Instantes

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BANAL
Daqui a alguns instantes,
Ao som da tua voz ou do teu sorriso,
Ao som do teu pranto...
Ao som do teu silencio,
Vou te contar
Como se fosse a coisa mais banal...
Sem que você perceba toda esta ansiedade,
Que fervilha nas minhas veias...
Daí então andorinhas farão tantos verões...
Quantas manhãs relutarão
Com seus raios dourados
A se entregarem calmas, fagueiras
Às tardes silenciosas e preguiçosas,
Até que você perceba a dimensão exata,
Então algum dia depois de todas andorinhas
E todos verões, numa manhã ensolarada
Ou numa tarde quase noite, cinzenta,
Fria e monótona de algum inverno,
Admirando o orvalhar nas plantas,
Sob uma neblina fria e constante
O olhar perdido na luz tênue
De alguma estrela teimosa,
Entre nuvens grafites,
Ouvindo a voz assustadora da realidade,
Dando-te a dimensão exata
Do daqui a alguns instantes...
Daqui a alguns instantes...
Nesse esvair-se...
Nesse dissolver-se...
Nesse descompor-se...
De uma forma assim inapelável e quase imperceptível..
Como açúcar na água ou como sal.
Como se fosse a coisa mais banal...
Você percebe que as tulipas murcharam
E que as auroras se foram...

Inserida por tadeumemoria

⁠Instantes são vida.

Inserida por Pensamentosempre

⁠A vida nada mais é do que instantes de ilusão.

Inserida por Pensamentosempre

Não existem sobras, e nem instantes

- o amor nasceu precioso

Tão sublime que não ligo para nada;

Rejeito qualquer colar de diamantes.



Vi entre os cetins e plumas

- a escolha talhada

No calor do teu abraço,

Não sei o quê é que eu faço:

Se devo ir para a certeza das brumas.



Bem persistem as dúvidas, e não poucas

- o amor surgiu caloroso

Na tua pele repleta de verão,

capaz de encantar em qualquer estação.



Te vi nas grandezas e nas larguras

- o desejo pleno pulsando

No andor dos meus passos,

Eu descobri o mistério do caminho:

-Você gosta e deseja o nosso ninho.



Não devo confessar ainda os ledos

- mistérios

Dessa devoção e desse contentamento

Por alguém que se faz de pequeno,

Mas no profundo é imenso, gigante

Devo a ti mil reverências ao tempo,

Que se dedica a fazer girar o mundo

Gostaria de falar tudo, mas não devo;

Dos meus enleios e do recomeço,

Do amor que é salto, poesia e altura,

A tua escrita deixa a minha na fervura.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Nos Taurídeos do Sul

das noites novembrinas

e nos Leonídeos no céu

dos instantes incertos

dançando nos hemisférios;

O teu nome é a canção

que resguardo com as chaves

de mais de mil silêncios.



Em noite de eclipse lunar

parcial tentando quebrar

as resistências em nome

dos teus olhos por todas

as fronteiras dos sonhos

de um convergente destino

que nas estrelas está escrito

muito além do que pensamos.



Unida com a imigração,

nos cárceres políticos

e certa que ao seu coração

em primaveril sagração

do amor em florescimento

me tranquilizo mesmo

sem saber ao certo quando

e onde nos encontraremos.



Em todas as escalas,

alturas e potências

do amor à primeira vista

aguardo a nossa hora,

até Lua, Saturno e Júpiter

em conjunções na orbe

estão certos que não há

tempestade capaz de nos perder.

Inserida por anna_flavia_schmitt

A Flor Sombria que Desperta na Fenda da Existência.

Há instantes em que a alma, surpreendida por um fulgor íntimo, compreende que a dor essa matéria austera e indomável não é apenas ruína, mas semente oculta em territórios onde a luz parece inapreensível. Nesse reconhecimento silencioso, o espírito percebe que o sofrimento, longe de ser mero martírio, opera como lapidário inexorável, desvelando zonas adormecidas da sensibilidade e convocando energias morais que, sem a fricção do padecimento, jamais emergiriam.

A angústia, quando atravessada com lucidez, gera uma espécie de clarividência crepuscular. Ela não redime por si mesma; contudo, instiga o sujeito a perscrutar regiões profundas do próprio ser, onde repousam conflitos ancestrais, expectativas mortas, culpas silenciosas e afetos soterrados. Nesse mergulho introspectivo, a consciência experimenta um choque ontológico: descobre que nenhuma dor é totalmente estéril quando o indivíduo se permite interpretá-la, enfrentá-la e integrá-la ao seu itinerário de aperfeiçoamento.

A dor, assim compreendida, não é finalidade, mas catalisadora. Ela convoca a renúncia do orgulho, a diluição das ilusões, a revisão dos apegos e a refundação das crenças que sustentam a identidade. Por vezes, aquele que sofre percebe que a existência não se estrutura sobre garantias, mas sobre travessias. A vida floresce precisamente no ponto em que o coração dilacerado renuncia ao desespero, mesmo que ainda sangrando, e aceita a possibilidade de uma nova tessitura interior.

O florescimento advindo da dor é discreto, quase clandestino. Ele se insinua no recolhimento, na maturação silenciosa, na sobriedade de quem já olhou o abismo sem ceder ao aniquilamento. A beleza desse processo não reside no sofrimento em si, mas na metamorfose ética que dele pode brotar: uma consciência mais compassiva, uma visão mais ampla do drama humano, uma humildade que não se submete à fragilidade, mas a transcende com extrema dignidade.

Assim, quando o espírito reconhece que algo vivo brota da zona sombria da experiência, não celebra a desventura, mas a capacidade humana de transmutar o indizível em significação. É nesse instante lúgubre e luminoso que a existência revela seu paradoxo mais profundo: o de permitir que, mesmo entre escombros emocionais, surja uma flor silenciosa, feita de resistência, entendimento e serenidade moral.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠⁠"... nos instantes de volúpia quando, no êxtase do g0zo, o homem perde consciência do mundo exterior e, na expressão popular, "morre no outro". Isso significa que a morte e o amor têm uma estreita semelhança."

Inserida por MarcioAAC