Fado

Cerca de 237 frases e pensamentos: Fado

⁠Mãe -

Se escutasses este fado
minha mãe a esta hora
esse teu olhar cansado
não teria ido embora.

Tu partiste e eu perdi
teu regaço doce e quente
minha mãe quanto eu sofri
ao partires para sempre.

Esse teu último olhar
foi p'ra mim último beijo
minha mãe vi-te a chorar
numa ânsia, num desejo.

Minha mãe, ó minha mãe
se na vida tudo passa
por que não passa também
esta dor que ainda me abraça.

Inserida por Eliot

⁠"Somos incompletos, não por defeito ou fado, exceto um atributo inerente a nossa diminuta condição humana.
Compreender esse engenho é a senha do cultivo e crescimento,
menos da angústia pelo que nos falta, e mais da gratidão pelo que temos."

Inserida por wandermedeiros

⁠LIBERTO ...

Não choro mais! Irei por este fado seguro
Cantar em outro peito, um soneto nobre
Adeus! Levo o teu cheiro, meu amor pobre
Na alma a sensação vazia e encanto escuro

Levanta-te sentimento, exitoso, desdobre
As asas da poesia, escreva teu verso puro
Declame todo sempre o afeto que venturo
Assim, um dia, a sorte especial o descobre

Então, cada verso o versar do meu sonho
Fanar-se na raiz, ir em frente, fé criativa
Ferindo e parando o devaneio enfadonho

Tu não finjas a inspiração tão figurativa
Não! Respeita cada um verso tristonho
Agora liberto! E cheio de emoção viva! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/01/2021, 20’30” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Haverá sempre um fado que me tira das mãos o suposto,
a força inabalável de um rio longo,
tão longo como a vida e depois da vida –
intransponível evidência que não se vê, mas que se sente,
comando firme que me olha do extremo de mim.

Inserida por luis_ochoa

⁠Assim como o sol se põe
Pôr da vida será fado
Só quero na hora
Ter meus filhos a meu lado
Apertar as suas mãos
Depois fechar a visão
Dar adeus a meus amados

Inserida por RomuloBourbon

⁠Madrugada sem teus Braços
(Fado)

Madrugada sem teus Braços
noite aberta sem destino
dia-a-dia; passo-a-passo
sem saber do teu caminho ...

Sem saber dos nossos sonhos
da mentira que é a vida
das angústias que deponho
na palavra despedida!

Se me amaste ou outro em mim
já nem sei se o consumaste,
foste embora, sei por fim
que afinal nunca me amaste!

Sigo a vida, em vão, sozinho,
cheia de sonhos aos pedaços,
noite aberta sem destino
madrugada sem teus braços!

Inserida por Eliot

⁠...
Do samba ao fado
Subitamente
O impossível golfado

A tarde decora
Meu cárcere privado
O silêncio isola
Meu grito abafado

O tempo passou
A barba cresceu
O diabo amassou
Pão desvaneceu

A noite aflora
Meu décimo verso
Meu medo evapora
Joguei pro Universo

Pensamento fluiu
Dormi, repensei
A vida extorquiu
Meu triunfo, cobrei

O dia acalora
Meu sol, astro-rei
Caipira, caipora
Eu desenterrei

Meu tesouro perdido
Meu sonho real
Tudo faz sentido
Brasil, Portugal

Inserida por andre_villasboas

⁠TALVEZ

Se no agrado do fado não puder te sentir
E se na prosa não acontecer aquele laço
Aquela emoção afável não mais existir
No amor, no afeto, no calor do abraço

E se não estiver junto aquele doce olhar
Sentir o desejo das magias enamoradas
E dos tão ardentes beijos a nos acalorar
Então, seremos recordações imaculadas

E, que seja breve se não puder me levar
Que leve minha poética na tua sensação
Suspirada da minha emoção, pra lhe dar...

E, se assim não puder, que seja singular
E me leve na nostalgia de o teu coração
Cá te terei na saudade, que quis te amar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 setembro, 2021, 12’47” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠BENEFÍCIO

Resta-me compactuar com o mando do fado
Aceitar o que fadou pra mim, e então, assim,
Pouco a pouco outra sensação, cá no cerrado
Pois, a história de retornar, a dor é de festim

E, quantas venturas, emoções, num perdido
Da Cidade Maravilhosa silêncios tristonhos
Aperta e chora o peito, de um tempo partido
Pois, em cada saudade há pedaços de sonhos

E o meu poetar vagueia no revés eleito, feito
Vai despregando cada um dos secos espinhos
Deixando o sentimento planeado de bom jeito

Eu rogo a Deus que me permita mais existir
Fui mais, e muito mais tenho nos caminhos
Se passou, passou. Na gratidão quero sorrir...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27/09/2021, 09’55’ – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

É divertido ⁠,Este fado bem garrido...Galdério e malvestido maltrapilha, "um Zé ninguém.Ouve -se -o cantar, em tascas e arraiais. que espanta todos os pardais e afasta todos os calhordas. Para o acompanhar não há banzas
nem violas, mas jorra um vinho de estalo há charrocos e santolas

Inserida por valentim_casimiro_4

⁠Na biblioteca leio Jú
Na locadora loco Jú
Uso o fado fada Jú
Sol poente nasce Jú

Inserida por michelfm

⁠UM FADO, POIS ENTÃO

Se, pois, então, és recordação
Uma ilusão que saudade gera
Lá por estar fundo no coração
O silêncio é bem o que ulcera
E essa sensação tão profunda
Não perece com a primavera
Dor que faz a prosa moribunda
Tristura que sempre se espera

E, eu sem amansar essa severa
Angústia, que me faz diminuto
Ao lado onde a sonho degenera
Fico a cada minuto a me abastar
Do teu nome, em um verso bruto
De um fado, pois então, a cantar!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18’08”, 16/10/2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Nas margens do Tejo a brisa dança,
Entre azulejos, a história avança.
Cantos de fado ecoam na cidade,
Saudade no peito, alma de verdade.

Do Porto ao Algarve, terra a vibrar,
Vinhos a contar segredos do lugar.
Campos dourados, sol a sorrir,
Em cada pedra, a história a persistir.

No falar macio, poesia a nascer,
Entre colinas, o olhar a perder.
Portugal, tesouro de encanto e cor,
Em cada verso, eterno amor.

Inserida por DrikaLeone

⁠Abre a Janela -
(Para Maria João Quadros)

Nunca mais sentirei o teu abraço nas noites de fado
nas vielas escondidas, nas travessas tortuosas,
nunca mais saberei do teu coração cansado
dando voz às guitarras virtuosas...

Para onde foi o timbre da tua voz?!
A suavidade com que me tocavas o rosto?!
Não ouves ... mas estou aqui ... a sós ...
ausente de mim, sem vontade nem razão, dentro do corpo.

Incapaz de voltar atrás ... a morte chegou ...
... sinto-me impotente ... cheio de frio e solidão!
Mas a vida é um ciclo, não pára nem parou
e em nós bate ainda o teu coração...

Teu rosto, teu perfil, tudo endureceu
alumiado à chama de uma vela,
não deixes quem te ama e não morreu
"meu amor abre a janela!"


(Na Basilica da Estrela em Lisboa.
À minha querida Maria João Quadros com todas as saudades possiveis e imaginárias tipicas de quando nos afastamos ... guardo-a no coração ... para sempre.)

Inserida por Eliot

⁠⁠"Registo no tempo"

Num momento de pausa
Como se fosse ouvir um fado
Uma história de saudade
Cantada na voz do sol
Num tom grisalho chamado vida
Em cada rima do poema
Reflecte a luz da vida
Onde cada grão de areia
Faz a melodia do por do sol
A bengala suporta o tempo
Das horas de um longo percurso
Onde as lágrimas de ontem
Bailam nas ondas
Do mar sempre presente
Lembrando um trajecto de amor
Que faz bater o peito
Num sorriso perfeito
Registo o instante
Sentindo os acordes da guitarra
Da vida que me faz sorrir
A cada aurora presente

Inserida por Nut-Hapi

⁠Vós que sois juízes do meu fado,
aqui no resplendor das antefaces,
protegei a minha vida com cuidado,
sem essa aberração das subclasses.

Dizei tudo o que sou e o que não sou,
velai a minha acção a descoberto,
e vede que meu mal não se acabou,
aqui neste arraial de peito aberto.

Por isso, olhai o circo, em traje puro,
os bons malabaristas e os palhaços,
mirai alguns funâmbulos do futuro
fitando os movimentos que aqui faço.

Defendei o meu feitio rude e tosco,
com esse bem-querer que vos conheço,
e sei que poderei contar convosco
enquanto eu divagar neste endereço.

Inserida por AntonioPrates

Perdoar é a forma formidável de evitar fado que não nos pertence.

Inserida por DamiaoMaximino

⁠Só percebe o fado quem tem saudade, quem não tem mais quem já perdeu. Tem-se o fado na alma.

Inserida por JaneSilvva

⁠FADO

Poeto triste cansado, inspiração vazia
Os versos sangrando de muito sentir
Atrás duma atração dentro da poesia
E que não pude na poética conseguir
Na ilusão, imaginei, ideei noite e dia
Sem nunca da rima sentimental fugir
Fraquejar, não, pois a fé o meu guia
Na narração a melancolia vem residir

Poema exausto, sussurrante, lento
Cheio de censura, dor, de lamento
Saem da prosa em soturna fornada
Assim o desengano grifa o conteúdo
Cutucando a alma com canto agudo
E em um talvez, não encontrei nada!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 abril, 2024, 19’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DE SONETO EM SONETO

De soneto em soneto vai o tempo já passado
Do versado fado, as ilusões, na ridente aurora
Dos cânticos encantados, e canto enamorado
De uma poética cheia de sensação de outrora
O tom que no estorvo se sentiu abandonado
O perfume na lembrança, que lembra agora:
O amor perdido, a infância ida, ali arruelado
Na recordação. Ah! tudo vivente a toda hora

Apressado, fugaz, e o versar vai observando
Cada linha, um toque de memória, morrendo
No tempo, guardado na emoção, até quando
For somente uma lembrança, ainda sendo!
E, de rima em rima aquela ocasião rimando
O soneto na saudade e a toada desvalendo.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 abril, 2024, 07’39” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol