Falsa Moral
Faltou a Nietzsche ter lido Dostoievski; se o tivesse feito, não teria falado em ubermensch, pois compreenderia o misticismo que há entre o homem e seu remorso. Destrinchem Dostoievski e percebam a Verdade: Não há amoralidade. A moral humana não é um contrato social. Está aí e esta aqui, cá dentro. É impossível ignorá-la sem que se definhe como um louco, tal como o autor de O Anticristo.
Vi que, neste instante, uma senhora gorda saiu do portão de sua casa com uma tigela na mão. Olhou para a família ali perto numa mistura de desdém e asco, e assoviou, para que o cãozinho viesse e fosse presenteado com uma deliciosa tigela com sobras do almoço. A família, em especial a criança, olhou a tigela como se quisesse ser um vira-lata. Bem provável, pensaram, naquele instante, que era mais digno ser um vira-lata, que um homem.
Eis o que acontece: A gorda senhora se condescendeu mais com a fome de um animal, que pode muito bem revirar um lixo qualquer, pois é bicho, do que com a família faminta. No dia seguinte, com os vizinhos, deve ter se queixado porque tinha uns “vagabundos” em seu portão. Sequer a criança a comoveu. Talvez ela tenha visto aquela criança de rua, do mesmo modo que o protagonista de O Outro¹, conto de Rubem Fonseca, via ‘o outro’ da história.
Então, percebi que esse tipo de mentalidade, esse comportamento desumano e repulsivo, é mais amiudado do que parece. Com que frequência já não vi, nas redes sociais, esta frase: “Quanto mais conheço o homem, mais gosto do meu cachorro”? Diversas. E as pessoas afirmam isso com a maior naturalidade do mundo.
Eis o que quero dizer: Quem afirma gostar mais do bicho, que do homem, está dizendo que, se eventualmente precisasse optar entre alimentar um semelhante, ou um animal, e disso dependesse suas vidas, alimentaria o animal(!!!)
Ninguém passava a achar moralíssimo matar o pai e casar-se com a mãe após assistir Sófocles na Grécia Antiga, nem tampouco adulterava após aplaudir o teatro de Nelson Rodrigues, ao contrário. Ver toda a miséria humana no palco sempre causou ojeriza ao público perante sua hediondez revelada.
Hoje é seu dia... é aquele dia recorrente a todo ano em que as pessoas fazem festa e comemoram... mas o quê? O aniversário?
Comemorar é sinônimo de festa, uma alegria momentânea e fugaz...
Aniversário é uma palavra que denota cansaço por repetição, pois se origina do latim anniversarius, que quer dizer “o que volta anualmente”, ou a junção de annus, que significa “ano”, e versus ou vertere, que é traduzido por “voltar”, “regressar”... ou seja, aquilo que volta todo ano.
Mas não vim aqui para filosofar, tampouco comemorar seu aniversário, estou aqui para CELEBRAR SUA VIDA com você.
CELEBRAR esses 19 anos em que foi construído o melhor alicerce, pois será sua base sólida para a construção de seu futuro e de seu templo interior...
CELEBRAR os erros cometidos, pois lhe servirão de base para seu crescimento diário...
CELEBRAR cada queda que teve, pois servirão de alimento aos músculos que sempre o levantarão...
CELEBRAR cada tristeza que passou, pois lhe servirão de motivação na busca pela felicidade...
CELEBRAR cada boa experiência que você teve com boas pessoas ao seu redor, pois lhe servirá de esteio para os momentos difíceis.
Enfim, CELEBRE, hoje e a cada ano vindouro, a VIDA... tão boa e simples de ser vivida.
Quero encerrar dizendo a você, MEU FILHO, MEU AMIGO E MEU COMPANHEIRO DE CAMINHADA NESSA VIDA... que guardo comigo um amor profundo e uma admiração infindável por você... não só pelos seus méritos de luta, mas pelo homem que você se tornou... de caráter irretocável, honesto, amigo, sincero e, principalmente, humilde... virtude que lhe abrirá todas as portas que encontrar fechadas.
Parabéns pela SUA VIDA e obrigado por fazer parte da minha!
AUTOSSUFICIENTE
Nascemos na ditadura, sem computador, com uma só religião e gênero definido, onde a moral era o valor máximo da sociedade e a profissão o ideal a ser buscada, a memória como uma virtude, aprendendo com o professor e se relacionando com várias etnias, a realização estava no coletivo cooperando com o outro, com baixa exposição de sua vida privada, cumprindo horário com calma e buscando o contato pessoal, fazendo o dever, o dinheiro era tido como consequência do trabalho realizado, sofrendo como condição de chegada ao céu e nos sentindo insuficientes. Hoje estamos na democracia sem saber votar, com um computador na mão sem saber usar, com várias religiões sem prática nenhuma, o certo e o errado é relativo, aprendendo só, com nossa memória no bolso, com intolerância a outras etnias, buscando o prazer individual e sexualidade a qualquer custo e agora como se não houvesse o amanhã, com sua profissão mudando a cada acordar e com o dinheiro como principal objetivo estimulado pela competição como se todos fossem capazes de alcançá-lo, fazendo seu próprio horário com muita pressa, evitando o contato pessoal, buscando-o a distância, com alta exposição da vida privada e se sentindo autossuficiente. Que tal buscarmos um meio-termo?
A parte mais grave da corrupção é o conchavo e a impunidade que contaminam em pouco tempo os éticos e morais valores de qualquer sociedade.
" Fecunde em sua FÉ o conhecimento e a virtude;deixe brotar a inteligência espiritual. Colha frutos superiores ao da ética e da moral".
Até para se achar um endereço necessitamos de uma referencia, por que então para se achar um padrão ético seguro não se pode ter um referencial?
A quem interessa a não existência de um padrão ético universal? Tem isto a ver com a indústria da pornografia (cinema, canais de televisão, gravadores, editoras, etc), com os que lucram com a venda de drogas lícitas e ilícitas, com as casas de prostituições, com o movimento LGBT, etc? O que isto tem a ver com os que ditam as modas, as confeccionam e as vendem?
É possível viver sem um padrão ético? Se o é, por que existem leis? Não são elas o estabelecimento de limites a dizer até onde se pode ir ou não? Se o é, não teve que se tomar um ponto de partida, um padrão moral como referencial ético, ainda que este seja o mais baixo ou vil?
O que tem sido determinante na escolha de um referencial ético (padrão) a seguir? Por que é universal e moralmente correto, ou por que é o que eu quero que seja?
Se se tem tomado um ponto de partida (um referencial) para o estabelecimento dos padrões éticos atuais, qual o referencial mais seguro para a humanidade? Ela própria, com suas falhas morais, ou algo para além dela, mais precisamente o seu Criador? Melhor, quem determina as regras, quem é criado ou quem cria? Exemplo: Se você criasse ou desenvolvesse um computador, você queria que ele funcionasse do jeito que ele quisesse ou do seu jeito?
Esta sociedade atual, em seu galopante estado de degradação moral, tem condições de estabelecer um padrão ético a se seguir, ainda que a maioria o defenda por já ser um comportamento largamente adotado?
Onde fica o respeito pelo outro quando se libera o uso, por quaisquer meios e em qualquer lugar e hora, de conteúdos áudios-visuais pornográficos, imorais, violentos e que fazem apologia às drogas? Permitir isto em nome da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa não é um ato irracional e um atentado ao bem estar social?
Podemos avaliar o grau de EDUCAÇÃO de um Cristão na palavra de Deus, pela IGNORÂNCIA de seu comportamento.
Falar em ética na política é uma ambiguidade, o fato é que a ética é um resultado de uma sociedade politizada.
Pergunta o moralista se na luta de classes contra o capitalismo, são permissíveis todos os meios: a mentira, a falsificação, a traição, o assassínio? Respondemos: são admissíveis o obrigatórios apenas os meios que aumentam a coesão do proletariado, inflamam sua consciência com um ÓDIO INEXTINGUÍVEL para com toda forma de opressão, ensinam-lhe a desprezar a moral oficial e seus arautos democráticos, dão-lhe pela consciência de sua missão histórica e aumentam sua coragem e sua abnegação.
