Fria
Todo dia a gente inventa uma alegria
A gente esquenta a água fria
E ignora a bola fora
Toda hora a gente dá um desconto
A gente faz de conta
Mas chega a um ponto em que ninguém mais quer saber
Crimes passionais
Profissionais liberais demais
Segredos de estado
Centroavante recuado
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Tem muita gente se queimando na fogueira
E muito pouca gente se dando muito bem
Agente secreto
Agente imobiliário
Gente como a gente
Presidente e operário
Empresas estatais
Estátuas de generais
Heróis de guerra
Guerra pela paz
Hindus, industriais
Tribos e tribunais
Pessoas que nunca aparecem
Ou aparecem demais
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Tem muita gente se queimando na fogueira
E muito pouca gente se dando muito bem
Críticos da arte
Arte pela arte
Pink Floyd sem Roger Waters (Welcome To The Machine)
Formas sem função
Fascistas de direita
Fascistas de esquerda
Empresas sem fins lucrativos
Empresas que lucram demais
E todo dia a gente inventa e fantasia
A gente tenta todo dia
Feitos cegos
Egos em agonia
MERA OBSERVAÇÃO
Era noite de sexta feira.
Uma noite bem fria, por sinal.
Falei com todos, puxei uma cadeira.
Me acomodei e comecei a conversar, nada anormal.
Comigo, os velhos companheiros de prosa
Um pouco de assunto e o som vindo da rua.
Ao centro uma mesa com uma flor, uma rosa.
Alguma bebida e um prato de carne meio crua.
Estávamos todos no interior d'um bar.
O típico boteco que de tudo tinha.
Da cachaça mais inusitada
Ao famoso frango à passarinha
Na vitrola, um bolero conhecido.
Ao lado, uma linda dama de perfume.
Na sinuca, um malandro bem sabido
E o papo fluía como de costume
Mas, tinha algo diferente
Algo estranho acontecia,
Era comigo.
E, meio que de repente,
Perplexo, eu me via.
com tudo eu estava entretido
Passei a enxergar tudo.
Enxergar não, ver.
Ver aquilo que estava no meu mundo.
Aquilo que eu insistia em esquecer.
Vi o grilo, que zoava no teto
Já me tachando de louco
Pois, dar importância a um inseto
pra loucura, faltava pouco.
O giro das hélices do ventilador,
que esfriava ainda mais o lugar
Era monótono e assustador
Tal como um velho que, solitário, estava por lá.
Um casal de gulosos
que sempre pediam o mesmo
Um prato cheio ovos
E uma porção de torresmo.
Do outro lado da rua
Residia Um mendigo
Vivia no mundo da lua
Abandonado, doente, encardido.
Me irritei com a porta do banheiro
Que fazia um som insuportável
Até que um garoto, um tanto ligeiro
Entrou lá e o resto é improvável.
Pensei na minha família
Que, feliz, me aguardava no lar
E quando, no bar, entraram mãe e filha
Queria, pro meu aconchego, voltar.
Até que, de supetão, tudo sumiu.
Abri meus olhos e me surpreendi.
A porta do quarto, autônoma, se abriu
E num piscar de olhos, uma tragédia percebi.
Fiquei mal, desolado
o rosto estava bem tristonho.
Tudo aquilo que havia presenciado.
Fazia parte de um sonho
Um sonho engraçado
De mera observação
Só que estava recheado, coitado,
De uma ingrata ILUSÃO.
Hoje, é um daqueles dias em que tudo é vazio, em que tudo é solidão, em que a noite é tão fria...
Que gela o coração
Falta algo, algo em minha vida. Tão vazia, escura e fria. Preciso de um caminho, ou apenas uma seta para a saida.
"Bem eu era assim:
Chata, ignorante,fria,
ai veio você e me deixou:
Desengonçada,idiota,ciumenta,boba, deixou ...eu .
A raiva a possuía, a solidão, a agonia. Ela não entendia o porque ser tão fria enquanto todos eram tão quentes. Ela se via, mas nunca a viam. Ela era perdida, mas nunca tentaram encontra-lá. Ela não amava, mas era algo normal para alguém que também nunca foi amado.
Não a chame de fria sem conhece - lá e sem saber pelo que ela já passou. Ela crer que a vida é feita do presente e não do passado, mas sempre acaba vivendo nele. Ela nunca pensa no futuro, ela o teme. Não acredita em mágicas, só em truques, principalmente no tal chamado amor. Crer que o mundo é repleto de futilidade e faz de tudo para nunca participar dele. Acredita que cada palavra dita é uma relíquia, cada gesto um passo ou um atraso. E principalmente que amar não é morrer pela pessoa que ama, e sim viver por ela. Como nunca se imaginou vivendo por ninguém, se classificou como um ser racional, que nunca quer saber o que os outros pensam, mas quer que todos saibam seus pensamentos. Ela nunca aceita a felicidade de graça, gosta de lutar por ela. É a garota boa em dar conselhos e nunca segui-los, apenas por medo. A garota que nunca irá abaixar a cabeça para ninguém, mas vem abaixando a de varias… Ela é a garota que nunca pensa só nela e que as vezes, muitas vezes, esquece o motivo da sua existência, ela vive por ela mesma, mas adoraria viver para outra pessoa. Ela sempre tem duvidas, mas para os outros só certezas, talvez essa garota se esconda do mundo com medo de se perder e ninguém ir a sua procura. E talvez por isso nunca mostre quem verdadeiramente é, apenas é o que querem que ela seja.
Me dizem sempre: seja fria, seja fria, seja fria!
Mas não consigo, sou tão quente quanto água em ponto de ebulição.
A questão é que não consigo ser fria, mas não é aconselhável que me faça esquentar demais, por dois motivos:
- Fogo pode queimar; e
- Sentimentos também evaporam.
Seus pés pisaram a areia branca... quente, macia.
Num salto, molhou os pés no mar... a água fria.
Incerto ainda, o corpo todo mergulhou num movimento certo
deixou-se levar pelas águas do mar,
as ondas de leve a balançar.
O calor... o frio
A vida... a morte.
O corpo inerte.
As ondas... o movimento contínuo,
ir e vir... quebrar e reconstruir.
Então...
seus pés pisaram de novo a areia quente
agora milhões de ideias em mente...
e a vida toda pela frente.
Eu era sozinha, fria, calada, não sei o porquê mas esse era o meu jeito. Eu era simplesmente isolada de tudo e de todos, não havia ninguém para me dar carinho ou até mesmo apoio.
E assim foram se passando os dias, até que chegou o momento em que te conheci. Foi tudo tão diferente, eu te olhava lentamente, percebendo e procurando cada detalhe. Tempo depois a gente foi se aproximando e você perguntou o meu nome, eu tremi, senti uma coisa estranha dentro de mim, e o pior, eu não sabia o que era.
Pensamentos foram surgindo em minha mente, e eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser em você. Eu saia na rua, e diante de toda aquela multidão, meus olhos se guiavam até você. Dias e dias se passavam e resolvemos nos falar diariamente, até que finalmente, nosso primeiro beijo. Eu, sorridente, fui dormir e ao acordar pela manhã não te via mais passar, percebi que foi tudo um sonho, novamente ilusão, e eu voltei a ser a mesma pessoa de antes, sozinha, fria, calada.
Eu vou aprender a ser fria e não me importar mais. Aí depois você me diz se todas as vezes que eu me magoei quando fizeram isso comigo foi puro drama.
Senhor.
Nesta noite fria..
Toca-me...Com o Teu amor...
Tira todo o medo,toda angústia e aflição.
Toca esta pobre alma e cura o meu coração.
Tira a doença e todo sofrimento....
Que faz o meu irmão sofrer.
Toca neste corpo e neste coração com teu poder...
Tira toda a mágoa e toda dor que nos faz chorar.
Tira todo o ódio, e ensina-mos a perdoar.
Faz das nossas pedras um novo coração.
Toca a nossa boca e no nosso interior...
Vamos louvar-te... Com amor Senhor.
Como pode…
Como pode um peixe vivo viver fora d’água fria?
Como pode eu menino viver nessa nostalgia?
Como poderei viver, não sei se vou sobreviver
nessa tua, nessa tua, nessa tua vida crua,
onde o próprio ser humano se mata de amargura.
Como poderei viver, se estou a enlouquecer…
Lavra as Almas
No início da fria madrugada
ao telefone com a minha amada
e ela com sono já despedindo
a disse que algo bom estava vindo.
Acalme-se coração apressado
há tanto tempo no relógio a rodar.
O dia no céu permanece guardado
em vem a chuva pra gente se amar.
O barulho por nós admirado
no momento em que tudo era são
criou-se um aconchego desejado
a orquestra do amor havia tocado,
enquanto as árvores balançavam
e batiam os galhos ao invés de mãos.
