Fui
Eu sou gaúcha, mas nunca fui particularmente entusiasta de ser gaúcha. Na infância, vestia o traje de prenda, cantava músicas típicas e dançava na escola, como se fosse algo lúdico. Achava que, num mundo globalizado, pertencer a uma região era coisa do passado. Acreditava que éramos todos cidadãos globais e pós-modernos. Mas então vi minha terra arrasada, as ruas por onde caminho alagadas, o bar onde costumo ir com meus amigos debaixo d'água, o centro da cidade, onde há apenas duas semanas houve carnaval, inundado. Vi as cidades arrasadas, as pessoas com barro nas pernas e lágrimas nos olhos. Vi a água levar tudo, tudo, da minha gente. Foi aí que percebi o quanto pertenço ao Rio Grande do Sul. Pertenço à gente que amo, aos meus conterrâneos, e a dor de todos é minha também.
Li no jornal uma carta de uma senhora narrando a enchente de 1941. Enquanto ela descrevia a água subindo no centro de Porto Alegre, nos bairros Navegantes, São João, Menino Deus, nas ruas de Praia de Belas, com o Pão dos Pobres sendo evacuado, eu sentia um arrepio. Parecia que ela estava narrando minha própria experiência. Solidária, ela me deu voz e as suas palavras devolveram as minhas. Então, ela usou o termo "flagelados" para descrever aqueles que perderam tudo. Aquilo me assustou, achei forte. E me dei conta de que é uma das palavras que dá dimensão do que estamos passando. Um estado debaixo d'água, com milhões de flagelados. Não falo apenas daqueles que perderam suas casas ou entes queridos, falo de todos nós que estamos em estado de choque diante dessa tragédia. Dos meus amigos que saíram às pressas de casa, dos que perderam tudo, dos animais nos telhados, do vizinho idoso que vai comigo buscar água no espelho da Redenção, com nossos carrinhos de feira. E uma semana parece um século.
Há um mês atrás, quando a vida era feliz, estava no Rio de Janeiro e vi a exposição que Ailton Krenak realizou a curadoria, no CCBB. Lá tinha uma imagem de dois meninos e um homem num barquinho. Só se via a copa das árvores e muita água. Estavam sobre a aldeia onde moravam. Fiquei comovida, imaginando como seria passar por isso. Achei que entendia, que minha empatia alcançava. Eu estava errada. Eu não sabia de nada. A tragédia não se empresta. E o que posso fazer, como Krenak fez, é contar. O que quero dizer é que vamos viver, vamos reconstruir.
Fui salvo antes de ser evangélico. Sim fui quando não era evangélico, nem católico. Simplesmente. Fui salvo pelo Senhor!
Sempre fui a pessoa que mantém a promessa, que esta lá, que segura tudo com tanta força que acaba machucando as mãos. É extremamente cansativo ser a pessoa que fica até o fim e sempre ficar sozinha.
"Eu sempre fui uma caipira de Piracicaba. Minhas amigas me corrigiam por falar errado, mas eu não escrevia errado; eu só falava errado. Eu falava assim porque acho bonito e é parte da minha cultura, da minha essência, e isso ninguém pode mudar. Eu continuo falando até hoje. Elas acham que não falam assim por vergonha, mas eu sou quem sou desde sempre, sem vergonha de ser caipira."
Nunca fui bom com as palavras, confesso que tenho certa dificuldade para usá-las...
Principalmente para expressar o amor.
Mas, eu posso perfeitamente usar a minha boca, para deslizar os meus lábios pelo teu corpo, então fazer você sentir na pele todo o amor que tenho por você.
Desse jeito eu sei fazer...
Quero percorrer o teu corpo com os meus lábios para dizer o quanto eu te amo, do jeito que eu gosto de dizer.
"Para os vivos, eu fui embora,
Para os tristes, eu nunca voltarei.
Para os bravos, fui enganado,
Mas para os felizes, estou em paz.
E aos fiéis, eu nunca fui embora.
Não posso falar, mas posso ouvir.
Não posso ser visto, mas posso ser ouvido.
Então, enquanto você está sobre uma costa olhando para um lindo mar,
Enquanto olhas para uma flor e admiras a sua simplicidade,
Lembrem-se de mim.
Lembre-se de mim no seu coração:
Os teus pensamentos e as tuas memórias.
Das vezes que amamos,
As vezes que choramos,
As vezes em que lutamos,
As vezes em que rimos.
Pois se pensares sempre em mim, eu nunca terei ido. ” 🌹
UM POUCO DE MIM
Fui criada no interior
Aquela infância de tranquilidade
Subia em árvores, banho de riacho
Respirava felicidade.
Criada numa família grande
Nas boas aventuras estava à frente
Bauele grupo de amigos
Era considerada competente.
Logo cedo sair da fazenda
Em Ipecaetá fui estudar
Onde descobri a minha paixão
Dos meus versos rabiscar.
Um dia, tornei-me esposa
Mãe dedicada e professora
Assim é a Irá Rodrigues
Aposentada e escritora.
Assim é um pouquinho de mim
Lutar, não é tarefa fácil
Leonina com força e garra
Também sou muito frágil.
Breve mudo de idade
Saudades da adolescência
Cabelos brancos e rugas
Aceito sem fazer exigência.
Aqui é um pouquinho da minha vida
Realista sem maquiagem nem fantasia
Essa pessoa odeia falsidade
Acreditem, ela respira poesia.
Autoria- Irá Rodrigues.
Maldito fui por te amar…
Se eu soubesse como seriam os dias depois deste, não teria nem saído de minha cama.
Se tu soubesses como me machucou, mesmo assim o fazendo não teve piedade.
Sua indecisão, sua confusão magoou um coração tão ingênuo das maldades que há em outros corações…
Realmente não espero que passes por algo assim.
Veio como uma tarde de domingo, era minha primeira vez. Ficastes, fizestes morada em meu peito me levando a duvidar e me auto-desconhecer. Se soubestes pois, que fiquei conhecido pelos bares, pelos copos e pelas noites agonizantes , talvez tivesse pena. Pena que um coração não pode sentir o que outro sente…
Se foi recíproco ou não, nem sei.
De tanto o que falamos, suas palavras saiam como a mais linda poesia. Não via a hora de escutar o som que ecoava quando chegavam mensagens tuas. Passava até as mais altas horas conversando contigo com o mais belo sorriso no rosto. Cruel o desconhecer do que viria num depois. A ti tenho apenas o lamento. Agradeço por me fazer conhecer tão jovem como o mundo pode ser, para que já não mais sofra dos mesmos enganos. Porém guardarei de ti, apenas falsas ilusões, sensações e o ego. Quisestes fazer com meu coração, o que a rua te fizestes.
Será para sempre meu grande amor, desde a beleza até os mais simples detalhes que em quase todos combinamos, e até nisso meu coração foi criança.
A partir de hoje, nada mais.
VERDADE MAIS SINCERA
Demétrio Sena - Magé
Nunca fui uma cela pros afetos;
quem foi preso, não foi porque prendi;
o meu teto foi sempre o céu exposto,
as paredes o vento em mutação...
Muitas vezes alguém me fez cativo
nos meus próprios limites, ao ficar
por motivos que nada explicaria
ou pra ser um conflito na minha'lma...
Sempre tive um apego à liberdade,
que ninguém entendeu, e atentei
contra minha verdade mais sincera...
Sou apenas um livre prisioneiro;
cativeiro e cativo, pois meu peito
vai e volta na mesma pororoca...
... ... ...
Respeite autorias. Isso é lei
Entre o que fui e o que estou me tornando, há uma estrada de desafios que só os corajosos percorrem. E ao final, a transformação vale cada passo.
O que eu tenho a fazer é bem pouco,
logo, a vida não importa tanto...
Sei que fui riso e fui lágrima
Que deixei saudades nalgum canto.
A ilusão não mais me guia
a esperança morreu, como deveria,
como uma fogueira que se apagou
em noite extremamente fria.
Eu, Aline Kayra, ao longo da minha vida, fui ferida inúmeras vezes por palavras. Embora frequentemente desejemos nos esconder do mundo na esperança de nos resguardar e curar de dores passadas, acabamos nos permitindo ser feridos novamente, o que nos impede de realmente cicatrizar. Muitas vezes, não percebemos que, mesmo no ambiente de amor e confiança, nos tornamos vulneráveis a novas feridas, e assim nos tornamos prisioneiros de nossas cicatrizes. Todos os dias, lutamos batalhas internas para manter nossa força. É verdade que, em certos momentos, não conseguiremos nos proteger das palavras que nos ferem por dentro. Infelizmente, seremos obrigados a recomeçar; uma nova luta se apresenta e temos que enfrentar nossas dores, que se acumulam e se entrelaçam dentro de nós, provocando uma devastação dolorosa. Contudo, deixo aqui uma mensagem importante, que espero se impregne nas futuras gerações: talvez assim consigamos formar cidadãos mais sensíveis. Que, ao proferirem palavras, tenham a capacidade de se colocar no lugar do outro, buscando compreender e sentir o que aquele outro pode estar vivenciando.
Quando suas palavras causarem dor a alguém, é fundamental pedir desculpas e buscar, de alguma forma, oferecer um bálsamo para a alma que foi ferida. Se suas palavras têm o poder de machucar, há uma grande chance de que a pessoa afetada não possua a força necessária para amenizar a dor que enfrenta. Muitas vezes, a maneira como você escolhe se expressar pode ser a chave para levantar o ânimo e suavizar a angústia provocada.
Outro aspecto a considerar é que nunca sabemos o que a outra pessoa está vivendo ou sentindo. Por isso, é nosso dever exercer discernimento e conectar-nos com nosso lado mais humano, evitando deixar que a raiva, a fúria ou o nervosismo guiem nossas reações. Acreditem, palavras têm um poder imenso e podem adoecer profundamente uma pessoa.
É importante ter em mente que as palavras têm grande influência sobre alguns indivíduos. Portanto, devemos ter cuidado e domar nossa linguagem, para que, ao serem recebidas, não soem como facadas em seus corações. Lembrem-se de que, mesmo sem a intenção de magoar, o impacto de uma palavra pode ser devastador.
Pedir desculpas sinceras e buscar aliviar a dor que causamos são ações essenciais. Oferecer o bálsamo necessário para a alma ferida é um passo fundamental rumo à cura. É importante reconhecer a delicadeza emocional de cada pessoa, lembrando que não sabemos o que ocorre na vida do outro. Essa consciência nos motiva a ser mais cautelosos com nossas palavras e a agir com compaixão.
Acreditem, as palavras possuem o poder tanto de curar quanto de ferir intensamente. Devemos nos empenhar em utilizar esse poder para o bem, construindo pontes de compreensão e respeito em vez de erguer muros de dor e ressentimento. Que todos nós nos esforcemos para empregar nossas palavras com sabedoria e gentileza, promovendo aquilo que realmente traz bem.
26/08/2024 15:03hs
“Egoísta por ser insegura”
Fui egoísta por ser insegura,
não te queria deixar usar aquela minha camisola
sabia que ia gostar mais de te ver com ela
do que me gosto de ver a mim mesma,
assim como acontece de todas as vezes.
Queria parecer melhor que tu,
por isso apeteceu-me gritar, chorar
e do teu corpo a camisola quis arrancar
mas nada fiz, fiquei em silêncio
eu queria receber a tua atenção,
queria que as pessoas me vissem uma vez que fosse
e que eu recordasse isso depois,
mas isso nunca acontece
quero roubar-te o papel principal
O papel que escolheste na tu própria série,
É que na minha série é só mais um dia,
mas na tua…
A tua série soa como a mais bela melodia
Todos amam tua pessoa
Alguém amigável, delicado e perfeito
Coisa que nunca serei
Mas claro que não sei o que está por trás das cenas
Não sei quanto sofres não sei o que sentes
Pões um um sorriso no rosto
E plantas o amor pelas pessoas
Como os agricultores fazem com as sementes
Com dura e branda cadeia...
Já esqueci-me de quem eu fui...
E nesta incessante lida...
Já nem sei quem ou o quê serei...
Com o mal, e com o bem...
Já não me dá beijos qualquer passageiro...
Entre o que vai e o que vem...
Entre lágrimas, um sorriso faceiro...
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos...
Nossa vontade é o nosso pensamento...
Tão pouco me agrada...
O ardor do inferno...
Ou a paz do céu verdadeiro...
Se eu fosse tão feliz...
De viva voz eu diria:
Que pouco ou muito é dito...
Mas é certo tudo terminar um dia...
Há fogo que devora…
Há frio que abraça...
Há amor que entre nós volteia...
E também o descaso que se semeia...
Eu te abençôo...
Não desejando amaldiçoar...
Mas se o faço...
Não permito ninguém me julgar...
O coração que vive ainda...
E pulsa e quer pulsar...
Ainda sonha...
Em sua metade encontrar...
Oh...
Pudesse durar sempre...
As venturas por quais passei...
Mas compreendo que assim o mundo não seria o que é...
Só lamento por quem tolamente me entreguei...
Tive soluços, febre, e absurdos desejos...
De nada me arrependo...
Mas quisera eu...
Poder voltar no tempo...
Façamos nossa vida um dia...
Que há noite antes e após...
O pouco que duramos...
Ninguém sabe o que vai por esse mundo...
Na eternidade - não é mais que poucos segundos...
Sandro Paschoal Nogueira
Movido pelo Sopro do Senhor, fui levado comobrisa, cruzando a fronteira da vida, para contemplar a beleza de Deus no Universo da alma!
"Você não pode mudar quem sou, ninguém pode.. fui transformado no que mais temos, meus Demônios..."
