Graça
"A fé transforma, a graça renova e a verdade do evangelho ilumina os corações, revelando o poder e a redenção de Deus."
Assim como de graça recebemos a salvação, por meio da nossa vida ressurreta espiritualmente com Cristo. Devemos manifestar essa mesma graça gratuitamente, e mediante um amor incondicional para com todos.
O perdão é a força que move a graça de Deus em favor do ser humano, e através dela somos justificados gratuitamente, através do perfeito e imensurável amor de Deus por nós.
Quando compreendermos através da fé, e mediante a capacitação que somente a graça de Deus pode prover em nós e que é dom do arrependimento. Então deixaremos de nos esforçar religiosamente, para buscarmos a santidade em espírito e verdade.
Quando deixamos o fluxo de vida da graça de Deus, nos levar ao verdadeiro avivamento e despertamento espiritual. Então, vamos de fato entender que por ela somos salvos e libertos do pecado, e isso não vêm de nós, mas é um dom gratuito de Deus.
Não existe vida cristã sem amor, quebrantamento interior sem a manifestação da graça de Deus, e libertação sem uma renuncia diária de si mesmo.
Foi na cruz que nosso Senhor Jesus que por graça nos salvou ou seja favor imerecido.
Então, seja grato a Deus! Não aos homens nem mesmo a você!
Quando nos despojamos de tudo que é nosso e permitimos que os valores e princípios da graça de Deus nos guiem pelo caminho das verdades eternas de Deus, compreendemos que tudo nos é concedido gratuitamente através dos recursos de Sua graça, sendo um dom de Deus, para que ninguém se glorie.
Quando a graça de Deus começar a abrir nosso entendimento e visão espiritual, passamos a compreender pela fé que tudo é um favor divino sobre nossas vidas. E entendemos que o que recebemos gratuitamente, também devemos oferecer de igual maneira. Isso transformará completamente nossa forma de nos relacionarmos conosco mesmos, com Ele e com as pessoas ao nosso redor.
Quando pararmos de nos autocriticar e compreendermos pela fé que o amor, a graça e o perdão de Deus são infinitamente maiores do que a culpa que carregamos por nossos erros, nos tornaremos verdadeiramente livres. Saberemos que Deus sempre nos observa com um olhar de misericórdia e graça, em todo tempo.
O poder curador do amor de Deus, quando compreendido pela fé e através das virtudes da graça de Deus, pode nos curar e libertar internamente muito mais do que uma vida inteira de esforços religiosos sem entendimento.
Poesia, Senhor, só a tua graça nos basta.
Anelamos por paz, alegria e uma liberdade que apenas a graça de Deus pode materializar.
Nessa realidade plena de graça, percebemos ser melhor entregar a Deus o pouco que nos resta, ao invés de reter tudo o que temos, tentando sobreviver com nossas forças. Essas, além de serem insuficientes, ainda nos causam sofrimento e insatisfação.
Nessa luta entre nossa vontade e a realização da vontade de Deus, vislumbramos a Sua graça nos conduzindo ao avivamento, promovendo um despertamento interno por meio das virtudes latentes em nossa alma sedenta e carente desse amor tão real e presente.
Na presença inefável e inestimável de Sua maravilhosa graça, também percebemos que o pouco que temos a oferecer a Deus será multiplicado, se o nosso desejo for amá-Lo e manifestarmos a vontade profunda de praticar Suas verdades, buscando uma porção diária da sua perfeita graça.
Graça é Misericórdia são manifestações da bondade de Deus para com o pecador nesse mundo caído.
Enquanto estamos vivos, a Graça concede bênçãos que não merecemos. Já a Misericórdia, nos preserva do juízo que merecíamos.
A justificação pela fé e através da graça é o único caminho por onde encontraremos a paz, a alegria e a plena redenção para vivermos cada vez mais distantes do pecado e cada vez mais próximos da vontade e dos propósitos de Deus.
Nós só amamos a Deus, pois Ele no amou primeiro. Nesse fluxo contínuo de amor, e graça vemos o mover soberano do Espírito Santo, tirando-nos gradativamente dos pecados, e nos levando nos seus caminhos de santidade.
Espantalho do Somos Nossos Próprios Salvadores
“Mas, o fato de podermos resistir à graça divina não nos torna, como alguns deterministas argumentam, os nossos próprios salvadores”?
Respondo ao espantalho calvinista: Claro que não! Esse argumento é tremendamente falacioso. Em primeiro lugar, como enfatizava Wesley, a salvação, por ser uma dádiva que não podemos produzir e adquirir de forma alguma por nós mesmos é “totalmente livre”; ela “não depende de nenhum poder nem mérito do homem, em nenhum grau, nem no todo, nem em parte” (1)
A esse respeito, a analogia do rico e do mendigo, feita por Armínio é perfeita:
"Um homem rico concede, a um pobre e faminto mendigo, esmolas com as quais ele pode sustentar a si mesmo e à sua família. Isso deixa de ser um presente puro porque o mendigo estende a mão para recebê-lo? Pode-se dizer, com propriedade, que ‘a esmola dependeu, em parte, da liberalidade do doador e parcialmente da liberdade do recebedor’, embora o último não tomaria posse da esmola a menos que a tivesse recebido estendendo a mão? Pode-se dizer corretamente que, porque o mendigo está sempre preparado para receber, ‘ele pode receber ou não a esmola, conforme quiser’? Se essas afirmações sobre o mendigo que recebe a esmola não puderem verdadeiramente ser feitas, muito menos podem ser feitas com relação ao dom da fé, cujo recebimento requer muito mais atos da graça divina."(2)
Mesmo o mendigo podendo estender a mão, a dádiva continua sendo uma dádiva. Mesmo o mendigo podendo estender a mão, a dádiva continua dependendo totalmente da liberdade do doador. Mesmo o mendigo se preparando para receber a dádiva, seu preparo não é o que lhe garante a dádiva, mas, sim, a liberdade do doador. Só isso já é suficiente para deixar claro que o mérito é todo de Deus, não nosso.
Pense nisso e cuidado com as narrativas falaciosas e espantalhos dos calvinistas.
No Amor do Abba Pater, Marcelo Rissma.
Referências:
(1) WESLEY, John, A Teologia de John Wesley, 2010, CPAD, p. 220.
(2) ARMÍNIO, Jacó, As Obras de Armínio, CPAD, volume 1, 2015, p. 330
