Fogo
O tempo muda, as coisas mudam, e mudo fico,
Águas que faltam lá, faltam aqui e aqui fico,
O Sol que lá queima, queima aqui, então fico,
Que tempo é esse que passam os anos e pior fica?
Fugi, mas tive que voltar, pois pior ainda vai ficar!
Me vê uma companhia errada, por favor.
Quando é que estamos com as pessoas certas? Todas as vezes que coloquei minhas mãos no fogo por pessoas que considerei certas, queimei o braço todo. Me vejo ridículo no tempo em que filtrava minha companhias pelos bons modos, mas, no fundo foi ótimo; Só assim percebi que as pessoas vivem como ovos, protegidas por uma casquinha que querem mostrar, mas por dentro, são todas iguais, todas tem um lado amigável e egoísta, um lado angelical e um lado diabólico. As pessoas são cascas. Todas vulneráveis à tudo. Muitas vezes me coloco na posição de “má companhia” na visão da minha família. Talvez eu seja a companhia que eles não querem que eu ande, e isso é resultado de vivência. Tudo bem, eu não passei nem dos meus 50 anos de vivência, mas as escolhas que tomei me deixaram velho. O que é o certo nos dias de hoje? Tudo está numa balança. O certo e o errado não passam de questão de opinião, tudo é julgado pelo ângulo em que é visto. Ah, as companhias… Morro de medo de ser a melhor companhia, isso atrairia muitas pessoas, e quanto mais pessoas, mais chances de se complicar. Morro de medo de ser a pior companhia, pois isso afastaria muitos, e como uma pessoa sozinha vive? Não vive, sobrevive. A guerra interior é uma das piores que pode haver pois não há escudo para buscar, é o nosso eu contra si mesmo.
Quero fugir de qualquer tipo de guerra. Ultimamente tive guerras amorosas, familiares e interiores (essas que citei são as piores), todas elas deixam marcas que escudo nenhum é capaz de evitar. Fugindo de todas elas estou, mas fugir sozinho é se atirar pro nada. Procuro por companhias. “Garçom, me vê uma má companhia para atrasos e uma boa companhia para seguir em frente.”
Grande coisas numa enorme solidão,
é uma pequena gota d'água num oceano infinito
Muito imenso nas minhas profundezas...
Tento ver o melhor de tudo para ser algo
No coração assim como um rio corrente
Em minha alma desolada pela amplitude
Das trevas terra de fogo.
Incendiário
Na intrínseca de Minh ‘alma
Algo clama, algo queima, algo canta
Por sentir você, na essência, na calma.
E no âmago dos teus sentimentos,
Encontrar o mais seguro dos abrigos.
Sem que nada falte, sequer um fragmento.
Pois teu olhar me enfeitiça,
Tua voz me encanta, paralisa
E o teu cheiro, embalsama, alivia.
Ah! Como és incendiário sob minhas cartas,
Que jogadas no abismo das emoções
caíram bem em tuas mãos.
Faça destas então, relíquias de valor
Que ao arfar na doçura do teu toque
Eu possa me afogar em ti.
Ana Luiza Cirqueira
Cansei de jogar os dados.
Eu quero quebrar o tabuleiro na sua cabeça.
Chega de joguinhos.
Eu quero você. E você quer isso.
Fim de jogo
Quantos anos se passaram em vão?
Durante quanto tempo eu dormi?
Os anos se passaram e eu finalmente descobri que nada era real, não era para ser. Tudo isso simplesmente se fora.
Todas as fotos, todas as cartas, todas as lembranças... Todas queimadas, não me sobra nada, nada do que me lembre de você.
Para mim, você não existe mais, você me fez isso. Fez isso com nós.
Sou a música que eu ouço;
Sou os livros que já li;
Sou o que eu já perdi;
Sou o que eu tenho;
Sou o amor que eu sinto;
Sou a saudade que castiga;
Sou a brisa que me toca;
Sou o fogo que me arde;
Sou as palavras descabidas;
Sou a dor que me condena;
Sou o difícil muito fácil;
Sou a onda que me arrasta;
Sou a escuridão em um dia de sol;
Sou eu, mas tão tua.
Amor tempestivo.
Amor sem juízo.
Amor que dá até medo de ser vivido.
Amor que transforma os sapinhos.
Amor que de um taque tira o equilíbrio.
O amor dessa menina é igual fogo que de tão quente derrete até um iceberg.
Amor compulsivo.
Amor sem medida.
Mas quem dele vive não mais hesita.
Não que eu não seja ninguém. Sou alguém sim mas muito fraco, frágil e sozinho. Na educação, na arte , na cidadania, na cultura brasileira. Sou enfim como um pequenino e colorido passarinho sonhador beija-flor diante do Grande Incêndio da Floresta...com o meu biquinho pequeno e voo desajeitado levo de cada vez uma ínfima quantidade de água do rio para ajudar a apagar o fogo e esperando que os grandes elefantes, os poderosos leões, os cômicos macacos e os ágeis veados façam a sua parte e em conjunto extinguiremos unidos de uma vez e para nosso bem a fornalha incandescida gerada pela nefasta situação. Sendo assim, apos apagarmos o fogo reconstruiremos aos poucos nossa tão sonhada identidade, soberania e liberdade por uma nação brasileira fraterna heterogênea forte e feliz nos edificantes caminhos para um prospero amanha.
Se tendo a ser intenso, penso. Se tendo à compaixão, comparo a mim. Gosto de viver, fluir o rio do tempo, deixar transparecer. Como mortal, almejo a felicidade no mais íntimo do meu âmago e também na sua plenitude reluzente, que me transborde mas que nunca me deixe faltar em mim. À mim, minha liberdade, minha dor, meu mistério.
Queres me entender? Estou estampado nos contos de Paulo Coelho, eu sou a dor que Clarice transpassa, guio o mistério como feito nos poemas de Carlos Drummond de Andrade. Sou tudo ou nada, meio termo não faz sentido.
Eu sou o fogo, apraz dessa dor / labareda / te atraio, assim como a mariposa, que pousa no decesso.
(...)
E para o amante, uma dica: O perigo me compete. Desfruto e contemplo a tormenta. E a faço.
Nosso amor foi apenas uma pira.
Um momento insano, louco, sem limites e livre...
Te amei uma, duas, três vezes mais
De surpresas este amor surgiu, foi...
Voltou e foi...
De uma pira quase que psicodélica...
Viajei nas mais profundas ilusões.
E de variadas cores pintei e inventei meu mundo...
E com fogo este mundo se consome...
E das labaredas que queimam meu corpo num desejo mórbido de descanso está o fim.
O fim de tudo...
Apaguem as luzes
Pois meu corpo em chamas traz a claridade do que foi verdadeiro, puro e simples...
Apreciem o fogo...
Sintam o calor do que ainda arde...
A discussão infrutífera é comparada as labaredas de uma fogueira que só se manterá acesa, se tiver alguém do outro lado jogando lenha e abanando para que o fogo não se apague e as brasas não venham a esfriar.
Quantas crianças brincando de matar,
Sem compreender porque tem que lutar,
Sua esperança tem gatilho e cospe fogo.
Toda noite faz sua oração, pra matar e não morrer!
Quando eu te vi...
Meus olhos brilharam mais que céu estrelado
O que era monótono se tornou vibrante
Os sentidos antes quietos se tornaram ávidos
Queria que todo tempo parasse neste instante
Quando te vejo...
Meu corpo palpita por um abraço apertado
Meus pensamentos vazios se enchem de esperança
Meu coração já não teme ser machucado
Desde que eu seja eterno em suas melhores lembranças.
E quando não mais te vi...
A solidão retornou trazendo uma vida morna
Meu caminho antes seguro se tornou sinuoso
O rosto sem expressão novamente tomou forma
O fogo que de paixão ardia agora é doloroso
Você partiu...
E com você se foi a vontade de amar
Minha alegria de viver, levou contigo
Eu vejo mas sem ter o que enxergar
Toda graça você roubou e nada agora faz sentido.
