Janela
Olhei pela janela
chovia
então agradeci e pensei:
logo recomeço a semear
benção não é apenas um dia de céu azul
é a chegada do que é precioso
no tempo certo.
Cada pingo na janela
Traduz no eco a voz bela
Do vento a tocar a flor
Cada gota feito lágrima
Cada gesto cada amor
Amanhece e já é dia
De sonhar em euforia
Toda sorte que chegar
Serenatas rotineiras
De pardais nas cantoneiras
Nos levantam trabalhar.
E assim se faz a vida
Como ondas a rondar
Nesse breve calafrio
Ou no lume versejar
Cada curva traz montanha
Onde a alma livre assanha
Querendo encontrar
Um azul que já nem sei
Quem é o céu ou é o mar.
Pretendo lançar um livro,
Mas não será um lançamento qualquer.
Primeiro lançarei da janela do quinto andar e ficarei olhando
Se alguém o pegar, abrir, ler alguma coisa e ainda assim o levar embora.
Lançarei outro... Dessa vez em um banco de praça de uma avenida movimentada, tipo a VX de Novembro, por exemplo.
Esperarei alguém pegá-lo e se da mesma forma se interessar por ele
Levando-o embora com carinho. Lançarei outro.
Dessa vez lançarei direto nas mãos de uma pessoa simples. Quero ver a reação de seus olhos logo nas primeiras palavras.
Se em todos esses lançamentos obtiver a felicidade de ser aceito como um escritor, farei um lançamento maior. Levarei o livro em uma escola e o entregarei nas mãos das crianças... Se a acolhida for boa, pensarei o futuro...
Passando por todos esses lançamentos, buscarei alguém de maior expressão literária e tentarei lançar nas mãos do secretário de cultura ou algum diretor, por exemplo. Se um não for Cordiolli a minha literatura o outro haverá de me colocar numa Guerra sâ, em busca de entendimento..
Para melhorar o lançamento, procurarei uma psicóloga que tenha Ramos de bondade ou uma alma boa que Gavita. Um professor de Jesus que me oriente ou ainda um Mariano que me apóie. Isso tudo depois de um mágico produtor ter feito das suas e concluir todas as minhas expectativas.
Se ainda assim meu lançamento não der sola, procurarei um nome famoso
Vai que cola. No próximo lançarei nas mãos do Brizola..
Depois de todas essas investidas
Não será demais agradecer
Aos meus queridos amigos
E também escritores... Escritibas...
“” Independente do tempo que for ficar,
Deixe a janela aberta para ver a vida lá fora
E só fique se o que encontras aqui é bom o suficiente para nós dois....””
O INTRUSO
Batia no vidro frio,
Da janela fria.
Batia.
Como que a medo
De revelar um segredo
Porque ali estava
E instava.
Abri a janela,
Singela.
Corri-a de par em par.
Ele, entrou radiante,
Com passo frio e distante,
Como que a querer mostrar
A alteza do seu rol.
Era o sol,
O de inverno,
Que já me foi de inferno
Em dias de verão,
Nesta janela da escuridão.
Só eu,
Triste plebeu,
Bato a tantas janelas
De tantas capelas
De santos de milagre,
Mas ninguém mas abre!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-01-2023)
A ANDORINHA
Poisou uma andorinha
Tão mansinha
No parapeito,
Mesmo a jeito,
Da minha janela.
Era um sinal de vida
E eu pela minha sofrida,
Meti conversa com ela
Por gestos de simpatia
Em plena sinfonia,
Pintando com alegria,
A mesma paisagem da tela.
A amizade pura,
Cura
E supera
A mais dolorosa ferida,
Quando ela me disse ao
ouvido
Num silêncio estabelecido,
Sempre que haja primavera:
É sinal que renasce a vida!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 21-03-2023)
Poesia é a janela
Da alma
Que busca
Mostrar conexão
Dos sentimentos intrínsecos
Com a realidade subjetiva
Por meio de palavras
Transpondo barreiras
Que se dizem impossíveis
Ela é o combustível do ser
Amante das escritas
ouvi a voz do vento a me chamar oscilando as cortinas da janela do meu quarto, reparei a lua e ela estava coberta por nuvens negras sem poder me inspirar, sem poesia, sem nada, pois a lua em sua infidelidade acariciou os instantes e fez de uma noite qualquer, o beijo daqueles apaixonantes quando eu olhava pra noite esperando ouvir palavras delirantes e ao despertar vi o sol ao romper o horizonte com tristeza, sem noite,sem lua e sem estrelas...
Ascendi os meus caminhos com a minha lépida pendurada à janela durante a noite. Os seus olhos são luzes ofuscadas e cintilantes do entardecer. O seu corpo são densas nuvens recaídas sobre as montanhas. Te esperei e tu não viestes... Ah! não viestes.
E da janela de seu quarto esfumaçado,
A menina ucraniana via mísseis a cintilar sua cidade.
E sorria, pois não sabia que a morte também brilhava,
E ficava a sonhar, estrelas cadentes a se lançar ao mar.
E depois mais nada, nem estrelas, nem sonhos e nem mar,
E tudo virou história novamente...
Percebo meu tempo escorrendo diluído no pó
O relógio literalmente é minha janela posso vê a luz negra me chamar... mas me escondo na luz artificial
Sem querê te deixei ir
Alimentava do seu amor como uma esponja suga a água e rejeita as bolhas
Mas a areia que eu construía nossos sonhos nevou em brasas e as cinzas são meus dias agora
Vendi-me pelo prazer sobre a luz fraca minhas mãos tateavam mas não te encontrava nas quelas frases frias
O amor em outra voz me devorava molhado na seiva doida exaustão adormecia em silencio
Os cuidados de alguém disposto me ouvir mas a tangente agora era minha, o som na velocidade dos ecos do meus próprios passos me arrependia
Compelido a retornar me se os seus olhos ainda forem ausentes
Há um pássaro negro empoeirado na minha janela eu ouço ele chamando...
O sol queima com seus olhos flamejantes ele lê a minha alma
Espero o dia ruí... a tarde baunilha aveludada, apresado o laranjado alimenta dela derretendo o breu do céu
A noite cai de alturas impossíveis...
Os corvos voar com a escuridão... e sussurram nós te daremos Assas (liberdade)
Planta nas minhas asas sementes de uma ideia você tocará as mãos de dele...
Sobre uma manta feita de sombras tecidas sob o véu da noite
Queria voar ate o paraíso e planar
Estes anjos transformaram minhas asas em cera... com a asas tecidas pela escuridão; as asas que foram quebradas por que não deixei eles entrar...
Sinto o gosto de metal na boca o cheiro de maça verde e a relva do campo
O sol nascer sem eu querê...
Escondo minha face sobre facetas neutras as sombras ainda é minha compassar predileta
Por muito tempo havia segredos em minha mente, a escuridão cambaleando nebulosos fantasmas ate parece o medos da infância
A pressão em alta não consigo me afastar
O mar libera ondas negras lágrimas de dragão eu tinha asas que não conseguiam voar
lágrimas congeladas senti-las paredes se movendo estou sendo arrastado para longe onde o tempo ainda não existe
By Charlanes Oliveira Santos
Janela pra vida que se abre, os passarinhos cantam agora. O dia amanhece. Noite agitada em mente confusa e dispersa num autismo que agora relaxa e adormece....Dou uma olhada pela janela pra ver se consigo encontrar o meu mundo e de meu filho lá fora...
