Geração
Vivo na pior geração. Aquela onde a falta de educação impera. Onde o Egocentrismo, as Aparências & a Falsidade são válidas para se obter um 'status quo'. E mais do que isso, onde as pessoas só usam o nome de Deus para se promover e aparecer. E claro não se pode esquecer: aquela que pra ser 'alguém' convém inferiorizar os outros e seguir modinhas desastrosas
As vezes acho que não perteço a minha geração. Se eu não soubesse em que data nasci, tenho certeza que não acreditaria na minha idade...
O POEMA DAS CRIANÇAS TRAÍDAS
Eu vim da geração das crianças traídas
Eu vim de um montão de coisas destroçadas
Eu tentei unir células e nervos mas o rebanho morreu.
Eu fui à tarefa num tempo de drama.
Eu cerzi o tambor da ternura, quebrado.
Eu fui às cidades destruídas para viver os soldados mortos.
Eu caminhei no caos com uma mensagem.
Eu fui lírico de granadas presas à respiração.
Eu visualizei as perspectivas de cada catacumba.
Eu não levei serragem aos corações dos ditadores.
Eu recolhi as lágrimas de todas as mães numa bacia de sombra.
Eu tive a função de porta-estandarte nas revoluções.
Eu amei uma menina virgem.
Eu arranquei das pocilgas um brado.
Eu amei os amigos de pés no chão.
Eu fui a criança sem ciranda.
Eu acreditei numa igualdade total.
Eu não fui canção mas grito de dor.
Eu tive por linguagem materna, roçar de bombas, baionetas.
Eu fechei-me numa redoma para abrir meu coração triste.
Eu fui a metamorfose de Deus.
Eu vasculhei nos lixos para redescobrir a pureza.
Eu desci ao centro da terra para colher o girassol que morava no eixo.
Eu descobri que são incontáveis os grãos do fundo do mar
mas tão raros os que sabem o caminho da pérola.
Eu tentei persistir para além e para aquém do contexto humano,
o que foi errado.
Eu procurei um avião liquidado para fazer a casa.
Eu inventei um brinquedo das molas de um tanque enferrujado.
Eu construí uma flor de arame farpado para levar na solidão.
Eu desci um balde no poço para salvar o rosto do mundo.
Eu nasci conflito para ser amálgama.
II
Eu sou a geração das crianças traídas.
Eu tenho várias psicoses que não me invalidam.
Eu sou do automóvel a duzentos quilômetros por hora
com o vento a bater-me na cara
na disputa da última loucura que adolesceu.
Eu sou o anti-mundo à medida que se procura o não-existir.
Eu faço de tudo a fonte para alimentar a não-limitação.
Eu sei que não posso afastar o corpo que não transcende
mas sei que posso fazer dele a catapulta para sublimar-me.
Meu coração é um prisma.
Eu sou o que constrói porque é mais difícil.
Eu sou o que não é contra mas o que impõe.
Eu sou o que quando destrói, destrói com ternura
e quando arranca, arranca até a raiz
e põe a semente no lugar.
Eu sou o grande delta dos antros
Os amigos mais autênticos são as águas que me acorrem.
Eu sou o que está com você, solitário.
Quando evito a entrega, restrinjo-me.
Quando laboro a superfície é para exaurir-me.
Quando exploro o profundo é para encontrar-me.
Quando estribo braços e pernas na praça sobre o não alterável
É para andar a galope sobre a não-liberdade.
III
Sem bandeira que indique morte qualquer,
avanço das caliças.
Sem porto fixo à espera, nem lar de maternas mãos
ou rua de reencontro.
Ostento meus adeuses.
Sem credo a não ser à humanidade dos que me amam e desamam,
anuncio a catarse numa sintaxe de construção.
Eu escreverei para um universo de concessões.
Eu saberei que a morte não é esterco,
mas infinda capacidade de colher no chão menor adubado,
que poderei sorvê-la como à laranja que esqueceu de madurar,
que serei alimento para o verme primeiro da madrugada,
que a vida é a faca que se incorpora em forma de espasmo,
que tudo será diferente, que tudo será diferente, tão diferente...
Eu quero um plano de vida para conviver.
Eu ostentarei minha loucura erudita.
Eu manterei meu ódio a todos os cetros, cifras, tiranos e exércitos.
Eu manterei meu ódio à toda arrogante mediocridade dos covardes.
Eu manterei meu ódio à hecatombe de pseudo-amor entre os homens.
Eu manterei meu ódio aos fabricantes das neuroses de paz.
Eu direi coisas sem nexo em cada crepúsculo de lua nova.
Eu denunciarei todas as fraudes de nossa sobrevivência.
Eu estarei na vanguarda para conferir esplendores.
Eu me abastardarei da espécie humana.
Eu farei exceções a todos os que souberam amar.
Na maior parte das ciências, uma geração põe abaixo o que a outra construiu, e o que a outra estabeleceu a outra desfaz. Somente na Matemática é que cada geração constrói um novo andar sobre a antiga estrutura.
A luz baixou no palco da emoção.
Preta partiu — mas levou consigo
O coração de toda uma geração.
Filha da arte, da coragem, da vida,
Preta era riso, choro e resistência.
Cantava amores, dores escondidas,
Com a alma cheia de presença.
Foi abraço pra quem ninguém abraçava,
Voz pra quem não se ouvia mais.
Defendeu a vida como quem dançava,
Com passos firmes, doces e reais.
O câncer tentou calar sua melodia,
Mas ela seguiu — forte, sem recuar.
Foi exemplo de fé, de poesia,
Fez do viver seu jeito de lutar.
Hoje ela se vai, mas não se ausenta,
O céu a recebe em festa de estrelas.
E nós, aqui, choramos sua ausência
Com o privilégio eterno de tê-la.
Descanse em paz,
Preta querida,
Sua luz jamais se apagará.
Você foi todas as cores da vida,
E em nossa memória, sempre vai brilhar.
꧁ ❤𓊈𒆜🆅🅰🅻𒆜𓊉❤꧂
Deus esconde a sabedoria em camadas na existência de geração a geração, esperando que alguém curioso ouse procurá-la até chegar a sabedoria de Deus.
A riqueza dura apenas três gerações. A primeira geração trabalha duro para construir a riqueza, a segunda a mantém e a terceira muitas vezes a desperdiça.
Na moral? O mundo me dá sono. 💤
As pessoas mudaram demais... beleza, estamos em outra geração, mas será que isso justifica tanta futilidade, ignorância e falta de graça?
Tem hora que eu olho e penso: será que essa galera já parou pra refletir que podia ser 100000 vezes melhor? Tipo, sério mesmo?
O mundo tá virando um palco de aparências, e parece que pouca gente tá afim de ter conteúdo.
Só queria um pouco mais de gente real, com alma, com propósito... porque viver só de likes e ego cansa. E dá sono. Muito sono.😴🌍🚫
Nós somos aquela geração que não vai voltar.
Crescemos com sapatos cheios de pó, joelhos raspados e coração apressado.
não para olhar para uma tela,
mas para terminar o lanche e sair correndo para a rua — onde a única coisa importante era uma bola e alguns amigos.
Nós éramos os que voltávamos da escola a pé.
falando alto ou sonhando em silêncio,
com a mente já no próximo jogo, na próxima aventura,
entre um buraco na areia e um segredo sussurrado atrás de um canto.
Um pau podia ser uma espada.
uma poça virava um mar para conquistar.
Nossos tesouros eram berlindes, cromos, barquinhos de papel.
E o céu, nosso único limite.
Não tínhamos backups, apenas memórias na mente e nos rolos fotográficos.
As fotos eram tocadas, cheiradas, guardadas em gavetas —
junto a cartas escritas à mão,
postais dos avós,
e desenhos coloridos que os pais guardavam como jóias.
Nós chamávamos de "mãe" a quem curava nossas febres.
e "pai" que nos ensinou a andar de bicicleta.
Não era preciso mais.
À noite, sob os cobertores,
conversamos baixinho com o irmão na cama ao lado,
rindo por besteira,
com medo que algum adulto ouvisse e desligue esse pequeno mundo de cumplicidade.
Essa geração está indo, pouco a pouco,
como uma fotografia que perde a cor,
mas ninguém quer jogar fora.
Nós nos afastamos silenciosamente, levando uma mala invisível:
o eco do riso na rua,
o cheiro de pão acabado de fazer,
corridas sem sentido
e aquela liberdade que eu não conhecia notificações.
Nós éramos crianças quando ainda se podia ser.
E talvez essa seja a nossa maior fortuna.
Geração que só repete palavras alheias,
não planta sementes de mudança,
nem colhe frutos de transformação.
É difícil ter fé numa geração que tatua o corpo inteiro de símbolos para compensar o vazio da mente.
"A distração é camuflada em entretenimento vazio, produzido uma geração que se considera feliz, mas cada vez mais imbecilizada."
A geração atual vive conectada, cercada de tecnologia, informações rápidas e redes sociais que moldam comportamentos e relações. Muitas vezes, troca-se a vivência real pela virtual, priorizando aparências e instantaneidade.
Já a geração antiga vivia intensamente de outra forma: valorizava encontros presenciais, aproveitava os momentos sem pressa e cultivava relações mais profundas e duradouras. As emoções eram vividas no agora, sem tantos filtros ou distrações digitais.
A principal diferença está no modo de se relacionar com o mundo: antes, a intensidade vinha da presença; hoje, muitas vezes, vem da velocidade.
Olhando em volta, a geração dos 'baby boomers', nascidos entre 1946 e 1964, está rareando, mas seus ilustres representantes podem se orgulhar e empinar o nariz por: repovoar o planeta no pós-guerra; serem protagonistas de transformações sociais, culturais, econômicas e tecnológicas sem precedentes; repaginarem a sociedade moderna e deixarem um legado marcante para as gerações seguintes.
