Excesso
Hoje entendo que nunca foi sobre falta de sentimento e sim excesso de conexão com eles. A escuridão era apenas meu casulo de resiliência, conflagração filosófica e aceitação. Agora voa, pois nenhum olhar mentiroso pode mais te enganar, voa, pois tempo de ser feliz é apenas no agora.
"Toca meu cabelo como quem
tira um véu.
Marca minha carne como se
fosse brasa.
Sou excesso naquilo que me transborda, e você, meu amor,
é a gota que falta para iniciar a enchente.
Tenho lábios que anseiam beijar estrelas,
sua boca é minha constelação favorita.
É nesse céu da boca que preciso viajar."
Virando a travessa no avesso,
O excesso é um sucesso reverso,
Versado no que venha ser controverso.
A vaidade e o medo são coisas naturais. A extinção completa deles nos desumaniza. Seus excessos, no entanto, nos tornam patéticos.
Muitos acertos nos tornam arrogantes. O excesso de confiança nos faz crer que somos imbatíveis; um simples erro nos faz ver que não somos invencíveis, que somos apenas humanos e eles nos apresentam a moeda da humildade.
O mal da sociedade é achar que é preciso chegar no excesso para entender que o mínimo precisava de cuidado, de tratamento.
Ansiedade é terrível!
Um excesso de futuro,
um controle impossível,
um querer pular do muro
quase sempre invisível...
Essas atitudes vãs
quando o hoje está gritando
"Deixa seu penoso afã!
Respira fundo cantando!
Tranca os males de amanhã
que ainda nem existem.
Nós não somos previdentes
e se em nossa mente insistem
é porque somos doentes"!
Inspirar e expirar,
não tem outra solução!
Aprender a respirar
devagar, sem pressa e em vão,
pois remédios nos ajudam
a frear os pensamentos
mas, queridos, não se iludam,
é gozo de alguns momentos...
“Um pouco de excesso faz bem; muito bem. Não só de Bauhaus pode viver o homem.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
O excesso é o mal da escrita. Somos uma sociedade sufocada por palavras desnecessárias, construções circulares, afetações pomposas e jargões sem nenhum sentido. Os conselhos de William Zinsser são de 1976 e continuam muito atuais.
“Apresentações poluídas são irracionais. São ilógicas. Conteúdos em excesso as tornam indigestas. Informações demais incomodam. Mostre o óbvio. Geralmente, o óbvio não é visto.”
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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