Escuridão
Janela N.º 02
Hoje desci da cobertura,
Estou no porão.
Cá em baixo é escuridão,
A vida é dura!
O tapete de folhas da alameda,
Ainda está no chão!
As cores se foram,
Com o verão.
Faz muito frio aqui,
Meus pés estão no chão.
Os ratos roem as folhas,
São porcos, comem com as mãos!
Os pardais sujam suas cabeças,
Denunciando quem eles são.
E eu olho de minha janela,
De mãos atadas,
Sem ação!
A orquestra está desafinada,
Parece que o Maestro não está perto.
Como a bosta já não é nova,
Vou chamar o João Gilberto.
(Donizete de Castilho, 22.12.2013)
Devaneios Noturnos I
Deitada.
Olhando a escuridão do meu teto branco.
O vento frio que entra pela janela.
E afogo – me no mar de cobertor.
Fecho os olhos.
Não durmo.
Apenas penso.
A nuvem que esconde a lua que tenta brilhar.
É a mesma que esconde a minha dor.
A estrela que acaba de apagar.
É a mesma que se apaga em meu olhar.
O sorriso que já não existe.
É aquele que você levou.
Não peço que me devolva.
Apenas guarde o que restou.
O rancor de seu coração.
É maior que o amor que sentiu.
Embora seja justo.
Perdoe-me! Mas nem tudo é o que ouviu.
Fiquei no esquecimento.
Ou na parte ruim de sua vida.
Resta – me seguir.
Ou terá outra saída?!
Caso ainda lembre.
Amei-te eternamente.
Cumpri minha promessa.
Guardei o que ainda me resta.
Delírios...
Recreado, posto sob a luz do dia
Que para mim, noite se torna
Rugindo a escuridão
Tentando me tragar
Delira-me dentro de uma caverna
Criando cartas e cartas
Frases não vertentes
Que um dia inspirei-me
A luz de velas
Que meramente apenas me aquentam
O frio do meu corpo e alma
Um espírito pálido e doente
Manchas tristes escorrem no pulso
Que jamais imaginara amar
Amar e ser tragado
Vencer e ser dominado
Esperanças que um dia se foram
Amores que um dia viajaram
Dores que me corroem
Mesmo não aceitando-as em mim
Incerto sozinho estou
Com prantos e âmagos
Flores e perturbadores
Lágrimas apáticas
Uma anestesia se infiltrou
Até me reconheço mais assim
Perdido em pensamentos
Latentes e indizíveis
Bom é poder cuidar
E ser cuidado
Há quem cuide de um filho
Assim como que o abandone
Iras vindouras e passageiras
Dão espaço ainda mais marcante
Que os bons momentos
Pois estes ultrapassam
Simples ações
Até debalde à vista
Mas que transformam
Alegria em melancolia...
Noite clara, a luz da lua sobressai ante a escuridão silenciosa. Os carros cruzam o meu caminho. Sigo sem observar a rotina do mundo moderno. Cego pela magia sombria da noite. Tanta beleza camuflada. Ao amanhecer a natureza sai do esconderijo e o espetáculo volta ao palco do planeta terra. Planeta imenso, pequeno planeta.
A ausência de escuridão
nem sempre se traduz em Luz
Luz não é aquilo que vem
do Sol ou de fontes artificiais
Aquilo é luminosidade
ou energia luminosa
Luz é algo que te faz
viver em Paz
te faz sentir proximidade
com a fonte Universal
de toda Luz
Mesmo na escuridão
Luz não vem de fora
Luz é algo que nasce
e existe
Dentro.
Existem cegos
que são cheios de Luz
e gente calcinada
que espiando-lhes
a alma
Não vemos nada
nem paz, nem luz
nem calma.
A escuridão é imensa e parece impor seu tamanho sobre nossa condição de pequenez. Aproveita-se da nossa insignificância para ganhar profundidade. E toma conta do espaço e o consome. Tanto e tanto que ninguém o vê. E cresce. Alguns tem medo, alguns dormem, outros ficam impacientes. Cadê a luz ? Luciferases que trabalhem !!! Só breu, não tem se quer um vagalume. Só silêncio. O escuro silenciou a cidade. Foi grande a escuridão, não se fez entender apenas agiu e eu não sei nada sobre sua amplitude mas sobre as pequenas coisas talvez eu saiba menos.
A morte é precipício infinito na minha alma,
de propósitos sem fim apenas a escuridão,
que se encontra na minha alma devorando meus sentidos,
por mais que queira... por mais faça não á um final...
somente as dores nas profundezas,
que diria das piores formas de penas,
prólogos sem sentido
É na escuridão onde uma pequena luz tem a sua importância; no deserto onde um pequeno oásis parece um oceano; na solidão onde sentimos falta de alguém que desprezamos; na morte onde todos irão entender o significado do nome Jesus.
A escuridão reflete o pecado, o incúrio da salvação, mas para mim reflete o futuro algo que não posso viver no momento, por isso faço do presente como a minha arte verdadeira.
O silêncio é vazio do grito surdo, é escuridão da noite sem estrelas, é partida de quem nunca esteve em nossa existência.
obscuro teor afio,
sem muitos ou poucos
sentimento meros atos da escuridão.
tudo numa sombra gloriosa num manto...
Se sua vida estiver uma escuridão, se agarre as estrelas e faça uma escalada ao céu!
Sergio Fornasari
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