Eu sou uma Pessoa Timida
A vida é uma coisa bem complexa, nunca você vai ter tudo. Se tá triste é por que não está feliz, se têm amor não tem raiva, e assim por diante. Viver é difícil as vezes se surpreende, as vezes se decepciona.
Quando você entender que a vida é assim e não vai mudar, ai sim você vai saber o que é viver. A vida é confusa e estranha como esse texto e se eu escrevi isso é porque eu já aprendi viver. Ou só sou um maluco.
Que lugar lindo!
Isto pode ser uma meia verdade.
Depende de uma certa circunstância.
Lindo verdadeiramente será o lugar,
em que tua presença for sentida.
É uma declaração de amor
Feita em suaves prestações
Daquelas a perder de vista
Para esquecer a data da quitação.
Mas que ideia absurda é esta,
já que amor não tem prazo de duração?
Pode de uma hora para outra
transformar juras(os) em pro(e)stação?
Estou apenas sendo estrategista
Escrevendo tudo no crediário
Eu te amo. Eu te amo a perder de vista
Entrego o boleto no seu aniversário.
O poema?
Ah, este eu entrego à vista!
Antigamente, democracia era uma palavra usada para defender a liberdade...
Então, meu amigo José Antônio perguntou:
-"Antigamente quando"?
E eu respondi:
-"Quando não era sinônimo de "se-você-não-pensar-igual-a mim-então-você-não-presta"!
Uma criatura que não sabe reverenciar a essência é tão somente um monstro que vive escondendo aquilo que mais deveríamos ter coragem de mostrar.
Ontem conversei com uma amiga sobre como nos arrependemos das coisas. Do intercâmbio que não fizemos, da maturidade para tomar decisões que não tivemos nas horas mais importantes da vida. Sem perceber, conjugamos os verbos no pretérito perfeito. E a gramática trouxe respostas quando nem houve perguntas
O peso na culpa deixa os nossos dias mais pesados. Nenhum presente é bom se julgamos a nós mesmos pelas escolhas que não podemos mais mudar. Do corte de cabelo a uma frase errada, do pré-julgamento à falta de exercícios físicos. Não dá pra voltar atrás e ter bebido dois litros de água por dia, sido mais paciente e mantido a calma mesmo no caos. Você errou. E o mundo não parou de girar por isso.
Cada momento feliz de hoje é fruto das escolhas que você fez até um segundo atrás. O sabor do bolo, a cor do sofá, o pedido de perdão. Renegar o passado é rejeitar o caminho que trouxe aqui.
Cada “e se” que usamos diminui a importância do que “já que”. Nossos planos mirabolantes, condição financeira e emprego dos sonhos não existiram, mas continuamos tomando banho de chuva, morrendo de orgulho com uma apresentação de ballet infantil e dividindo uma torta de bolacha – e se eu tivesse aprendido a chamá-la de torta alemã, o sabor seria outro?
Todo mundo comete erros. É normal querer pegar atalhos e acabar dando com a cara na parede. Faz parte da vida dizer coisas sem pensar, tomar decisões equivocadas, magoar quem a gente ama. E não se perdoar por isso é estar lá, persistindo no que deu errado sem ver que os tais caminhos tortos às vezes acabam levando a gente para o lugar certo.
A única coisa que pode tirar a paz de alguém é a falta de perdão com a sua própria história. A amargura de querer viver outra vida torna embaçada a visão sobre a felicidade que se pode sentir hoje.
Esta amiga, com quem eu conversei ontem sobre como nos arrependemos do passado, por exemplo, era alguém que eu não via há dois anos. Até que nós duas decidimos que construir o futuro era mais importante do que se prender a erros que não poderia ser mudados. Enquanto falávamos do passado, o presente de viver um dia de cada vez invadiu o meu peito. Sem mágoas, sem dores, sem remendos. Leve, como a vida tem que ser.
Estar feliz talvez seja uma condição de espírito, ou quem sabe uma opção a ser tomada, mas nada nessa vida pode nos dar a condição de felicidade sendo o que não somos, rir sem vontade, chorar forçado, condição de felicidade vai além disso, vai ao ponto crucial no que deveríamos focar nossa vida, a verdade, ser verdadeiro, assumir as fraquezas para quem amamos, amparar quando somos chamados, cuidar quando devemos cuidar, não reclamar das condições em que nos encontramos, mas enfrentá-las de frente, peito aberto e cabeça erguida, sem desvaneios, sem receio, mesmo que tudo o que passamos nos obrigue ao receio, a duvidar, a perder a fé, não diminuir o amor por conta de uma desilusão, mas aumentar a dose para saber que só o que levamos dessa vida é o que sentimos e realizamos de bem, ou mal, lembrar que nada é eterno, tudo dura tempo suficiente para ser lembrado eternamente, mas se foi esquecido é porque alguém não foi intenso o suficiente para ser lembrado,
Nada dessa vida se leva, mais uma coisa se pode deixar... um legado! Uma marca! Uma trajetória registrada nos anais da história!
A verdade não são os nossos limites, a verdade é uma coisa que transcende tudo aquilo que nós conhecemos.
Confiança não se ganha... se conquista. Uma simples pedra mal posicionada , destrói todo castelo de Sonhos.
A consciência da perda da inocência.
Fico sempre um pouco aflito quando vejo nos olhos de uma pessoa (amiga ou paciente) que ela começou a perceber a cadeia de comportamentos dela mesma ou de outra pessoa, e que os fatos, antes isolados e pouco relevantes, passam a se tornar uma história bem amarrada, indicativa de uma escolha, consciente ou não.
Em geral é um olhar para um vazio, recheado de significados, meio espantado, às vezes triste e às vezes portador de uma satisfação por desvendar aquele enredo.
Fico aflito pois esta é uma fronteira que nunca sabemos se, quando ou como cada um irá atravessar.
E após realizar a travessia se torna bastante difícil retornar.
Como dizia um paciente: "é impossível desver."
E de fato, algumas coisas após a conscientização são impossíveis de serem acobertadas, pois deixa de ser um ato inocente, para um ato deliberado.
Se antes não tínhamos culpa, ou ao menos, nos desvencilhávamos dela por alegar não saber, após sabido, seremos responsáveis por nossa omissão.
Tomar consciência é abrir mão da inocência, uma inocência que podemos questionar se algum dia existiu, mas que muitas vez convenceu a quem a portava.
E assim, enxergando, escutando, sentindo e percebendo se ganha o direito e o dever, o prazer e a dor do livre-arbítrio.
Temos o direito e o prazer da liberdade, mas com a dor e o dever de renunciar a cada decisão.
Por isso a resistência em crescer, em enxergar, em escutar e em saber, inclusive com isso se perceber pequeno e impotente diante de tantos não-saberes.
Mas é através destes confrontos, destas tensões que nos colocamos no mundo enquanto singularidades.
E por mais que perder a inocência seja desagradável, a existência fora dela é que tem sabor.
Bruno Fernandes Barcellos
