Elegia de um Tucano Morto

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Elegia lírica

Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida
Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul
E em vão eram tristes os rios e torvas as águas
Nos vales havia mais poesia que em mil anos.

Eu devia ser como o filósofo errante à imagem da Vida
O riso me levava nas asas vertiginosas das andorinhas
E em vão eram tristes os rios e torvas as águas
Sobre o horizonte em fogo cavalos vermelhos pastavam.

Por todos os lados flores, não flores ardentes, mas outras flores
Singelas, que se poderiam chamar de outros nomes que não os seus
Flores como borboletas prisioneiras, algumas pequenas e pobrezinhas
Que lá aos vossos pés riam-se como orfãozinhas despertadas.

Que misericórdia sem termo vinha se abatendo sobre mim!
Meus braços se fizeram longos para afagar os seios das montanhas
Minhas mãos se tornaram leves para reconduzir o animalzinho transviado
Meus dedos ficaram suaves para afagar a pétala murcha.

E acima de tudo me abençoava o anjo do amor sonhado...
Seus olhos eram puros e mutáveis como profundezas de lago
Ela era como uma nuvem branca num céu de tarde
Triste, mas tão real e evocativa como uma pintura.

Cheguei a querê-la em lágrimas, como uma criança
Vendo-a dançar ainda quente de sol nas gazes frias da chuva
E a correr para ela, quantas vezes me descobri confuso
Diante de fontes nuas que me prendiam e me abraçavam...

Meu desejo era bom e meu amor fiel
Versos que outrora fiz vinham-me sorrir à boca...
Oh, doçura! que colméia és de tanta abelha
Em meu peito a derramares mel tão puro!

E vi surgirem as luzes brancas da cidade
Que me chamavam; e fui... Cheguei feliz
Abri a porta... ela me olhou e perguntou meu nome:
Era uma criança, tinha olhos exaltados, parecia me esperar.
*

A minha namorada é tão bonita, tem olhos como besourinhos do céu
Tem olhos como estrelinhas que estão sempre balbuciando aos passarinhos...
É tão bonita! tem um cabelo fino, um corpo de menino e um andar pequenino
E é a minha namorada... vai e vem como uma patativa, de repente morre de amor
Tem fala de S e dá a impressão que está entrando por uma nuvem adentro...
Meu Deus, eu queria brincar com ela, fazer comidinha, jogar nai-ou-nentes
Rir e num átimo dar um beijo nela e sair correndo
E ficar de longe espiando-lhe a zanga, meio vexado, meio sem saber o que faça...
A minha namorada é muito culta, sabe aritmética, geografia, história, contraponto
E se eu lhe perguntar qual a cor mais bonita ela não dirá que é a roxa porém brique.
Ela faz coleção de cactos, acorda cedo vai para o trabalho
E nunca se esquece que é a menininha do poeta.
Se eu lhe perguntar: Meu anjo, quer ir à Europa? ela diz: Quero se mamãe for!
Se eu lhe perguntar: Meu anjo, quer casar comigo? ela diz... – não, ela não acredita.
É doce! gosta muito de mim e sabe dizer sem lágrimas: Vou sentir tantas saudades quando você for...
É uma nossa senhorazinha, é uma cigana, é uma coisa
Que me faz chorar na rua, dançar no quarto, ter vontade de me matar e de ser presidente da república.
É boba, ela! tudo faz, tudo sabe, é linda, ó anjo de Domremy!
Dêem-lhe uma espada, constrói um reino; dêem-lhe uma agulha, faz um crochê
Dêem-lhe um teclado, faz uma aurora, dêem-lhe razão, faz uma briga...!
E do pobre ser que Deus lhe deu, eu, filho pródigo, poeta cheio de erros
Ela fez um eterno perdido...

"Meu benzinho adorado minha triste irmãzinha eu te peço por tudo o que há de mais sagrado que você me escreva uma cartinha sim dizendo como é que você vai que eu não sei eu ando tão zaranza por causa do teu abandono eu choro e um dia pego tomo um porre danado que você vai ver e aí nunca mais mesmo que você me quer e sabe o que eu faço eu vou-me embora para sempre e nunca mas vejo esse rosto lindo que eu adoro porque você é toda a minha vida e eu só escrevo por tua causa ingrata e só trabalho para casar com você quando a gente puder porque agora tudo está tão difícil mas melhora não se afobe e tenha confiança em mim que te quero acima do próprio Deus que me perdoe eu dizer isso mais é sincero porque ele sabe que ontem pensei todo o dia em você e acabei chorando no rádio por causa daquele estudo de Chopin que você tocou antes de eu ir-me embora e imagina só que estou fazendo uma história para você muito bonita e quando chega de noite eu fico tão triste que até dá pena e tenho vontade de ir correndo te ver e beijo o ar feito bobo com uma coisa no coração que já fui até no médico mas ele disse que é nervoso e me falou que eu sou emotivo e eu peguei ri na cara dele e ele ficou uma fera que a medicina dele não sabe que o meu bem está longe melhor para ele eu só queria te ver uma meia hora eu pedia tanto que você acabava ficando enfim adeus que já estou até cansado de tanta saudade e tem gente aqui perto e fica feio eu chorar na frente deles eu não posso adeus meu rouxinol me diz boa-noite e dorme pensando neste que te adora e se puder pensa o menos possível no teu amigo para você não se entristecer muito que só mereces felicidade do teu definitivo e sempre amigo..."

Tudo é expressão.
Neste momento, não importa o que eu te diga
Voa de mim como uma incontensão de alma ou como um afago.
Minhas tristezas, minhas alegrias
Meus desejos são teus, toma, leva-os contigo!
És branca, muito branca
E eu sou quase eterno para o teu carinho.
Não quero dizer nem que te adoro
Nem que tanto me esqueço de ti
Quero dizer-te em outras palavras todos os votos de amor jamais sonhados
Alóvena, ebaente
Puríssima, feita para morrer...


Crucificado estou
Na ânsia deste amor
Que o pranto me transporta sobre o mar
Pelas cordas desta lira
Todo o meu ser delira
Na alma da viola a soluçar!"
Bordões, primas
Falam mais que rimas.
É estranho
Sinto que ainda estou longe de tudo
Que talvez fosse cantar um blues
Yes!
Mas
O maior medo é que não me ouças
Que estejas deitada sonhando comigo
Vendo o vento soprar o avental da tua janela
Ou na aurora boreal de uma igreja escutando se erguer o sol de Deus.
Mas tudo é expressão!
Insisto nesse ponto, senhores jurados
O meu amor diz frases temíveis:
Angústia mística
Teorema poético
Cultura grega dos passeios no parque...
No fundo o que eu quero é que ninguém me entenda
Para eu poder te amar tragicamente!

⁠Elegia

Sentir na profundeza
d'alma o impulso
que leve a uma Elegia
é uma experiência
de quase-morte
para quem é poeta.

Ficar triste e estar
de braços dados
com a morte são
os únicos apelos
para descarregar
o fardo dos lamentos.

A Elegia num sentido
mais amplo é todas
as vezes que sinto
e escrevo reclamando
com o destino o fato
de não ter você comigo.

Sem a compreensão
da morte e da tristeza,
e sem lamentar por não
ter você nunca será
possível escrever
uma Elegia com exatidão
de corpo, alma, poesia e todo o coração.

Passar pela vida como uma sombra escura
Não é grata missão nem bondosa elegia
Mas a minha batalha segue pelo dia
Nos versos de dor que encontra a cura.

Sei que poderei apenas relembrar
a pele cor pêssego maduro,
mas neste caminho perduro
onde pude no gozo de outrora beijar.

Mas sei que serei chamado num raio de luar
Para o umbral das nuvens e do céu, partir
E certamente há um momento sublime por vir
Onde até Sócrates e Galileu vou encontrar.

E meu semblante não estará mais pálido e branco
Pois sabia que pelo menos no céu poderia
Novamente ter quem eu tanto queria.
Com o coração vencer qualquer pranto.

Inserida por Virgilio_Silva

Elegia do Amor

O Amor,
Desiludido com Ódio,
Subiu até o topo dum prédio
E de lá se jogou!

Aqueles
Que viram Amor pular,
Viram pela última vez o Amor.

Enquanto o Ódio,
Dia após dia, crescia forte
Entre eles!

Inserida por LJordao

Elegia é minha alma! Navalhas cortantes de vivências amordaçadas chegam repentinamente, deixando sequelas e causando um cataclismo profundo em todo o ser. Devaneios se misturam com cenas reais e temos a sensação de que tudo parece perdido...

Inserida por LucianoSobral

Um dia vi a frase: "ELEGIA É MINHA ALMA" - Confesso que não entendia, mas hoje, percebo que é perfeitamente encaixada tal frase na vida daqueles que conseguem perceber o seu próprio eu.

Inserida por LucianoSobral

Uma Elegia Branca

Se soubesses do meu ímpeto
A sede da flor em teu corpo
(e tuas pétalas cor de vida)
Dona do meu amor, tua beleza me fascina!
me matas e me salvas
{Traz-me em cada suspiro a ânsia
e a cada momento a falta}
Meu todo está em ti
e é no teu silêncio que meu sonho dorme
No entanto, sinto meu sonho morrer
Move-se de mim o espírito
e já não ecoa no vento meu apelo inútil
já não pulsa forte meu coração estúpido
já não me vertem mais puríssimas lágrimas
Mas ainda ouço na voz da ausência
todas tuas sílabas inexistentes

Inserida por marianagpena

QUEM DIRIA
Quem diria que um triste dia
Esta rosa fosse uma elegia?
Que esta amizade, antes bem que tarde
Trar-me-ia a face da infelicidade?
Que este canto lindo
Viria ser findo, pra ferir a alma e
A matar dormindo?
Que este sonho imenso
Com que há de intenso
Desodorisasse do amor o incenso?
E por fim o rótulo
Da minha ilusão, seguiria aceso
E faria preso este coração.

Inserida por Ezhequiel

Elegia às ilusões

Se entendes o que digo
é porque da mesma enfermidade
padecemos.

Portanto falemos, falemos e falemos
Para ver se a ferida,
aberta,
vazia
Cicatrize e não mais ensista
em expor minhas doces desilusões.

Inserida por dohrds

Elegia do dia 05 de maio

Realidade cruel
Procuro me recompor
Como?
Tenho que aprender a viver só
A vida não acabou
É só mais um amor mal correspondido.
Coração é imprevisível
E totalmente irresponsável
Eu sei disso melhor do que eu queria

A beleza nasceu em você,
A resistência,a fidelidade a ti mesma,o frio
E o calor.
Em mim nasceu o amor,
A dor.
Subversivo meu coração grita
Reage,chora,pára...Tudo pára
Você segue...
A vida segue...
Mas a minha parou
Nas poucas lembranças
No que restou
Ilusão?
Utopia?
E quando não vale mais a pena?
E quando é em vão a luta?
Lutar em vão?
Quanta ironia!
Eu sei o que seria certo a fazer:
Esquecer
Ou pelo menos me ocupar em tentar
Mas sei que não adianta
Sou refém desse amor
Vida cinza!

Eu em minha madrugada gélida
Vencida pelo cansaço:durmo
Num sonho:sua volta
O céu reveste-se com o arco-íris
Representando a alegria,
A vida que volta com você.
O sorriso volta.
Acordo:
Sento na cama e reflito
Sobra somente a ilusão,a vontade
Do teu amor indisponível
Fecho-me a qualquer outro.

Despertaste em mim o amor
Conquistaste a minha entrega.
Eu consegui!
Me desprender de mim
Me entregar por inteira
Um novo desafio agora:
Desprender-me por inteira

O passado nega a ele mesmo:
Quer ser presente
Meu coração oscila
Não sabe o que é certo
Perdido nesse labirinto
Deserto.
No escuro caminha
É preciso
Mesmo preso com grilhões
Aos sorrisos
O pulso pulsa
A vida segue seu percurso

Perguntas me angustiam:
Como está você essa noite?
Onde foi que você se meteu então?
Tento me entender.
Tento te encontrar.
Solidão...
Tudo está tão estranho
Ver minha história agora
Chega até ser engraçado...
Mas é triste,triste demais...
Se ao menos tivesse um culpado...
Procuro uma direção
Não posso me entregar,
Não posso te entregar,
Tenho que resistir.

Inserida por michellyrockmar

Poema em Solidão nº9

1º tempo:
Elegia - Ai, que hoje te encontro
e te perco hoje.
Da noite milenar vens
me confessar teu amor dói
em mim como um claro punhal.

- Vinte vezez possuis a minha alma
e me deixas mais-só-na-solidão
que nem a mim mais possuo.

- Ai, hoje que vens,
hoje me deixas,
hoje te encontro
e te perco hoje..."

Inserida por silvia04

O poeta é também um filósofo
da rima,do soneto,da canção,do epigrama,
da elegia...

Inserida por Paulamonteiro

Elegia da Margarida

Era uma vez uma margarida,
que se alimentava de compaixão,
ela não era muito forte,
pois vivia com a solidão.

Solidão era sua companheira,
elas eram inseparáveis,
as duas se isolavam,
as outras flores não eram amigáveis.

A Rosa, por exemplo,
influenciava-se facilmente,
bastava corante em sua água,
e sua cor mudava de repente.

O Girassol era um viciado,
necessitava de luz solar,
não se sentia muito bem,
se não visse o sol brilhar.

A Vitória-Régia era ignorante,
era muito superficial,
só prestava atenção nos pássaros,
que pairavam sobre o pantanal.

O Narciso era narcisista,
pois tinha um enorme ego,
sempre a admirar a si mesmo,
e nunca dar atenção a Eco.

A Margarida murchou,
devido a escassez de amor,
a Solidão não bastava,
para sustentar aquela flor.

Solidão se zangou,
pela morte da margarida,
'' - Ela não merecia isso!!''
Gritava ela, enfurecida

A Solidão ficou mais forte,
com presas e garras letais,
ficou forte o suficiente,
para nos assombrar nos dias atuais.

Inserida por CobraNinjaAfricana

⁠Elegia da Paixão -

E é como se o teu beijo tocasse no meu ventre
e é como se a tua pele me vestisse de cetim
e é como se o teu olhar num sopro de repente
me levasse nas asas de um desejo sem ter fim.

E é como se o suor dos nossos corpos fosse um rio
e é como se os nossos lábios fossem duas rosas
e é como se a noite nos levasse num navio
onde as nossas linguas se entrelaçam saborosas.

E é como se o teu toque esculpisse o meu regaço
e é como se a minha cama fosse o teu abrigo
e é como se o teu cheiro fosse o meu abraço
nessas noites em que não podes estar comigo.

E é como se tudo, em torno, sem ti, fosse vazio
e é como se em mim, esse vazio, fosse criança
e é como se ao meu peito ausente, gelado e frio
voltasse aquela angústia que vivi na minha infância.

E é como se os teus olhos fossem dois pedintes
e é como se os meus fossem dois poços de amargura
e é como se a minha dor já não tivesse ouvintes
nesta tórrida procura de afecto e de ternura.

E é como se nas veias o sangue não corresse
e é como se as viuvas pelos mortos não chorassem
e é como se no peito o coração já não batesse
e as andorinhas pelos Céus já não voassem.

E é como se afinal os poetas não escrevessem
e é como se o destino já não quisesse o fado
e é como se do fado as guitarras se perdessem
e os povos não tivessem o destino já marcado.

E é como se o mar já não tivesse os horizontes
e é como se o Céu se afundasse sem destino
e é como se tivessem pela vida secado as fontes
e eu voltasse aquela triste idade de menino.

E é como se a morte se espalhasse pelo ar
e é como se a vida fosse um pássaro na mão
e é como se estes versos que escrevo por te amar
fossem a mais bela Elegia da Paixão.

Inserida por Eliot

ELEGIA DO AMOR

Foi tão lindo aquele amor
Que vivemos sóbrios, felizes
Encantados, apaixonados.
Foste carne, sonho, realidade
Amor e prazer em noites
De manhãs quentes, primaveris!

Foste fruta, estrada, mar
Doçura, poema de posteridade
Escrito nas nuvens com giz
Meus olhos deslumbrados
Não sabiam de você, desviar.

Foste um destes amores febris
Que nos faltam palavras
Pra todo amor poder mencionar
Mas, aí, de repente toda doçura
Do mel azedou...
Virou de ponta cabeça
Se transformou!

Era amor principiante, aprendiz
E quando menos esperamos
Se definhou!
De todo amor que se quis
Restou apenas uma canção
E um nome que não se pronuncia
Não se comenta, nem se diz.
Você era, foi, passou!

Inserida por genesiocavalcanti

Elegia

As árvores em flor, todas curvadas,
Enfeitarão o chão que vais pisar.
E a passarada cantará contente
Bem lindos cantos só em teu louvor.

A natureza se fará toda carinho
Para te receber, meu grande amor.

Virás de tarde, numa tarde linda –
Tarde aromal de primavera santa.
Virás na hora em que o sino ao longe
Anuncia tristonho o fim do dia.

Eu estarei saudoso à tua espera
E me perguntarás, pasma, sorrindo:
Como eu pude adivinhar quando chegavas,
Se era surpresa, se de nada me avisaste?

Ah, meu amor! Foi o vento que trouxe o teu perfume
E foi esta inquietação, esta mansa alegria
Que tomou meu solitário coração...

Inserida por pensador

⁠Elegia a Monsaraz -


Ó minha terra!
Terra minha, tão perto
e tão distante ...
Navio imerso nos meus sonhos!
Berço onde desci
ao mar da vida sem ternura.
Deixa que te veja, hoje e sempre
entre noite escura.
Monsaraz,
senhora minha,
madre,
raiz!
Diz-me onde te feri!
Teu semblante me proteja!
Teu olhar, sombras e recantos,
me afague, sossegue, recolha ...
Não há planura sem horizonte
ou pátria sem Alma,
não há prados como os teus
cobertos por um véu ...
Monsaraz, aia dos meus dias,
senhora dos meus cedros,
madre do meu tecto,
raiz do meu loureiro.
Diz-me onde te perdi!
Ai, quanto me dói em ti meu coração!
Talvez por magoa ou saudade, angustia
ou solidão ... aquela solidão,
a nossa solidão!
Solidão imensa de quem é teu!
E eu sou-o sem demora.
Desperta Monsaraz, vila morta!
Que o tempo passa e com ele passo eu,
fecha-se-me a porta ...
Acorda! Desperta! Recorda!
Tu ficas, intima, infinita ... eu parto,
poeta, errante!
Ó minha terra-fria,
tão perto, tão distante ...

Inserida por Eliot

⁠Elegia a Nós -

Eu sou
esse espaço
onde ninguém
pode habitar.
Sou essa Vida
que ninguém
pode viver.
Sou esse Fado
que ninguém
pode cantar.
Sou aquele
que ninguém
pode entender!
Eu sou alguém
que ninguém
pode tocar.
Esse
que apenas
será livre
à hora
de morrer ...
E tu!
Sempre
tão tu!
A quem
ninguém vê
mas sente!
E onde
nos perdemos?!
Onde?!
Ai de nós,
neste
desencontro,
permanente,
que
morremos,
que
morremos ...

Inserida por Eliot

Elegia

Eu queria escrever sobre o amor
sentimento louvado pelos grandes poetas
que cantam amor como profetas

Tentei e tentei por infinitas vezes
transcrever sutilezas de sentimentos
sou obtusa, aposento

Amargo na pena que me traí
escorregando sempre ao reverso
ficando sem beleza o meu verso

Inserida por MariadaPenhaBoina

⁠ELEGIA AO PRIMEIRO AMOR
(Apaixonado, arrebatadoramente apaixonado. Amante confesso e condenado)

Chuva.
Tarde.
Pôr do sol.
E versos morenos sobre a areia.

Calor.
Noite.
Lua cheia.
E um banco de jardim com dois amores.

Adolescência.
Descoberta do outro.
Beijo das mãos.
Toques de lábios carnudos.
Desnudos, os corações se apaixonam.

Como é possível?
primeira tarde
primeira noite
alma ansiosa
amor platônico
tomar conta de tudo?

Instalar-se para sempre
“feito um posseiro”
dentro do meu mundo!

(jan./1992)

Inserida por hidely_fratini

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