Houve um Tempo
"Houve um tempo em que eu só conseguia ver destroços de um universo triste e sem vida; hoje, eu abro as janelas da alma e observo constelações de carinho, poeira de matéria altamente resistente e sólida e fragmentos de um denso coração vindo em minha direção em alta velocidade... Essas janelas estão firmadas na parte alta da montanha mais exuberante, em um lugar onde nascem pensamentos de de uma jovem rainha e mulher.
DEUS CURE MEU CORAÇÃO
PAI, já houve um tempo em que seu fosse te pedir algo grande... eu, por ser tão descrente em meus semelhantes e em mim mesmo, te pediria que olhasse para seu mundo… esse mundo que nos deu de presente e a cada dia estamos só te decepcionando em tudo… olhasse bem para ele e o visse como uma gigantesca Babilônia e simplesmente o apagasse como se nunca o tivesse criado… mas tu sabes que sou fraco por pensar assim… e se não o fez até hoje é porque ainda acredita em teus filhos... por isso hoje eu penso muito diferente, e se posso pedir alguma coisa só te peço que apague tudo o que não é bom em nossos corações... pois, se ainda há esperança, faça com que sejamos mais compreensivos com nossos semelhantes, fazendo que olhemos uns para os outros sem maldades, sem ambições… com os olhos cheios de amor como tu nos olhas sempre... psiu!! Pai, por favor, comece por mim...
Houve um tempo em que eu era uma mulher e ele, um homem. Mas, nosso amor cresceu, até não existir mais nem ele nem eu. Lembro-me apenas, vagamente, que antes éramos dois e que o amor, intrometendo-se, tornou-nos um só.
Houve um tempo em que as cores eram um tanto desbotadas... E, o sorriso tímido meio amarelado, era o único com alguma cor... Então, ele apareceu. Tão iluminado, quanto um arco-íris no final de um dia chuvoso...
- Deixa eu cuidar de você? -perguntou, sussurrando em seu ouvido.
(Alessandra Alcântara)
Houve um tempo em que eu quis fugir do mundo. Estava cansado das pessoas e suas respectivas mentiras. Tudo me afetava. Tudo me arranhava. Eu estava sangrando, e estava doendo tanto. Comecei a esconder-me em meu quarto. Sempre que eu me sentia triste, incompleto, machucado, corria para lá. Deitava e chorava até adormecer. Quando acordava, estava reconstituído e forte para sorrir ao mundo, mesmo com um falso sorriso.
Houve um tempo em que não havia espelhos e a própria imagem era algo inviável de se imaginar... Houve um tempo em que os sons eram de uma única vez, de várias vezes que fosse, mas sem gravação e sua farta audição em qualquer momento e lugar. Como, pois, ouvir a mesma música mais de uma vez a não ser que se voltasse ao ambiente onde ela poderia ser escutada ou se, em tendo como, o próprio ouvinte lha tocasse? Difícil... Ouve o tempo? Não! O tempo é a régua do andar do espaço e não pode ser ouvido. Importantíssimo e quase inócuo, ele é o tecido que encobre a entretela do suposto acaso. Estamos aqui e, se não há limites ao ser, há uma direção que emerge, ou se alimenta, do ocaso. A vida é, também, medida pelo tamanho da morte de cada vivente.
Houve um tempo em que eu me divertia. Tempo de infância, infância esta de que eu não posso reclamar; corria pela rua só de cueca, brincava de peão, pipa, jogava de bola no campo. Descalço eu corria de um lado para o outro. De uma coisa eu sinto mais saudades, quando somos crianças não sabemos o que é a falsidade, não sabemos o que é mentir, não temos vergonha, somos sinceros o tempo inteiro. Saudades desse tempo de ingenuidade, despreocupação e liberdade. Queria revivê-lo, senti-lo mesmo que por poucos instantes. Ficaria feliz por ter essa chance. Feliz por não precisar fingir ser algo que eu não sou, quer dizer: este sou eu, mas não por completo.
Para onde está indo a família? Houve um tempo em que os pais exerciam autoridade apenas com um olhar. Hoje, além de não serem mais tidos como exemplos, ainda são desrespeitados pelos próprios filhos. Em muitas famílias irmão com irmão já não se entende mais a mão, parece que o ódio e a inveja não permitem mais pedidos de desculpas e reconciliação. Se não bastasse o desgaste da família por conta das drogas, bebidas e ganância por mais dinheiro e poder, ainda temos a televisão contribuindo para o fim da família e a banalização dos valores morais e cristãos (Nelson Locatelli, escritor)
Houve um tempo em que meninas queriam ser princesas.
Houve um tempo em que meninas esperavam um príncipe com um cavalo.
Houve um tempo em que meninas eram presas em castelos em torres.
O tempo passou.
Meninas se tornaram "minas", "novinhas", peladas no espelho.
O tempo passou.
O príncipe se tornou um "cavalo" montado num possante.
O tempo passou.
Castelo e torre hoje é chamado de cativeiro.
Meninas geram princesas que não poderão ter um castelo.
Meninas geram príncipes que não montaram cavalo.
Meninas não apreenderão amar.
Meninas querem ser mulher.
Menina apreenda que para ser mulher é preciso ser menina, que seja menina faceira, encrenqueira ou bagunceira mas nunca queira ser antes do tempo aquela mulher que vai chorar por ter adiantado uma vida inteira....
Houve um tempo
em que as palavras
eram minhas...
- não, não eram minhas ,
eram tuas
da tua amiga
da tua irmã
ou até talvez
do teu pai
movimentavam-se
em círculo
como se fossem uma roda
qual bailado
de corpos em perfeita harmonia
e
éramos imensuravelmente felizes
porque
ou tu falavas
ou tu , amavelmente , sentavas-te
e escutavas...
[Távola De Estrelas] Estrangeiro
Houve um tempo em que eu achava que tudo não passava de uma mera ilusão. Houve um tempo que eu ainda acreditava que as estrelas, que Deus, poderia trazê-lo de volta pra mim. Houve um tempo em que eu, não entendendo a triste realidade, tinha a esperança de senti-lo pela última vez me abraçando, olhando nos meus olhos e refletindo a sua bondade, a sua humildade e o seu amor. Houve um tempo em que eu não tolerava mais esperar ele chegar, foi aí que eu tentei achá-lo por mim mesma. Procurei no meu quarto, na casa, nas ruas, nos velhos telefones em que ele me ligava quando tinha a rara oportunidade. Procurei até mesmo em outras pessoas. Não o achei. Tive a impressão de que ele simplesmente tinha ido embora, tinha fugido de mim e de todos. Houve um tempo muito ruim, o pior. Pensei em largar tudo, deixar minhas esperanças e aceitar que tudo aquilo era verdade, que eu nunca mais o veria, o sentiria, o teria. Durante esse tempo, uma parte de mim ficou seca, ficou abandonada e fria. Tive medo de demonstrar o meu amor novamente a uma pessoa e achar que ela me abandonaria também. Resolvi guardar tudo em mim, minha alegria era forjada e o meu eu... o meu eu estava preso em minhas lágrimas. E tudo isso me designou à solidão e à raiva. Nesse ínterim, foi que eu me liguei que as pessoas ao meu redor que eu tanto amava não estavam conseguindo se entreter comigo, não tinham mais disposição e sabedoria para me entender, estavam tristes, eu os deixei tristes. Resolvi mudar radicalmente por eles. E com todas as minhas forças, eu me dinamizei, liberei o meu eu, porém, tudo que eu passei, tudo que eu sentia e guardava mantinha intacto e escondido, e eu ainda tinha a ingênua certeza de que não sentiria a essência do meu pai em mim mais. Todo esse tempo eu tinha escondido a constante saudade que eu sentia dele, no entanto, ao mesmo tempo, eu não queria sentir nem saudades e nem dor, por esse motivo, eu tentava esquecer. Foi um longo tempo esse, e, como eu disse, o mais difícil. Mas aí, com a solidão e a raiva suprimida, adquiri novas emoções e sentimentos. Conheci alguém. Esse alguém foi quem mudou completamente minha vida. Esse belo alguém se chama Deus. Com o tempo, eu percebi que dependia dele para tudo, precisava dele para me manter bem e feliz. Mas Deus não era só isso em minha vida. Ele me amava, e eu o amava também. Deus me mostrou um outro lado muito diferente do que eu estava vivendo. Ele queria que eu me libertasse de tudo que me desanima e me deixava triste. Fui um pouco teimosa, mas de pouco em pouco eu fui confiando mais e mais a cada dia. Entreguei tudo a Deus e minha vida foi transformada. Pude ver além de mim, além da minha dor. Ele mostrou-me o amor pleno, a felicidade constante, a esperança e uma visão positiva do mundo. Também me disse que eu poderia sim sentir meu pai, e tê-lo sempre em minha vida, bastava eu fechar os meus olhos e senti-lo. Esses foram os maiores presentes que Deus me proporcionou. O amor e a cura interior. E A essência do meu papai nunca se foi. Ele sempre esteve comigo. Todos os dais, no meu coração, nas minhas lembranças, no meu caráter, e até mesmo na minha fisiologia – todos dizem que eu me pareço com ele-, (risos). Pai, mesmo não estando fisicamente perto de ti, quero que saiba que o pouco que você esteve presente em minha vida foi o suficiente para eu conhecer o grande, o guerreiro, o simpático e o homem apaixonado pela vida que você é. E, assim como você, almejo experimentar tudo de bom que este mundo tem a oferecer, principalmente a essência de cada SER.
Beijo de outrora
Houve um tempo em que o beijo
Era recompensa.
Hoje nem se pensa
Num beijo delicado,
Recatado.
É beijar sem critério
Sem mistério
Por beijar.
Não tem namoro
Tudo sem decoro
É só ‘ficar’.
Onde estão os enleios,
Os anseios,
Das mãos tocadas de leve.
Amar já não se deve,
Nem existe mais paixão.
Se foram os doces momentos,
Com o vento.
Amor é ‘breguice’,
Foi um jovem que disse,
Hoje, não tem mais ilusão.
Houve um tempo que eu achava que o voto não era importante. Agora eu tenho certeza. O melhor retrato do voto é um caminhão de boias frias.
Houve um tempo na juventude, onde a aparência física era a primeira coisa que me chamava a atenção... Hoje, sinceramente, o tamanho da cintura das pessoas é a última coisa que me importa.
"Quando eu te encontrei"
Houve um tempo em que eu vaguei por ai.
O tal destino me parecia infeliz.
Fiz o que fiz para tentar ser feliz.
Fui, fiquei, cheguei, parti, levantei e cai.
Os meus passos por vezes vararam madrugada.
Mas a vida é mesmo engraçada.
Ela muda de repente, sem avisar nada.
Aquela tristeza em minha vida seria página virada.
Por alguns instantes fiquei meio desconcertado.
E por isso eu tive certeza de que era você a parte que me faltava.
E que o que está escrito não pode dar errado.
Teu olhar e o teu sorriso fizeram minha alma gritar de alivio.
Encontrei paz, encontrei o amor, me vi contigo.
Não preciso de mais nada.
Houve um tempo
Onde o meu e o teu desejo
Uniram-se formando um só
Nesse tempo, o meu e o teu coração
Pulsavam em um só ritmo
Sempre no mesmo compasso
Houve um tempo
Em que nossas risadas
Misturavam-se e perdiam-se
Quebrando o silêncio da noite
E não havia ninguém mais ali
Nesse tempo, o meu e o teu humor
Estavam sempre na mesma sintonia
Houve um tempo
Onde sonhamos um único sonho
Idealizando nossos objetivos
E desejos mais secretos
Alimentando fantasias
Livre de tabus que nos são impostos
O tempo passou...
Extinguiu, esgotou-se
Nada restou daquele tempo
Que era só nosso
E como cristal que se quebra
Partindo-se em pedaços tão pequenos
Que não há como voltar
~~ANJO ARREBATADOR~~
E ela o odiou, porque houve um tempo em que o amava, desses amores platônicos, que o destino já havia traçado.
Houve um tempo na minha vida, lá pela fase da adolescência, em que senti muita necessidade de ter alguém, mas depois, avaliando, percebi que não era por mim, mas sim, pelos outros.
Houve um tempo
Em que eu quis fazer as coisas certas
Pra poder ser visto e aceito
Como um bom menino e bom rapaz
Eu acreditava que se agisse assim
E Deus me visse
Ele iria gostar mais de mim
A vida foi passando
E eu insistia que havia uma boa razão
Pra prosseguir sendo um bom homem
Sem querer ser melhor em nada
Apenas via a cada dia que amanhecesse
Como a uma nova oportunidade
De fazer o meu melhor
Pelo mundo, por Deus, pelos meus irmãos
Hoje eu olho pro mundo
Olho a vida
Olho pra mim mesmo e pra cada manhã
Que foi perdida no meu passado
Percebo que a gente não precisa
Ver a vida como oportunidade
de ser bom ou agradar a ninguém
Na verdade
O mundo não está
Prestando a mínima atenção
Pois o ato de viver neste mundo
Não chega a ser compromisso
Contrato ou obrigação
E as coisas que eu faço hoje
A maneira que faço as coisas
Conduzindo meus próprios passos
Tem de estar de acordo
Unicamente com a minha consciência
E a maneira que eu achar a mais certa
Quando ninguém estiver me olhando
Sem procurar santidade ou atenção
Pois ninguém está olhando mesmo
Pra nada de certo que a gente fizer
Ou deixar de fazer
A não ser que faça errado
Pra ser apontado, julgado, condenado
A solução que encontrei
Pra viver esta vida
É eu mesmo saber
Se presto ou não presto
Sem corar branco ou vermelho
Diante do espelho
Sem jamais e nunca mais
me ater ao julgo de ninguém
...de resto
Eu deixo este mundo de lado e amém
Pois nem a gente e muito menos a vida
Tem que ser bom ou ruim
Ela é só vida
E eu sou apenas alguém
Que não vai consertar
E nem carregar os pecados do mundo
Isso não me dá o direito de piorá-lo
E nem obrigação de fazê-lo melhor
Mas a tudo de melhor que eu puder fazer
Eu o faço pra ficar de bem comigo
Sem esperar aplausos do mundo
Pois, a bem da verdade
Isso é coisa que nunca vem.
Edson Ricardo Paiva.
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