Democracia
Numa relação onde adultos sabem que estão violando regras, não adianta erguer os punhos e cair em indisposição. Ora se usa de educação para se alcançar o quê deseja e dependendo do caso até a ironia fina. Deve-se evitar a objetividade para não provocar nenhum confronto campal.
Se você deixa de falar com uma pessoa por causa da opção política diferente ou porque ela discorda de você, o problemático da história é você!
As pessoas podem estar alteradas. As pessoas podem estar até provocando uma briga. Nada justifica o uso desproporcional da força.
Quando se procura mil motivos para justificar o uso desproporcional da força é sinal de retrocesso civilizatório.
Ontem num arroubo após assistir o debate com o Ministro Dias Toffoli eu havia escrito o seguinte: temos lei o suficiente para regular a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Não precisamos de mais nenhuma novidade.
Ops! Precisamos, sim! No caso das pessoas que usam compulsivamente a rede social para atazanar umas as outras e subverter a ordem pública. Fornecer tratamento psicológico impositivo pela justiça para a compulsão digital delas já é o suficiente.
Para combater as Fakenews é bem simples para ser aplicada nas mais variadas redes sociais: criação de uma janela com o mesmo alcance de enquetes ou dos posts patrocinados ou a inclusão do esclarecimento nos assuntos do momento.
Não preciso que ninguém seja o meu "editor", se eu errar faço seguinte: apago o post, dou o direito de resposta ou peço retratação. Simples assim.
Naquilo que tange a dignidade que é igual a pão, o direito de resposta é uma das forças motrizes da liberdade de expressão. Se alguém fala uma inverdade, te coage ou trabalha pela sua banição, é de direito existencial e de bom senso reagir com inteligência se apoiando em todas as ferramentas democráticas e civilizadas possíveis.
O ódio é um sentimento muito explorado na comunicação política que ao longo dos séculos foi se estabeleceu nas sociedades varrendo a paz e a prosperidade. Inteligentes são aqueles capazes de romper este ciclo nefasto.
Essa vontade de atacar um ao outro deliberadamente está levando o diálogo democrático a ruína entre imprensa, poderosos e internautas. Isso tem que mudar radicalmente!
Votar é importante. Voto impresso eu comparo a ir as compras e receber a nota fiscal do que você comprou.
Fica a reflexão para esta Era onde todos querem ter visibilidade e abrir mão do bom senso tem sido um imperativo:
Numa democracia todos os lados podem fazer as suas 'festas' e têm o dever de respeitar as 'festas' de todos.
O Estado Democrático de Direito
eu deixo para os homens que
nos governam e para o dia-a-dia,
do meu jeito sou Sabiá-Laranjeira,
Vocês podem chamar tudo o quê
eu penso de estado de utopia,
para mim seria o estado perfeito:
o Estado Democrático de Poesia.
A polarização irrazoável nestes anos destruiu a sociedade por dentro. A gente precisa se resgatar. Ninguém é obrigado a se gostar, mas a conviver de maneira ordeira e respeitosa. Cada um tem a sua própria vida para viver.
Vamos acabar com a corrupção, mas precisamos preservar o hospedeiro. Quem deve morrer é o parasita, não o hospedeiro.
Devido ao clima tenso, tive postagens bloqueadas no Twitter e YouTube. Se for para proteger a democracia, eu abro mão da minha liberdade. A sua liberdade acaba, quando começa a do outro. Democracia não é falta de regras, é concordar em regras comuns. Existem coisas que não se brinca, uma delas é democracia.
As urnas vêm sendo melhoradas há décadas, desde o voto impresso ao eletrônico. Essa é uma questão cientifica, não popular.
O Brasil tem problemas mais graves na política, como a falta de representativa das mulheres, negros, e indígenas na política. Isso é uma assassinato da democracia, um aborto democrático.
Cadê os pneus queimados em nome da representatividade politica no congresso?
Se você consegue passar uma semana fazendo baderna, você muito provavelmente é um dos poucos privilegiados nesse país.
Durante a pandemia, pessoas não podiam parar um dia para fazer lock down. Colocaram a vida em risco para comer, para pagar as contas.
Essas pessoas deveriam estar queimando pneus, mas não podem porque trabalham e ganham pouco.
Democracias não caem mais pela pólvora, mas sim por suas instituições democráticas, guiadas pelo ódio e governadores extremistas, radicais, prometendo acabar com a corrupção e defender liberdade de expressão. A frequência da música é raiva e ressentimento, o resultado é fatal, em especial para os mais pobres. “A voz do povo é a voz de Deus”, ou seria do demônio?
Liberdade de expressão não é liberdade de agressão.
A metamorfose de Jesus Cristo, de um humilde servo dos pobres abjetos para um símbolo que representa o direitos às armas, a teologia da prosperidade, a anticiência, o governo limitado (que negligencia os necessitados) e o nacionalismo feroz é realmente a transformação mais estranha da história humana.
Idade Mídia
Vivemos a era da conexão plena e da desconexão absoluta. Nunca estivemos tão juntos em redes e tão apartados em ideias. Nunca se falou tanto e se pensou tão pouco. A esse fenômeno contemporâneo, poderíamos chamar de “Idade Mídia” — um tempo em que a opinião ganhou status de argumento, e a ignorância, muitas curtidas.
A figura do homo idiota — não no sentido ofensivo, mas etimológico, grego, do sujeito que se abstinha da vida pública e refugiava-se no particular — retorna com força. No período helenístico, esse era o cidadão que ignorava o debate político e voltava-se apenas à sua esfera privada. Mas havia, ao menos, o silêncio. Hoje, o homo idiota não apenas opina: ele grita, compartilha, cancela, vocifera. Tem o direito à fala, mesmo sem o menor interesse pela escuta.
Não se trata de um ataque à democracia — longe disso. A liberdade de expressão é o alicerce de uma sociedade plural. O problema não está na liberdade, mas no esvaziamento do conteúdo. Falamos muito, mas dizemos pouco. Informados por manchetes, formamos certezas antes mesmo de compreender as perguntas.
Seguimos, então, a passos de moonwalker — deslizando de costas, imitando movimento para frente, mas indo para trás. Temos tecnologia avançada, filtros estéticos, inteligência artificial, mas carecemos de diálogo honesto, empatia e pensamento crítico. Avançamos nas ferramentas e regredimos nos fundamentos.
A Idade Mídia é o tempo em que se troca sabedoria por performance, reflexão por lacração, silêncio por barulho. E, assim, com a ilusão de progresso, dançamos rumo à mais elegante das involuções.
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