Escrever poesia
Peguei emprestada
a magnífica cor
do Ipê-amarelo-da-mata
para escrever por
nós Versos Intimistas
como uma tentativa
de trazer o seu amor
perpétuo e fazê-lo absoluto,
Tenho certeza que terei
este êxito e para você
serei para sempre o seu mundo.
Recebi a dádiva de escrever
Versos Intimistas
com as cores das flores
do Ipê-rosa para fazer
você morrer de amores.
Num mundo viciado
em conflitos,
Eu busco músicas
antigas da Bahia,
escrever meus
Versos Intimistas
sobre o mistério
do Ipê-preto
que inspira manter
firme o meu desejo.
Versos Intimistas
em pleno Espírito Santo
sobre o sentimento
e a dádiva de escrever
sob o Ipê-preto
inspirador neste peito.
Lindas lores de Ipê-preto
caem nos meus cabelos,
Inspirações para escrever
os meus Versos Intimistas
e espalhar por São Paulo
a razão de tantas poesias
até você vir para o meu mundo.
Não existe um só
dia que não recorde
dos lábios de Abiu
que me fazem escrever
Versos Intimistas
do anoitecer ao amanhecer.
(É sobre o nosso silente querer).
Na sua pele doce
como Cupuaçu colher
Versos Intimistas
para juntos escrever
em silêncio poesias,
e só de muito amor viver.
As armas de um poeta:
são uma caneta e um papel
E com elas conquistamos
o nosso próprio céu
O poeta é aquele
que escreve a voz da alma
Como se fosse um dom...
Aquele dom que acalma
Ele fala da vida
de sonhos e de alegrias
Pois se não falar dos mesmos
dele o que seria?
Ele tem o seu mundo
repleto de fantasias
Mas é lindo, é belo...
E você entrando nele
Sair jamais deveria
Nesse mundo ele toca
Sua alma e coração
Sua vida interior
É tudo luz, é canção
Como também ele grita
chora como criança
Mas depois é tão incrível...
renasce sua esperança
(MARQUES, Iraci. Mundo-poeta. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 56).
Foram oito meses
Sem mais e sem menos.
No primeiro mês, com dor no peito eu escrevia a minha poesia
Conheci essa morena, um amor a primeira vista
Me ganhou com seu sorriso e carisma.
No segundo mês, eu a encontrei,
Já estava apaixonada, eu dizia,
Mas o coração ainda doía.
Lembro de segurar sua mão pra baixo e pra cima.
No terceiro mês, o seu bom dia era tudo o que eu queria
Seu sorriso iluminava o meu dia
Então parei de escrever versos
Sobre um passado que já não me feria mais.
Ela já fazia parte de mim ainda no quarto mês
Juras de amor e de carinho
Eu te escrevia versos de paixão ao vivo.
Sua voz eu ouvia ao anoitecer
Sussurrando bem baixinho á me aquecer.
A insegurança às vezes batia,
E você me batia mais ainda.
Você jurou seu amor no quinto mês
Me cativou e se esquivou
Você se importou, mas nunca se apaixonou. Palavras aqui, palavras ali
E você diz que já não sentia.
Me machucando mais uma vez
Eu me afogando em embriaguez.
No sexto mês você se disse arrependida
Se comprometeu,
Disse que o amor da sua vida era eu.
Então ele apareceu
E você se escondeu
Com todos os meus pulmões eu gritei
Mas você não respondeu.
E meu mundo a escurecer
Voltei a escrever.
Por que você me deixou se eu era o seu amor?
E o fim da nossa história se concretizou.
Você foi o motivo pelo qual parei de escrever,
E o mesmo motivo pelo qual voltei à o fazer.
Quando se cansar de mim a vida,
e tudo for escuridão profunda e fria,
meu corpo será adeus em despedida;
minh'alma, eterna poesia.
Maré de sorte
Se contigo eu tanto argumento,
É porque o mesmo tanto me atormenta.
Este tanto também é sentimento,
De uma pessoa que te contempla.
Se às vezes contigo lido mal,
É porque a mim não me sei lidar.
Coisas ditas são inválidas,
Porque no BEM nunca as iria expressar.
Se no bem e no mal tudo isto sempre existe,
E se o destino persiste.
Só nos resta uma opção:
Que tal aceitarmos sempre isto?
Por mim eu aceito!
É um "aceito" indeterminado.
Sei que ninguém é perfeito,
Mas estou perfeitamente apaixonado.
Perfeitamente eu explico,
Que és quantidade de qualidade.
É por isto que eu fico,
Mas que fique uma eternidade.
Os meus olhos são a foz
Minha face seus afluentes.
Se pudesse gritar o meu sentimento,
Com tanta intensidade ficaria sem voz.
O coração é a nascente do rio
Que agora se encontra vazio.
Suas margens transbordam de água...
Esta água é mágoa.
Jorrava ao papel
Abundantes palavras
Por vezes falhava
Teimando a caneta
Enlouquece o autor
Longe da mesa
No meio da mata
Sacode e assopra
Olha ao redor
Já impaciente
Lembra do lápis
Perdido no bolso
Um toco de nada
Salva o texto
Alegra e agrada
Feliz satisfeito
Retorna da caça
No caderninho amassado
Mais um poema está feito
O amor e o poeta:
"Vejo-me só com meus poemas
E em quantos deles o amor desprezei
Mesmo assim é ainda sobre ele que escrevo
Que insistência esse amor tem!"
Artista, penso eu, é aquele que divide seu olhar sobre as coisas. Todas as coisas existentes e ainda as que ele inventa.
Olhar de artista não "vê". Olhar de artista esmiuça as coisas. Arte é reescrever o mundo do jeito que quiser. Artista olha com olho de dentro, íntimo, pessoal.
Compartilhar o olhar de dentro é coragem. Muita.
Mas arte não é escolha, é urgência. Uma grande bicho de pé que comicha até a gente coçar.
Compor não tem hora, lugar. Não respeita convenções. Muito menos o sono.
Penso que todo ser humano tem um artista em si. Basta permitir-se sensibilidade para observar com o olhar de dentro. Sensibilidade... imprescindível.
É claro que há artistas fenomenais, os bons, uns nem tanto. Há artistas fracos. Há os fenomenais que estão pobres. Os fracos que são modismo e enriquecem.. Sempre, em tudo haverá tudo isso.
Arte não tem que ser obra prima. Basta ser olhar. O de dentro. Sensibilidade para olhar com personalidade. E depois coragem, muita, para compartilhar o olho de dentro.
Artista não morre. Se eterniza em cada fragmento de sua criação. Se uma pessoa sequer se comover ou mudar o olhar.. um suspiro, arrepio.. ah, glória. Viver valeu...
Eu quero ser artista.
Minha mão está fria,
A mente está vazia
E de momento, ela mente
Como da noite para o dia.
Uma mistura de sentimento,
Frequente, bem se sente,
Esta utopia ascendente.
A escrita é um outro universo,
E ao longo do verso
Me faço identificar.
E não sendo muito perverso
Nem nada o inverso,
Dá-me mais prazer escrever
Do que propriamente acasalar.
Tentei, tentando...
(Nilo Ribeiro)
Tentei sorrindo,
tentei chorando,
não conseguindo,
continuo te amando
vida que segue,
destino que avança,
espero que não me negue
que eu tenha esperança
não é desespero,
mas tenho as duas opções,
de ser teu companheiro,
de unirmos os corações
mas tento também esquecer,
ser feliz o meu dia,
voltar de novo a escrever,
fazer para você uma poesia
tento,
busco,
penso,
soluço
está no coração,
não sai da cabeça,
se não achar solução,
talvez eu enlouqueça
um escritor louco,
ou um louco escritor,
sei que não é por pouco,
pois é tudo por amor...
A Noite!
Já é noite, ainda estou pela rua
Na calçada, sentado admiro a lua.
Pois quando a vejo,
Logo me vem aquele desejo.
Que faço, componho, mas não entendo!
O porque dessa paixão,
De poesia fazer, de poesia entoar!.
Meu caderno me chama,
A escrever e pensar,
Pois hoje vai nascer,
Mais uma para recitar!
Hoje a noite é clara, lua cheia.
Hoje nasce sátira.
Prosa e poema.
Hoje nasce mistérios, e grandes histórias.
Hoje tem romance.
Literatura e loucuras.
A noite, tem versos em compasso.
Cheio de hipérboles e Descompassos.
Formo contos e desvendo casos.
Hoje tem saudade, de tempos passados,
Tempos de criança, recordados.
Tempos em que lembro dos meu primeiros passos.
A noite, não é escura e tenebrosa.
A noite, é a melhor hora para poesia e prosa.
A noite, não é fria e sozinha.
A noite, é reflexão e sonhos para melhorar o outro dia.
Uso a noite para escrever, compor e criar.
De dia vêm as ideias.
E de noite, escrevo linhas tortas, linhas retas.
A noite, é meu estilo.
Pois nela produzo com meu dom e minha arte.
Porque a noite, é liberdade não exilio!
Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Eu gostaria
Para escutar tudo o que você tinha a me dizer e não teve coragem
É tão difícil enquanto estamos vivos
Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Para escutar todas as canções que você vai cantar
Faz tanta vergonha enquanto estamos vivos
Por que a morte é tão difícil
Mas solta as amarras dos que ficam vivos?
A morte não é poesia.
A vida de quem fica.
Mas quando eu morrer
Como eu gostaria de voltar
Para receber sua visita
Descobrir como você conseguiu
É tão complicado tempo enquanto estamos vivos
Quando eu morrer
Eu gostaria de verdade de voltar
Para escutar as suas recordações
É tão difícil lembrar enquanto estamos vivos
Mas quando eu morrer
Eu não vou poder voltar
Então escrevo isso
Para que quando eu morrer
Você saiba que de alguma forma eu sei
" INVERNO "
Ouve, ouve o silêncio do inverno meu amor
Nas folhas molhadas da chuva já mortas no chão
Que escorregam pelas minhas mãos vazias
Onde tu deixaste tatuado o teu nome na minha pele
Palavras escritas no tempo, que ecoam no nosso momento
Abraços silenciosos que deixamos no caminho em pedaços
Meu amor rasga o meu corpo, neste inevitável passar do tempo
Enche as páginas vazias do meu livro em poemas solarentos
Quero escrever envolta em ti para ti, num sonho refeito e feito
Num encontro perfeito de corpo e alma, eu em ti, tu em mim.!!
