Liberdade Borboleta Fernando Pessoa
Você tem todo o direito do mundo de dizer
absolutamente qualquer coisa que quiser a meu respeito
- e arcar com as consequências!
eternamente
vivemos em um mundo severo
vivemos em um mundo desigual
vivemos em um mundo mundano
vivemos no mundo real.
assim já era antes dos tempos
assim será eternamente
iniciativa não muda o mundo
o que precisa mudar é a gente.
vergonha na cara é pra poucos
coragem nos atos também é
as igrejas puseram-nos vendas
tememos um livro qualquer.
vivemos em plena ditadura
camuflada como democracia
porem se fosse o que diz
obrigado a nada eu seria.
quero tomar minhas decisões
quero viver livre de verdade
hoje só vivemos de aparências
e a aparência se tornando verdade.
"Nem sempre estou livre e sempre sou"
Pensar me fascina, me engrandece
É uma droga sem limites a qual sou viciado;
Acredito que a vida me proporcionou o gosto de escrever, porque não tenho medo de expor o que sinto para outras pessoas.
É uma arte de expressão que proporciona uma mesma visão.
Não me falta pensamentos, por isso brinco com as palavras e pode acreditar as vezes até brigo.
Escrever é expor as últimas batidas de seu coração sem nenhuma sombra de dúvida.
Uma folha de papel onde nem sempre estou livre e sempre sou.
Desde sempre fui muito atrapalhada. Sabe, era uma criança que toda hora caia no chão, raspava o joelho na parede áspera, batia a testa na porta, cortava a perna na quina da escada, enfim, vivia sempre machucada.
Tudo bem, criança é assim mesmo, precisa de toda essa adrenalina pra crescer. Só que além de ser travessa, eu era (ainda sou) teimosa. Ah, quantas vezes minha mãe falou: “menina não cutuca essa ferida, vai ficar marcado”, “para de arrancar as casquinhas”.
O problema era que eu não escutava a minha mãe e, confesso, adorava puxar a proteção que o meu organismo produzia para tapar a ferida. Eu ficava admirada e vivia me perguntando, como aquilo era possível.
O tempo foi passando (eu ainda continuei caindo), só que eu já não cutucava mais as casquinhas. Aquilo que a minha mãe dizia começou a fazer sentindo. Passei a ter vergonha das minhas pernas, pois estavam todas manchadas.
Uma vez fui para a escola de bermuda. As outras crianças começaram a zombar de mim. Lembro-me de escutar “Ah que pernas finas e perebentas”. Depois disso não usei mais vestidos, bermudas e condenei as saias. Só deixava as pernas respirarem dentro de casa.
Por conta deste aprisionamento poupei meus cambitos das tardes de sol. O resultado são duas pernas brancas.
Comecei a perceber que com o tempo, as cicatrizes que eu carregava nos braços foram desaparecendo por conta do sol, mesmo assim, não libertei os membros inferiores do corpo humano. Eu ainda tinha vergonha e continuava a preferir as calças.
Dias atrás eu refleti. Essas marcas são lembranças do que eu vivi, não são motivos para eu me envergonhar. Muitas delas vieram a partir das buscas de aventuras no quintal, outras foram produtos de coisas ruins, mas que eu superei e cicatrizaram. Enquanto eu não deixá-las “livres”, elas continuarão ali. Não que eu queira esquecer, mas tenho que começar a me alforriar deste trauma.
Sábado passado usei uma bermuda pela “primeira vez” depois de muito tempo, na frente de pessoas que não eram meus familiares. E sabe qual foi à sensação? De ter saído de uma masmorra, onde eu mesma me acorrentava.
Quando a sociedade conspira contra a livre criação do artista, conspira contra ela mesma em sua essência livre...
Deixa-me partir
O prêmio de quem amou é ser livre para partir.
Quem verdadeiramente amou, partir é uma ausência presente!
Uma dor que não sufoca, mas liberta.
Portanto, o amor exige uma fiel liberdade: deixa-me partir!
Sinto que separar-me de ti
É como despedir constantemente de quem nunca partirá em mim!
No entanto, nosso amor é tão divino
Que a separação enriquece e purifica os sentidos,
É a saudade daquele que nunca partiu: deixa-me partir!
Se juntos construímos história,
E o amor foi o ápice das nossas relações,
Partir nos lançará ao novo
Rumo ao verdadeiro AMOR maior
E para isso, meu antigo amor: deixa-me partir!
Partir pode soar sofrimento
A triste certeza da ausência!
Mas só posso sofrer tal ausência
Se o teu amor tão perfeito
Deixar-me partir
Se me deixares partir,
Talvez não mais nos veremos
Ou talvez, pela força do tempo, não te lembres quem fui.
Ao menos a certeza que tenho, é que teu amor
Um dia fez-me ver a face de Deus
E assim, livremente respondeu: deixo-te partir!
Portanto, meu amor,
Deixa-me partir!
Ignorar qualquer tipo de preconceito é ser livre para viver em qualquer lugar como se fosse a sua casa.
Nada que tenha asas deveria estar preso em uma gaiola. Pássaros e pensamentos devem voar livres, pousar onde lhes convém, alimentar-se do que lhes convém, ir aonde lhes der na telha! Asas são feitas de infinito, é preciso tirar-lhes o ímpeto do vento para que caibam - tristemente - dentro de qualquer coisa...
E ela desce até o chão
com a roupa que ela quer
não precisa de um espelho
pra saber quem ela é
você fica de joelhos
mas não consegue nada
-Ela enfrenta sua moral
pois não acredita em papas!
Tentei me enganar, dizendo sou feliz de qualquer jeito.
Chegou o momento de renunciar às falácias deste mundo.
Me recuso a alegar que sou vítima. Afinal, de quê?
Só não vou mais tentar ser quem eu não sou.
Eu não escrevo para os outros, eu escrevo para mim, não quero ter uma obrigação com pessoas, se nem obrigação comigo mesmo tenho, quero escrever o que me dá vontade, de certa forma sou livre e pretendo ter minha liberdade sem ter obrigação com ninguém.
LIBERTAÇÃO
(Rayme Soares)
Cantar, sem pretensão de ter o tom preciso
Andar, sem ter que encontrar o fim
Abraçar, apenas para deixar, falar, o coração
Olhar, sem ter que entender ou justificar
Pela verdade eu vi que é hora de viver, de enfrentar
De frente ser amor, transbordar amor na minha melhor essência
Deixei passar tudo aquilo que um dia petrificou. Quebrei como vidro, soprei, passou...
Voou!
Voei na imensidão do céu, tirei o véu dos olhos e encontrei a liberdade.
Me livrei das grades e descobri com as asas do vento, que a qualquer momento é possível recomeçar. E que por mais que tenha doído, há sempre um novo tempo para reaprender amar.
Que já vivi dores é certo. Delas me embriaguei, elas decorei.
Decorei a dor com laço, apertei o passo, prossegui.
E esse caminho que hoje eu sei de cor, a dor vem enfeitada com laço em fita de cetim.
Ficou tão bonita que por muitas vezes até esqueço que ela mora mim.
A mulher, no Brasil e em todo o mundo, tem sido agredida, enganada com falsas promessas, tratada como se fosse "propriedade", e não raras vezes por outras mulheres. Este texto é em homenagem à mulher que busca, com toda sua força, com toda sua garra, a liberdade através do conhecimento. Conhecimento de si mesma, de seu ambiente e das conquistas a serem conquistadas.
MULHER
M de montanha, M de movimento, M de mulher
Nasceu livre, vive livre, não tem dono!
Mesmo que os machistas queiram
Que os fracos desejem e que os covardes apregoem
Nasceu livre, e vive livre, não tem dono!
Mesmo que ganhe menos e mesmo que sofra mais
Mesmo que lhe tirem a voz
E mesmo que, em tantas filas, fique para trás
Nasceu livre, e vive livre, não tem dono!
Mesmo que algumas aceitem as correntes
Mesmo que algumas até gostem das correntes
Nasceu livre, e vive livre, não tem dono!
Mesmo presa em quatro paredes e amarrada aos “deveres”
Criados, inventados por aproveitadores, covardes de plantão
Mesmo fingindo “prazeres”
Nasceu livre, e vive livre, não tem dono!
Mesmo agredida, diminuída, destruída
Mesmo que não seja ouvida
Sua voz ecoa, ganha espaço, incomoda
Seu grito de liberdade cresce, toma corpo
Mesmo que usada sutilmente e sutilmente enganada
Mesmo ludibriada, sutilmente levada por promessas vãs
Acorda a cada dia mais determinada
Aprende, compreende, e mais forte se torna
E mais bela se torna!
Nasceu livre, e vive livre, não tem dono!