Julgamento
Quem tem autoestima não se envaidece com os aplausos e nem se abala com as vaias porque sabe que o seu verdadeiro valor não é determinado pelo julgamento dos outros.
"Quando você está com a verdade, e omite com medo de ofender.
Você se torna o réu desde sua mente até o julgamento ignoto."
Vale a Pena?
Quando acerto, e tudo parece brilhar,
Sinto o peso dos olhares, prontos a me julgar.
Como se o sucesso fosse um crime a ser punido,
E as vozes da crítica, um coro desmedido.
Parece que quanto mais alto eu vou,
Mais forte é a tempestade que se forma ao redor.
“Será que vale a pena?”, pergunto em silêncio,
Quando a alegria se mistura ao medo e à dor.
Fazer tudo certo, mas ser penalizado,
É um fardo pesado, um peso indesejado.
A luta por reconhecimento, a busca pela paz,
Por que é tão difícil ser eu, e só ser capaz?
Mas entre as sombras, uma luz se acende,
A força que vem de dentro, essa que nunca se rende.
Vale a pena, sim, mesmo quando é doloroso,
Pois cada acerto é um passo, e eu sigo orgulhoso.
Se a vida me cobra por brilhar e amar,
Eu vou dançar na chuva, não vou me calar.
Ser eu mesma, mesmo sob a crítica e o pesar,
É o que me move, é meu jeito de lutar.
E assim sigo firme, sem me deixar abater,
Cada acerto é uma conquista, um motivo pra viver.
O peso dos outros pode ser um ladrão,
Mas eu sou minha força, e eu sou minha razão.
Se falas o que pensa na sociedade contemporânea, serás julgado, por aqueles que não gostam de ser julgados.
O amor não tem receita
Não é falar por falar
Quando o coração aceita
No brilho de um olhar
O coração bate forte
Sem haver julgamento
Não é questão de sorte
É questão de sentimento
O amor não tem fronteiras
Regra e nem religião
É ponte ligando estrelas
Onde toca o coração
Sempre fico com medo depois que publico alguma coisa, seja uma frase nas redes sociais, seja um livro. Porque sei que algumas pessoas vão gostar dele e outras não. E eu me importo muito com o que pensam a meu respeito.
Será preguiça, incapacidade ou maldade a atitude de nem ao menos pegar um livro, e disparar contra ele um julgamento precipitado?
Cabe dizer que posso estar me referindo a livros, ou não.
(Fabi Braga, 15.11.2024)
Se você for fiel a sua essência, natureza, não tem motivos para se importar com os julgamentos alheios.
Julgue a obra e deixe que seus autores sejam julgados pelo juiz que tudo vê. (...) O nome disso é humildade.
O Olhar do Mundo
Não, não é fácil ser lido.
O mundo vê-me passar
e já decidiu quem sou
antes que eu tenha dado um passo.
Se fico, sou pedra imóvel.
Se ando, sou vento sem raiz.
Se espero, sou indeciso.
Se escolho, sou rígido.
As sombras que se movem nos muros
não são minhas,
mas o mundo insiste em vê-las em mim.
Os gestos que lanço no tempo
mudam de forma ao tocar outros olhos.
E assim me perco nos reflexos,
na dobra das interpretações,
na lente de quem vê o que já esperava ver.
Mas talvez valha a pena seguir,
deixar que o dia corra o seu curso,
que a poeira assente,
que o próprio mundo reveja o que viu
e, quem sabe, um dia entenda.
O Que Se Lê no Mundo
Não, não é fácil compreender.
O que se vê nem sempre é o que é,
o que se sente nem sempre é o que se quis dar.
A luz que atravessa as folhas
é sombra ou claridade?
O rio que corre apressado
foge ou segue o seu rumo?
Tudo depende do olhar que pesa,
da memória que julga,
do medo que contamina.
O mundo não se explica,
move-se, respira, transborda
— e cada um o lê à sua maneira.
Mas talvez valha a pena ficar,
esperar que o tempo dissipe os enganos,
que a verdade encontre fenda na rocha
e que, no silêncio certo,
o mundo se mostre sem precisar de tradução.
Ruído e Sintonia
Às vezes, o mais difícil
é ser compreendido.
O que digo, o que faço,
o que deixo por dizer,
perde-se num labirinto
de ecos distorcidos.
Não é por nada que se diz
que o caminho para o inferno
está pavimentado de boas intenções.
Mas e quem lê as intenções?
Quem decifra o código
das entrelinhas invisíveis?
Cada olhar é um prisma,
cada ouvido, um filtro.
O que para um é gesto de afeto,
para outro, afronta.
O riso de uns
é a ferida aberta de outros.
Comunicar é atravessar o abismo
entre o que se sente
e o que se entende.
Palavras são apenas vento
se não encontram solo fértil,
se não fazem vibrar a mesma corda.
Porque no fim,
toda mensagem precisa de um lar,
de um receptor que a acolha
e a transforme em sentido.
Se não, é só ruído,
perdendo-se no vazio
Digo uma coisa, e entendem outra.
A vida é um jogo de espelhos
onde cada um vê apenas a sua própria sombra.
Falo com intenção limpa,
mas o outro ouve com o peso do seu mundo.
E assim, entre a verdade e o engano,
o que era claro torna-se nevoeiro.
Talvez nada seja realmente dito.
Talvez apenas fingimos comunicar
enquanto cada um se perde na solidão
das suas próprias ideias.
Digo palavras como quem lança
pedras num lago:
espero apenas que as ondas
toquem outra margem.
Mas nem sempre chegam.
Ficam presas na sombra
de quem as ouve.
Queria que tudo fosse claro,
como um rio ao meio-dia,
mas há sempre a névoa
dos dias difíceis.
No fim, talvez reste apenas
um eco perdido,
uma sílaba breve
na boca do vento.
O Eco do Silêncio
Lanço palavras como quem atira pedras
num lago sem margens,
esperando que o silêncio as devolva
sem distorção.
Mas o mundo é um espelho partido,
onde cada olhar lê o que já esperava ver,
onde cada voz se perde
num labirinto de ecos esquecidos.
Não sou feito de aço,
nem de pedra erguida contra o vento.
Sou a sombra de um pensamento que passa,
o reflexo de um instante que já se foi.
Se digo, não ouvem.
Se calo, suspeitam.
Mas sei que a raiz cresce no escuro
e a verdade não precisa de nome.
No fim, talvez reste apenas um vestígio,
um traço de luz na poeira do tempo.
E quem escutar, quem souber ler as entrelinhas,
saberá que sempre estive aqui.
Se falarem que sou uma péssima pessoa, eu sou. Eu posso receber todos os adjetivos e ser tudo aquilo que o outro acha que sou na perspectiva dele, nas vivências dele. Eu posso ser um fragmento na mente dele. E eu não tenho controle sobre isso. Eu sou o que realmente sou.
