Escrita
Engana-se quem pensa que não sinto. Sinto sim, e muito. Mas não preciso explicar. Não quero. Não devo.
Joyce, acho mesmo que não seja legível – não é certamente traduzível em chinês. O que é que se passa em Joyce? O significante vem rechear o significado. É pelo fato dos significantes se embutirem, se comporem, se engavetarem, – leiam Finnegan's Wake – que se produz algo que, como significado, pode parecer enigmático, mas que é mesmo o que há de mais próximo daquilo que nós analistas, graças ao discurso analítico, temos de ler – o lapso.
O verdadeiro caráter é revelado nas escolhas que um ser humano faz sob pressão - quanto maior a pressão, mais profunda a revelação, mais verdadeira é a escolha da natureza essencial do personagem.
Eu já escrevi muita coisa idiota,
com as quais já não concordo;
assim como já escrevi coisas belas
nas quais não acredito mais.
Convém a cada um ler o que escrevi
e receber conforme sua experiência e sabedoria.
Nenhuma palavra é sagrada.
Neste mundo tudo é imperfeição.
INSIPIDUM 𓂀
Ei moça, ainda é cedo pra desistir, a vida lhe trará alguém com um coração tão insípido quanto o teu e que lhe demonstrará que não só pode fazer diferente dos outros com os quais já conviveu, como pode fazer a diferença na sua existência...
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Alguém que não aperte suas cicatrizes na hora da dor, não te insulte nas suas fragilidades, mas te valorize a ponto de doer só de cogitar te magoar... .
Alguém que mecha com você não só na carne mas que estremeça sua alma...
Que faça suas mãos suarem, que te provoque um sorriso de canto de boca a cada notificação, que faça de seu beijo único e carinhoso e que ainda sim consuma sua pele arrepiada em ardor e fogo 🔥.
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Alguém lhe desperte seus os instintos mais animalescos e sutis somente pela presença, e que mesmo tempo se afogue e mergulhe sem medo na intensidade de seus sentimentos mais profundos e verdadeiros.
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Tranquilize-se, quando for o momento certo o universo trará alguém em que poderá confiar suas intenções mais puras, e ele saberá o que fazer delas, alguém que te faça transbordar em amor e reciprocidade e que te consuma como um todo, e que saiba apreciar um prato cheio em meio a tanta gente vazia e rasa que existe por aí... .
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@gutogiacoobe .
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Ordo ab Chaos ∴
Gosto de escrever
Eu gosto de escrever
Eu não sei o porquê
Fico encarando o papel
Sem saber o que fazer
Fico encarando o celular
Sem saber o que digitar
Eu gosto de escrever
Ainda não sei bem porquê
Tenho muita coisa na cabeça
Que preciso despejar
Eu não devo esquecer
Eu não devo ignorar
Eu preciso registrar
Eu preciso escrever
Nenhuma idéia é inútil
Não há conhecimento fútil
Tudo é importante
Tudo é potência
Tudo é constante
Sempre em desenvolvimento
Sempre em crescimento
Como as idéias na cabeça
Giram como um cata-vento
Eu gosto de escrever
Não sei bem porquê
Só sei que sei escrever
Só sei que sei ler
Não sei se sei entender
Compreender as idéias do autor
Ver não é ler, ler não é entender
Entender não é compreender
Compreender não é aprender
Aprender não é conhecer
Ler a escrita é ler a mente
Ler a mente é ler o coração
O coração da gente
Tão impulsivo e ardente
É ler alma do agente
Que escreveu o sermão
Eu gosto de escrever
Eu não sei porquê
Mesmo se não há nada pra escrever
Escrevo mesmo assim
Um poema bem simplório
Que nasceu dentro de mim
Todas as pessoas têm coisas importantes para contar. Se criarmos um ambiente de confiança, calmo, íntimo, surgem grandes histórias. Pessoas sem importância têm grandes histórias. Mas se faço uma pergunta banal, obtenho uma resposta banal. As pessoas têm uma grande necessidade de falar de coisas sérias. Mas acontece que não lhes dão oportunidade. Ninguém as quer ouvir. Vivemos num mundo de banalidade. O trabalho do escritor é resgatar as pessoas dessa banalidade.
Eu tenho uma coleção de textos....
Entre eles há expressão de amor, indignação, esperança, amizade e até de dor...
Penso, por que os tenho!? Se quando escrevi algo de amor foi com todo o meu coração e alma, e no final recebi apenas ingratidão e desprezo... Quando eu escrevi sobre coisas que me deixaram indignada, relembro o quanto vale uma vida a alguém, pois, são pessoas assassinas que matam a pureza e nobreza de um coração. Agora quando falo de esperança sinto me refeita, fortalecida, e volto a dar meus passos, são bem pequenos confesso, quase que me arrasto, mas a esperança, me energiza e vou aos poucos me refortalecendo. A quando paro para ler sobre a amizade, é muito reconfortante, pois os verdadeiros amigos sempre estão na hora certa em nossas vidas. Quando falo da dor, é o momento de meu sepulcro, pois me enterro em minha tristezas, me grudo a solidão, e esqueço o quanto vale a minha vida.
Contudo faço um levantamento, e uso tudo como equilíbrio, pois a balança da vida, me passa nesse processo que: O mal existe para nos ferir e matar aos poucos, mas em compensação, nos deixa alertas, nos faz ver o que não queremos nos transformar, automaticamente nossa fé em Deus se renova e ai começa a funcionar o lado da balança do bem, pois nessa etapa já sabemos que a grande tempestade que passamos se dissipou, que o mal pode urrar com todas as suas forças, mas nossa confiança não se abala.
Queria saber para que serve a maldade, o que o ser que executa esse mal, ganha? Porque para mim ficam mais pobre de alma.
Ouço tanto blá blá blá poeticamente sobre o amor, mas e a pratica? Pois é... são só os blá blá blá mesmo... pois muitos desses poetas nunca conheceram o amor real, vivem somente construindo sonhos inacessíveis, pois para tudo há um limite. Quão bom seria se essas pessoas saíssem do módulo sonhar, e entrassem no módulo praticar.
Então, chegaríamos ao nosso fim, sabendo que realmente amamos no sentido real, e não ficamos somente vivendo de ilusões e grande perda de tempo.
Oh ilusão, passe para longe de mim, pois quero saborear a vida real, enquanto é possível.
Sempre há tempo para ler. Não confie em um escritor que não lê. É como comer comida preparada por um cozinheiro que não come.
Escrever é parte de quem eu sou, é a cola que mantém unida todos os meus fragmentos, mas que também me ensina a desapegar e a refletir sobre tantas convenções erradas que são passadas de gerações a gerações.
Para muitas pessoas, os livros são um refúgio. Se você tira isso delas, elas podem afundar. A escrita e a leitura são minha salvação.
Expurgo
Cabiam mais e mais de mim neste papel amassado, mas não havia pretensões de certezas na escrita que teimava cicatrizar. Era vontade de desaguar, arder, rasgar o que se fazia pesado aqui dentro. Não tinha mais palavras para serem arrancadas, dilaceradas e amputadas em partes do meu corpo.
Eu agonizava entre os rascunhos já amontoados há dias. Pulsava entre os arrematados sinais de pontuação, entre vírgulas que me deram náuseas. Jamais imaginaria que a pausa traria a presença do desconforto. Uma ponte foi desmanchada e não cresciam em mim as possibilidades de um verso extasiante. Nem um acento, um ponto de exclamação. Era vazio, papel em branco, folhas rasgadas, tela de computador aberta.
Eu estava calcificada, vítima de completo limo, de letras que escorregavam e não previam uma frase, talvez um esguicho de sonoridades, fonemas que se converteriam em um discurso, mesmo que tosco ou maldito, mesmo que vago ou cheio de pontas.
Nada era o que tinha. Nada era a palavra que cantava para minhas mãos, agora, febril, trêmula, desfocada. Nada era o que me convertia e desafiava.
Nada era minha prestação de contas ao papel, era o que me causava repulsa e me violentava.
Tantas cabiam nos versos de amores mal ditos, muitas se intitulariam nos poemas de conveniência e de falta de justiça. Daria para que partes não fragmentadas pousassem nas lâminas daquelas palavras de avesso, de duas faces ou de significados abomináveis.
Várias se venderiam aos poemas mais sórdidos, às juras de amor não declaradas ou anestesiadas. Algumas não se importariam em servir de rima para os mistérios da alma, do mundo anunciado aos quatro cantos. Alimentariam sua poesia de dor mal curada ou emoção de parto não sentenciado.
Eram tantas que habitavam nos meus corpos amanhecidos e de lua. Eram as que pretendiam morar no poema que não tive, no poema que abortou outros que não vieram. Não tive suas companhias. Nem tive caso mal amado. Meu papel e todas as lacunas mantiveram o estágio letárgico, de plena depuração.
As pessoas acham que os escritores escrevem para os leitores. Elas não se dão conta de como é terapêutico vomitar as memórias, sonhos e ideias fixadas em nossos subconscientes.
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