Janela
É um longo caminho para chegar em casa,
Luzes passam pela janela abaixada,
Eu ainda tenho você na minha cabeça.
Comecei a perceber,
Que não importa o que eu faça,
Eu só irei me machucar tentando te machucar.
E se eu aumentar a música,
Só pra te esquecer,
Estou implorando, por favor não toque.
Janela
De um ônibus vejo,
o sol a se pôr,
A noite a se sobrepor.
As varias montanhas!
que tamanha sua altura!!
De uma casa posso ver,
As crianças a brincar,
O pôr-do-sol descender,
As pessoas a conversar,
Os carros a passar,
O ônibus a parar.
De uma janela pode-se ver,
O tempo se passar,
A vida a crescer,
E sorrisos aparecer,
E pessoas pra rever.
Tudo numa estrada sem fim
A solidão é como uma sala escura e fria, onde só tem você, uma porta trancada e uma janela com grades, a porta, só você decide abrir, e a janela serve para você ver e ouvir o que acontece lá fora, mas tudo só depende de você, pois você está com a chave
Conheci o amor através de uma janela numa manhã qualquer. Nessa mesma janela tive uma visão. Vi minha felicidade toda ali, ela de cabelos negros, branca como a lua, e um jeito de "moleca" e ao mesmo tempo inocente sabe como é? E aquele sorriso que com palavras não sei explicar e no olhar aquele brilho que me iluminava. Naquele dia eu soube que tinha encontrado a menina dos meus sonhos!
Évora - Portas de Moura.
Há uma fonte ondulada
Entre portas na cidade
Uma janela trabalhada
E um mirante de saudade!
No mirante dessa casa
Ou na fonte engalanada
Uma só cousa nos abraça
Outra Era já passada!
Lá de fronte, essa Janela,
Traz Garcia de Rezende
Um Poeta, uma Estrela
Diz a voz de toda a gente!
Mas na casa Cordovil
Antepassados 'inda moram
Cavaleiros de Perfil
Qu'inda rezam, 'inda choram!
E a saudade é tão discreta
Nos olhares de quem passa
Que só o punho d'um Poeta
Nos dá corpo e nos abraça!
TINTA A PINTA
Toma a tinta, pintor e pinta
... As pintas da minha janela
colorindo-as com essa tinta
do tinteiro sempre d'ela.
Eu já perdi minha cromática
estou sem degrade e sem cor
meu amar, foi uma chibata
que cutelou o meu amor.
Agora perdi o horizonte
e sem o ramalhete do rei sol
não colorearei os montes.
Estou opaco nos rascunhos...
Rabiscos, com altos relevos
sem tato sem ar nem punho.
Antonio montes
Sagração
Era uma tarde chuvosa de fevereiro,
a janela aberta revelava um céu alvacento
enquanto escutava melodias suaves de piano e flauta.
Uma poetisa apareceu-me de repente. Uma senhora nascida num final de primavera.
Conversamos. Ela declamou-me poesias e, como mágica, as palavras tinham cores e sons.
Eu disse a ela que seus versos me falavam de Deus. Confessei-lhe também que a poesia é mais redentora que os dogmas da religião.
A senhora sorriu um sorriso interrogador aguardando a minha explicação.
Respondi que os dogmas são sempre certeiros. Infalíveis. Escritos por teólogos que sabem definir o Mistério.
A poesia não. A poesia não define o Mistério, a poesia o torna sagrado. E em seguida o lança nos ares do imaginário.
Os teólogos sangram a vida com preceitos. Os poetas, ah, os poetas sagram a vida que o teólogo sangrou.
Então a senhora dos versos sagrados se lançou no desconhecido de minhas próprias palavras e desapareceu.
E a felicidade entrou lá em casa e disse que não ia mais embora. A tristeza, na janela, ficou olhando tudo o que se passava. Tinha dias que a tristeza batia na porta, pulava a janela, tomava um café enquanto a felicidade saía. Mas a felicidade logo expulsava ela. Um dia chegaram em um acordo, dividiram os dias e as tarefas e pararam de brigar. Depois disso, meu sorriso não saia mais do rosto, porque mesmo sabendo que a tristeza estava lá, a felicidade não me deixava sozinha.
AMANHECEU
A noite chegou, e o frio com ela
a chuva caiu, corro e fecho a janela.
O cansaço me toma e sucumbi meu corpo
meus pés parecem sorrir ao tirar os sapatos que os matavam aos poucos.
Hora de abrir a gaveta e olhar as contas
somar as contas
me preocupar com as contas
e em fim, guardar as contas
Brincar com meu filho?
Nem sempre consigo
Sair pra jantar?
Desculpa amor hoje não dá
Muito trabalho, ônibus lotado
meu corpo parece que foi espancado
começar uma conversa até que consigo
Porém, concluir a mesma é quase impossível
Deitar e dormir é o objetivo pois amanhã tem mais
mais um dia cansativo.
Amanheceu...
O dia chegou e o sol com ele, a chuva passou
corro e abro a janela
O cansaço passou e meus pés já não doem tanto
Meu corpo revigorado, depois de um remedinho santo.
As contas?
ainda estão na gaveta
Mas como eu disse antes
Amanheceu !
É outro dia
Tenho mais uma chance
Essa é a minha hora!
Minha janela...
Quando fecho minha janela, abro as portas do coração porque é lá que me obrigo a buscar abrigo, até a tempestade passar.
by/erotildes vittoria
Tudo é sempre uma questão de escolha.
Podemos passar a vida na janela, esperando que ela aconteça, que seja como um sonho.
Ou podemos fazer nossa parte, aceitando de coração aberto as oportunidades que a vida nos traz.
Na verdade a felicidade só chega para aqueles que lutam por ela, que seguem em frente em busca dela.
Não adianta olhar para o céu e esperar que a solução caia dele, seja ela qual for.
Mais vale agradecer por mais um dia e faze lo valer a pena, independente se do céu vier sol ou tempestade.
Tem saudade que não cabe na espera,
Que não cabe na janela,
Nem ao menos no portão.
Tem saudade que não cabe mais no peito,
E por não caber nos olhos,
Escorreu até o chão.
Tem saudade que não cabe na partida,
Não cabe na despedida,
Nunca coube em um adeus.
Pois, saudade
Cabe mesmo é num abraço
Que quando dado bem forte
Aperta pra aliviar.
Querubim que a via...
Conheci uma menina
Que na janela dos olhos trazia
Debruçado e atento
Um "loirin" querubim
Quando ela dormia, ele ria
Brincava do que queria
De ser rei e operário
De dizer não ao contrário
Mas quando era ele quem dormia
De tudo acontecia ao olhar da menina
Curioso que era, varria a noite
Reinventava o dia
Eu te desejo bons ventos e
um par de borboletas
em tua janela .
Eu te desejo girassóis
em teu jardim e
um canto lirico de pintassilgo
sorrindo
paz em teu existir .
Eu te desejo céus azuis
sob teus olhos e
um bordado de sonhos infinitos ..
Eu te desejo anjos em teus caminhos e
amigos leais em teu abrigo .
Eu te desejo
cores
flores
pazes
auroras de manhãs em
bem quereres.
Eu te desejo Agoras de claridades e
imensidões de felicidades
Eu te desejo vida e mais vida
E um bocado de instantes
coloridos e bonitos .
A saudade é uma janela construída num canto secreto dentro de nosso coração. Quando queremos rever o que ficou no passado, a abrimos e temos à nossa frente todos os quadros que a vida pintou.
Você foi embora sem se despedir. Da janela do meu quarto ainda te vejo caminhando pela rua.
A cada passo seu, observo nossos momentos desprenderem das árvores e cairem no chão feito as folhas amareladas no outono.
O vento sopra para longe nossos sonhos que você foi jogando fora pelo caminho.
A medida que caminha posso ver minha sombra abraçada com a sua, como se ainda estivéssemos juntos nessa estrada.
Mas quanto mais você se afasta, sua silhueta parece ser a de uma outra pessoa. Alguém que eu não conheço. E nem conheci.
Te chamo, mas você já não me escuta mais porque está ouvindo uma nova canção.
E no horizonte te vejo pela última vez, dobrando a esquina da vida sem sequer olhar para trás.
Pingos de chuva escorrendo no vidro da janela do quarto.
Enquanto observo... Seus lábios, suavemente deslizam pelo meu pescoço e ombros.
Com uma das mãos, solta meus cabelos, enquanto com a outra, segura minha cintura.
Na vitrola a doce voz francesa de Piaf em La vien en rose.
Que momento perfeito. Chuva do lado de fora. Palavras, carícias e troca de olhares.
Apesar do tempo...O quarto é aquecido pelo amor.