Eu Errei me Perdoa Poesia
CRENDICE
Quem me disse fui eu...
Achava que jamais iria envelhecer
Mas a gente reconhece a velhice
Na esquisitice de ver a mãe da gente morrer
E continuar a viver em nós.
Ela me disse:
meu coração
quer sair pela boca, eu
segurava minha boca
para que não saísse
pelo coração
FESTA
Eu desdobrei minha orfandade
sobre a mesa, como um mapa.
Desenhei o itinerário
para meu lugar ao vento.
Os que chegam não me encontram.
Os que espero não existem.
E bebi licores furiosos
para transmutar os rostos
em um anjo, em copos vazios.
Dei-me inteiro. Os outros
fazem o mundo (ou crêem
que fazem) . Eu sento-me
na cancela, sem nada
de meu e tenho um sorriso
triste e uma gota
de ternura branda no olhar.
Dei-me inteiro. Sobram-me
coração, vísceras e um corpo.
Com isso vou vivendo.
TERRA DE MANUEL BANDEIRA
Também eu quisera ir-me embora
pra Pasárgada,
também eu quisera libertar-me
e viver essa vida gostosa
que se vive lá em Pasárgada
(E como seria bom, Manuel Bandeira,
fugir duma vez pra Pasárgada!).
Entanto, tudo me prende aqui
a este lugar desta cidade provinciana.
Como deixar ao abandono o olhar
luminoso dessa mulher que eu amo?
Quem responderá às inquietas
perguntas de minha filha pequena
(cabelo curto, olhos de sonho)?
Quem, no sereno da noite, para as beijar
com ternura e nos braços acalentar?
E esta vida, este sítio,
e estes homens e estes objectos?
E as coisas que amei e as que esqueci?
E os meus mortos e as doces recordações,
as conversas de café e os passeios no
entardecer fusco da cidade?
E o cinema todos os sábados, segurando
com força a mão de minha mulher?
Eles nem são amigos do rei
e a entrada lá é limitada.
Por isso é que eu não fujo
duma vez, pra Pasárgada.
O que é a vida?
Pra alguns oportunidade
Para outros sofrimento
Para eu não é nada.
Nada de Interessante
Nada de Desafiador
Nada de Transante
Nada de Motivador
Penso assim não porque quero, e sim porquê vêm,
Imagina viver nesse mundo
Aonde sua aparência define valor
Aonde quantidade de dinheiro te mostra qual será a quantidade de amor.
Vivemos em tempos líquidos
Nada é pra ser duradouro,
É fácil por no papel esse versos
sem qualquer extravagancia
Essa é a vida de quem não acha esperança.
Vendo-se esse poema
Que pode ser até uma certa confusão
Mas na verdade o que tento dizer
essa é a vida de quem tem depressão.
Luz Oriunda
Ei,
Para no agora,
É ela quem vai recitar!
Eu sei,
É tanto pesar,
É mesmo tão óbvio,
O fardo de se sentir
O meu nome,
É que tanto insiste em ecoar,
E rouba mesmo sem titubear,
a felicidade momentânea da sua memória,
Cansou de estufar toda a sua glória,
Enfim parou de tecer mais alguma lorota?!?
Bate tanto na tua mente,
O cansaço, eu sei
Não é assim tão aparente,
Mas,
Sabe que o mais triste,
Foi sacar que a moça ainda,
Mente que nem sente,
Sabe a Luz que cê achou,
Que um dia estava a carregar?
Sinto muito em te informar,
Sabe toda essa dor,
Que te devora o pensar,
Que te sacode,
Que tu não sabe se explode??
Que não se cansa de fazer sangrar?
É a matança dessa,
Desvairada palhaçada,
Que de ti eu cansei,
Um dia de tanto escutar,
É, meu caro,
Chegou a hora,
E fazer o que?
Será que você vai saber?
Compreender?
Que esta na hora de,
Finalmente me esquecer,
Chegou a hora de se despedir,
Pare de gritar,
É a hora do desligar,
Melhor tu se conscientizar,
Ela,
Nunca vai cessar,
Desista de tentar,
Desesperadamente a estancar,
Deixa que tudo se vá,
Deixa,
O teu querer em a querer amar,
Deixa de vez,
Ela seguir o caminho dela,
Ela quer saber de triunfar,
Ela já disse,
Já não quer mais te amar,
Recobre o teu juízo,
Deixe de vez o teu coração buscar a paz e por toda a eternidade descansar.
Poema de Madam Avizza em 09/08/2020 as 17:01 na cidade de Santos
Eu vou te buscar com meu carro
Eu vou me inclinar para abrir a porta
pra você
por dentro
uma mão no volante
Meu cabelo vai me acompanhar
para abrir a porta pra você
Eu acho esse gesto
mais bonito
do que sair do carro
para abrir a porta do lado de fora
Daí um beijo, oi, você entra
E depois, eu, dando a volta
Um sorriso
depois do silêncio
de ter ficadosozinha no meu carro por um tempo
O tempo da minha volta ao meu lugar
Que meu corpo e meu carro
nasceram fechados
Abrindo por dentro
a inclinação
um braço no volante alavanca
o cabelo que cai por cima do ombro
que se esforça
a mão que encaixa na maçaneta
um anel pequeno
Você começa a bater os dentes
eu faço isso também
eu ranjo
o maxilar para frente e para trás
a noite inteira
eu leio um poema
eu me preocupo com seu dentes
com os sonhos inquietos
você respira
barulhos de sono
A luz apaga
Eu cheiro seu cabelo
e esfrego o nariz
e a boca
na sua testa
Eu leio um poema e você range os dentes
eu não entendia
& ela se mexia tanto ao meu lado
& aqueles bancos apertados
o ar condicionado gelando tudo
(os brincos dela, o meu humor)
mais de uma hora cruzando
ruas, avenidas, parágrafos –
o livro gritando alto
num mundo surdo
depois de arrumar-se
mais algumas dezenas de vezes
passou batom nos lábios
o sol já estava no meio do céu
quando ela se levantou
foi então que percebi que
três pequenos pássaros
voavam em suas costas
MEU CORPO ÉS UM POEMA
Eu não acho
Feio um corpo com estria.
O corpo é um verso.
E qual é o poema que não tem linha?
Infelizmente tem o analfabeto funcional
Que não sabe interpretar uma poesia.
Sobre o Livro de Zi Ferreira ! Um Tantinho de Mim"
Dias atrás eu cheguei em casa de viagem e, me deparei com este Mimo:
Era o Livro "Um Tantinho de Mim" da querida escritora Zi Ferreira...
Apesar do cansaço da viagem, aproveitei o ventinho fresco que corria na minha varanda e decidi me deliciar nesta leitura...
Ahhh... E como valeu a pena!
Zi Ferreira, uma nordestina que adotou São Paulo com o seu coração, é de uma nobreza sem fim...
Uma Remendadeira que com caneta e papel traça letras, versos e rimas e as transformam em poesia.
Um Tantinho de Mim... Nos remete aquela escrita raíz, que nos faz lembrar de Cora Coralina e também Manoel Bandeira poeta que muito li na minha infância...
Com igual singeleza e liberdade nos versos que Manoel desenhava sua poesia, Zi também compõe um Tantinho de si mesma... E assim como Cora que cozinhava Palavras e Doces, Zi com linhas de amor, Remenda o sol, a lua, o arco-íris, a flor, o mar, a terra, a chuva, o vento, a saudade, a alegria, a amizade e tantos outros sentimentos...
Juntando e ... alinhavando e.... Remendando tudo e .... os transformando em Um Tantinho de ...Poesia...
Parabéns Zi... Meu Amor...
" Por ser diluvio, serei tragédia
Pra quem foi luz, causei as trevas
Eu vi tua luz em sons agudos
Mas eu? fui grave! em tons de luto. "
Tão difícil decifrar o verdadeiro significado para a palavra: Felicidade
Quando eu era mais nova eu achava que outra pessoa poderia me fazer isto.
Hoje percebo que era ilusão.
A felicidade vem de dentro de nós
Algo sem explicação
Algo que ninguém pode te dar;
Mas pode contigo compartilhar,
Felicidade é ser feliz, realizada, ter esperança.
Acreditar em coisas boas,
Acreditar em um mundo melhor,
Cada pessoa sente e interpreta de uma forma,
Ser feliz é estar bem consigo mesmo,
Ser feliz é encontrar sua essência,
Felicidade é muita coisa, que não encontro palavras,
Mas algo muito importante é dizer que sou feliz, porque
Deus me ama e sempre está comigo,
Encontre a felicidade nos pequenos detalhes,
Viva cada dia como se fosse o último,
Mas nunca perca a esperança de dias melhores,
Renove sempre sua fé,
Busque maneiras para não desistir,
Busque algo que resgate seu pensamento positivo.
Seja feliz da forma que crê.
Mas seja feliz de uma forma ou de outra.
Sempre há uma luz no final do túnel.
ersatzspielerin
teimo em não acender a luz, encalhada
sem saber se quem – eu ou o mundo
é suplente de algo primevo
se o que existe é a tensão ou
degrau de recursividade.
o violento da memória é a retenção do vazio.
penso em palavras multiportantes, como não me escapa fazer:
merimnologia, ou: considerar é arder.
mermeridade, ou: ansiar é condenar-se.
metameridade, ou: a parte pelo todo.
palavras me procuram, procuram a nós
porque as salvamos de um desígnio adjunto
nos lançamos aos fins da tensão.
me vejo merócrina, exocito
e a elas entrego
qual impostora estertorada
o grau primeiro das coisas.
pois é agora
que abro também tua jaca
e desdobro uma por uma
as tuas ideias plissadas
hoje eu vou te concutir
e depois ainda passo um arado
na tua roça de cicatriz
vou te deixar terraplano
Ofertar
Eu te ofereço a luz do dia,
A paz, a reflexão
Te ofereço
O colo do canto,
Da minha canção.
Te ofereço
Estar consciente,
Ciente
Que somos uno.
Te ofereço
O abraço apertado
Calado
Aquele que desmancha
Só por estar
Estar acolhido
Num amor eterno
Fraterno
Amor que pode curar
Te ofereço a vida
A alegria
O momento é esse
Estou a te chamar.
O que eu não faria
para ser como a criança
que perde a pele mas
não percebe que se transforma
O que eu não daria
para ter férias da cabeça.
Definir-te Sã
Bem eu quisera
Se nas loucuras
Das suas noites espera
Meus olhos vaguearem tua pele nua
Dani Raphael
@poemasefilosofia
eu não sei a dor que eu transmito
nem o alívio que eu trago
mas sei que saber disso
faz eu ter esperança
de aguentar o meu fardo
tem males que vem para o bem
todo mundo sabe disso
mas quando os bens vem para o mal
a visualização fica mais difícil
expandir o campo de visão
ver além dos globos oculares
entender que cada cidadão
carrega em seu coração
diversos lares
tem quem tampe o sol com a peneira
o que não adianta de nada
uma hora a coisa fica feia
e a vida vira uma desgraça
é como se fossem bolas de neve
caindo pelas ladeiras
de floco em floco elas crescem
capazes de destruir construções inteiras
construções essas que tu lapidou com o tempo
que vieram do fundo da tua alma
não deixe um tormento
bagunçar e destruir a tua calma
o amanhã é só amanhã
imagina se ele não vem
não machuque o próprio coração
seja sincero consigo para viver bem
viva o agora e tenha fé
a vida é o maior tesouro
quem poema amigo é
quem poesia amigo em dobro
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