Frases de Clarice Lispector
Ela passaria a noite a rezar, a olhar para o céu escuro, a velar por alguém.
A verdade é sempre um contato interior e inexplicável.
Amor (...) é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor verdadeiro, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões.
"Escrever" existe por si mesmo? Não. É apenas o reflexo de uma coisa que pergunta. Eu trabalho com o inesperado. Escrevo como escrevo sem saber como e por quê – é por fatalidade de voz. O meu timbre sou eu. Escrever é uma indagação. É assim: ?
É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.
Me detesto. Felizmente os outros gostam de mim, é uma tranquilidade.
Mas um dia ainda hei de ir, sem me importar para onde o ir me levará.
Tulipa só é tulipa na Holanda. Uma única tulipa simplesmente não é. Precisa de campo aberto para ser.
Faça a descoberta de si mesma – e aos poucos você descobrirá que é mais seguro e compensador valorizar-se
Oh Deus, e eu que faço concorrência a mim mesma. Me detesto. Felizmente os outros gostam de mim, é uma tranquilidade.
Adoro ouvir coisas que dão a medida de minha ignorância.
Eu me perfumo para intensificar o que sou. Por isso não posso usar perfumes que me contrariem. Perfumar-se é uma sabedoria instintiva. (...) É bom perfumar-se em segredo.
O mal é que a minha esperança ou é inexistente ou forte demais – esperança forte demais é “infantil”.
Há alguma coisa aqui que me dá medo. Quando eu descobrir o que me assusta, saberei também o que amo aqui.
O ponto de partida deve ser: “Não sei.” O que é uma entrega total.
Tudo me atinge – vejo demais, ouço demais, tudo exige demais de mim.
Eu me sinto culpado quando não vos obedeço. Sou feliz na hora errada. Infeliz quando todos dançam.
Também era bom que não viesse tantas vezes quantas queria: porque ela poderia se habituar à felicidade.