De tudo Ficaram Tres coisa
"Todos os abre-olhos que eu tive na vida foram dolorosos ...mas, e por causa disso ficaram memoráveis"
MONGE
Demétrio Sena - Magé
Minhas asas ficaram sem espaço,
apesar de haver tantos horizontes
meu espaço está dentro de uma bolha
onde as fontes de sonhos não desaguam...
A viagem não vem ao meu encontro;
toda minha esperança está no embarque;
o meu charque acumula sal curtido
pelas sombras da vasta solidão...
Para mim tudo ecoa ralo e longe;
virei monge nas grades do meu eu
recheado por teias infinitas...
Toda minha utopia está puída,
quero a vida possível depois desta,
pois até as manhãs estão noturnas...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Hoje, eu quero viver o que eu nunca vivi. Realizar meus sonhos, buscar meus ideais que ficaram perdidos em algum lugar distante e que agora chegou o momento de resgatá-los.
quis ser tanta coisa, até os quiméricos sonhos ficaram sem norte...soltei as velas da vontade e deixei-me nas mãos do destino...
Ao contrário de terem vergonha por estarem no topo. Ficaram ainda mais distantes dos demais, perdendo a humanidade, compaixão e a humildade também.
ENQUADRADO
Emoldurados ficaram os registros dos tempos
Foram muito mais alegrias do que sofrimento
Bela experiência se fez crescer no pertencimento
Traços bem fortes não quedarão no esquecimento
Quadros pra outra parede vão sem ressentimento.
NÃO É DO MEU TAMANHO
Peguei emprestadas as vestes da ingenuidade
Ficaram meio apertadas: não adianta forçar!
Tentei me fazer de besta pra não ver a maldade
Não é confortável e não tem como disfarçar
Aceitar tudo inerte não pode virar a moda
Prefiro ser demodê não transigindo o meu ser
É preciso um corte severo como quem poda
Fazendo novos recortes pra vestir o aprender!
COM"PASSOS"
Maior parte dos meus passos
Já ficaram no passado
Manter o melhor compasso
Para um Ser mais sossegado
Não se entregar ao cansaço
Nem viver desesperado
Porque o tempo resta escasso.
DESCOMPASSO
Agora são tantos apelos
Para um socorro que tardou
Ficaram pra trás os desvelos
Convergência descompassou
Muito pior tentar revive-los
E insistir no que não mudou.
Quando tudo me faltou, eles ficaram
por Diane Leite
Quando o mundo me arrancava o chão,
os livros me davam asas.
Não eram páginas —
eram pulsos.
Veias abertas onde eu podia escorrer
sem medo de desaparecer.
Ali, eu me desfazia em silêncio,
e renascia em palavras.
Enquanto a vida tentava me apagar,
eles me escreviam de volta à existência.
Eu me escondia neles,
mas não para fugir.
Era ali que eu me forjava.
Era ali que eu me reconstruía —
palavra por palavra,
ferida por ferida.
Cresci com um livro no colo
e um buraco no peito.
Mas cada frase era ponte,
cada capítulo, escada.
Subi, tropecei, caí.
Mas continuei.
Enquanto muitos me davam as costas,
os livros me davam espelhos.
Me vi, me li, me reconheci.
E então entendi:
eu era a própria história.
Não personagem.
Autora.
Hoje, escrevo com sangue limpo.
Com alma lavada.
Com a certeza de quem atravessou a dor
e chegou do outro lado viva —
não só viva,
mas inteira.
Mais forte.
Mais lúcida.
E absolutamente minha.
Porque quem escreve com a alma,
sempre chega onde merece estar.
Linda, frondosa e insinuante
Despida dás folhas, ficaram às flores
Brancas, com o bojo
Simplesmente roxo
De alva sutileza
Tuas bordas
Engrandecem a natureza
Não sei se houve algum plano
Mas é necessário dizer
Que beleza
Atrás da esquina da ilusão
Ficaram os frustrados sonhos
Os momentos enfadonhos
A lágrima de uma saudade
A mentira em forma de verdade
A flor oferecida com amor
Murcha e sem o devido valor
O olhar perdido na contramão
Os soluços da magoada emoção
A infidelidade do amigo
A dor de se ter partido
O amargor do coração ferido
O sangue da injuria pela alma escorrido
O perder-se entre a multidão
Os valores, dignidade, razão
O amor sem o perfume da paixão
Todos, atrás da esquina da ilusão..
Continuísmo
O Zé ausentou, ficaram-se as saudades
Dos seus egoísmos, sua paternidade
É a vida afinal, no seu voo, nada mais
Deixa as lembranças nos seus anais
Como um vento que passou e desfolhou
Sua viva companhia, e agora restou
As marcas nas águas do tempo, glórias
E quem ficou, dá continuísmo nas histórias
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
CHEIROS DE TI
Cheiros de ti ficaram na sensação
Que pegado à saudade, padece!
Enquanto percorro na escuridão
Do vazio, os suspiros são a prece
A recordação é tanta, e o agror
Da sua solidão em nossos lençóis
Arde na memória viva ao dispor
Tal como a valia que tu destróis...
Surge o raiar e me dou comigo
Em lágrimas a desafogar o sono
Mas, passar-te eu não consigo
Porque de ti tenho o abandono
E se nesta poética estou perdido
No amor sou amador sem dono!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06, junho, 2021, 07’47” – Araguari, MG
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