Cronicas de Luiz Fernando Verissimo Pneu Furado

Cerca de 33563 frases e pensamentos: Cronicas de Luiz Fernando Verissimo Pneu Furado

⁠"Apesar de sempre sermos nós mesmos, nossa identidade é percebida de maneiras diversas dependendo da relação que temos com o observador. Enquanto para alguns podemos ser vistos como confiáveis e empáticos, para outros podemos representar desagrado ou até ameaça. Essas variações de percepção ocorrem porque nossas ações e comportamentos se ajustam às necessidades e expectativas específicas de cada relação, revelando a complexidade da nossa personalidade em diferentes contextos. Logo, todos podem ser bons ou maus, isso depende do ponto de vista."

Todo aquele que coloca a verdade à frente de seus passos terá o mundo inteiro contra ele, pois que não finge ser o que não é, nem finge acreditar no que os demais fingem ser. A humanidade se esmera no uso de suas máscaras, e declara guerra aberta a quem não se deixar enganar por elas, expondo a face que ela faz de tudo para esconder. Que não se diga então que apenas a verdade grosseia incomoda: por mais delicada que se faça, a simples rejeição à mentira já dá causa a sistemático combate pelos que têm nela sua maior aliada.

Parabéns amada irmã, hoje é seu aniversário e os anjos tocam suas trombetas para saudá-la festejando seu dia nesse belo paraíso, enquanto aqui, o tempo nos leva para momentos emotivos, onde podemos recordar tudo o que junto vivemos... E assim, contaremos seus anos de vida, que ficará arquivados no tempo, tempo fatiado pelo universo onde viveremos de grandes recordações... Não é só amor que mora em nossos corações, nele também mora um pouco de dor... Um certo dia desses que estão no passado, lhe disse que nossa natureza nunca permitiu que fossemos mais do que somos, mas ela nos permite que saibamos que podemos ser melhores, até mesmo do que ela poderia pretender... Eternamente te amando irmã.

Ao final, a praga do politicamente correto é apenas mais uma forma enraivecida de recusar a idade adulta e de aniquilar a inteligência. O que ela mais teme é a coragem. Por isso, diz que o povo é lindo quando não é, diz que as mulheres estão bem sozinhas, quando não estão (estavam mal acompanhadas e agora estão pior sozinhas, porque a humanidade é basicamente infeliz e incoerente com relação aos desejos e às expectativas), diz que a natureza é uma mãe quando ela é mais Medeia, nos proíbe de reclamar de gente brega ao nosso redor, mente sobre aqueles que lutaram contra a ditadura (eles não eram muito melhores do que os torturadores se tivessem a chance de torturar alguém), nega a importância da culpa porque é mau-caráter, enfim, não é capaz de reconhecer valor em nada porque nega a própria capacidade humana de fazer discernimento.

Nenhuma verdade fica restrita a uma única fonte, nem mentira alguma é reproduzida por muitas em conformidade com o reportado na primeira. Assim o caminho é pesquisar a partir de uma grande multiplicidade de origens para cruzar depois todas as informações obtidas para se descobrir até onde concordam. Nas que discordam entre si buscar conhecer as mais confiáveis das fontes, sem adotar nenhuma como real apenas por se identificar com suas próprias crenças.

Quando se tem vários filhos as neuroses dos pais acabam sendo diluídas entre os irmãos, tipo um processo chamado na medicina de “vírus atenuado”. Mas quando se teve um único, todas as esquisitices acabam desabando sobre um só. Portanto, apesar de meu filho hoje se declarar ateu, o simples fato dele ter sobrevivido a mim e à mãe dele e, ainda por cima, são, é a prova mais viva e cabal de que Deus realmente existe, e de que milagres acontecem.

O bom de envelhecer é a transição para a fase mais honesta de nossas vidas. Não havendo mais preocupação com empregadores em potencial, e nem com o perfil obrigatório de “bom moço” mostrado nas redes, mais repressores que a mais torpe das ditaduras, é quando se pode usar apenas a alma e o caráter para mandar às favas o “politicamente correto”, derrubar a masmorra que aprisionava a essência indômita e arrancar a última mordaça que prendia na garganta a voz das vítimas dos achaques e das injustiças.

Ao longo da vida todos cometemos muitos erros. Faz-se necessário então dedicar o tempo que nos resta para corrigi-los ou, ao menos, nos redimirmos com quem sofreu com eles. Somos os únicos responsáveis por aqueles a que demos causa, e é neles que devemos concentrar todos os esforços de remissão. Sofrer pelos que outros geraram, além de absolutamente inútil, apenas os amplia pela falta de controle sobre os rumos que tomaram.

Que bom quando o significado de “amigo” deixa de estar atrelado à quantidade de acessos que as redes sociais definem como indicador de sucesso. O pequeno círculo que permanece, resultante dessa filtragem, assume um valor incalculável e inversamente proporcional ao sentido de perda que acompanha os que avaliam a si mesmos pelo número de “curtidas”.

Todo mundo tem direito de interromper um convívio por não gostar de uma pessoa e senti-la interferindo no seu emocional. Mas o desistir de alguém se mostra mais sensato quando a razão, e não a emoção, é o que norteia o rompimento, ao se concluir que a natureza irreversivelmente distorcida do outro nada nos acrescenta, tornando a distância a única garantia de preservação do bem maior, que é a nossa paz.

No primeiro momento de nossas vidas – o mais equivocado deles – nos afastamos das pessoas que não nos dizem o que queremos ouvir; num segundo momento passamos a romper com as que não vivem para nos cativar; no limiar da meia-idade tendemos a excluir aquelas que nos criam dificuldades; mas é a sabedoria da maturidade que nos leva a concluir que deve ser a irreversibilidade, e não a imperfeição, o critério de decisão entre as que saem e as que ficam.

Contrariando várias teorias psicanalíticas, valorizar o recolhimento pode indicar ampliação do significado atribuído às coisas simples em vez de acreditar que todas as importantes estão fora de alcance e precisam ser buscadas em algum lugar. Invertendo o estabelecido, esta incessante necessidade de buscar fora pode apenas indicar a incapacidade de encontrá-las em si – ou de entender formas que escapam aos padrões ditos “normais” de felicidade – enquanto a referência deveria ser o quanto cada qual se sente bem com sua própria receita.

Não existe nada mais improvável que a alma humana... E mais inútil ainda é tentar explicá-la. Que nunca se duvide do poder de influência de uma pessoa sobre outra, mesmo quando sua inteligência prognostica o contrário. Daí porque escolher não ter ídolos, nem líderes ou paixões pode ser o caminho do meio que aparece para nos redimir de nossos medos, e talvez a alternativa para a ovelha do aprisco moldada para reproduzir o pensamento de seu pastor.

Algumas pessoas não possuem dentro de si qualquer sentido de generosidade ou compaixão para oferecer a outrem um benefício espontâneo que lhes aflora da alma. Até mesmo suas “bondades” são cuidadosamente planejadas para resultar em um ganho mais à frente, onde os favores prestados não passam de investimentos naquilo que já trazem em mente para o período da “colheita”. Depois que o descobrimos tanto o perdão deixa de ser uma virtude como temos certeza de que não lhes fará qualquer diferença, exceto a de poder continuar nos usando.

Quem foi que disse que a primeira impressão é a que fica? Conheço quem passou toda sua existência tentando aplicar o golpe perfeito, e na última oportunidade o consegue... E sai como mocinho desfrutando de todas as prerrogativas dos heróis, onde os golpes de uma vida inteira são zerados porque se mostrou bastante convincente no último.

O amor incondicional pode ser dignificante para quem o dá, mas nada meritório para quem o recebe. Ainda que revele inquestionável capacidade de caridade e compaixão de seu doador, não contribui para retirar o beneficiado de sua pequenez, antes condenando-o a permanecer em perene processo de vermificação por conta da relação de dependência doador/receptor. A plenitude do amor é atingida quando o oferecemos àqueles que nos despertam admiração tal que simplesmente não conseguimos represá-lo dentro de nós, pois que o conquistaram por seus próprios méritos. E como tal, este tipo de amor se faz muito mais legítimo, pois que invariavelmente tanto irá despertar quanto oferecer mutuamente o que houver de melhor em ambos.

Tem pessoas que se acham inteligentes mas agem como imbecis completos, adotando um comportamento arrogante de poder por meio de usurpação ilegítima sem qualquer base na realidade, já que dependem de todos e se comportam como se não dependessem de ninguém. Com ações calhordas ainda conseguem afastar os poucos que poderiam valer-lhes para estender um pouco mais o momento da queda definitiva e claramente previsível.

Inacreditavelmente, pessoas que constroem castelos de cartas os cercam com muros, achando que estarão tornando-os impenetráveis àqueles que poderiam derrubá-los. Se, ao invés disso, construíssem pontes por todos os seus lados, os de fora poderiam reforçar-lhes as estruturas para que não caíssem, pois que nem os ventos que vêm de cima respeitam a barreira dos muros erguidos.

Não se chame de "crítica construtiva" uma opinião não solicitada que se apresente como condição para o resultado acontecer. Por definição, “crítica” é a análise de um feito com o intuito de contribuir com sua melhoria. Mas quando exercida sobre o momento da execução arrogando-se o direito de alterar a concepção de seu criador e subtrair-lhe a autonomia, deixa de ser contribuição e passa a ser censura.

Confiança é como gravidez: não existe “meia confiança”. Sempre que precisamos avaliar previamente um resultado a ser produzido por outrem, invariavelmente a confiança já não se faz presente. A culpa será do outro, certamente, quando seu histórico nos aponta para o motivo; mas quando não existe tal fato gerador, claro está que o problema se deve a nossa própria insegurança. Isso irá requerer uma auto-análise sobre a natureza do poder que desejamos exercer sobre o que nos cerca. E se houver uma intenção real de entendê-lo, pode ser que descubramos que tudo não passa de arrogância, necessidade de dominação ou, no mínimo, soberba disfarçada de “gestão participativa”.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp