Desastre
Unificando consciência em época de óleo no Golfo do México: desastre pior que este no golfo é o das palavras que se repetem sem existência, sem horizonte. Se há massa crítica se formando no mundo precisa de luminol para ser visualizada.
Em terremoto só a tristezas,
em desastre só tristeza,
para muitos outros senti a felicidade,
não por estar tudo perdido...
e sim por ter mais uma chance de errar.
De desastres em desastre, você sempre aprende algo, seja sobre você ou seja sobre o mundo, então sempre é bom ver os dias ruins, não como os dias ruins, mais sim, o dia em que você mais aprendeu sem ao menos perceber isso.
Sou o fogo, a primeira faísca, sou um doce desastre, posso ser a tormenta perfeita e também posso ser o silêncio que tudo consome. Sou complicada em meus próprios termos, mas quando eu quero, posso ser tudo o que alguém deseja.
Irrealidade
"Não há, na vida espiritual, desastre que se compare ao de se ver imerso na irrealidade, pois a vida se mantém e é em nós nutrida por nossa relação vital com as realidades que se encontram fora e acima de nós. Quando nossa vida se nutre de irrealidade, morremos de fome. Não há maior desgraça do que confundir essa morte estéril com a verdadeira e frutuosa “morte”, pela qual entramos na vida."
Na liberdade da solidão, Thomas Merton (Vozes, 2001), pág. 17
Ela é pra casar.
A vejo acordando de mau humor, cabelo um desastre, dor de cabeça, o dia nem clareou e o despertador ecoa em seu quarto, e por incrível que pareça já está atrasada. Bastou calçar os sapatos, tênis, sapatilhas ou descalça mesma dependendo do dia para respirar fundo, beber um café bem forte, jogar o celular na bolsa e partir. É faculdade, trabalho, projetos, serviço, cansaço, angustia, pressão psicológica, nem ela sabe mais de tanto que tem a fazer, a vencer, a se superar todos os dias. Ela sai cedo e chega tarde, isso quando nem volta e adentra a madrugada tornando-a dia. Ela é ranzinza, chata, um tanto possessa e, às vezes, grossa. Mas não é por mal, é por razão. Ela é pra casar e não tem tempo pra coisa morna, mais ou menos, meia boca, meia vontade. Ela é uma dama ninja, chega na voadora e sai rebolando, você nem sabe o que te acertou, mas que você estremeceu ao vê-la, estremeceu. No fundo você sabe que ela é melhor que você, por isso, aceite. Do sorriso inspirador a elegante forma de caminhar. Dos lábios grandes aos traços finos e leves do tão lindo e bem desenhado rosto. Da sua forma eloquente de se expressar, seus gestos sutis ou até mesmo da forma chata e impositora que tem ao defender sua opinião. Sim, ela é para casar. Relevando cada pedacinho, cada defeito, cada medo, cada receio, pois desse conjunto todo estará o amor da sua vida, sem tirar e nem por é esse o segredo: ela já é completa sem precisar de ninguém.
Eu sou desejo de mudança, a imperfeição na ânsia de acertar, sou desastre mas também sou reconstrução, sou tão eu que chego a ser várias, sou coração e sou poesia. Quando tento ser razão acabo sendo incoerência, sou inacabada mas sou o ideal do que quero ser, sou a brisa mansa depois dos meus próprios temporais. Posso ser sempre o que eu quiser, porque sei me permitir e me deixar ser eu mesma.
Que horror!
Vossas egrégoras construídas estão um desastre!
Vampíricamente intragáveis
Teus intentos vão contra o meu sossego!
Apenas lamento tua desgraça...
Porém aflito, reflito
Que Diabos está acontecendo?
O tempo já não diz o que vai ser
(O que será a não ser as lágrimas?)
O tempo já não diz mais o que se foi
(Não lembras mais do teu amor?)
O sonho ainda não vosaconteceu
(Ou serás que tu já sesqueceu?)
O presente nunca chegará, somente o vazio lhesespera
Pois é o começo quem vos desespera
Teus fins sempre serão mais belos
Porém prefiro ser sincero, teus futuros estão incertos!
O gosto da melancolia chove sob meu corpo
Mas eu não me entrego, sou mais forte do que o todo
Tuas vozes de tormento me acertam como flechas
Mas eu não abro brechas, sou mais firme do que isso
Teu olhar nebuloso drena o sangue do meu pescoço
Mas eu não sou um bom moço
Meu sangue é mais que venenoso
E é do veneno que se tira a cura
Do teu rancor, da tua luxuria
Da tua dor
A dor meça em paz
Pois em guerra a dor meçer ás jamáis
A natureza vos xama
Sem drama, nem fama
Ela vos conclama o amor
Amor tecer
Amortecer
A morte cer
São
Dizem que o amor é algo bom, que supera tudo, que sobrevive a qualquer desastre. Talvez eu realmente não faça ideia do verdadeiro sentido do amor, pois para mim, o amor só faz mal, só faz com que nos tornemos escravos de atitudes impensadas e posteriormente movidas pelo orgulho, que nós corrói trazendo tristeza. O brilho passa a não existir, a aquarela passa de colorida para preto e branco, o arco íris passa a ser substituído pela nuvem cinza que esconde o sol, ah... O sol! E se o amor for como o sol? A estrela maior e mais brilhante, dia após dia se mantém radiante e que por mais que as nuvens cinzas tentem esconder, ele jamais deixará de brilhar.
A verdade é que o amor verdadeiro sobrevive a tudo, o que não sobrevive é o nosso egoísmo, nossa falta de compreensão com o outro e o medo de assumirmos nosso orgulho. É uma dívida que é paga logo com o coração, que não tem culpa. Ele apenas bate.
Após um desastre, cabe a responsabilidade de reconstruir o que foi perdido e recuperar a estima que ficou no meio dos escombros
Excessivo de si mesmo.
Desastre ou catástrofe?
Ausência de sorte?
Em que há dor ou desgraça?
Um estado infeliz.
Falta luxo.
Falta pretensão.
Transitório
Eu sou o problema
o desastre natural
que em breve cessará
sem causar mais nenhum mal
eu sou o problema
religião desconhecida
que te cega e faz fiel
às dores implacáveis
eu sou o problema
doença sem cura
câncer do teu mundo
nostalgia insistente
eu sou o problema
motivação absoluta
arranha-céu onírico
pro teu doce suicídio
vê se sonha
vê se sonha mais uma vez
com teu inimigo
teu inimigo amado.