Ilusão de Amor
MEU PRIMEIRO VERSO
O meu primeiro verso, versado
De uma ilusão nascida, da vida
De um sentimento enamorado
Sentido, tido, vivido e suspirado
De prosa tão simples, escoada
De um acaso puro e encantado
Tecendo uma quimera dourada
E significado ao poeta ofertado
Foi lhano o verso, alvo, inocente
Porém, o agrado simplesmente
Num repente de amor e vontade
E, este primeiro versar, versado
O guardo inesquecido e amado
N’alma, imbuído na eternidade...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 março, 2022, 11’04” – Araguari, MG
E nestes sonhos de tirilene, enfaixados como cornucópias,
Ilustres entre si, impopulares com os outros.
É nesta interferência de intumescência ogre, que vigora em tons lilás o sepulcro esquizofrénico de Dalila.
Foi neste pressuposto, ostracidado e asfixiado de notas soltas, numa sinfonia inacabada de lençóis brancos de alfazema mental, sintonizada em mordomias lustres, belas reais e infinitas. que Dalila fez amor nesse antídoto, escondida nas esferas, entranhas amigas, de confissões antigas.
o ilustre busto, magnifico e singular, era em si toda a ortodoxia de um pensamento ainda virgem, robusto, todavia.
No altar, de indumento vermelho forte, cabeção floreado branco o homem cursava, ostentando ouro nas mãos. Pregara durante longos minutos o anúncio tão esperado.
Ofélia, que escondia o rosto imaculado em óculos de massa pesada, preta, vinha timidamente. Era raro sair do esconso, mas percebia que aquela cintilância que desabrochava por entre as ruas lhe dava uma percepção de emancipação, não evidente para ela, mas compromentida com ela.
Foi nesse caminho que ambas, Dalia e Ofélia, se cruzaram e olharam-se intensamente. Tão intensamente que os ombors descairam.
Enfaixadas, vencidas pelo vaticínio, as mulheres fizeram amor ali mesmo.
Da mesa consagrada, o homem de vermelho assiste ao fundo, fora de sua casa ao enlaçe das duas mulheres.
Num olhar disfarçado, fita os fíeis. Mas como era tentador o que lá se passava fora, tão tantador que o homem não sabia se o seu orgão estava a traí-lo. Não podia ser, pensava ele… não era possível não ter controle sobre aquela obescenidade, tão crua, tão animal… mas tão real.
Minha pretensão, crer que um dia esse amor teria um ócio.
A religião pode até ser a droga do povo, mas é seu amor, o meu ópio.
Quando meu corpo, em estado de morte, minh'alma, há de barganhar com o próprio diabo.
Minha punição? Preso na eternidade daquele seu primeiro olhar, meu purgatório.
Sem um advogado, sem defesa, nada de contraditório.
Não era um tribunal, era um circo, um palco, um auditório.
Não haveria justiça, apenas mais um show, vexatório.
Onde aplaudiriam com desdém, um mundo ilusório.
A inexistência de felicidade, entre nós dois, era notório.
Deus abandonara-me naquele interrogatório.
E Lúcifer, em seu papel de juiz, condenara-me, com meu sonho simplório.
O meu crime? Crer que um dia esse amor fosse nosso, crer que um dia teria um ócio..." - EDSON, Wikney
"Preso em um devaneio, percebi que até hoje, eu não posso ver o rosto dela.
Cada traço daquela face, cada esboço de sorriso, meu coração acelera.
O mundo gira, o tempo passa, somos escravos deste e eu sou escravo do que sinto por ela.
A carne tem seus prazeres, a vida suas mazelas.
A paixão nos torna livres, aquele amor, ao meu eu, é uma cela.
Penso e repenso, reflito, imploro, rogo por ela.
Tudo por ela, acerca dela.
Se existe tristeza em minha vida, se transforma em alegria, na felicidade dela.
Perto ou longe, aquele nome, pra minha alma é festa.
Culpo o maldito cupido, por não ter errado aquela flecha.
Minhas palavras são águas turvas, minha mente um misto de cores, aquarela.
Preso em um devaneio, percebi que hoje, eu só queria ver o rosto dela..." - EDSON, Wikney
O que mais sinto é saber que se matasse você o amor que penso ter acabaria, mas isso não muda o fato de que parte de mim morreria junto.
Bronca
Já faz mais de um ano que nos conhecemos
E ainda escuto você falar o nome dele por engano
Nas horas mais improváveis, quando digo que te amo
Você se esqueceu do bem que te fiz
Ou terá sido um mal te querer tão feliz
Quem ama cuida, está perto no abraço e na dor
Mais você só prefere as mentiras do amor
Se a escolha foi torta, se já se arrependeu
Volte então para os braços do teu falso romeu
Eu sigo em frente sozinho, pois amor não se compra
Me desculpa, querida, não suporto esta bronca.
construí a minha vida num barco de ilusões, o barco naufragou e levou para o fundo do oceano as minhas esperanças.
Acordei e percebi que os versos não são compreendidos, os gestos não são notados.
Caminhei pela calçada, cansada sentei.
senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto e a tempestade surrar o meu corpo.
Olhei para o lado e vi a vegetação se recuperar do longo período de seca.
Entendi que embora haja dor, ainda há esperanças.
Seria um devaneio roubar teu coração ?
Tu és sol que irradia .
És uma luz que se faz presente na escuridão .
És uma poesia que nós remete alegria .
És um barco que sai sem rumo e direção .
Tu que és pura como criança
És bela como uma canção .
No teu olhar vejo as estrelas .
E no teu corpo toda constelação .
Tua boca és um poço de desejo.
Em minha mente todo tempo lê vejo.
Sonhando acordado,anseio .
No entardecer em que lê beijo.
Tu que és a noite e o dia .
És o outono e o verão .
És a canção mais perfeita .
Que nem se quer bethoven teria tamanha imaginação .
E no meio de todo este impasse ,só me vinha uma questão.
Seria um devaneio roubar teu coração ?
Intensidade e leveza em um lindo sorriso.
Menina mulher, sonhos e devaneios, um olhar tímido e ao mesmo tempo, de quem sabe o que é e, o que quer.
Quem é ela que me enche de alegria e faz meu coração bater mais forte?
Carinho, respeito, admiração e amor em uníssono.
O que é felicidade senão a gratidão por ver a alegria em outro?
O que é o amor senão ver você feliz?
Seu sorriso me faz melhor a cada dia
AMOR CEGO
Uma vez disseram-me que o amor é cego, acreditei em parte; outra vez falaram que ele estava cego de amor, e por mais contraditório que isso represente, eu acreditei sem hesitar. Ao contrário do amor, há pessoas que cegam seus próprios olhos, pois assumir que está amando outro alguém, é difícil demais, e quebraria toda ética interna do bom samaritano. Então não, o amor não é cego! Ele é puro, verdadeiro, envolvente! Mas sim, alguns estão cegos de amor.
365 DIAS
Nosso amor contrária toda lógica existente. Somos como a lua cheia que ainda aparece durante o dia, como o vento no dia de calor. Já me perdi tantas vezes entre te amar ou não, que já não sei ser constante. Nosso amor é sobre o chocolate que um dia perderá sua validade, mas quem sabe não estejamos dispostos a enfrentar uma dor de barriga, a troco do nosso encontro.
PLATÔNICO DESDE DA ALMA AO AMOR
Muitas vezes sofri por não te ter, mesmo sabendo que se tivesse, fugiria como um covarde. Eu amo desafios, coisas que visam o impossível, e esse foi um dos motivos pelo qual te amei tanto. Amar aquilo que não se pode ter, traz o conforto de está sempre estagnado, e a certeza de que ninguém partirá o coração outra vez. Me enfado todas às vezes que me vêm somente como alguém sensível, que enxerga amor em tudo, que sorri para toda tristeza. Estou farto de me acharem forte, e por isso machucarem meu coração, acreditando que tudo posso suportar. Se hoje luto por empatia, reflito o pouco que recebi. Se almejo o amor, exalo que isso me falta. Se mergulho nesse lago, sei que a luz me fornecerá oxigênio.
A CONSTRUÇÃO DO MEU SER
Pensei que havia terminado a construção do meu ser, mas me enganei; faltavam pedaços que ainda não havia encontrado, palavras que ainda não havia falado, e lugares que ainda não havia visitado.
Há algo que me falta, e existem coisas em mim sobrando; a escassez me oprime e o excesso me deprime.
Não sou ouvido de ninguém, mas observado por muitos; minha fala é suprimida, mas meu pranto desperta até os dormentes.
Sonho com a verdade e encontro a mentira; ouço falar de amor, mas só encontro dor.
Então o meu ser vai se acabando, antes de terminar, vai se desfazendo; morrendo e sobrevivendo.
Mas a esperança que há em mim não morre, ela é o que ainda me socorre, ela é o meu motivo pra viver.
-Carlos Literato
AMOR A PRIMEIRA VISTA
Você chegou de surpresa, mas eu já sabia que você vinha. Era a cena de filme perfeita; o personagem entra em câmera lenta, até o momento em que os olhos se cruzam, tornando-se um só. Há quem diga que somos avisados antes de receber a morte, eu acredito que também somos avisados antes de viver. Disseram-me por muito tempo que o diálogo era essencial para construir uma conexão, mas não lembrava como as pupilas poderiam conversar tão bem, sem citar uma palavra se quer. Sempre questionei se fora tudo fruto da minha imaginação, mas a sensação de ver o mundo sendo paralisado durante nossa conversa, não me deixava dúvida alguma de que era tão verdadeiro, a ponto do julgamento não valer de nada. Como alguém coberto de incertezas, podia ter certeza de algo tão rapidamente?! Como alguém que tinha tanta certeza, poderia perder o chão em menos de uma hora?
A juventude é um breve chamuscar, uma ilusão de eternidade que reluz no crepúsculo e se desvanece na aurora.
Se esse acordar ao seu lado não fosse uma doce ilusão;
despertaria em novos sonhos, cada amanhecer na contramão.
Imaginar seu lindo sorriso como um raio de sol a me despertar,
faz-me um grande crente na possibilidade de me apaixonar.
Eu, que nunca senti nada verdadeiro por ninguém;
sinto por você algo novo, tão intenso e até mais além.
Se pudesse um dia segurar-me seu seu acalento,
sentiria o quão vibrante se tornou meu sentimento.
Há tantos desencontros, como o nosso, longe de um combinado;
mas fui surpreendido pelo seu jeito e por sua beleza nocauteado.
Há silêncio proposital em minhas falas e uma resistência em me aproximar;
mas meus olhos se distraem de qualquer fortuna, fico preso no seu olhar.
Cedo demais para chamar de amor, tarde demais para poder me desviar.
Sinto doçura na sua presença, já acordo feliz e ansioso para te encontrar.
