Fui
Títulos e Lembranças
Eu fui um espermatozoide, criado no corpo e lembro que quando o sistema nervoso acelerou, todos começaram a correr ou nadar, sabe-se lá, só creio que por não ter entendido ou me perdido fui lançado a outro corpo, fiquei preso em uma bola, desde então não vi mais ninguém.
Por meses fui chamado de feto, meu corpo começou a se modificar e eu não entendia o que acontecia, mas tinha alguma coisa fora daquela parede, ah se tinha...
O que está acontecendo?
Quando eu pensei que tinha encontrado um lugar seguro, mesmo na solidão, me acostumei com aquelas vozes e barulhos lá de fora, de repente, alguma coisa começou a me puxar e ao abrir os olhos tomei um susto, havia vários como eu, porém, bem maiores. Então, ouvi quando alguém disse: “- Uma criança, linda! ”
Eu ganhei um nome.
A adolescência teve que chegar, não havia como evitar o meu crescimento. Queria nunca ter saído do colo de minha mãe!
Certo dia, em uma palestra no meu colégio um homem apontou para mim e disse: “- Você, você mesmo! Jovem! Futuro do amanhã! ” Essas palavras ressoaram muito bem aos ouvidos de todos que lá estavam, mas que futuro é esse que não chega!
Anos mais tarde aprendi a medir as consequências de meus atos, afinal tornei-me adulto, tenho responsabilidades e comigo trago sonhos.
Lembro-me nitidamente como se fosse agora, eu perante um altar segurando aquela mão quando o padre perguntou a ela: “- Você o aceita como seu legítimo esposo? ” E sorrindo, olhando em meus olhos ela disse: “- Sim! ”. Meu corpo tremia!
Conquistamos os nossos sonhos mais impossíveis na época. Mas nada foi tão forte quanto aquele sorriso naquela manhã, minha esposa abraçou-me e chorando disse: “-Parabéns papai! ”. Olhei para o céu e disse: Deus, obrigado! Que alegria, é ser pai.
Logo, o tempo transformara aquela criança em uma mulher com um caráter invejável. Muitas vezes não me dei conta do tempo, que não para, nunca imaginei sentir que iria perder minha filha.... Ela chegou com um rapaz e esse sem saber meu nome cumprimentando-me disse: “-Boa noite meu sogro! ”
Minha filha abraçou o seu destino e casou-se, foi morar em outra cidade, mesmo sentindo sua falta aprendi a conviver mais com sua voz ao telefone, do que sua presença aos meus olhos. E em um desses telefonemas em que tentávamos matar a saudade, ela perguntou: “- Vovô cabe mais um em sua casa? ”
É, estou velho mesmo! Serei avô. E sinceramente eu não sei se nascemos sozinhos ou morremos sozinhos. Mas obrigado, meu Deus, por ter me tornado um homem realizado, no cumprimento de minhas obrigações. Juro que tentei ser o mais exato e justo possível.
Nesse tempo, ganhei mais que títulos, mais que experiências. Ganhei o mundo e fiz dele um paraíso, e ao deixá-lo sei que me tornei parte viva dentro dos que me procuram em silêncio.
E agora, ao certo, não sei dizer se era mais feio quando me chamavam de espermatozoide ou agora de defunto!
Eu prefiro ser uma lembrança...
Aos poucos fomos nos afastando
A distância já não é insuportável
Com o passar fui me acostumando
E vejo um mundo antes inimaginável
Renasce em mim um novo olhar
Cheio de anseios e outros sonhos
Deslumbrando-me onde quer que eu vá
Com novos sabores e outros encantos
Contemplo hoje, a beleza da vida
Minha alma perdida, já se encontrou
Caminhando na minha própria companhia
Reinventando a fórmula do amo
Família
Sempre fui a pessoa que acendia o fogo
Agora o fogo e a brasa sobrava para eles,
Ou sobrevoava sobre minha ferida alma
Que não amava, vivia avoada.
Como era criança para me tocar!
Que até as frutas da cozinha ouviam o silêncio soar
E cresci para um frio incêndio tornar
De um poema ou pomar do que foi um dia meu lar.
Versos? Nunca fiz.
Poeta? Nunca fui.
Musa? Nunca tive.
Vejo agora em você, musa, meus primeiros
E que deles venham segundas, terça, quartas e sábados
Acelerados, aproveitados, celebrados
Mas sejam os primeiros, eternos.
Idade.
Não faz muito tempo eu era o caçula da turma.
Muitas vezes fui excluído das brincadeiras e de uma ou outra conversa porque “não era para a minha idade”.
Outro dia eu fiz 50 anos e demorou para “cair a ficha” de que eu era um dos mais velhos naquela festa, pois os mais velhos que eu nem ir a festas iam.
Dezoito anos se passaram daquele dia e a maioria que não queria mais festa já morreu, alguns dos que foram seguiram o mesmo caminho e eu já não tenho vontade nem de fazer festa nem de ir a nenhuma festa.
Mas reconheço, fiz da vida uma bela festa.
Fui roubada
O q te roubaram?
Roubaram meu coração
E o q fizeram com ele?
Jogaram no lixo
E agora?
Agora to procurando por ele outra vez...
Mesmo com a imensidão do tempo fui em buscar o amor por tanta vezes.
O amor revela quanto somos fragil decadentes de um sentimo.
A fragilidade do sentimento está no acreditar.
Tão pouco observamos erros falhas defeitos.
Queremos nos render ao lindo desejo de amar.
Tornando o tempo pequeno pois o amor tem o poder de rouba os segundos os minutos.
Quando percebemos já se passaram horas, pois esse é o amor
Quando estamos com ele perdemos noçao do que é real
Vivemos sonhando em busca da felicidade
felicidade estrada Sem fim.
Onde cada instante revela como é esplêndido amar
Nunca fui uma mulher exemplar, daquelas certinhas, que segue a linha. Não faço poses para chamar a atenção, odeio tirar fotos, detesto picuinhas e não suporto fofocas. Sempre analiso o caráter da pessoa que fala e não daquela falada. Nunca acreditei em contos de fadas e não sei brincar de faz de conta. Sou canceriana, então sempre será oito ou oitenta. Não tenho paciência para gente fútil, mal-educada e doente de espírito. Quando gosto, amo de verdade, mas se deixo de gostar, elimino da minha vida, e para conseguir a minha indiferença basta agir com falsidade. Para alguns, sou insana, egoísta. Para outros sou verdadeira, uma amiga leal. Se quiser me conhecer, muito prazer. Se quiser me entender, desista. Se quiser me amar, desvende-me nas entrelinhas.
Não sou delicada, não tenho leveza na língua. Sou palavras, grito. Nunca fui de calar olhares, sorrisos.Os raios que queimam meu corpo e minha alma distribuo em chamas, toques...aos sons de violinos e músicas.
Nunca fui a favor disso que se diz, de que a vida é como um livro, que obrigatoriamente temos que passar as páginas. Podemos muito bem chegar em uma que gostemos, e não querer se encantar com mais nenhuma, ficar com aquela página, com os trechos que a completam e a definem. Mas isso mudou, meu conceito agora diz que às vezes temos, sim, que passar a página, mesmo que doa, mesmo que sentimento nenhum tenha enfraquecido, mesmo que jamais possa voltar àquela página.
Se eu decidi recuar não decretei desistência, e nem deixei o fracasso me vencer, fui buscar outro meio de avançar.
Nas voltas que a vida dá, fui muitas vezes jogado de ponta-cabeça; e daí; meu prumo são as estrelas.
Tirei a roupa, arranquei sapatos, corri. Fui de encontro a vida: me joguei do alto, libertei meus sonhos !
Que muitas vezes fui rude, grosso, arrogante e insensível, que não dialoguei, eu sei, mas nunca poderá dizer que não ouviu de mim: EU TE AVISEI.
Não tenho medo, homens com medo se desespera e não me desesperei. Fui apensas sensato nas minhas ações, espero cair sem precisar que eu faço algo. Sou homem de estratégicas e não agir por impulso.
Daisy Xavier
Fui preparando um leve vestuário
propícios a estripulia e desafio
jeans, camisetas e uma macia botina
rolos de filmes e uma velha máquina
Algumas sementes, selecionei para adubar
a alma das pessoas, e os corações poder tocar
levei todos os sabores de beijos variados
uma infinidade de abraços apertados
afeto, amor, carinho e muita alegria
em cada expressão, o meu sorriso surgia
e o coração apressado, realizava a colheita
de uma fraterna amizade que nascia
fotografei sorrisos de crianças carentes
sorrisos amarelados de idosos e contentes
do quase bom moço, fazendo graça pra moça
quantos sorrisos num 3 x 4 registrei...
perfumados como flores... afloravam
doces como frutos... desabrochavam
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