Enquanto
"Seremos julgados no retorno de Jesus Cristo, porém, enquanto isso, somos julgados por nossos semelhantes".
" Enquanto eu tiver falando tá tudo bem você pode ficar despreocupado (a), mas a parti do momento em que eu ficar em silencio e ae que as coisas mudam..."
Meu amigo Zé Ferreira de 74 anos de idade,agora faz o papel de um cachorro: enquanto a família passa o réveillon fora,ele olha a casa (31.12.17).
Dizem que as ilusões são ruins, mas elas são as únicas que sustentam a nossa alma enquanto não acordamos de um sonho, que cortava suas asas as impedindo de surgir.
Estrofe sem remetente
Tão calmo e apaixonado, me tornei tão solitário
Enquanto sentimentos transbordam em mim
O que me rodeia, são apenas cartas sem remetentes
E aquele amor, na verdade não existe enfim.
E enquanto as crianças corriam pela praça, e os adolescentes declaravam suas paixões, considerando eterno o que só poderia mesmo existir no efêmero, e que os adultos apressados passavam com as suas compras do mercado, eu ali, tentando enxergar os motivos de um mundo tão cruel e pior, tentando conviver com o fato de ser parte dele.
A verdade é aquilo que é realidade e é determinada provável, enquanto a crença está ligada aquilo que é incorretamente considerado como sendo invisível, incognoscível, e o improvável é erroneamente assumido como sendo verdadeiro.
Palavras da VERDADE VERDADEIRA do livro "CÁLICE DA VERDADE"
Palavras de Sabedoria contidas no Capitulo 4 do livro CÁLICE DA VERDADE (Kelch der Wahrheit)
Enquanto eu permanecer nessa nave desgovernada, onde o "TER" se sobrepõe ao "SER", estenderei a mão aos que de mim precisarem.
Ame e abrace as pessoas enquanto elas estiverem por perto, porque a qualquer hora você ou elas podem partir para longe ou para sempre.
INSATISFAÇÃO
Acontece a qualquer momento. Enquanto passo o pó de café, finalizo um relatório importante, ou durante a faxina de todo o santo dia. Entre uma música e outra no rádio, o silêncio abafa e escuto: fuja. Levanto as sobrancelhas e olho pros lados. Ufa. Ninguém ouviu. Esse desejo secreto, quase bandido, que faz da minha própria vida uma refém de mim mesmo.
O cotidiano é uma arma pressionada contra a minha cabeça. Despertando às 7h, horários marcados. Passa hora, passa dia, passa noite, continuo preso, sem ter aonde ir. Ando em círculos numa cela do tamanho do mundo. Tantas vias, mas tão complexas. E esse meu destino, distante, que nem sei se existe.
Por um instante eu fico feliz. Conquistei o que eu queria, beijei , escrevi, li, trabalhei, corri, comi, caguei. Mas e depois? A felicidade se esvai a cada meta alcançada. Depois só me resta sonhar e esperar de novo pela alegria da realização. No momento seguinte, acabou. A felicidade não dura, sequer, um momento.
Minha vontade de ir embora é a plenitude da satisfação, pois a rotina calculada me embrulha o estômago. “Bom dia, amor”. “Deixei a chave embaixo do tapete”. Mensagem por mensagem, deixo a mim mesmo embaixo do tapete. Deixo o eu que quer viajar. O eu sem hora pra voltar. O eu que não depende de nada nem ninguém para fazer o que quiser. É difícil ser fiel a uma rotina quando bem no fundo de mim sei que não pertenço a lugar nenhum.
Minhas roupas são escorregadias. A cadeira em que almoço, desconfortável. Até o sagrado quarto aonde descanso todas as noites é alugado. Nada é meu. Só o meu corpo me pertence, e ainda assim eu o maltrato. Às vezes deixo de comer, aperto a cinta, raspo meus pelos como se não reconhecesse minha pele. Vejo no espelho: ainda que eu fuja desta casa, continuaria preso num corpo limitado para as minhas expectativas.
Dia após dia, essa é a vida. Medrosa que é, ela se esconde atrás de máscaras, abaixo de camadas de ossos, carne, pele e roupas. Dia após dia, se camufla da morte por debaixo das músicas do rádio, barulho d’água monótona na pia e das vozes que abafam o silêncio. A vida é a insatisfação que grita no silêncio. Mas não a ouço direito pelo meu próprio medo de viver.
E assim eu me acostumei a morrer dia após dia.
Enquanto jornalistas contavam histórias sobre falta de água, casos de fome e investigavam as origens das tragédias, lá estava eu: pesquisando sobre cidades para passar a lua de mel, escrevendo sobre looks, Netflix e personagens de novela. Senti como se fosse um pássaro sobrevoando os escombros de um grande desastre. Imune à lama e ao sangue alheio, e presenciando o sofrimento de todos sem ajudar ninguém. Quando eu senti a necessidade de mergulhar… percebi que sou um jornalista, não um publicitário.
Enquanto ela falava e sorria com o canto dos olhos, eu fixamente sem ar a observava e só conseguia pensar: Meu Deus!
Sorriso grande, largo, belo, tão puro que eu nem consigo comparar, talvez com o céu ou com o mar. Sei lá, era uma espécie de obra da natureza, daquelas que se observa, admira, sorri, suspira e agradece
