História
Espero uma nova historia
e um paradigma iluminados
por vaga-lumes em um caminho
de reconstrução do nosso mundo
onde no futuro não permitam
que continuem presos
injustamente o general, a tropa
ou qualquer pessoa
que pensa diferente,
E todos os povos não tenhamos
mais todos os diasque
nadar contraas correntes
de um mar valente.
De idílio em idílio
vou contando
a história do General
que está preso
injustamente
há dois anos sem
sequer ter tido
audiência preliminar,
Ninguém sabe
quando o pesadelo
dele e da tropa
(em situação
semelhante
de fato
irá terminar),
Do meu profundo
isolamento social
em rebelião
contra o inimigo
invisível que
quer nos devastar,
Estou lutando
com igual altivez
contra o fantasma
visível da fome
que quer o futuro
da minha Pátria
e da América Latina - exterminar;
De idílio em idílio
tenho passado
os dias em busca
de denunciar
o isolamento vertical
que querer forçar
a se espalhar,
Não esmoreço
como a Urbi et Orbi
em noite de Praça
de São Pedro
vazia em busca
de ser espalhada
por todo o lugar.
Não quero, não deixo,
não posso diante
disso tudo,
nada e nem ninguém
neste mundo me calar:
a minha missão é gritar.
O CONHECIMENTO E A SUA SAGA.
A história do conhecimento humano é, antes de tudo, uma história de inquietação interior. Pensar sempre foi um gesto de ruptura com a acomodação psíquica e com a passividade intelectual. Desde a Antiguidade até a modernidade, cada filósofo não apenas formulou uma teoria do conhecimento, mas também ofereceu uma leitura profunda da estrutura psicológica do ser humano diante da verdade.
Sócrates inaugurou essa saga ao afirmar que o primeiro passo do saber é o reconhecimento da ignorância. Quando declara “sei que nada sei”, ele não se rende ao vazio, mas funda uma ética intelectual. Psicologicamente, Sócrates compreende que a mente humana é dominada por ilusões de certeza e por defesas do ego. O método dialógico que emprega não visa humilhar, mas desestruturar falsas convicções, permitindo que o sujeito entre em contato com sua própria insuficiência cognitiva. O conhecimento, aqui, nasce como um processo terapêutico da consciência.
Platão, discípulo direto de Sócrates, eleva essa inquietação ao plano metafísico. Para ele, o mundo sensível não passa de aparência. O conhecimento verdadeiro reside no domínio das ideias. A célebre alegoria da caverna revela uma psicologia da alienação. O ser humano tende a confundir sombras com realidade porque sua mente busca segurança no familiar. Libertar-se exige dor, esforço e conversão interior. Conhecer, em Platão, é recordar, mas também é transformar-se. Trata-se de um movimento ascensional da alma, que abandona o imediato para alcançar o inteligível.
Aristóteles, por sua vez, desloca o eixo do conhecimento para a experiência concreta. Para ele, a mente humana possui potência racional, mas essa potência só se atualiza por meio dos sentidos. Psicologicamente, Aristóteles reconhece a importância da observação sistemática e da categorização. O intelecto não flutua no vazio das ideias, mas organiza aquilo que a experiência oferece. O conhecimento torna-se um processo de síntese entre percepção e razão, em que o sujeito aprende a discernir causas, finalidades e substâncias.
Com René Descartes, a modernidade inaugura uma nova angústia cognitiva. O filósofo parte da dúvida radical como método. Ao afirmar “penso, logo existo”, Descartes revela uma psicologia do recolhimento interior. Diante da incerteza do mundo externo, a mente busca um ponto indubitável em si mesma. O pensamento torna-se o fundamento da existência consciente. O conhecimento passa a ser construído a partir da razão clara e distinta, como resposta à instabilidade das crenças herdadas.
Immanuel Kant realiza uma síntese decisiva ao afirmar que o conhecimento nasce da interação entre sensibilidade e entendimento. Nem a razão pura nem a experiência isolada são suficientes. Psicologicamente, Kant reconhece os limites estruturais da mente humana. Há formas e categorias que organizam a experiência, mas existe um limite intransponível. A chamada coisa em si permanece inacessível. Essa concepção introduz uma ética da humildade intelectual, na qual saber também é reconhecer fronteiras.
John Locke enfatiza a mente como uma tábula rasa. O conhecimento resulta da experiência sensorial e da reflexão sobre essa experiência. Psicologicamente, Locke concebe o sujeito como um ser moldável, profundamente influenciado pelo ambiente. Não há ideias inatas plenamente formadas. O aprendizado é um processo gradual de associação e elaboração, no qual a consciência se constrói a partir do contato com o mundo.
Por fim, David Hume introduz uma postura cética que abala qualquer pretensão de certeza absoluta. Para ele, o que chamamos conhecimento é fruto do hábito e da repetição. Psicologicamente, Hume revela a fragilidade das inferências humanas. A mente cria expectativas de causalidade e permanência, mas essas expectativas não possuem fundamento racional necessário. O sujeito vive apoiado em crenças úteis, não em verdades definitivas.
Essa longa trajetória revela que o conhecimento não é apenas um acúmulo de informações, mas uma aventura interior que envolve razão, sensibilidade, limites e coragem. Conhecer é enfrentar as próprias ilusões, dialogar com a experiência e aceitar que toda certeza é sempre provisória. E é precisamente nessa tensão entre o que sabemos e o que jamais dominaremos por completo que o espírito humano encontra sua mais elevada dignidade intelectual.
Entre a História e o Mito: Teodora e o Concílio de Constantinopla
A história da Igreja e do Império Bizantino está repleta de episódios marcantes, nos quais fé, política e poder se entrelaçam. Um desses episódios envolve a Imperatriz Teodora e o II Concílio de Constantinopla (553 d.C.), cercado de interpretações populares que, ao longo dos séculos, deram origem a uma narrativa mítica.
O poder de Teodora em vida
Nascida por volta do ano 500 d.C., Teodora ascendeu de origens humildes até tornar-se esposa do imperador Justiniano I. Inteligente, astuta e de personalidade firme, foi uma das mulheres mais influentes de sua época. Sua atuação durante a Revolta de Nika (532), quando convenceu Justiniano a não abandonar o trono, garantiu sua fama de estrategista e de figura essencial no governo.
Por isso, não é de estranhar que a memória de sua influência tenha sobrevivido muito além de sua morte. A tradição bizantina frequentemente a descreve como decisiva em assuntos de Estado e de fé, atributos que favoreceram o surgimento de lendas envolvendo seu nome.
Cronograma histórico
c. 500 d.C. – Nascimento de Teodora.
527 d.C. – Justiniano torna-se imperador, com Teodora ao seu lado como imperatriz.
532 d.C. – Revolta de Nika: Teodora impede a fuga do imperador, consolidando o poder do casal.
548 d.C. (28 de junho) – Morte de Teodora, em Constantinopla, provavelmente de câncer.
553 d.C. (5 de maio a 2 de junho) – Realização do II Concílio de Constantinopla, convocado por Justiniano. Teodora já havia falecido há quase cinco anos.
O Concílio e a questão da reencarnação
A reunião de 553 buscava reforçar a ortodoxia cristã e combater o chamado “origenismo” — doutrinas inspiradas em Orígenes de Alexandria (séc. III), que incluíam a ideia da preexistência das almas. Essa doutrina, ainda que não fosse uma formulação de “reencarnação” nos moldes conhecidos hoje, foi considerada perigosa para a unidade da Igreja.
Daí surgiu, em tradições populares posteriores, a versão de que Justiniano e Teodora proibiram a crença na reencarnação durante o concílio. No entanto, a realidade histórica desmonta essa narrativa: Teodora já havia morrido. Assim, qualquer menção à sua participação é fruto de lenda ou de interpretações simbólicas que perpetuaram sua memória como conselheira firme do imperador.
A permanência do mito
Por que, então, a ideia da participação de Teodora se perpetuou? A resposta pode estar no poder da memória coletiva. Teodora foi uma mulher de grande autoridade e presença histórica. Mesmo após sua morte, continuou sendo associada às grandes decisões do Império. Nesse sentido, o mito talvez traduza menos um erro histórico e mais uma forma de reconhecer a força de sua influência, como se sua sombra ainda pairasse sobre Justiniano e sobre os rumos da Igreja.
Reflexão final
Esse episódio nos convida a refletir sobre como a história é construída. Entre documentos, tradições e interpretações, os fatos podem ser distorcidos, e figuras históricas acabam envolvidas em narrativas que não lhes pertencem literalmente, mas que expressam algo de sua força simbólica.
Teodora não esteve fisicamente no II Concílio de Constantinopla — mas o mito de sua participação revela o quanto sua presença era sentida, mesmo após a morte. É a memória coletiva tentando manter viva a influência de uma das mulheres mais poderosas de Bizâncio.
Reflexão motivacional:
A história nos mostra que, ainda que o corpo pereça, a influência moral e espiritual de uma vida permanece. Aquilo que construímos em termos de coragem, justiça e dignidade pode ecoar além do tempo, moldando consciências e inspirando gerações.
Misterioso amor em turbilhão,
Inoxidável e inevitável,
Ligado por antecipação,
A nossa história existe no coração,
Girando forte o mundo está,
Reinas em mim com amor e paixão,
O destino não nos perderá.
Versos Intimistas
que têm a alma
flórea da Piúna-roxa
da minha história
infante em Goiás,
Tempos de um Brasil
que tanta falta faz.
Floresce o Ipê-roxo-do-grande
em Minas Gerais da memória
e da minha profunda História,
No abandono do florescimento
desta magnífico Ipê deixo
os meus Versos Intimistas
também poesias florescer
até o dia da gente se conhecer.
Glorificando
a memória
na História
cumprida
na trajetória,
Não nego
o ponto de partida
nem em poesia,
porque poesia
é bagagem,
não é bagunça,
e cada um leva a sua.
Condor só voa com Condor
em uma história de amor
Assumo desde o primeiro
instante que me rendi
sempre te reverenciei
e nunca esqueci
Sempre nos reconheci
e de ti escapei
Ora não compreendi
até me incompatibilizei
e depois voltei
Você por nenhum minuto
deixou de estar ali
e talvez até me perdoe
porque em alguns
assuntos não amadureci
Algo me diz que continuo em ti
tudo indica sutilmente
que eu absoluta permaneci.
07/12
O desejo de ter razão
é a verdadeira maldição
do livro dos erros
da História da Humanidade,
O ideal de verdade
é aprender a ter coração.
Vem cá, senta do meu lado,
que vou te contar uma
História dos tupis e guaranis,
que tu vai ficar boquiaberto,
Porque tem gente que nunca
soube nem mesmo o certo
que Aré e Tamandaré
são a mesma pessoa,
E tu pode botar fé
que para eles é o Noé.
(Meu poema busca a Arca).
Existe história
que é Cacumbu
na vida da gente,
Tem hora que
o melhor é deixar
para lá e isso não
significa esquecer,
E sim valorizar
aquilo que nos leva
sempre prá frente.
Balança a cortina de renda
toda feita da memória
e do Algodão de uma história
nas Pequenas Antilhas.
Na bela Petit Tobago
onde a Maior ave-do-paraíso
foi levada para encontrar
abrigo é sem dúvida santuário.
Minha imaginação para lá
voa e navega contigo
porque no final somos o destino.
Do jeito que você me quer
é exatamente que preciso,
por dentro o caminho foi escolhido.
Navegar nas mesmas
águas onde Luis Brión
obteve a primeira vitória,
e contigo fazer história.
Ler por antecipação o quê
pode vir a nos ocorrer
onde as estrelas sempre
serão mais visíveis.
Por Los Frailes e por todo
o Mar do Caribe navegar
o quê há em nós é deste mar.
Para receber o teu amor
tenho preparado um refúgio
para nada vir nos dispersar.
A História da Ilha das Vinhas
fala sobre o essencial daquilo
que deveríamos conservar
para a vida se perpetuar.
Ela era uma ilha que era boa
para pescar e tinha quem
nela conseguia videiras plantar,
e hoje não se consegue continuar.
O quê é de vida deveria ser
de acordo comum para ir
para frente e sempre caminhar.
Espero que algum dia não seja
preciso nem mais poesia
para a importância de assim lembrar.
Amanhã pela manhã estarei
indo lá no ajuntamento de Araçá,
na Ilha de Araçatuba onde
a história intocada nos encontrará.
Filhos deste Atlântico Sul que
jamais ninguém da atenção
de amor conseguirá nos desviar
o nosso brio perpassa o mar.
Nas nossas veias correm o pó
das estrelas do Hemisfério Austral
e no coração vive o fundamental.
O inevitável não está distante
e está sendo preparado
pelo fogo do nosso romance.
No vaivém das correntes
da Baía do Babitonga
a sambaquiana história
revisitada neste estuário.
Sangue que corre nas veias
se mistura ao mangue
que por mim a vida resiste,
e por ele tudo segue e insiste.
Na Ilha da Murta encontra
no céu do Hemisfério
a mensagem e o mistério.
A herança se curva e abraça
para quando continuar a ser
aquela mesmo que incomoda.
Profugato
Uma história esquecida,
que para alguns sequer
foi contada com exatidão,
Um história de fazer
doer qualquer bom coração.
Não tenho dúvida que
eles eram diversos,
e a maioria era italiana:
todos com o signo
de uma fé oceânica
que cruzaram o Atlântico
trazendo o signo da bravura
para este brasileiro destino.
Muitos foram deportados
à força para outros países,
outros viveram como estrangeiros
dentro do seu próprio país,
Alguns conseguiram fugir
do Império Austro-Húngaro
que insistia com o quê existia
de pior a lealdade à Itália perseguir.
(Este poema dedico em especial aos trentinos que imigraram para o nosso país e como parte da memória pelos "150 anos da Imigração Italiana
no Brasil).
