Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Quem me dera ter em mim um pouco de cada poeta. Sairia do clichĂȘ de falar em amor, tristeza, tempo, saudade, agonia. E saberia ter olhos aos detalhes do dia. Queria aprender a falar sobre estrelas, flores, pĂĄssaros, coisas como essas⊠Ah, quem me dera⊠Quem me dera ser poeta.
Eu adoraria que vocĂȘ soubesse o verdadeiro significado da palavra amor, meu amor. Assim vocĂȘ entenderia todas as coisas que jĂĄ lhe disse e nĂŁo mudaria tĂŁo facilmente de assunto.
Feliz Dia Papai! Feliz 70 anos!
Aproveito para homenagear todos os pais, contando mais um pouco as histĂłrias do meu.
Papai Ă© um homem ingĂȘnuo, de bom coração, que atualmente promove sua qualidade de vida caminhando quase correndo todos os dias. Papai sempre viveu em busca de fazer as pessoas felizes, conversa com um, ajuda outro, tenta a todo custo tirar o Davi das drogas: âDavi, Davi, teus amigos ou estĂŁo presos ou morreram, muda de vida enquanto Ă© tempoâ, diz ele.
Um dia papai me contou que quando teve a primeira filha, a realidade profissional dele mudou, ele por mais que continuasse a fazer horas extras ou trabalhar um pouco mais, seu trabalho deixou de ser a sua prioridade, mesmo que ele tivesse uma famĂlia mais numerosa.
Sempre repetiu diversas vezes que a gente tem que ser lembrada pelas coisas boas que faz. Hoje percebo que o papai quer viver mais e melhor, quer dar e receber energias positivas, Ă© mais disciplinado, ajuda no esporte, tem mais qualidade de vida, mas continua teimoso, muito teimoso.
Ele se alegra mais em dar a receber e se contenta com muito pouco, nĂŁo curte troca de relĂłgios, nem precisa ter muitas camisas ou sapatos, praticamente sĂł compra outro quando um jĂĄ se foi e nĂŁo adianta dar excessos para ele, pois ele sempre destina aos mais necessitados.
Sempre foi um aluno exemplar, tinha que estudar o triplo dos outros dizia ele, era estudante de escola pĂșblica precĂĄria e precisava se esforçar bastante para conseguir tudo na vida.
O papai Ă s vezes julga, ele nĂŁo se conforma com a A que abandonou a famĂlia ou com o B que maltrata a prĂłpria mĂŁe idosa e acaba se intrometendo na vida alheia.
Quando éramos pequenos negociåvamos tudo em beijos, os beijos estalados nas bochechas do papai eram nossa moeda de troca, cem beijos era o passaporte para o cinema com pipocas, cinquenta beijos, um banho de rio, trinta beijos a gente podia ir para o aniversårio do amiguinho vizinho...
HĂĄ pessoas que mesmo errando nĂŁo aprendem, papai aprendeu com cada erro, com cada nĂŁo, com cada sim, com cada pessoa que o ajudou a sair de uma vida miserĂĄvel, o seu amor para com os pobres e necessitados Ă© pura gratidĂŁo.
Ele não é de deixar as coisas fora do lugar e ajuda a mamãe limpando e guardando tudo além da paixão por cozinhar, coisa que ele faz muito bem.
Papai chora, nunca escondeu seu choro, nunca tentou ser forte quando se sentia fraco, nunca se conformou com injustiças, nunca segurou raiva ou irritação, mas sabe lidar com suas frustraçÔes sem ser um terremoto (às vezes um terremotinho).
NĂŁo Ă© de faltar compromissos, nem por discordĂąncia, nem por motivos tolos, sua vida Ă© intensa, feliz, completa, cheia de eventos e festas, flashes e sorrisos.
Ele anda rĂĄpido, tem pressa, decide baseado naquilo que vĂȘ e entende, segura e guarda as ofensas para si, faz caridade sem achar que estĂĄ perdendo algo, sem desconfianças, sempre com a alma livre.
Quase sempre o chamo de âcara de pauâ, ele me força a fazer caridade quando diz 100 meu, 100 teu, 50 meu, 50 teu, 30 meu, 30 teu, Ă© incapaz de ajudar me deixando de fora.
Gosto de passar meus momentos ao seu lado, gosto de saber notĂcias e aventuras do passado, do cochichado com seu neto caçula, gosto de saber que a longevidade dele depende, em grande parte, do estilo de vida que ele vem escolhendo.
Papai nunca nos reprimiu por tratarmos ele de igual para igual, nĂŁo existe formalidade no nosso amor e na nossa amizade, nĂŁo cedo aos seus caprichos por ele ser meu pai, temos as mesmas preferĂȘncias e necessidades, temos nossos momentos memorĂĄveis, somos cada vez mais lĂșcidos e amigos, somos felizes e apaixonados, hĂĄ amor em cada canto da nossa convivĂȘncia e o que nos une sĂŁo nossos laços imateriais e eternos.
Pai eu te amo, peço a Deus saĂșde e longevidade pra ti.
Destino por ti
Penso em cada momento,
Seria fĂĄcil deixar passar,
Mas o coração agora me ensinou a amar
Existo com vocĂȘ ao meu lado
Seria fĂĄcil deixar passar,
Mas meu destino apagou tudo que tinha errado
Meus olhos cruzaram o seu
Meu coração bateu forte
NĂŁo havia como escapar
Carregado nas nuvens dos meus sentimentos
Estou pronto para amar
Não eh uma sentença de sorte
Eh o destino que me trouxe a ti
Luz da minha vida
essĂȘncia da minha alma
Minha metade, minha luz
Seria fĂĄcil deixar passar
Mas meu coração escolheu somente amar
A ti...
NĂŁo sei se Ă© paixĂŁo
NĂŁo sei se Ă© amor
Mas com o tempo ainda vou descobrir o que for
Estou confuso e nĂŁo sei direito
Mas de mim vocĂȘ tem o gosto e o meu respeito.
Te vi sĂł uma vez
Portanto não te conheço direito
Mas fique sabendo
De mim vocĂȘ tem o conceito
Bati os olhos em vocĂȘ
E vi que seria o par perfeito
Desde o teu ventre mãe, eu jå te amei incondicionalmente. Quando nasci, passei a te amar ainda mais. Fui crescendo e vi que meu amor por ti só foi multiplicando. Hoje vejo que ele não tem fim, pelo fato de que o seu amor por mim também nunca terås fim. Te amo minha rainha!
Quem sou?
Ando feliz durante todo o dia
Meu caminho Ă© sempre colorido
Na alegria não faço economia
Felicidade agora Ă© meu apelido.
Quem sou?
VocĂȘ nĂŁo sabe ainda responder?
Sou quem denuncia seu amor
Sou quem te faz agora perceber
Que a vida Ă© bela igual a uma flor.
Quem sou?
VocĂȘ precisa de mais uma dica?
Estou em vocĂȘ, sempre a pulsar
Suporto as dores de quem fica
Procurando esse sentimento abafar.
Quem sou?
Hum... agora vocĂȘ descobriu
Isso me deixou emocionado
A descoberta naturalmente fluiu,
JĂĄ sabes que sou apenas o seu
coração apaixonado.
Amor bandido
Dia e noite nos amĂĄvamos
Ăramos um sĂł coração
De mĂŁos dadas caminhĂĄvamos
Juntos com grande emoção.
Hoje nĂŁo te tenho ao meu lado
E o coração se encontra partido
Fechei os olhos por ter te amado
E nĂŁo vi o seu amor bandido.
Brincaste com o meu coração
Estilhaçando-o em mil pedaços
Agora ele estå em deflagração
Queimando restos dos seus laços.
Sua atitude nĂŁo me farĂĄ desacreditar
Que no amor existe a beleza perfeita
Continuarei intensamente a amar
Almejo minha felicidade refeita.
Amor eterno
Sua partida repentina sem prévio aviso de Deus me deixou assim...
e hoje me encontro aqui... Sem vocĂȘ e triste a chorar.
A saudade mais uma vez dilacera-me o coração,
e entre suspiros e lembranças o faz dolorosamente
se apequenar diante de sua ausĂȘncia.
Que dor Ă© essa que sempre emerge do meu interior
e faz meus olhos lacrimejar,
molhando meu rosto de forma impetuosa e contĂnua?
Em meus devaneios ainda te vejo na varanda a me esperar
e no cume da loucura ainda flutuo sentindo seus beijos.
As lembranças me levam ao tempo que nos conhecemos
ainda crianças, com olhares puros e palavras sinceras,
me levam ao nosso reencontro muitos anos depois quando enfim,
pudemos viver uma linda e tĂłrrida histĂłria de amor,
descontinuada por obra do destino,
mas que juramos em seu Ășltimo suspiro em meus braços,
seria um amor eterno.
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Partiste deixando saudade, mas também a certeza que
nos encontraremos novamente e viveremos juntos pelo
resto da eternidade.
Use-se para conseguir uma passagem para a PatagĂŽnia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas â a memĂłria e a emoção vĂȘm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa mĂșsica, estĂmulos e o silĂȘncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distĂąncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cĂ©rebro para nĂŁo morrer em vida. Use-se. Usar-se nada mais Ă© do que reconhecer a si prĂłprio como uma fonte de prazer.
Aquele de conchinha e barba na nuca, que pode durar pra sempre ou só até amanhã. Aquele amor sem medo, sem freio que ama e pronto. Salve o amor que a gente då e pega de volta outra hora, outro dia, com outra pessoa. Aquele aconchego facinho que não posa, não se esforça, não finge. Salve o amor-próprio que resolve a vida de muitos, o amor das amigas que aguenta, arrasta e levanta. Salve o amor na pista, que roça, se esfrega, se joga e vai embora. Um amor só pra hoje, sem pacote de presente, sem laço ou dedicatória. Salve o primeiro amor, que rasgou, perfurou, corroeu⊠ensinou. Salve o amor selvagem, o amor soltinho, o amor amarradinho. Salve o amor da madrugada, sincero enquanto dure e infinito, posto que é chama. Salve o amor nu, despido de inverdades e traquitanas eletrÎnicas. Salve o amor de dois a dez, um amor sem vergonha, sem legenda. Salve o amor eterno, preenchido de muitos ardores. Salve o amor gigante, mas sem palavras, o rotativo e o escrito, salve o amor rimado, cego, de quatro. Salve o amor safado, sincero e sincopado, o amor turrão e o encaixado.
Entrego-te a minha vontade, entrego-te as minhas lĂĄgrimas e as minhas promessas ficaram todas em minha voz. NĂŁo as calarei, deixo na mĂŁo do destino, todos os meus planos falidos.
Faça a sua parte universo, ou me tira de vez desse mundo ou me prove para quĂȘ afinal, caĂ nesse jogo sujo a qual se desdenham tanto sobre o amor?
Muita gente gosta de afirmar, em voz alta, que faria âqualquer coisaâ por amor. VocĂȘs jĂĄ devem ter ouvido isso. Talvez atĂ© tenham dito a frase novelesca. Faz parte da nossa cultura. Outro dia, vi um rapaz dizer em rede nacional de televisĂŁo, com a maior naturalidade, que âmataria e morreriaâ por amor. O autor do exagero devia ter uns 18 anos, talvez menos. Deu vontade de rir, de tanto drama. O jovem Romeu da Tijuca ainda nĂŁo descobriu que a melhor forma de amor se pratica entre vivos â preferencialmente em liberdade, que nĂŁo estĂŁo na cadeia, presos por assassinato.
Isso nĂŁo quer dizer que o amor nĂŁo faça exigĂȘncias terrĂveis. Eu mesmo jĂĄ fiz cafunĂ©s de madrugada, cocei costas e apliquei massagens nos pĂ©s atĂ© ficar com as mĂŁos exaustas. Por amor. JĂĄ lavei pias repletas de louça, fiz comidas sofrĂveis, fui ao mercado no domingo, tirei dinheiro do banco Ă s sete da manhĂŁ e levei o lixo para fora vezes sem conta. Por amor. JĂĄ viajei ao exterior, dirigi atĂ© a praia, dancei atĂ© de madrugada e cantei atĂ© ficar rouco. Por amor. Alguns dirĂŁo que me faço de vĂtima. A verdade Ă© que, por amor, jĂĄ tomei vinhos excelentes, jĂĄ comi em restaurantes caros, jĂĄ assisti a espetĂĄculos inesquecĂveis e jĂĄ comprei presentes que, sĂł de lembrar, me enchem de alegria â e de uma vaga melancolia financeira.
Se alguĂ©m disser que isso tudo Ă© pouco, talvez tenha a cabeça tomada por grandezas. Ou ache, como o Romeu da Tijuca, que amar Ă© coisa de matar ou morrer, verdadeira luta com facas. O grande amor, ao contrĂĄrio, Ă© feito de miudezas. SĂŁo gestos cotidianos, olhares cĂșmplices, uma mĂŁo que passa pela nuca e toca os cabelos enquanto a mulher que vocĂȘ ama conversa com outra pessoa. Amor tambĂ©m Ă© feito de desejo, e a cada tanto exige a reafirmação de uma suave encostada - na pia, enquanto ela coa o cafĂ© â e da barriga que toca o calor da outra barriga.
Esses sinais mostram amor como a temperatura denuncia a febre. Mas nĂŁo sĂŁo tudo.
HĂĄ tambĂ©m a conversa que atravessa os dias e dĂĄ sentido aos fatos da existĂȘncia. E a lealdade, que permite contar com o outro nas horas sombrias. Ela impede que a gente se sinta sozinho num mundo de multidĂ”es solitĂĄrias. NĂŁo se pode esquecer a sacanagem, claro, sem a qual o amor morre de tĂ©dio. E o riso, em cuja ausĂȘncia a morte se aproxima. No amor, se dizem as palavras mais doces, se dĂŁo os abraços mais ternos, se enxugam as lĂĄgrimas mais tristes, se grita, se geme. Nele, a gente se comove como o diabo. Em nada disso hĂĄ heroĂsmo. Apenas a vida, em seus milagres comuns.
A Ășnica real grandeza do amor estĂĄ em sua imensa vocação de fazer o outro feliz. Um dia depois do outro. Isso exige atenção, desvelo mesmo, e coisas como imaginação, tirocĂnio, esforço. Ăs vezes atĂ© sacrifĂcio. O outro Ă© tĂŁo complexo â tĂŁo desgraçadamente parecido conosco â que, Ă s vezes, nĂŁo sabe o que deseja e o que precisa. Conta conosco para iluminĂĄ-lo. HĂĄ que estar lĂĄ, portanto. HĂĄ que tentar entender com o coração e com as mĂŁos, que apertam, seguram, amparam e acariciam.
Se me perguntam o que eu faria por amor â jĂĄ me perguntaram, de outras formas â, eu responderia, como os portugueses, imenso. Cada vez mais, na verdade. Com calma e determinação, juntos, sem grandiloquĂȘncia. Assim se lida com as coisas essenciais da vida. O amor, entre todas elas.
AĂ vocĂȘ lembra que, ao chegar em casa, ninguĂ©m vai estar lhe esperando. Ă sĂł vocĂȘ, o controle remoto, suas contas, e as vezes algo para colocar no microondas enquanto vocĂȘ escuta o barulho do vento bater na janela. Mais um dia que poderia muito bem ser apagado. Gritaria no trĂąnsito, um almoço sem gosto, a correria de sempre. DesperdĂcio de vida... Onde estĂĄ o sorriso que a propaganda de margarina prometeu vir incluso na compra? Quando foi realmente a Ășltima vez que eu me diverti, dancei atĂ© cair, esqueci meus problemas, ou, ao menos, comprei uma roupa nova, uma calça jeans? Mas aĂ chega o dia de pegar a sua filha que vocĂȘ nĂŁo vĂȘ faz uma semana, e ela sai do elevador e corre na sua direção gritando "papĂĄ, papĂĄ, papĂĄ", desesperada de alegria, e vocĂȘ percebe que o motivo Ă© vocĂȘ. Ă...vocĂȘ mesmo! DĂĄ vontade de chorar de sei lĂĄ o quĂȘ; a garganta parece que fecha, dĂĄ um nĂł, sabe? Qualquer palavra fica agarrada como um soluço e tudo volta a fazer algum sentido...
