Falecimento
Poema do imaginário
Vamos pulsar a vida
Expulsar e por de partida
Qualquer forma de desamor
Some no abraço o laço acolhedor
É preciso amar
É preciso atar
No olhar, a cumplicidade
Chegar mais na felicidade
Como quem chega
Para alguma parte
E sempre rega
O sonho em arte
A vida em entrega
“O silêncio é o exato momento do nada no lamento.”
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Quando os olhos
Presenciam partida,
A memória se encarrega
De guardar momentos
especiais no coração.
Partida não protege.
Partida testa constantemente o pensamento interior.
Testa a força.
Testa a resistência.
Testa a fragilidade.
Atesta por quanto tempo tudo fica em curto circuito.
Atesta que se perde o juízo.
Quando demos por nós a partida já estava acabando.
Nem um apito.
Nem um sinal.
Nem um juiz.
Discretamente, ele, o tempo, passou.
Quando demos por nós já é hora de aterrissar.
Pareceu um passeio em montanha russa:
Ora acalmava, ora corria como vento primaveril, ora subia vertiginosamente e se ouvia murmúrios, risos, piadas brincadeiras e descontração e lá...lá em cima momentos de tensão, avaliação e de repente a descida quase vertical, sabíamos que tudo iria dar certo pois estavamos juntos.
Mas...
Chegada está a hora.
Nos entreolhamos como se nos conhecêssemos de priscas datas.
Tem um quê de silêncio em mim que ameaça derramar pelos olhos, pois sei que mais um pouco e não seremos mais os licenciandos de toda quarta à noite.
Um certo amargor incomoda com um gosto, uma vontade de querer ficar mais.
Mas... é mesmo assim.
Sem apito, sem juiz e sem montanha russa, o que vale é que chegamos e, se aqui ficar um vazio físico, pelo menos sairemos, todos, preenchidos de um calor inesquecível chamado amizade e da certeza inequívoca, que aprendemos mais.
Há dias de chegada
e dias de partida...
Mas, que tanto uns quanto os outros
sejam floridos e repletos de esperança.
Cika Parolin
Na imensidão de palavras
Sempre existe um "agente" de partida
Que reune, da coerência e Paz
Em meio a essa tormenta de emoções
Vai explicar
Difícil entender
Pode ser a parte em mim com mais sinapses possíveis
As que ligam o cérebro, coração e essa vontade visceral de escrever.
Meu roçado.
Desde a minha partida
não tiro leite de gado
não vejo a terra sofrida
não planto no meu roçado
se a chuva for permitida
o sonho da minha vida
É ter de volta o passado.
A vida continua mesmo depois da sua partida.
Sei que os dias de felicidade que vivi ao seu
lado não voltarão.
Mas a reciprocidade do amor que recebi
de você, foi com a mesma intensidade que
eu te amei...
Estações do amor.
Vi sua partida ontem...
Estava de branco,
Tristezas nos olhos...
Dois corpos estranhos!
Fostes para longe...
Além de meu olhar!
Vi-te além dos montes...
Chorei para regressar.
Deixaste-me triste,
Chorando às malas feitas...
Nelas dobrasse o amor!
Por cima versos de meias.
Olhar distante na estrada...
Marcou o dia de ida,
Foi embora tocando nada.
Ficou o corpo na cama...
Um sofá cheio do todo!
Dias de silêncios e dramas.
Nas meias Palavras que deixou...
Só contas que me amavas!
Mas o tempo tudo esfriou.
Denise Valentim
06/2016
https://www.facebook.com/VidaAires/
Sem partida não existirá chegada, e não é com um único passo que chegaremos ao nosso destino, mas pela sequencia continuada e ordenada dos passos. Pode ter a certeza: não são passos simples, mas saiba que são possíveis quando você quer. Portanto, não perca a coragem!
Recomeço.
Fiquei despedaçada,
aos cacos e em ruínas
Aos prantos com a sua partida
Tomei uma dose de mim mesma
E me refiz de pedaços em pedaços,
juntando todos os cacos
Recomeçando uma nova vida.
As despedidas estão aí, não para entender, Mas para viver; a tristeza da partida e a felicidade da chegada. No caminho que se termina na parada eu me despeço dessa estrada
A notícia da partida da vovó que vendia sacolés pelo portão da casa verde no Sana desceu amarga. Como eram gostosos os sacolés vendidos por aquelas mãos. Podiam não ser lá muito higiênicos, isso é verdade, mas que eram gostosos eram. Aliás, essa questão de higiene, àquela época, não era muito levada em conta. Não que isso fosse coisa do século passado, quando ainda não se sabia muito sobre vírus e micróbios. Não. Mas também fiz uma pesquisa e vi que sacolés eram vendidos na década de 20, e, já então, as autoridades sanitárias faziam exigências que ninguém cumpria, como hoje. Daí, aquela gente imunda e encharcada com a água que lhes descia pelo corpo proveniente do degelo mal contido nas sorveteiras que equilibravam os isopores carregados de sacolés na cabeça. Mas, gula sempre foi gula. Voltando aquela senhora do Sana: os dedos que tocavam o dinheiro transportado por uma bolsa de coro que andava com ela eram os mesmos dedos que apanhavam pra mim dois guardanapos, que eu sempre pedia. Era daquela mesma bolsinha onde guardava o dinheiro que puxava os guardanapos. Me limpava como um pinto no lixo após degustar sempre a dobradinha: "um de coco e um de baunilha vó". Era o sacolé gostoso que compensava depois daquela manhã inteira torrando no sol na cachoeira. E o mais engraçado é que era tão bom, que até engolir pedacinhos de plástico mordendo o sacolé a gente engolia. Aquela casinha verde fica logo atrás da pracinha, do coreto. Quando ela abria a porta, dava pra ver lá dentro uma forma cilíndrica, de zinco, onde ela acondicionava todos os sacolés. Em torno desse cilindro, gelo picado e sal grosso com um pouco de serragem. Eu perguntei preocupado com a cor avermelhada da serragem. Coroando isso tudo, uma espécie de rodilha de pano, sempre suja, protegendo a tampa, impedindo o ataque de insetos durante a madrugada. A última vez que estive com a vovó do sacolé no Sana, custava R$ 2. Funcionava todo dia até às 18h, mas nas noites quentes de verão era comum ver-se à porta da casa aquela senhora se abanando com uma folha de bananeira estendendo mais um pouco o horário das vendas pra nossa alegria e dos colegas no camping, que nem esperavam que fossemos lembrar deles, de tão bom que o sacolé era. Uma vez, no desespero, bati palmas em seu portão 1 hora da manhã, bêbado, pra pedir sacolé. Tomei um esporro da vovó, mas pergunta se ela deixou de me atender e, depois do esporro, lembro que passou docemente a mão em minha testa e avisou que amanhã estaria mais cedo vendendo os sacolés. Os sabores eram: laranja, abacate, manga, caju e, nos últimos anos, começou a ter de chocolate, além do tradicional coco e baunilha. Mas, nenhuma delas, superava o coco-baunilha, que eu ia degustando ao mesmo tempo. Que me perdoem a propaganda, mas hoje, com todo progresso e processos modernos de fabricação mecânica, como toda e relativa duvidosa higiene no fabrico, o sacolé da minha vó do Sana continua insuperável. Os picolés de hoje, ridículos até no nome, as conchas novas que têm dado forma empírica aos sorvetes, não irão conseguir nunca matar a saudade que comecei a sentir a partir deste momento, quando recebi a notícia. Não sei se exagero ao afirmar que os sacolés do meu tempo, até os extravagantes e alcoólicos que começaram a pegar moda nos blocos de carnaval, nunca serão mais gelados do que aqueles sacolés de coco-baunilha. Faltarão neles agora, eternamente, o perfume delicioso de sabonete que vinha daquela senhora. Faltarão neles, inclusive, a poesia do pedido batendo palmas no portão, e do sorriso carinhoso e aconchegante na entrega. Siga seu caminho vovó. Novos sabores chegaram pra senhora. Delicie-se.
Para Papai
Temi tanto a sua partida que você se foi e sua presença ainda se faz constantes em meus dias , sei que Deus fez o melhor , que seu tempo se cumpriu , mas a saudade essa não tem como mensurar .
O primeiro dia dos pais que não terei o senhor , pra ir dar um abraço , pra ligar , pra dizer "Bença pai" e ouvir "Deus abençoe fia" , Seus passos eram lentos , os tropeços constantes , os cuidados eram muitos , mãe que o diga , mas o senhor foi muito amado em todos os momentos por seus filhos e por nossa mãe que sempre esteve ao teu lado ! Pai amanha sera um dia triste , pelo menos para mim , a saudade hj doeu sabe , sou assim , quem me conhece sabe , sou a mais chorona , tanto que brincavam com isso , que todos tinham uma função em se tratando do senhor , EU ERA A PARTE QUE CHORAVA. , se não estivesse tão triste ate riria desse momento , mas hj não , hj sou só saudade , saudade dos meus pedaços que foram ficando no caminho pq ja não somos mais inteiros , falta o senhor , falta a Lii , mas o que me conforta é saber o quão agraciado vocês foram , hoje contemplam a gloria de Deus !
Pai amanha sera o dia dos pais e em prece peço a Deus que leve pra você o meu beijo e o amor e respeito que sempre tive pelo Senhor !
Mesmo no céu ainda é e sempre sera o meu pai e eu sempre serei a Raquel filha do Geraldo Melo , por isso tudo que o senhor sempre representou registro aqui mais uma vez todo o meu amor !
QUE VAI ALÉM DESSA VIDA ...
O ponto de partida de qualquer novo projeto alternativo de nação terá que ser, inevitavelmente, o aumento da participação e do poder do povo nos centros de decisão do país.
O altar da vida é o local ideal para nossas preces, porque após a partida, esse mesmo altar é demolido e passaremos então a assumir por não termos dado valor a essa aproximação com Deus
Que o amor chegue e fique e tudo que tiver de ir embora, seja breve em sua partida. Que o sorriso seja leve, o abraço seja forte e a felicidade se multiplique.
Quem não sai das dívidas dá 3 oportunidades ao diabo para fazer uma partida com seu talão de cheque: check-roubo, check-mate e check-destruição, tudo no mesmo tabuleiro.
