Eu e Voce de Luiz Antonio Gasparetto
"Não se surpreendam, queridos amigos,
esta é a minha testa enrugada;
eu vivo em paz com os homens
e em guerra com minhas entranhas."
AS ÁGUAS
Eu sou as águas...
Amazonas Paraná, rio Nilo, velho chico...
Olhe ai o São Francisco, Solimões
O Yangtzé, Mississipi Missouri, Yenisei
Tenho águas tenho peixes orcas tubarões
Estou indo! Que saudades!
Será que volto?
Tive uma morte honrada
A onde morria no mar
Hoje minha morte e desgraçada
Morro todo dia!
Pelas nascentes, pelas margens
Eu sei que vou me acabar.
Eu sou o rio de lagrimas após o arpoar
Lagrimas, derramadas pelo amor
Lagrimas aos ventos de dor de amar
Sou o rio, sou rota sou caminho
Sou energia para sua vida
Carreira para sua canoa
O cais do porto o embarcar
Ninho para o seu Iate
Balança para a sua lancha
Balsa para suas cargas
Viagens, apoios para seus navios
Eu sou o rio que hoje...
Seca pelo efeito do seu estio.
Fui induzido
Perdi as nascentes
Para as ignorâncias das gentes.
Descabelaram o meu leito
Poluíram as minhas lagrimas
Eu sou o rio e já matei muita sede
Semeei vidas
Atiraram-me redes
E com meus frutos, sanaram as suas fomes
Sou o rio...
Todavia explorado pela mão do homem
Roubaram as minhas pedras
Meu ouro
Meus tesouros
Fiquei fraco esmoreci
Não consigo mais fazer estouros
Gasoso, evaporo aos céus
E caio como chuva orvalho
Faço cachoeira
Como enxurradas corto atalho
Embelezo os jardins os risos
Amplio a bonança disperso prejuízo
Sou a fonte que vem dos montes
Sou vida dos mais, pequenos
Ate aos grandes como os elefantes
Olhe o banho olhe a comida
Estou na panela na cacimba
Eu sou o rio... Sou vida.
Antonio Montes
CORRI DAS ÁGUAS
Corri das águas que choviam
E minhas lagrimas orvalhadas
e molhadas, fugindo eu não as via.
Também não via o tempo
que jazia
Partículas no ar me empurravam
e molhavam os sentimentos
que na vida escorregavam
e eu não sentia.
Antonio Montes
PERFEITO EU
Perfeito eu? Não... Nã, nã, ni, não, não!
Eu não sou perfeito e não poderia ser
Pois sou humano e tenho um coração
Coração que me eleva aos céus dos
sonhos e que as vezes torna à mim...
Há esse mundo cruel e medonho.
Um coração que leva as trevas me
coloca entre intrigas e me castiga com
a solidão, me empurra para baixo
fazendo-me sofrer com a minha paixão.
Eu não sou perfeito, também não levo
jeito de ser, nem poderia... Imagine fui
moldado de barro, ganhei vida com
assopro, minha forma é fraca, qualquer
tempestade me faz tremer.
Deixei-me enganar-me por uma
asquerosa rastejante, vendi a lealdade
por um punhado de moeda
e ainda flagelei e crucifiquei o amor.
Eu sou balançado pelos ventos,
perco as minhas vontades para o tempo, tempo
altos e baixos permeiam meus sentimentos.
Sou frágil, sou sentimental eu posso
sim... Eu posso chorar por perder,
por ganhar... Eu posso enganar e ser
enganado, eu sinto...
Há qualquer momento eu posso rir, chorar
posso viver e também é claro...
Sim! Sim... Poderei morrer.
Antonio Montes
BEIJO NA BOCA
Beijo na boca, não
beijo na boca, não
Se eu lhes de beijo na boca
eu lhe dou meu coração
beijo na boca, não.
O tic tác do meu peito
esta movido ao meu universo
seus lábios são mel de flores
você é paixão, eu confesso
beijo na boca, eu peço
Beijo na boca, não
beijo na boca, não
se eu lhes de beijo na boca
eu lhes dou meu coração
beijo na boca, não.
Mas quem dera o seu beijo
orvalho, chuva e poejo
com essa vontade louca
se eu lhe der beijo boca
desembesto o meu desejo.
Beijo na boca, não
beijo na boca, não
Se eu lhes de beijo na boca
eu lhe dou meu coração
beijo na boca, não.
Antonio Montes
AZEDO E BOM
Oh meu limão, azedo e bom
me de o suco?
Que eu lhe dou meu adoçar.
Com minha jarra e essa farra
Vamos ouriçar?!
Essa saudade que amarra...
lembranças ao tempo e ao lugar
colocando a vida pra amargar.
E esse calor que faz o corpo
tombar ao gosto de espantar
eleva o humor a ficar pouco
e o louco a mudar de lugar.
Oh meu limão! Vamos tomar...
O doce da vida pra voar
e assim plainaremos na alegria
e todos os dias, vamos amar.
Antonio Montes
VULTO
Não vou mais viajar de mim... Deixar de
me valorizar, para se acoplar e em ti, eu...
Descobri que o único valor desse mundo
que resta para mim, é esse eu aqui.
Quanta e quantas vezes, me peguei
voando de mim, para pousar em você,
e na verdade quando eu te encontrei...
Você fugia do meu querer.
Por isso... Não vou mais viajar de mim...
Para ficar dividindo meu inteiro
... Lhe dá todo valor do mundo
e se enterrar em meus pesadelos.
Aprendi a reconhecer meu valor,
não vou jogar o eu, na lacuna do esmo...
Resolvi que: serei feliz nesse mundo aqui
... Se eu, cuidar de mim mesmo.
Antonio Montes
LIAME
Se teu laço, me laçar...
Eu morro, morro enforcado,
pelo nó d'essa paixão.
Sem ar sem dor...
estrebuchando de tanto amor
sim, sim! Eu corro, eu morro.
Sem querer escapar, corro para você me laçar...
sabendo que você me quis, morro feliz, por te amar.
Antonio montes
COM A LUA
Com a lua
outra noite eu fiz com giz
o nome d’ela nas estrelas
E só para vela e ser feliz
bordei uma serenata pra ela.
Ela da janela
Eu, na calçada de uma noite crua
ao lado, todo ouriçado de um,
poste com arandela, portando...
Uma meiga luz amarela.
O vento...
despejava brisa, atiçava vontade.
Ofertei um ramalhete de flor
e paixão, era aquela...
Toda carregada de amor!
Era assim, tanto amor!
tanto amar!
Que o tempo nos deixou
mas o meu amor...
nunca há de se acabar!
Antonio Montes
O TECO-TECO
Cuidado com teco-teco
ele dispara e eu não breco
decida abaixo esta perto
para, pare! Vou dar um treco.
Olhe a lagoa, veja o marreco
bregueço, breco ou não breco
desenvolvido pelo progresso
hoje outro voar eu ate peço.
Não eu não quero passar perto
desse troço treco de teco-teco
ultima, estava com meu caneco
passando baixinho muito perto
matou assim o meu marreco.
Eu quero mesmo é um burrinho
para sair logo cedo bem cedinho
ainda assim sem vê no escurinho
descer muito bem devagarzinho
aquele estreito caminhinho.
Antonio Montes
ESTOU INDO
Idoso eu sou
com pouco anos
vivi a vida
com muito planos
toquei meu sonhos
e me enganei
nos desenganos.
Espero o ponto
da minha chegada
pesado eu vou
só com amor
não levo nada.
Antes limpei
hoje me sujo
trabalhei tanto
agora em planto
sou vagabundo.
Dores me levam
carnes tremida
nervos estão fracos
olhares buracos
turvos embaraços
com pouca vida.
Dias lembrei
hoje lembrado
pra tanto andar
ensinei caminhar
acalantei o chorar
hoje sou andado
Cantei pra dormir
segurei sua mão
sustentei seu corpo
me fez tanto gosto
caído no chão.
Já velei por amor
já plantei paciência
agora enfadado
acalmei a tal dor
nesse mundo irado.
Confesso, o caminho
que aqui me levou
me deixou sozinho
pobre passarinho
embrenhado em dor.
Quero amor
quero amor...
pra chegar aos meus restos
e mesmo se não presto
eu detesto protesto.
Vai chegar a sua vez
assim como cheguei
vai lembrar que um dia
tu foste criança
sujou fez estripulia
e eu os cuidei.
Quando eu não estiver
quem sabe a saudade
te levará a infância
cairá na verdade
da vida que é.
Antonio Montes
FAZER LÁGRIMAS
Não vou mais chorar...
Mas se por ventura
eu vier fazer lagrimas!
Farei baixinho
para que ninguém ouça
e nem venha me ver.
Não...
Eu não vou mais chorar!
Mas se eu chorar...
Tenha há certeza
que será por você.
Antonio Montes
LUGAR NEM UM
Eu sei e o será...
Juntou-se ao talvez
E saiu por ai
sabe-se lá quando!
Um papo de: Não sei oque.
Um dia... Quem sabe...
Uma hora... Não agora!
No ano que vem?
Ora, ora, quem diria!
Ah! Não há nada!
Na, dica de nada!
Será mesmo...
Não... Não sei
pode ser... Quando?
Vai chegar?!
Do jeito que a coisa esta
Nã, nã, ni... Nã não!
Antonio Montes
PEDIDO AO MAGICO
Seu magico...
Eu não quero pombos
nem coelhos da cartola,
Eu quero magica sim!
Magica de compreensão...
O mundo todo dando as mãos
sem pobreza, sem esmola.
Seu magico...
em vez de sumir cartas e espadas
Suma as horas
sim, sim... Desapareça com as horas
para que ninguém mais se escravize
em nada, muito menos ao tempo,
quem sabe se assim...
pensamos no momento de nosso existir
e deixamos de nos envelhecer.
Suma também com rostos simples
banhado em lagrimas
pela dor, pelo sofrer
Que tal sumir com essa velha ganancia!
Que nos impregna até na hora de morrer.
E essa tal moldada mentira
você podia fazer desaparecer!
Faça viver a verdade
um sol sem divisão
coração sem fechaduras
e me dê o meu quinhão
Antonio Montes
ARQUEAMENTO
Sem tempo...
Eu passei pelo tempo
e vi o tempo, voando lento
com seus ventos em desalentos
sonhos no contra tempo
me deixando sem tempo
todo tenso... Propenso
toda vida no penso
viver penso,
tempo... Um alvo,
um dardo...
Mirado ao vento.
Antonio Montes
TOMBO DE LÁGRIMAS
Traga-me...
A sua taça de carinho
e eu... Embebedar-me-ei
pelo seu amor
Assim, ébrio...
Tombarei pela sua paixão
E a cada tombo...
Lágrimas derramarei
desse meu apaixonado
coração.
Antonio Montes
AZOS
Com o passar dos anos
os anos passam elevando a idade
e eu emperro meus passos
correndo atrás da vaidade...
Aonde sonhos tornam-se pesadelos
e fim de sonho,
... São dores de esqueleto.
Com o passar dos anos...
O alvorecer dos dias trazem duvidas
e as águas límpidas das lagrimas
escorridas da vida...
São sucumbidas pelo ralo da pia.
Não tenho laço...
Ninguém tem laços,
que pudesse laçar o tempo...
Para que tanta idade...
sem que possa arfar saudável
se não pode pular e correr.
Se eu pudesse, laçaria os ventos
amarraria os tempos
só para ver os sentimentos realizados,
mas como pode essa idade
esse tempo sem pernas
correr assim ... Sim, sim!
Correr, viver correndo
fazer que me leva,
mas que na verdade... Esquece de mim.
Antonio Montes
TRAÇADO
Para todos os cantos
parecendo encanto,
... Eu tenho um plano.
Mas em todos os anos
solavancos e trancos
todavia, desenganos.
Aglomeram as lagrimas
evapora as pragas
na exposição dos planos.
E ao bater assas
quando voa da casa
lá se vai os tutanos.
Eu tenho um plano...
Um cisco para o ninho
sem lagrimas e jeitinho.
Que sabe se de perto
e na medida da goela
eu decole da terra, tão fera.
É... Eu tenho um plano
tão perto, um reto decreto
desse tempo incerto.
Roedores de tudo
nesse mundo sem fundo
somos todos analfabeto.
Antonio Montes
Eu gostaria de me vender para aqueles que não precisam me comprar. Eu gostaria de ser mais para aqueles que sempre me fizeram de mim, eu. Eu gostaria de um amor que me fizesse deixar o ódio trancado num baú; e que esse amor fosse tão instantâneo, que durasse pelo menos, a vida toda. Eu gostaria que tudo na vida fosse livre como o vento, forte como o sol e calmo, como o mar. Eu queria uma vida, que és bela, uma vida que é vida, uma vida que é impossível.
MALEDICÊNCIA
Vagando sob sentimentos
me deparo com as mãos
fazendo rascunho do meu eu
... Desenhando letras,
formando palavras
vês e outra...
pintando frases claras
com anáguas de amor,
no breve momento do adeus.
Sigo embrenhando nesse emaranhado,
frisando aqui, frisando ali...
Entrego-me as lagrimas da saudades
que hoje encontra-se...
Calvagando sob trote das lembranças.
Me arrisco aos ventos
e as poeiras dos avarentos e ariscos...
Arrancam-me suspiro, movidos
por sonhos, e esses...
Se expressa nos soluços
das recordações, e flecham-me
com os dardos das solidões.
Antonio Montes
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