quanto o papel pelo qual tomei ciência dela.
Algo de mim
Quisera eu...
Ser mar, ser jardim, mundo afora ou em mim.
Tenho em mim tão pouco.
Se parto, em vão; se fico, a sós.
Quisera eu...
Ser assim, ao menos em mim:
mar... jardim...
Pois se fico, em vão; se parto, a sós.
No olhar...
Olha pra mim,
olha de novo,
olha mais um pouco,
se não me compreendes, não perca o seu tempo.
●Teu sol se alastra primeiramente em falésias de mim, pouco frequentadas, montanhas difíceis de serem escaladas.
●Vales coloridos e íngremes no meu camarim, habitados e habituados a dores, recebem também Teus raios por fim.
Pra você
Não sei se dentro de vc existe um pouco de mim !!!!!
Mais tê garanto que dentro de mim há todo de vc !!!
Vá para casa
Mas leve um pouco de mim
Dentro de você
Leve meu cheiro na tua pele
E a lembrança feliz de nos dois
Sinta falta de ar
Só de lembrar do peso de meu corpo sobre o teu
Mas respira devagar
Ou não respira
Pois ainda há em ti o mesmo ar
Que há em mim
Dorme mas sonha
Sonha comigo ou com algo que me lembre
Acorde ao meu lado
E fica
Conversa comigo por horas
ou cala
Mas me observa
Me censura ou não
Só quero a tua presença
Sua alma
Seu corpo
E só quero ser teu ...
Para além da vida
Sou um pouco de Ti no melhor de mim
Estás na minha essência mais profunda
Perco-me nos labirintos do Teu amor
Na mais sublime expressão de puro sentimento.
DESCREVER-ME
Às vezes gostaria de me descrever, falar um pouco sobre o que está dentro de mim. Falar das minhas vontades, das minhas loucuras, das minhas satisfações, das minhas decisões. Falar até das minhas indecisões, insatisfações, inseguranças e das minhas angústias.
Como me descrever se até a mim eu me surpreendo? Não me reconheço às vezes. A cada dia uma nova mulher renasce, novas mudanças acontecem, novos planejamentos, novas descobertas.
A cada dia descubro que cresci um pouco mais. Descubro que não quero nada que seja pela metade, descubro que quero o inteiro, o livre, o sensato. Descubro que a liberdade pousou dentro de mim e quer voar junto com minha alma que transmuta em ascensão.
Descubro que meias palavras serão em vão, que a paz chegou sem avisar e ficou morando comigo. São tantas descobertas que chego a pensar que eu não moro mais dentro de mim.
Que aquela mulher com inseguranças e medos foi embora deixando apenas a mulher que sabe o quer, a mulher decidida a enfrentar o mundo.
Ainda que o universo me faltasse, se os poemas me falassem... restaria um pouco de mim em cada cada boca que houvesse me recitado.
A caricatura de mim mesmo redesenho em personagens a cada passo. A vida é pouco séria para eu poder ser e ter uma só identidade.
Sou tão pouco de mim o quanto poderia ser.Sou tão pouco em mim na falta do nós, eu e você. A solidão transborda mas fica na borda pois nunca conhecerá
o coração do grande oceano, o mar, parte do verbo amar.
É como a luz da penumbra que julga se erroneamente satisfeita
sem ao menos dar lhe a chance de conhecer o dia.
É o tênue olhar para os lugares distantes e não perceber que só caminha
se pelas águas ligeiro em pares,nem que seja por uma mão e um remo.
Enfim esparramar se aquoso e cultivar se sereno no mágico frescor
de ser, se perder e continuar ser.
Pois viver em pares é a justa posição e a transposição de fazer parte
que por demérito algum completa se e não mais se baste no equivoco
desgaste involuntário de se preservar e não mais sofrer.
Mas a solidão não fortalece em nada pelo contrário sensibiliza por muito
pouco. O ser solitário fica mais exposto aos fracos sentimentos, irreais e
não verdadeiros é uma falsa cura e o antigo e amargo remédio,
de só ser, nada cura, casta nos da gula e desapropria nos da
possibilidade de conhecermos ao menos uma vez a explosiva paixão
Sou tão pouco de mim todos os dias, pelo cósmico segredo de não querer ser e nada com certeza, pela afirmativa dizer. Rogo a vida, minha leal e fiel confidente, não tão distante do presente, que um dia há de amanhecer, simplesmente, sob os mil raios de luzes das manhãs e tenha enfim chegado a grande síntese, de perceber que tanto fiz mas nunca serei e eu não sou nada.
Na verdade você não
pode nenhum pouco
de mim se queixar,
Só porque sou a tal
letra poética
e alma teimosa.
Eu me sinto
a comandante
do quartel
mesmo ciente
que nem isso sou.
Vamos fazer um
acordo de paz?
Me devolva a tropa
e os generais,
que eu te devolvo
poemas em dobro,
e juro que de ti
não reclamo mais,
porque você é
assunto do seu povo.
