Desconfiar das Pessoas
Começava, então, a desconfiar da minha própria sanidade. E antes que eu me declarasse louco, desvairado, preferi a desconfiança.
Não ter um pai presente me fez fugir de relacionamentos. Me fez desconfiar, fugir, desacreditar, ignorar e abusar. Talvez, agora explique melhor a quem for porque eu sou assim. Agora deve estar mais explicado porque eu fujo tanto de relacionamentos que possam existir. Mas nada disso impedia que eu pudesse sentir um amor tão corrosivo dentro de mim, um amor tão absurdo, tão diferente, mas tão puro.
Pisco os olhos esporadicamente só pra ninguém desconfiar de que na verdade sou um android em uma missão intergalática sigilosa
Meu desejo infinito... chamar alguem de amigo, sem desconfiar que um dia com esse gsto, eu possa chorar!!
Do que vale todo desejo de felicidade do mundo à uma pessoa, se ela desconfiar de sua possibilidade de tal!?
Nada do que não se acredita que pode dar certo dará...
Passo a desconfiar que não é isso, sei que o que sinto por você é real, mas ainda não é o tempo...
Mas pra mim não ha problema, posso te esperar.
Agora tome, pegue o que sinto e guarda contigo, quem sabe um dia lhe sera útil, quem sabe um dia a gente fica junto...
Vou te esperar sem vacilar,
Simplesmente te amar, sem nada em troca esperar
Meu ser é cheio desse sentimento, e não me importo de te dar...
Só o guarde com carinho, para que ele não queira escapar.
É muito complicado viver em um País onde desconfiar primeiro para depois confiar trata-se de uma obrigação!
Seria covardia? me alimentar tão sorrateiramente de quem nem devia desconfiar? Mas tal é a desconfiança grandiosa que me acompanha e de ninguém ressalva o mau hábito imposto à mim por garantia de distancias e solidão. Traiçoeiramente pré-julgando-os me alivio ao denotar oblíquo suas possíveis características fantasiadas como sendo maliciosas e imperfeitas pessoas. Covarde sim, julgando-te cegamente afundado na ignorância de ser um rato à espreita com medo de que tragas contigo afazeres tais que retirariam-me da confortável preguiça dos passares dos dias, esgueiro-me pelas fendas escuras para cruzar despercebido dos olhares presunçosos pairando sobre tal lealdade ao conformismo que me toma sempre em grandes goles. Escondo-me o quanto posso, alimento-me do poço da injúria que aponta-te o dedo e diz assombrosas maldades: és mentirosa, imperfeita. Desejando que sofra longe do meu conforto, para que não abale a vida boa de rato.
Purgo-te de mim, safo tardiamente da sua presença a minha. Não fite, se vá, você e suas malditas humanas características, pois sou rato, sou resto de moídas e remoídas salientes feridas postas com cautela nas costas de quem ronda-me aos passos próximos do meu lodo. Digo que sois da maldade filha e mãe, fracos os homens sucumbindo ao injusto que aos meus olhos de rato trapaceiam e mentem. Vão, pelas calhas da humanidade corrupta fomentando a deslealdade e nutrindo rancores e cativando a guerra, vossa sublime criação, que como a minha, é de grande truculência o surgir.
20190228
Dentro da minha lente, assim mesmo sem nem desconfiar que te fotografo, sem a necessidade de poses
Capto sua essência mais intrínseca
Lente linda, despida de padrões impostos
A doçura de somente ser, estar e assim permanecer
Desnuda, eternizada pelo momento presente
Desacelerada de imediatismos
Tal qual devemos ser
Lente linda essa do amor, que sem filtros vai nos detalhes da tua alma
Lentes, corpo transparente, que permite a passagem e refracção da tua luz, carregada da serenidade do que realmente és
Te amo!
Mamãe ❤️
Cartas para Antônia
