Eu Prefiro ser essa Metamorfose Ambulante
Moça
Havia algo naquela moça que me polia...
De tão rude que eu era
Perto daquela vela
Ser algo melhor me valia.
Moça serena e severa
Doce sereia com olhos de fera
Teu sorriso de areia derretia no mar
Espumava ao me encontrar...
E quando me invadia o teu mar
Eu sentia forte rebentação
Dentro do meu coração
O mar é fundo e misterioso
Esta moça também
Era turva e misteriosa
Mas tinha a vista bondosa
Pois enxergava em mim algo além
O que ela via em mim
Não via mais ninguém.
Com passado salgado e oneroso
A moça tinha olhar piedoso
Como quem por piedade
Vestida da própria deidade
Desfazia meu sinuoso
Caminho pouco majestoso.
eu sou assim...
sei do tanto que devo ser
serei isto e é só o que tenho
nunca tive e nem nunca terei, tanto aquele sim que desejas
talvez
dentro em breve, brevemente na próxima reencarnação
este assim, deste jeito, sim
serei um certo alguém sim
como as noites urgentes, assim
bem assim da forma inexplorável deste sim ser assim.
Acho que nunca vou entender o jeito maldoso das pessoas. Eu não sei ser assim. Não tenho vergonha de ser eu, não preciso usar nem fugir de ninguém. Menos ainda sei, fingir o que sinto.
Eu podia entrar no meu carro, ou pegar um táxi, ou mofar num ônibus, ou ser maluca o suficiente para ir a pé até a casa dele. Podia levar minhas malas com todas as minhas coisas, ou uma mochila com uma muda de roupa, ou uma bolsa pra ele me levar pra sair ou só minha carteira de identidade pra não andar desprevenida. Podia chegar lá e pular no colo dele, ou podia rasgar a camisa dele e jogá-lo na cama, ou podia dar um beijão gostoso, ou podia ir pra lá só pra ver um filme e ficar de conchinha na cama matando a minha carência.
Veja bem, meu bem, eu podia fazer tudo isso, mas não quero.
Eu. Não. Quero.
Ainda existe um carinho, claro. Eu o quero bem assim como ele também me quer bem. Ainda existe uma história, claro. Mesmo que tenha sido terminada, ela nunca vai deixar de ser a minha história com ele. Ainda existe um desejo da parte dele para que eu volte, claro. Ele faz questão de me mostrar isso e deixar a porta aberta. Mas aí, eu te pergunto: o que eu fiz com tudo isso? Nada.
Eu podia mentir pra você e ir lá passar uma noite com ele. Matava minha vontade que só aumenta porque você não apaga meu fogo. Enquanto você se decide se vai ficar de raivinha pelo meu passado ou se vai aproveitar o que tem nas mãos, minha carência aumenta (eu já falei que tô carente, né?). E sim, estou nas suas mãos. Por mais que diga que me dei pela metade, pese todas as possibilidades que eu te apresentei. Eu podia fazer tanta coisa que te magoasse e terminasse com as nossas chances…
Só que não existe mais possibilidade da minha vida amorosa não ser ao seu lado.
Estou, antes de tudo, dando uma chance para nós dois. Chance de me pegar pela mão e me fazer feliz. Chance de amarmos de novo. Chance de sermos mais do que uma história, mas o presente do outro. O que não deu certo, passou – mesmo você insistindo em olhar pra mim e enxergá-lo.
Aliás, já enjoei disso.
Eu podia ficar até amanhã aqui explicando o quanto eu quero ser feliz contigo. Eu podia, mas vou me calar. Abre os olhos. Eu estou aqui. É só você querer enxergar.
Eu. Quero. Nós. Dois.
(Gustavo Lacombe)
Permita-me contar-lhe um segredo. Eu já tentei ser uma garota normal, e sou, dentro da minha anormalidade, eu sou normal. Mas, eu falo que já tentei ser como os outros. Sim, por conveniência eu já cedi as aparências, fingi por muito tempo ser o que não sou, emiti emoções que eu não senti, menti sobre sentimentos que não me pertenciam, hipocrisia ou não, só tentei encontrar um lugar em meio aos demais. Por que eu não posso ser como todo mundo? Por que eu sou a única que não ri da piada? Por que sou a única que não consegue se situar? Qual o meu problema, afinal? Obriguei-me a rir com eles, obriguei-me a sorrir para eles. Sim, eu seria como todo mundo. Encontraria o meu lugar entre eles, e, estranha ou não, ensaiaria o meu comportamento para parecer igual. E sim, eu fiz isso. Me saí bem, até. Pensei por um tempo, mas só pensei, ter um lugar entre eles. Mas, meu Deus, o que estou fazendo? Obrigando-me a ser igual? Convertendo-me a uma vida que não é minha apenas para ser aceita? Eu gosto do escuro da noite, do silêncio dos olhos, gosto do meu café amargo, gosto das músicas tristes. Sou nostálgica, melancólica, amarga... Sou eu, eu sou eu, eu preciso ser eu. Não há outro assim. Eu já olhei nos olhos da escuridão, e eu posso jurar, eles sorriram para mim. Mas qual louco acreditaria em mim?
"No dia que eu deixar de ser aprendiz aqui nesse mundo é porque já não estarei mais aqui.
Apesar de reconhecer, dentro de mim, verdades absolutas, sei que existem muitos mistérios e que cada nova fase exige um novo aprendizado.
Hoje vejo a vida como uma estrada bifurcada e ambas possuem a mão do destino."
E, de repente, eu descubro que eu ainda posso rir, e que meu riso pode ser sincero, mesmo que não seja mais eterno.
E quando me dizem para eu ser forte,
aí é que eu esmoreço
Lembro-me que você era meu norte, meu suporte,
meu endereço.
E quando me dizem que é preciso suportar,
logo eu enlouqueço...
Lembro-me que você era minha força, minha coluna,
meu recomeço.
Meu Porto.
E quando me pedem para levantar,
eu me desconheço,
já não consigo sustentar esse alto preço.
E quando me pedem para não chorar,
entro em desassossego,
porque tudo sem você me traz muito medo.
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