Escravidão
O que mais me entristece é saber que a humanidade insegura, cada vez mais nestes novos tempos líquidos, tem por mérito e culpa se omitir calado por medo de ser correlacionado, perante todas as maldades, as injustiças e as não respeitabilidades.
Entre tantos dados de pioneirismo, temos alguns tristes. O Brasil foi o primeiro lugar do mundo, a comprar negros africanos para realização de trabalhos braçais, tudo muito bem endossado pela coroa e pela igreja. Afinal os negros diferentes dos indígenas, não tinham alma e eram, quando bem domesticados uma valorosa tração animal.
A crise social para os donos do mundo é uma eficaz ferramenta de submissão. Diminuindo o poder das escolhas cada um se contenta em ser usado em uma existência servil em vão.
SUFOCANDO MATIZES
Na escuridão do Universo,
em meio a tantas Estrelas
Lá vem mais uma sinuela,
apontando no mundo,
Peleando com a vida,
batizada de Luz,
Num horizonte surrado,
mal sabia sua Cruz,
Mas que sina vivente,
a escuridão precedente
Das águas puras do ventre,
logo ali de repente
Mal saído do ninho da choca,
Tal sina lhe toca
com seus matizes sombrios
Não se fala do frio
desse pago gelado
Há falta de amor
de quem está do seu lado
Que considera normal
um irmão mal tratado
Brutal defensor
das causas do agrado
Desde que seu lombo
não fique lanhado
Prisão sem grades,
precisa ser libertado
A justiça profana
não tem demonstrado
Sinais de mudança,
dou de mão no meu trago
Embriagado que fico,
sigo anestesiado,
Testemunho covarde
do Negro esgoelado,
Clamando à vida,
num humilhado socorro
Que retornem os bravos,
a libertar os escravos,
Pois é dentro de si
o maior dos estragos,
E que o aperto dos joelhos
seja pra reza,
Enveredando a tropa
a todo aquele que preza
Sair do discurso
e reconhecer com fervor
Um irmão verdadeiro,
independente da cor.
COISAS VÃS
Mas são tantas coisas vãs
Muitos nadas te escravizam
E te lançam em divãs
Poucas chagas amenizam
Que jamais sejas um fã
De rumos que te hostilizam!
É vera a mancha de Caim,
Que o Brasil traz na fronte,
A consciência aos poucos
Vem sendo temperada...;
E, a escuridão dissipada.
Ninguém pode suportar,
Condenação tão dura assim...;
O Brasil ainda esconde...
O olhar está se abrindo
- aos poucos,
A alma ainda chagada,
Agonizando está a terra amada.
O grito gemente por liberdade,
Geme em todas as alturas,
No solo estão os sinais das torturas...
A Pátria é como uma Mãe
Que não suporta ver os filhos
abandonados à sorte e infelizes.
Ela espera com esperança,
Que os homens educados,
- sejam abolicionistas
E, libertem todos aqueles
que neste solo têm pisado.
Aspira o fim da degradação
- naturalmente humana -
E assim cultivemos juntos
uma Mátria de pessoas felizes.
A dor pungente na pele do escravo,
Perpassa os séculos e todas as cores,
Sangra o Brasil de partos e dores...
Até a utopia passa a ser tortura,
O nosso povo não sabe mais sonhar.
O gosto do cálice grudou na boca,
- a Repressão deixou tatuada,
Sou a filha desterrada,
- sou negra, sou branca, sou indígena
A herança é oriental,
- sou afrodescendente
Brasileira - sou caboclinha,
Em minha pele carrego um 'cado' de tudo,
- tenho a cor de todas as cores
Perante toda a América e todo o mundo,
Acredito que seremos um país de homens
e mulheres livres quando acordarmos do
falso sonho de independência e nos
tornarmos abolicionistas das
penas que nos foram [infligidas por
todos que tiveram poder sobre as nossas [vidas.
"Há pessoas que estão confundindo a liberdade que Deus deu ao homem com libertinagem e, essa escravidão, levará muitos para o inferno."
Anderson Silva
"Destruindo a família, o ser humano fica vulnerável a qualquer tipo de doutrinação que escraviza."
Anderson Silva
A história é um diário com as crônicas de homens que foram considerados grandes, por não serem mortos antes de se tornarem conhecidos.
Mesmo com a melhor das intenções não pode a liberdade do seu filho, dê a ele a alforria, a oportunidade de ser uma criança independente e um adulto livre.
A vida mostrou-me que a nossa liberdade é provisória. No fundo, no fundo nenhum de nós é, de fato, livre, cada um é servo da escravidão que por livre e espontânea vontade escolheu.
Só admira a vingança quem nunca entendeu o prazer que José sentiu ao perdoar e ajudar os irmãos que o venderam como escravo.
Existem pessoas que se escravizam, por uma renda fixa, mesmo que lhe custe problemas pisicológicos e destruição familiar própria.
[...] É para mim justo,
por sua morte não farei luto.
Eu a odiava, era recíproco.
Fez mal aos meus irmãos
mas passou como vulto,
não vou cantar canção,
Não lhe prestarei culto.
O cafetão que a usou,
cruel ladrão, astuto.
Feriu, engravidou[...]
Matou, tudo oculto.
Seja por ele, ou por ela,
não falarei, não farei tumulto.
Não terá traço em minha conduta
Ainda que veja em alguns, a sombra
Seu olhar não me assusta
Sua voz não me assombra.
Em mim, habita o perdão
É o núcleo da minha religião
O sonho agora tem direção,
Preto, índio ou branco, é tudo meu irmão.
Muitos sacerdotes, no final de seus ministérios, passarão à vida vazia e falta de amigos e irmãos verdadeiros na fé, visto que exploram apenas o status, a fama e a e escravidão.