Cronicas de Luiz Fernando Verissimo Pneu Furado
Toda tecnologia à frente de seu tempo é retratada como milagre e, com muita frequência, até fantasias e mitos do folclore popular recebem mais credibilidade que fatos reais apenas por se mostrarem mais conhecidos ou comuns. Não raro escolhe-se aceitar a existência de fantasmas e negar o que é possível provar por simples aplicação da lógica.
A resistência automática a todo tipo de “ismo” está baseada no entendimento de que os únicos direcionamentos de que precisamos é Consciência e Ética. Todos os demais se prestam a realizar algum tipo de lavagem cerebral, e entre eles se incluem as crenças que passam de geração a geração, com exceção apenas das que brotam, espontânea e livremente, de dentro do próprio indivíduo.
Quando seu esquema de crenças responde “Sim” a seu próprio questionamento sobre se ele lhe chegou por seus próprios meios, em vez de absorvido por herança ou decorrente de “osmose”, então você pode ter certeza de que ele é legitimo, e nesse caso o menos importante será em que você acredita.
As pessoas estão de distanciando umas das outras, a religião, a política e outras formas de alienação estão tornando a humanidade um lugar hostil, mas lembre-se, não falta muito para haver somente um rebanho e um pastor, porque se a humanidade não conseguir chegar ao ponto de respeitar uns aos outros, então todo amor de Jesus foi em vão, e seus ensinamentos não foram para salvar somente cada um de nós, mas sim a todos.
Sempre que abrimos mão da comparação para nos deixarmos conduzir por uma única fonte, corremos o sério risco de levantar a bandeira do absurdo surgido na cabeça de mentes doentes. A lógica jamais dispensará o cuidadoso trabalho de reunir dados dos mais diversos e compará-los até a exaustão, antes de concluir pela verdade que se esconde por trás de todos eles.
Sou um triângulo equilátero quanto à posição no mundo, mas escaleno e libertário no plano das idéias, pois que rebelde a sectarismos que se expressem por meio de bandeiras, trincheiras, ordem unida, palavras de ordem, gritos de guerra, sociedades, clubes, irmandades, confrarias, torcidas, doutrinas, dogmas, partidos, segmentos rotulados, pensamentos por osmose e “ismos” ideológicos que me puxem para qualquer lado que a soberania da minha lógica rejeite.
Ignorância é um prato cheio de pensamentos, frequências, sentimentos, atitudes e julgamentos tóxicos. Tem gente que adora se alimentar disso. As vezes por pura falta de capacidade de perceber o mundo do outro. As vezes porque não tiveram a capacidade de aprender de outra forma e respeitar as diferenças.
Sou um velho e lento caminhão truncado mas ainda consigo carregar com facilidade a mesma carga de antes que muita caçamba nova não consegui de uma só vez. Embora sempre ande dentro da lei e não atrapalhe o trânsito, tentar bater de frente comigo pode revelar duas coisas: ou se é extremamente corajoso ou muito imprudente...a perícia vai decidir depois.
Estás descobrindo que ainda não aprendeste nada sobre a vida? Então aprende mais uma coisa: o ato de viver é uma guerra na qual terás que enfrentar gigantescas e dolorosas batalhas – algumas mais fáceis e outras terrivelmente difíceis – e onde não és posto guerreiro; precisarás aprender a sê-lo por ti mesmo se quiseres sobreviver pelo tempo que te foi dado. Mas não te exasperes nas em que amargaste a derrota, pois estas é que te deixarão capaz de enfrentar as que ainda estão por vir. Lembra apenas de que a ira das guerras é combustível apenas enquanto dura a batalha e, depois dela, veneno, para que não a retenhas em ti como medalhas de bravura. Ao fim de cada batalha dedica teu tempo à cura das feridas e deixa a guerra dentro da guerra, caso contrário a perderás para ti mesmo.
Neste século das “modernidades”, que bem poderia ser chamado de “a era das caras e bocas” por substituir o conteúdo pela vaidade concentrada no fútil, a qualidade - que um dia já foi a regra - cedeu espaço quase absoluto à quantidade daquilo que, em muito se peneirando, em muito pouco se distancia do nada.
A vida pública requer ser gerenciada com o máximo de cautela. Por mais que a justiça dos homens se revele complacente e a clemência de Deus ofereça o perdão, a História, nem mesmo com o passar dos séculos, nos brindará com a mesma generosidade. A omissão é um dos crimes mais graves, porque todas as atrocidades são cometidas por conta dela sem que ninguém se sinta culpado.
Já ouviu falar em “persistência de cupim”? Pois saiba que, ao lidar com eles, a única certeza que se terá é que enquanto houver madeira eles não irão desistir da guerra pela sobrevivência. Se há algo de positivo em descobri-lo é que, se os imitássemos com relação ao que precisaríamos trazer para nossas próprias vidas, o mundo que vemos hoje teria deixado para trás a maioria de suas mazelas.
Você pode ser espiritualizado o bastante para vivenciar profunda e sinceramente a sua religião, caso escolha ter uma, mas só conseguirá atingir o Conhecimento e viver a Espiritualidade em toda a sua plenitude quando conseguir percebê-la profundamente também pelo lado de fora, e não apenas pelo de dentro.
A relação de afeto entre duas pessoas é uma via de mão dupla, e não há como ser de outra forma, pois que tende a não sobreviver. Sempre que uma delas se coloca como doadora e a outra apenas como receptora, quando algo as trouxer para a realidade apenas a que só recebia irá perceber, pois que a que doou não terá como sentir falta do que nunca teve. Esta no máximo descobrirá que por tanto tempo se alimentou do próprio amor que dava, e não do que pensava vir da outra. E é quando a suspensão acabará pesando muito a uma, mas não à outra, já que apenas se fez real o que antes era uma ilusão na cabeça de ambas.
Há aqueles que transformam o passado em fantasmas a assombrá-los pelo resto de seus dias. Outros não se refletem mais no espelho em que um dia se olharam, e descobrem a leveza do ser em permanente mutação que lhes revelou o sentido da vida. E é quando todos os fantasmas se apagam de suas lembranças e os resgatam para um agora de extasiante plenitude.
Uma coisa que os mais observadores percebem nas redes sociais é do temor que muitos revelam para respaldar coisas que elas até já pensaram mas, por serem polêmicas ou avançadas demais para a mentalidade vigente, escolhem o mutismo para não se comprometer e se tornarem alvo de críticas. E é quando os “likes” desaparecem como por milagre, mas não exatamente porque discordam, mas porque não lhes agrada a idéia da exposição ao se colocarem contrários ao rebanho, ainda que encontrem lógica em tudo o que leram. Daí se conclui que é a covardia - e não só a ignorância - o que retarda a derrubada de tabus e dos imobilizantes paradigmas humanos.
Somos o breve despertar da matéria para si mesma. Por um instante, átomos dispersos pelo cosmos se organizam, ganham forma e consciência, e ousam perguntar: 'o que sou?'. Mas não há um centro fixo, nem um propósito evidente — apenas o fluxo contínuo da existência, que se dobra sobre si em miríades de formas. A humanidade, nesse contexto, é uma metáfora do próprio universo: instável, transitória, mas plena de significado enquanto acontece. Existimos como quem sonha, e talvez a vida seja apenas o modo como o cosmos se contempla, silenciosamente, antes de adormecer novamente.
A existência é o silêncio que grita dentro do vazio, um instante onde o nada se torna possível e, por isso mesmo, impossível de ser esquecido. Não somos entidades separadas, mas pulsos dessa mesma vastidão tentando, em vão, agarrar o que nunca esteve à nossa mão: o sentido absoluto. Somos feitos do instante entre o ser e o não-ser, a tensão infinita que cria o movimento e o pensamento. Não há fora do existir, pois o existir é a fronteira que se estende e se recolhe, um horizonte que nunca alcançamos, mas que nos define. Viver é assumir a responsabilidade de ser a pergunta viva, um eterno questionar sem resposta, um testemunho daquilo que escapa à compreensão. O que chamamos ‘realidade’ é apenas o contorno provisório dessa busca, a sombra tênue de algo que é ao mesmo tempo todo e nada. Ser, então, é reconhecer que somos a ferida aberta do cosmos — e que nessa ferida pulsa a única certeza: a de que, no fundo, nada é certo, exceto a eternidade do mistério.
O início de tudo não foi um momento, mas uma ausência: a ausência absoluta, onde nem mesmo a ausência podia ser concebida. Antes de qualquer tempo, qualquer espaço, qualquer lei, havia apenas o impensável — aquilo que nem o nada consegue nomear. E então, sem porquê, sem finalidade, sem testemunha, o ser se insinuou: não como um estouro, mas como uma inevitabilidade silenciosa, um gesto que não pôde ser contido. O que chamamos ‘início’ não é o princípio de algo, mas a fratura do impossível — o ponto em que a inexistência já não pôde mais se sustentar e, ao ceder, deu lugar à possibilidade. O tempo nasceu junto com o espaço, como dois gêmeos siameses, costurados pela necessidade de que algo se transformasse. A matéria não veio depois: ela sempre foi o desdobramento desse impulso primordial, o eco daquela primeira vibração sem origem. O início não aconteceu, ele ainda está acontecendo, a cada respiração, a cada pensamento: o universo segue começando, incessante, em nós, através de nós, apesar de nós. E talvez seja esse o maior segredo: que o início nunca terminou.
Não entendo a escolha de ferir com palavras ou atitudes. O que se ganha tentando apagar a luz de alguém? Nenhuma dor alheia deveria ser fonte de alegria. Cada gesto, cada mensagem tem poder — que seja para levantar, nunca para diminuir. No coração que carrega amor, não há espaço para atitudes que machucam. Que a gente aprenda a ser ponte, e não pedra.
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