Fria e Orgulhosa
aquele medo e o desespero em meus dedos, uma sensação fria como se fosse me comer viva, eu chorava mas não queria, eu tentava parar mas não conseguia, me sentia uma criança numa caixa presa sem respostas para as perguntas que queria, me sentia sozinha que ´´pobrezinha´´ pensavam de mim, uma criança perdida em seus próprios pensamentos, preciso de ajuda, eu grito, eu choro mas ninguém me escuta, eu penso mas não falo, com medo daquelas marcas voltarem do meu passado.
Saudade acesa
Voltando da balada naquela madrugada fria e ao mesmo tempo quente, nos encontrávamos a rodopiar em passos leves e estávamos muito sorridentes,
a cada passo dado naquela rua quase sem iluminação os nossos corpos dançavam felizes com a sensação do "desconhecido que deve ser bom",
mãos vibrantes, corações gritantes, corpos pulsantes, almas perfumadas, e na rua que não deveria ter fim a dança suave acaba, a luz fraca apaga, mas a memória continua acesa incendiando a saudade.
Cai a noite e a noite é sempre um tempo que volta em meus versos. Cai uma noite densa e fria, refrescante. E acnoite hoje não me amedrontador. Acostumei-me com o seu jeito de estar no mundo. O coração está claro, sem grandes sobressaltos. E me despeço daquela dor antiga que me acompanhava como pertencente inerente do meu ser. Hoje sou contemplação e tenho as estrelas como companhia. Quando eu estou feliz eu não escrevo. Fica aquela impressão que vivo em estado de sofrimento. Mas hoje faz luz em meio peito e registro esse momento de serenidade, antes tão raro, mas hoje já uma presença constante. E agradeço, porque sei reconhecer. Cai a noite densa e sinto uma grande paz. Nada a pedir. Nada a ansiar. Somente sorver o momento presente, cada instante inerente, imanente, que sobre sobre o infinito. Sinto paz e a paz é por si só um poema.
Me sentindo perdido na escuridão
Como em uma noite escura e fria
Onde só se via escuridão e neblina
Então encontrei a luz
Essa luz tem um rosto e um jeito perfeito
Invadiu meu coração e não sai da minha mente
Sorriso que irradia, olhar penetrante
Abraço envolvente e um beijo ardente
Jeito manhoso e dengoso,
Misterioso e bondoso
Um brilho no olhar que causa inveja as estrelas
Mulher forte e delicada
Guerreira, mas uma dama honrada!
ÁG
Eu sou analítica, mas não fria. Sinto o que a maioria não percebe que nao sei como mas leio silêncios, interpreto entrelinhas e enxergo nuances que muitos ignoram. Vejo além dos gestos e questiono o que se cala. Carrego no peito um laboratório de dores que ninguém catalogou, feito de mapas mentais e cicatrizes emocionais, de hipóteses sobre o mundo e feridas que ainda não viraram tese.
Ser analítica não é uma escolha: é uma forma de existir, é medir a profundidade de um abismo com os olhos abertos e, mesmo assim, tentar atravessá-lo. Não se trata de falta de fé, mas de excesso de percepção, é saber que um sorriso pode mentir e que um toque pode calar, é doer no ponto exato onde os outros passam batido.
Ser analítica me custa noites mal dormidas, me leva a refletir sobre o que ninguém disse, me faz questionar até os próprios sentimentos, mas também me salva dos enganos que machucam sem nome, é viver entre o sentir e o pensar, entre o racional e o sensível, como quem caminha sobre uma linha fina entre dois mundos.
No fim, ser analítica é existir com lupa em um mundo que prefere o raso, é doer com consciência, é amar com profundidade. É viver mesmo que doa com verdade.
Fé e Ciência...
(Autor: Múcio Bruck)
A madrugada fria me afligia
Insone, vigiando o sofrer
De minha amada, acamada
Inquieta, delirante, febril
A vela queimava aos pés
Do Santo de minha Fé
Rogando por um milagre
Pela cura, fim de minha angústia
Leigo e só, diante das dores
Impotente, sofrendo pelo que via
Me veio à lembrança a frase:
"Faça a tua parte que farei a minha"
Peguei álcool e pequenos retalhos
Água morna e uma pequena bacia
Havia esquecido do antifebril
Há muito guardado no velho alforge
Misturei atitude, Fé e ciência
Desejos de agir pela comoção
Que em desespero despertava o pranto
A febre cedeu, a Fé e a ciência venceram
Doce e alcoólatra como vinho.
Nesse cenário,
asfalto molhado, noite fria.
Luzes acesas, prédios altos.
A cidade cheira a cigarros e vícios.
Essa fumaça exala promessas falsas
e cá estamos nós,
em meio a palavras explícitas
e situações formais.
Me disse que sou diferente,
apesar de nossa diferença de idade.
Esse é um mundo de artistas,
nós somos artistas consequentes.
Falando em arte,
seja minha musa?
A última não valorizou os traços que nela realcei.
Percorreria seu corpo a lápis ou pincel,
te deixo escolher.
Só promete sussurrar a sua resposta,
não como promessas falsas que nos têm.
Sussurra.
Minha mente tá barulhenta demais,
mas eu juro que, se for você,
eu vou conseguir escutar.
Ofício Solar
A noite é fria, e o frio fustiga o vão
Onde o coração, sem eco, jaz no chão:
Um cálix sem licor, um braseiro apagado,
Um árido silêncio, desolado.
Mas eis que a pálida aurora, em seu labor,
Fende a mortalha do noturno horror.
O Sol — cíclope eterno, forja em chamas —
Tecendo o dia com douradas tramas.
Não mero fulgor que apenas vela a dor,
Mas alquimia sutil, um ato maior:
Transmuta o gelo em seiva, o vazio em vaso,
Onde a esperança, planta de tenro laço,
Desabrocha — não em júbilo feroz,
Mas em quieta alegria, como a voz
Da fonte que retorna ao seu leito antigo,
Da estrela que persiste no perigo.
Nasce o dia. Não como um grito vão,
Mas como o lume que a razão acende
Na escuridão. É o gesto que desfende
A vida do seu próprio abandono:
O sol, Vênus, a alba... É o eterno dom
De um novo tempo, um compassado som
Que diz: Em ti, a luz se refaz agora."
E o coração — vaso, crisol, forja ignora
O frio da memória, e aprende, enfim,
O ofício de ser luz, de ser jardim...
DESLEMBRAR (soneto)
Quando no verso deixar-te silenciado
Para habitar, por fim, a sensação fria
Em que nada mais no peito é agonia
Te peço que fique inerte no passado
Não mais quero o versar com poesia
Qual o rimar tinha sentido apaixonado
E o carinho tão latente e tão amelado
Ah, quero os versos sem essa profecia
Depois que te poetizar este apartado
A inspiração não mais terá saudade
E o cântico no sentimento será calado
A versificação terá então outra emoção
Em cada verso um reverso de liberdade
E o deslembrar o novo tom do coração.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 julho 2025, 17’48” – Araguari, MG
Instinto de Aço
Na fria névoa da manhã sombria,
Surge a fera, moldada em valentia.
Olhos de brasa, alma em combustão,
Traz no peito a força da superação.
Não há espaço para lamento ou receio,
Ele avança — firme, sem devaneio.
A neve no rosto, cicatriz do caminho,
Prova que até no gelo se segue sozinho.
Encontre a maneira, rasgue a cortina,
Não há desculpa que valha a rotina.
Se o medo ladra, que ladre ao vento —
A coragem ruge no mesmo momento.
Quem vive na sombra, teme o luar,
Mas quem é forjado para lutar,
Sabe que o impossível é só disfarce…
Para quem se recusa a fazer parte.
Fui até ti, como quem ama,
não com espada, mas com choro e palma.
Te vi distante, fria, ausente...
mas quis-te perto, ainda que indiferente.
No dia mais escuro e na noite mais fria, agarre-se firme à realidade, que as estações mudam e as pessoas mudam também. O sol terá o seu tempo, o sol terá o seu brilho e o seu abraço quente irá te encontrar.
Não foi em uma tarde fria de OUTONO a primeira vez que me beijou, mas desde então levou contigo meu SONO. Levou também meu CORAÇÃO. Todavia, deixou o gosto amargo da SOLIDÃO. Assim vou vivendo a minha VIDA, pois bem sei, não sou a sua flor PREFERIDA. Solitária, no meu quarto, no silêncio da noite a saudade AUMENTA e uma terrível dor minha alma VIOLENTA. Rogo a Deus em ORAÇÕES que me ensine a controlar as EMOÇÕES e que eu volte a ser como era, antes de VOCÊ.
Se o inverno é a estação mais fria do ano,
e está começando agora, vamos entender sem demora
que poderemos viver nosso inverno sem perder o calor da alma...
INVERNO OU INVERNO?
Marcial Salaverry
Não tenha medo do inverno,
de sua frialdade,
pois com a idade,
quando ao inverno chegamos,
mais sábios nos tornamos...
Se com a neve do tempo,
os cabelos branqueamos,
isso não é contratempo,
pois mais sábios nos tornamos...
Não tema esse inverno,
aguarde-o... desfrute-o...
aproveite a experiência,
aprenda a ter paciência...
encare a passagem da idade,
não como velhice,
mas como idosidade...
Se o verão foi bem curtido,
a primavera lindamente florida,
e o tombar outonal da folhagem,
não atrapalhou a sua viagem,
encare o inverno com coragem...
Ele passará, como tudo passou...
E nós passaremos também...
E esperando ele passar,
jamais podemos deixar de amar...
Às vezes, tudo em volta me parece cinza. A noite é escura e fria, e eu sinto a falta, a angústia. A lua se esconde e uma imensa escuridão se faz, e eu tateio no breu, na obscuridade da noite, em busca de algum contato. A distância se expande e o sentimento míngua. Então, sou tomado por uma enorme sensação de desamparo, de desassossego. É que eu carrego cicatrizes na alma, tatuagens na mente. Marcas de um passado presente e que insiste em me açoitar. Ninguém conhece os vales secos e sombrios por onde andei; Nunca conseguirão mensurar o tamanho da dor, do vazio, da solidão e da saudade, cortam feito navalha. O erro sempre dormiu na porta e eu lutando para não abrir, para não ceder, para não dar brecha. A Intimidade nunca regride; a tentação nunca dorme. Houve lágrimas que derramei e ninguém viu; momentos que gritei e ninguém quis ouvir; corri, cansei… doeu, viu! Mas existe em mim uma resiliência que vem de dentro, e que me move, me impulsiona, e é maior que a dor. Não é fácil me quedar; minha estrutura é forte. Então, quando me dei conta, eu estava de pé outra vez. Se eu temi? Claro que sim, é da minha humanidade. Se eu achei que não fosse dar conta? Muitas vezes. Mas a manhã chegou, o Sol brilhou novamente e a salvação se fez. Eu já sinto no ar o perfume, o cheiro, eu percebo a presença. Está vindo, eu ouço o som, eis que já está a porta.
Você
Quando meu sonho ...nunca foi teu...
Quando sem amor foste tão fria...
Quando te mostrei..o meu eu...
Quando..olháste só faltava o meu...
Quando te descobri...nada me
pertencia..era tudo seu...
Quando você errou no que prometeu...
Quando a minha luta..se perdeu...
Quando..o tempo ficou calado...
Quando você não se devolveu...
Quando...fiquei só..sem ler o que era teu...
Quando nos perdemos..com sol e não breu
Ambos soubémos o que se perdeu...
"A mente atormenta durante a noite fria,
a paisagem congelada ocupa o espaço na mente vazia
o pensamento vaga em várias direções em busca de uma resposta
já não posso mais suportar essa falta de ar que me sufoca.
Preciso respirar mas em cima do meu peito há o mesmo peso na qual a minha mente esboça.
Será esse o meu fim?
A minha alma dói na possibilidade de perder o amor que sentem por mim."
O Peso do Silêncio
Na catedral de pedra fria,
onde ecoa o som da devoção,
nasceu uma sombra sombria,
ferida aberta pela ambição.
O pastor, amado pelos seus,
guiava almas pelo caminho,
mas mãos ocultas, cheias de breus,
espreitavam em completo desalinho.
Era noite, um altar sagrado,
um visitante ao fim da missa,
com olhar vazio e passo pesado,
entrou onde a luz se avisa.
Um disparo rompeu o ar,
o rosto sereno ao chão tombou,
a fé tremeu, não pôde evitar,
e o sangue do justo ali jorrou.
O silêncio grita nos muros do templo,
a justiça caminha com passos lentos,
os nomes se perdem, mas não o exemplo,
de um homem que partiu nos ventos.
Quadras de uma Alma despojada -
Num tampo de mesa fria
escrevi da minha solidão,
amargas dores que sentia
como espinhos no coração...
Nessa dor que remoemos,
nesse querer e nunca ter,
há sempre alguém que não temos
nessas horas de sofrer.
À mesa do que não temos
nem a vida nos diz nada
só lembrando o que perdemos
dessa vida já passada.
À mesa do destino
vai passando a nossa história
meus cansaços de menino
'inda me toldam a memória.
Estes versos, por piedade,
tem minha dor por filha,
nesta mesa, na verdade,
só o nada se partilha.
Num doer que não esquecemos
num esquecer qu'inda nos dói,
o porquê de não morrermos,
desta ângustia que nos mói?!
Se eu pudesse tirar da mente
esta dor que me esvazia,
não era o poeta que hoje sente
neste tampo de mesa fria.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp