Cronica de Graciliano Ramos

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ALGUNS DOS PROBLEMAS DE MARIA DAS DORES

CRÔNICA

“Maria” é um nome bom, por causa da mãe de Jesus (homem) que assim se chamava. Por isso é o mais "querido" até hoje pelas famílias.
A agregação da palavra “das Dores” ao nome de Maria, não vejo graça nisso!
Num passado não muito distante era mais comum esse nome “Maria das dores”.
Mas isso vem mudando ao longo do tempo; os pais mais "modernos" estão mais caltelosos quanto ao registro de suas filhas com esse complemento “das Dores”.
Todos nós temos problemas na vida,independente do nome que temos; mas, dá pra se pensar que as pessoas com esse nome “Maria das Dores”, tendem a ter muito mais complicações e dores, ao longo de suas existências, do que outras, com nomes diferentes.
Minha amiga a Maria das Dores daqui da região do Céu Azul é um exemplo disso; sempre vivia com problemas de toda ordem: quando não era um problema de saúde, era outro qualquer.
Certa ocasião foi buscar socorro espiritual numa congregação evangélica onde congregava: na época, vivia num relacionamento conjugal muito conturbado.
- Pastor Geny, não tô mais agüentando o home lá de casa! ... Ele tá impossível!... Bebendo, jogando, dançando,... ainda me agride constantemente.
Quero que o senhor ore, para que Jesus dê um jeito nesse problema; tenho urgência, estou em tempo de fazer uma “loucura!”...
- "Bem, quanto as agressões... A princípio, a senhora deveria registrar uma queixa contra ele numa delegacia de polícia, mas...
"Vamos orar sim, minha irmã. E mais: se você quiser podemos fazer uma campanha de oração nesse sentido."
- Sim pastor! Se o senhor puder fazer isso por mim serei eternamente grata!
O Reverendo convocou os fiéis naquela mesma noite, nesse propósito.
Dias depois a Maria das Dores voltou com um problema ainda mais grave:
- Pastor o senhor não devia ter feito aquilo!...
-“Aquilo” o “quê” minha irmã?!
- Depois que o senhor começou a fazer a campanha de oração, não demorou nada o home “bateu as botas!” Foi atropelado e não resistiu os ferimentos e morreu!
Se tava ruim com ele, agora, ficou pior. Com toda ruindade do mundo, era ele que levava o pão de cada dia para nossa mesa, e agora?! ... Somente Amarildo trabalhava lá em casa. Agora estou sem marido e sem emprego... Sem nada no mundo! A minha vida virou de "ponta cabeça".
O pastor fez uma cara de quem não gostou:
- Quero deixar bem claro minha irmã, que não oramos pro seu marido morrer. Oramos pra Jesus resolver o seu “problema” como a irmã pediu. Sabe de uma coisa, desde que lhe conheço por gente que a senhora sempre está clamando de uma coisa ou outra; isso é devido o complemento do seu nome: sugiro que tire o “das Dores” dele.
Mas era difícil demais... pois antes dela nascer já carregava consigo essa "cruz"- das Dores.
Dona Rufina sua mãe, não se cansava de bater na "tecla". "Se for uma menina se chamará Maria das Dores."
Aquilo era uma homenagem que sua mãe gostaria de fazer ainda em vida, à sua comadre Maria das Dores.
E todos da sua região só a tratavam de das Dores.
Além disso, o custo financeiro e burocrático do processo para a modificação do registro de nascimento de uma pessoa o inviabilizava a tomar tal decisão.
O pastor levou mesmo a coisa a sério:
encerrou definitivamente aquele tipo de campanha de oração que fizera em prol daquela irmã:
jurou no Santo altar com a mão sobre a bíblia que nem orava, e nem faria mais aquele tipo de intercessão coletiva em favor “desse ou daquele casal de cristão.
Ele lembrava de um trecho sagrado: “De que se queixa o homem vivente? Se queixa de seus próprios pecados.” E ainda: "Na hora de arrumar o 'homem' não orou nem pediu ajuda a ninguém,agora..."
Então, a viúva Maria das Dores com seu três filhos pequenos Carlos, Marcos e Cleide seguiam a sua via sacra sobrevivendo da ajuda dos irmãos de fé e de algumas outras almas bondosas do lugar. Pois, o marido não contribuía com a Previdência Social quando em vida.
Portanto, não pode deixar uma pensão para família.
Por volta de julho ou agosto do ano desse acontecimento, ela foi ter comigo querendo que lhe arrumasse um golinho de álcool-líquido; eu ainda tinha mais de meio litro desse produto, no seu frasco original, lá em casa; então prontamente tirei do recipiente uma porção do mesmo e lhe dei.
Todo dia ela estava lá na minha porta querendo mais um pouco.
Como naquele período somente o álcool gel estava disponível à venda no mercado (o álcool líquido estava proibido por força de uma Legislação estadual vigente) e, como eu fazia pouco uso daquilo, fui lhe cedendo sem maiores problemas toda vez que ela vinha a mim; mais para o final, disponibilizei todo o restante do álcool a ela.
Um belo dia, bem cedo, adivinha caro leitor quem queria mais álcool?! A própria: Maria das Dores!
- Não tenho mais, minha irmã. Mas, tenho uma cachaça muito boa de Serra dos Aimorés, que ganhei de um baiano que viera de lá recentemente.
- Eu aceito com todo prazer; nem precisava ser tão boa assim, não é pra eu beber mesmo... Sou evangélica: só bebo água e o vinho da Santa Ceia.
- Uai!... E quem está fazendo uso de bebidas alcoólicas em sua casa?
-Eu mesmo,mas,porém pra pôr na carinha de um “bicho de pé” (inseto, semelhante à pulga), que tá atazanando a minha vida há muito tempo.
Preocupado e desejoso de ajudá-la na resolução daquele problema, pedi para dar uma olhada em seu pé; vendo aquelas bolinhas escuras e seu pé bastante inchado, percebi que era muitos “bichinhos” que já estavam instalados naquele local há muito tempo e, naturalmente, ovulando bastante, então, concluí que havia a necessidade de uma intervenção cirúrgica mais criteriosa e o orientei que fosse ao posto de saúde mais próximo.
Dias depois, voltando do Hospital Evangélico onde estagiava, e chegando ao local aonde morávamos, a nossa rua estava tomada de curiosos e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), parada na porta da casa de Maria das Dores.
Pronto!...
“Pelo jeito morreu alguém nessa casa!” Pensei. Só se pensa o pior nessas horas.
Mas, graças a Deus não era nada do que eu pensava!
Não havia morrido ninguém!
Maria das Dores estava sendo assistida por uma equipe de trabalhadores da saúde, e sendo conduzida ao Pronto Socorro João XXIII.
Para a retirada dos pobres “bichinhos de pé” “tontos” que nem “gambás” que pareciam ter adorado a ideia da sua hospedeira, de regá-los dioturnamemente com álcool e cachaça;
e com certeza insistiam o quanto podiam, para não sair daquele ambiente “etílico” que estavam envolvidos.
Se pudessem cantar, cantariam: “Daqui não saio / daqui ninguém nos tira /...”
Coitada da Irmã Maria das Dores!...Tem vivido, mas, tem sofrido!
“Se seus pais tivessem o cuidado de não pôr “ Dores” compondo o nome da filha, ou se Maria das Dores, tivesse seguido a orientação de seu pastor: removendo o 'das Dores' do seu nome, com certeza sua vida seria menos “dolorida”.
Há palavras que devem ser omitidas se for possível.
Tenho uma sugestão para os futuros pais:
na frente do nome "Maria" coloquem "Dolores", e a "dor" da sua filha,ao logo da sua caminha, ficará mais amena;
além de ser uma palavra mais romântica.

Fica a dica!

21.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

O MAIOR SONHO DE LUDOVICO

CRÔNICA

Os sonhos é que nos movem. No dia que deixarmos de sonhar morreremos. Há sonhos de tudo quanto é jeito: os sonhos possíveis de serem realizados e os impossíveis; sonhos bons e sonhos ruins, sonhos estranhos, sonhos bobos...
Veremos a seguir um sonho não muito comum de se ver; que o achei engraçado.
Ludovico já estava com a família criada e aposentou-se ainda com uma boa idade.
Mas,só alcançou esse benefício devido a um acidente de trabalho; segundo comentários que circulam a “boca miúda”, entre a torcida do Cruzeiro, Atlético e América...
É que, foi o Ludovico que adiantou esse processo: provocando sua propria queda do quarto andar de um prédio em construção, onde trabalhava como ajudante de pedreiro.
Quebrou-se todo, e foi tido como morto por muito tempo, por populares e pela equipe de saúde do Serviço do Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
Depois de dezenas de cirurgias...
Ficou internado numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) sobrevivendo com o auxílio de aparelhos, um ano e oito meses.
Abaixo de Deus uma árvore, plantada no passeio, também deu uma demão para sua sobrevivência: amortecendo o impacto da queda. Hoje, ele leva uma vida quase normal.
Se foi verdade o fato de ter sido ele o autor dessa loucura, apesar do sofrimento, o plano deu certo:
pois, logo depois desse ocorrido ele já estava recebendo seus parcos recursos da Previdência Social. Mesmo antes de receber alta do hospital.
Mas... Por um triz não perdera a sua tão preciosa vida!
Ludovico vivia dizendo que o dinheiro da sua aposentadoria era muito pouco, então, complementava sua renda fazendo pequenas “catiras” de celular,relógio etc., e, compras e vendas de ferro velho;
apesar de Messias, sua esposa, viver implicando com ele principalmente por não ter na casa um espaço adequado para acondicionar os materiais que ia adquirindo, e por não haver tanta necessidade daquele serviço extra.
A mulher estava certa: é sabido que o saldo de Ludovico no banco era “gordo”. Até já andou emprestando algum dinheiro a juros altos,tempos atrás.
Mas, depois de levar alguns "calotes" desistiu dessa atividade.
.
Ludovico não serviu ao Exército para não “prestar continência”- continência se presta com a mão aberta.
Pensa num sujeito “seguro”! "Mais seguro do que papagaio no arame". Assim era ele. “Não comia banana para não jogara a casca fora”.
Dona Messias, mais católica do que o Papa,era mais “mão aberta” digamos assim; e sempre carregava umas pratinhas na bolsa para dar de oferta,na congregação que frequentava;
mas o Ludovico...
Messias vivia pelejando com o marido para levá-lo ao santuário católico; mas perdia o seu tempo: ele só ia mesmo à igreja, quando a missa era de “ações de graças”.
Não se via coletores de ofertas nessas liturgias.
Estava explicado então, o verdadeiro motivo de tanta resistência de Ludovico em não cumprir suas obrigações da fé religiosa,com denodo como Messias gostaria.
Havia mesmo "cobra em seu bolso!"
Muito bom vizinho, o Ludovico, de vez enquanto vinha ter comigo: para propor um negócio qualquer, contar causos; quando era novo bebia "umas e outras" e bateu num delegado. Disse em certa ocasião.
E, numa dessas muitas prosas revelou-me, o seu “maior sonho na vida”, que me deixou de cabelos brancos:
Ele gostaria de ser enterrado no Cemitério de Ribeirão das Neves; sendo que morava em Belo Horizonte; numa região bem servida por outras opções de sepultamento.
“Como é que pode uma pessoa ter um sonho assim!" ... esse questionamento insistia em ficar comigo.
Se ele fosse residente ou natural dessa cidade, ou tivesse parentes por lá, seu desejo seria mais justificável.
Como, quase mineiro que já sou, fui matutar aquilo.
E, “Zé matuta matutou... matutou... Matutou”. E não achava o motivo do seu desejo maior de Ludovico;
“Não tenho pressa mesmo, uma hora dessa eu descubro o verdadeiro motivo disso.” Pensei.
Passaram-se quinze longos anos até que a verdade veio à tona!
Pela boca do próprio Ludovico:
“O bom de ser enterrado em Ribeirão das Neves é o preço baixo da taxa de enterro: é bem menor do que na capital.”
Pronto!!! Mistério revelado!
Eu já tenho visto muito sujeito “pão duro”, ”mão de vaca”. Mas como esse foi o primeiro!
Onde já se viu uma pessoa se preocupar em obter um desconto financeiro depois de morto! como dizia os antigos: É "vivendo e aprendendo!"

28.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

UM JOVEM LOBO ENTRE NÓS

CRÔNICA

Para quem não sabe “lobo” é um termo que as comunidades evangélicas usam muito para denominar o personagem que se veste de pele de ovelha; surge de fora ou do próprio seio das instituições religiosas, e se aproveita da boa fé dos fiéis, para levar alguma vantagem qualquer.
O "joio" nasce e cresce, juntamente com o "trigo". Há uma informação tipo assim no texto Sagrado.
E, praticamente torna-se muito difícil viver longe do joio, ou evitar um dano que ele causa; o lobo é sempre muito astuto.
Percebi uma particularidade curiosa quanto a esse “intruso”:
quando o lobo é de fora - de lugares distantes -, ao se dirigir a uma localidade qualquer, a sua boa fama vai a sua frente e chega primeiro que ele, a tal destino;
isso facilita muito suas ações de “trapacear” e aplicar seus “golpes” fatais.
Todo lobo têm uma boa “lábia” - como geralmente são os estelionatários-,daí mora o perigo das pessoas serem ludibriadas mais facilmente!
No início da década de 1980, poucos anos depois da minha conversão ao cristianismo e o meu ingresso numa entidade religiosa;
a mocidade era “fogo puro” (muito espiritual),na fé, no evangelismo, nas orações nos ensaios e nos louvores... E dávamos bom exemplo no testemunho cristão.
Uma vez por mês havia um culto sob a direção dos jovens nessa igreja que eu congregava.
Esse evento era muito “badalado” (era anunciado aos quatro cantos) por lá.
Convergiam ao lugar, jovens de algumas cidades da redondeza para participar conosco daquele trabalho.
Alegrávamos muito no Senhor, e na comunhão com os jovens irmãos visitantes.
Era um intercâmbio interessante aquilo!
Eu, naquele grupo de jovens era o mais “erado” (o mais antigo da turma),e já acumulava um pouco de experiência na fé, apesar de ser ainda um novo convertido.
Próximo da edição de mais um desses cultos mensais de jovens, estávamos todos ansiosos e desejosos que chegasse logo aquele dia.
A fama de um jovem “muito abençoado” havia chegado a Campos Belos, exatamente por ocasião do culto que iria ser ministrado por nós, jovens, daquela comunidade;
o mesmo, viria da cidade vizinha de São Domingos-nordeste de Goiás (mas, ele não era morador daquela instância, ninguém sabia sua origem), e poderia sim ter uma chance de ministrar a palavra de Deus naquele evento que iríamos realizar;
pois, já se sabia que ele era “muito usado por Deus com o "dom da pregação”.
Geralmente o presidente da mocidade dirigia aqueles trabalhos religiosos.
Nos dias que antecederam o referido culto; e, fazendo o papel de um conselheiro, orientei o Jamil, que na época estava como presidente da mocidade (posteriormente fora consagrado a presbítero);
que, não seria bom dar muita “liberdade” (no decorrer do culto) àquele visitante; nosso desconhecido, e que apenas permitisse a ele somente a oportunidade de uma pequena saudação.
Fiz tal sugestão pensando evitar um mal maior na seara do Senhor...
No ensaio dos louvores do conjunto de jovens na tarde do dia “D” do tal evento, quem estava lá?!
Exatamente o jovem visitante, tão esperado por toda da irmandade;
o Levigone! "De carne e osso!"
Ninguém imaginaria a que veio. E o que predominava em nós era a inocência.
Ele não perdeu tempo pois tinha urgência...
Levigone nesse ensaio, já teve logo sua primeira oportunidade de dizer alguma coisa;
mas, teria que ser breve as suas ponderações.
Na verdade Levigine nem queria falar naquele momento: pois como uma cobra ele sabia a hora certa de "dar o bote".
Mas, para não “chegar calado e sair mudo”...
Abriu sua ferramenta de trabalho a “arma de dois gumes” – a bíblia, que a usava como facilitadora do cometimento de seus delitos e como esconderijo.
E cravou em minha memória e na memoria de muitos para sempre, as palavras de Deus saída da boca de São Paulo:
"Mas como está escrito: as coisas que o olho não viu,e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam "(I Cor 2.9).
E baseado no referido texto acima, que lera para nós, fez um emocionante comentário em que muitas lágrimas rolaram dos olhos “simples” daqueles jovens.
E no pouco que falou deu para se vê, que Levigone era mesmo "terrível" na arte da oratória!...
Mas, "suas unhas" só mostraria mesmo, depois...
Ele não teve a receptividade que gostaria de ter, por parte da mocidade e da igreja; foi recebido com uma certa frieza.
Mas, ”tem problema não: se não dá de um jeito dá de outro.” pensava o jovem lobo.
Mudou o foco e já pensava em alguma possível vítima fora da igreja, na sociedade campo-belense.
Então,o joio irmanou-se ao trigo de maneira que não dava para saber “quem era quem”. E, andava com os crentes como se fosse um dos tais.
Para cima e para baixo lá ia ele “enturmado” com os servos do Senhor como se fosse um dos escolhidos de Deus.
O tempo passou...
Não é que o culto estava ruim naquele dia, longe disso. Mas naquela noite não sentimos muita alegria no espírito.
O clima na congregação estava meio tenso, e com poucos “glórias a Deus e aleluias”; para um povo pentecostal aquilo não era muito comum.
Percebi que havia algo estranho no ar...
Após o término do trabalho ofereci uma carona para o primo Jamil, que ainda morava com sua mãe no Brejinho – saída para Brasília.
Parei o fusca na frente da sua casa e ele já foi me dizendo:
- Primo, você não imagina quem passou hoje à tardinha, aqui em frente, dando tchau pra mim!
- Não tenho a menor ideia! Disse a ele.
- Foi o Levigone, o jovem lobo que estava entre nós.
- Como você soube que ele era um lobo?! O interroguei.
- Fiquei sabendo que o mesmo, fora embora, depois de roubar o corcel II de Zé da farmácia.
Sabemos que Deus fala de muitas maneiras...
Então resolvi fazer uma prova disso e lancei um desafio:
Combinei com o Jamil: - vou abrir a minha bíblia no escuro da noite, e você vai pôr o dedo na página da mesma;
e vamos ver qual vai ser a palavra de Deus para esse tipo de pessoas?
- Vamos! Concordou comigo.
E, segundo as sagradas letras “o que for acordado a cerca de uma boa causa aqui na terra será confirmado no céu”.
E assim o fizemos: abri a minha bíblia, e o primo colocou o dedo indicador da mão direita em uma das páginas do livro Santo, e acendi a luz interna do veículo;
e qual foi a palavra do Senhor para o jovem lobo que estava entre nós?!
Fora a seguinte:
"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior,enganando e sendo enganados" (II Timóteo 3:13).
E São Paulo nos revela o verdadeiro perfil moral e espiritual dos lobos que podem está por aí entre nós:
“... os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo,mas a seu ventre: e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples (Romanos 16.18).

31.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

CUMPRINDO O "IDE" DE JESUS

CRÔNICA

“Quem ganha uma alma sábio é...”
Segundo os evangelistas do NT, Jesus orientou seus discípulos a irem pregar o Evangelho da paz, por todos os lugares, por onde fossem.
“Em tempo e fora de tempo”.
Isso nos remete a duas situações: "Ir" a luta (ação) ao encontro das almas perdidas, como Jesus foi; e o fato de se “criar” situações para falar do amor de Deus a determinadas pessoas,como Jesus fez no caso da mulher samaritana.
Essa ordenança do Mestre aos discípulos, para que fizessem mais discípulos (ovelha gerando ovelha), foi uma ordem extensiva também a todos àqueles que abraçarem a fé cristã; e continuará a perdurar até a sua volta.
Pregar e ganhar as almas para o reino de Deus, não é um privilégio dos anjos ( e olha que eles gostariam muito de terem essa missão,mas isso não foi possível), do pastor, dos obreiros; mas, é uma obrigação de “todos” os salvos em Jesus.
Então, a obra de Deus conta com esses “trabalhadores” para crescer e frutificar.
Imagina só!... "Trabalhar para Deus!..." Que bom não é?! Mas...
O salário é o "amor".
E sempre há vagas!
“Como ouvirão se não há quem pregue, e como entenderão se não há quem explique”?
Portanto, "Ele nos impôs essa obrigação" e, "ai de mim se negligenciá-la" disse o apóstolo Paulo.
Quando convertido à fé cristã, eu queria falar de Jesus para o mundo inteiro ouvir; queria que todas as pessoas servissem a Deus, como eu estava servindo.
Havia um prazer incomensurável e incontido no meu coração, e eu só queria mesmo era compartilhar aquele júbilo com mais alguém.
Aquela satisfação era com certeza resultante da liberdade que o Espírito Santo encontrava na vida da gente.
No nosso relacionamento havia uma “folga”; e era bom está com Ele. E quando a alegria no Espírito aflorava dava para sentir que “a recíproca era verdadeira”.
Mas, eu não andava devagar com “o andor” como diz o ditado: era meio fanático, quanto a maneira de pensar,de agir e de falar das "boas novas" de Cristo.
Certa vez tentei proibir minhas irmãs de assistirem suas novelas preferidas, lá em casa; mudava de canal ou desligava a TV. Aí, o “caldo engrossava...”
Às vezes tinha que sair numa velocidade!...e evitar um problema maior.
Eu estava totalmente equivocado: pois, não é “por força ou violência”, que a gente vai fazer as pessoas entender o que deve ser melhor para suas vidas.
Mas, somente o Espírito de Deus pode trabalhar no coração do homem.
Admito meus erros em dados momentos, ao cumprir o “ide” de Jesus:
pois na tarefa de falar do seu amor, eu realmente incomodava muito, às pessoas.
Porque me faltava mais qualificação, ou mais sabedoria, para isso.
Como mensageiros de Cristo, não devemos levar as coisas a "ferro e fogo" ou sobrecarregar as pessoas pelo muito falar.
O alimento da palavra de Deus deve ser dado com moderação;
assim como se deve observar as leis da nutrição quanto a quantidade, a qualidade...
Para que o nutriente cumpra sua função de dar a vida e não a morte.
Mas só soube dessas verdades muito depois.
Tudo deve ser no tempo de Deus, na vontade Dele. Aprendi que a persistência e a prudência é o segredo do sucesso de quem faz a obra do Senhor.
Certa vez, fiz um “pacotão” contendo bíblia, harpa Cristã, revista da escola dominical, jornal Mensageiro da Paz;
folhetos evangelísticos, e uma carta com oito laudas e trinta e sete referências bíblica e o enviei ao amigo João, fiscal da Receita Estadual; que havia sido transferido para uma cidade no estado do Tocantins;
pois desejava muito que ele aceitasse Jesus como Salvador; éramos muitíssimos amigos e parceiros de jogos de damas e xadrez.
Tempos depois, João regressou a minha cidade,e fiquei sabendo dele ter dito a uma pessoa, que eu estava meio "chato"com aquele “negócio de Jesus”;
mas a mim, fez uma declaração diferente e interessante:
disse que a bíblia que eu o havia lhe dado, e a carta que recebera, iria acompanhá-lo pelo resto da sua vida.
Verdade ou não, isso não importava muito para mim; eu queria mesmo ser “chato” e falar das boas novas de salvação a todos que cruzassem o meu caminho.
O certo é, que nos foi “imposta essa obrigação” tão sublime (ganhar almas para o reino de Deus), não pode ter uma honra maior do que essa.
Cumprindo com as obrigações de Jesus, eu fui falar do seu amor a uma alma que estava internada na "Casa de Saúde" de Campos Belos.
Convidei a tia Lídia Vieira, para me assessorar nessa tarefa;
ninguém melhor do que ela na cidade para essa tão nobre missão:
pois, além de ser uma das fundadoras e lideres da instituição religiosa a qual eu fazia parte:
era (é) também a própria mãe do paciente que estava em tratamento naquele hospital, que estava na pauta dessa visita.
O primo Jamil estava mesmo muito debilitado.
Havia contraído uma terrível febre amarela no estado do Pará, quando se aventurava nos garimpos de ouro, daquela jurisdição, em companhia do seu velho pai, o tio “Vieira” como era conhecido.
O Jamil pensava muito em morrer sem Jesus e sem salvação.
Quando comecei a lhe falar do plano da salvação, que Deus traçou para o homem, parecia que ele bebia aquelas palavras.
Antes de despedi-me dele, fui ao carro e peguei uma literatura cristã, “O Coração do Homem” para que ele lesse.
Pronto!
Era tudo o que o Espírito Santo precisava para concluir a obra de salvação em sua vida.
Disse-me depois que desde o primeiro momento que começou a leitura daquele livreto; seu coração “ardia” de coisas boas.
E a partir de então nunca mais foi o mesmo: “as coisas velhas passaram e eis que tudo se fez se novo” em sua vida.
O Espírito Santo o convenceu do pecado da justiça e do juízo.
Aceitou Jesus como único e suficiente Salvador de sua vida! Numa igreja mais próxima da sua casa, naquela igrejinha que fora demolida na Vila Baiana..
E, não parou mais de caminhar com os salvos, para a Canaã celestial.
Até hoje, o Jamil da tia Lídia, têm dado um bom exemplo cristão;
e sempre cooperou grandemente na obra de Deus:
foi presidente da mocidade, diácono e atualmente é presbítero da Igreja Assembléia de Deus em sua cidade.
E nesse caso e noutros, me senti muito honrado de cumprir com o "ide" de Jesus, nosso Senhor!

04.09.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

"GRAÇAS A DEUS"

CRÔNICA

Estejam sempre alegres, orem sempre e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês (1 Tessalonicenses 5:16-18).
“Cobra de vidro”, como era conhecido não saia do bar de Betinho, tomando pinga com mel...
O irmão João e a irmã Maria, seus pais, viviam intercedendo a Deus por ele para que o Senhor usasse de misericórdia e o libertasse daquele maldito vício.
Mas, Jucélio só pensava “nela” na bebida.
O levei à igreja evangélica no Céu Azul, num certo domingo de abril, onde participamos de um culto abençoado.
A pregação daquele dia tocou-lhe bastante.
Falava do “amor de Deus que pode nos tornar mais fortes para enfrentarmos os problemas da vida."
Depois do sermão, o pastor regional fez o apelo aos visitantes, que ainda não professavam uma fé:
“Caso haja em nosso meio,alguém interessado em seguir o caminho maravilhoso de Jesus se manifeste!”
Jucélio, já envolto em lágrimas, não resistiu o apelo, e levantou as duas mãos em sinal de aceitação a Jesus, como Salvador de sua alma.
Mas, ele não rompeu muito tempo na fé cristã, e voltou para o “mundão”.
Começou novamente ser visto nos ambientes mundanos.
Gente boa o Jucélio! Trabalhador e muito prestativo. Tínhamos uma boa afinidade.
Quando nos víamos era uma alegria só. E me cobrava uma visita à casa de seus pais para conhecê-los.
Jucélio, mais recentemente, fez a opção de morar nas ruas do bairro onde foi criado;
em “malocas” com os seus antigos companheiros de bebida.
Já estava usando armas. Na última vez que nos encontramos foi na praça da igreja matriz, do bairro Lagoa, região de Justinópolis.
Depois dos nossos cumprimentos, puxou da cintura uma enorme faca de aço inoxidável de 12’ polegadas, que clareou na luz do dia, ofuscando a minha visão.
Pedi a ele que guardasse aquilo, pois era perigoso se cortar com ela e também poderia ter algum policial o observando.
Atendeu o meu pedido, e voltou com a lâmina fria, para a cinta, sem bainha mesmo.
Ainda que vivendo a perambular, não deixou de me convidar a visitar seus pais.
Desta vez, não me foi possível resistir; e fui com ele fazer aquela visita.
Parece que seu velho pai, o irmão João, nos aguardava, e nos recebeu no portão, com alegria.
Quando o cumprimentei com a “paz do Senhor” como usam fazer os santos, ele respondeu-me com um “graças a Deus”. E nos convidou a entrar na sua humilde residência.
Como uma boa mineira a irmã Maria, nos ofereceu queijo fresco e cafezinho feito na hora, com uma fumaçinha subindo da beira da xícara.
Na despedida, seguindo um velho costume ainda muito usual no seguimento evangélico, li um texto na bíblia sagrada e oramos coletivamente antes de seguir meu caminho.
O irmão João não conseguia dizer palavras alguma, em diálogos que tentava fazer, a não ser “graças a Deus”.
Então, despedi-me dos demais, e o irmão João, muito cortês, acompanhou-me até o portão;
ao despedi-me dele com a paz do Senhor, novamente ouvi da sua boca, o último “graças a Deus” da sua vida.
Tempos depois, encontrei-me com o seu neto:
- “Roger, outro dia estive na casa do seu avô e tudo que ele ia falar só saia “graças a Deus” da sua boca, eu fique preocupado com aquilo.
- Te explico:
tempos atrás ele sofreu um fulminante Acidente Vascular Cerebral (AVC), e, esse problema de saúde afetou a sua fala e memória, de tal maneira que ele esqueceu-se de todas as palavras que você possa imaginar; menos o “graças a Deus”.
Aquela expressão de gratidão do irmão João, o acompanhou ao túmulo.
“Quão grandioso é o nosso Deus!” A sua "graça", na vida de seus servos, atrai os pecadores a Cristo. Por isso, ela deve sempre está presente na vida do cristão.
A doença poderá tirar todas as palavras da mente de um salvo.
Mas, neste caso especial, ela não pôde tirar a palavra de agradecimento "graças a Deus" da cabeça do irmão João;
porque ela não estava mais lá, e sim no coração.
A grata palavra a Deus é o que fica!
Graças a Deus!

- 07.09.16.

Inserida por NemilsonVdeMoraes

EI NEMILSON!...

CRÔNICA

É sempre muito bom, quando vivemos numa terra, distante das nossas origens,e de repente encontramos um conterrâneo.
Residindo na capital mineira por pouco tempo, fui ao centro da cidade para comprar uma camiseta com um preço mais em conta;
entrei na antiga Mesbla Magazine na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Curitiba;
mas, não achei graça no preço da referida vestimenta, por lá.
Como bom 'pechincheiro' que sou, fui visitar outra loja, a C & A, e segui pela Rua dos Tupinambás, no sentido a zona sul.
Logo depois que cruzei a Rua, Rio de Janeiro, ouvi alguém gritar o meu nome no final do quarteirão à frente: “ei Nemilson!... ei Nemilson!...”
Que bom!... Alguém me chama!...
Se for um conhecido meu, lá do nordeste de Goiás, vai ser uma alegria muito grande! Pensei comigo.
Apurei os sentidos e fui me aproximando do emissor daquela voz; insistente:
"Ei Nemilson!..."
Mais próximo desse chamamento, a “fixa caiu”:
ele não estava preocupado com a minha pessoa,não era um conhecido meu e nem um conterrâneo: tratava-se de um vendedor de mangas.
Naquela época a moeda corrente do nosso país, ainda era o “Cruzeiro”; então, poderia se dizer:
“Vendo isso ou aquilo, por mil cruzeiros, dois mil cruzeiros..."; e assim por diante.
O camelô trabalhava numa banca na esquina da rua que eu estava, com a Avenida Amazonas, e não era o meu nome que ele pronunciava, como pensei inicialmente;
mas, ao oferecer suas frutas eu entendia direitinho como sendo: "ei Nemilson!"
A história mudou e a verdade clareou, quando pude ouvir nitidamente:
“Três é mil!... Três é mil!... Três é mil!...” - Três mangas por mil cruzeiros.
Por aquele apelo não se tratar de ‘ei Nemilson’ e nem de alguém da minha 'terrinha'.
Afastei-me do alcance sonoro daquele apelo comercial; um pouco melancólico, pois, eu desejava tanto encontrar um amigo, naquela “selva de pedra”...
Tão bonita! Mas ainda tão estranha!...

16.09,16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

O 'SABER’ PRECISA SER REPASSADO

CRÔNICA

As artes, as tradições, os bons costumes, a circulação das informações,os saberes; devem ser perpetuados de geração em geração. Para que a cultura de um povo não morra.
Não devemos ser egoístas, a ponto de reter só para nós, o conhecimento, e a capacidade de reałizarar algo proveitoso,que um dia nos foi dada.
O compartilhamento com o próximo, daquilo de bom que chegou a nossas mãos e nos faz bem, é sempre muito bem vindo para a alegria e o bem-estar do nosso irmão menos favorecido.
Geraldo, foi meu colega num curso de Eletricista Bobinador, numa unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Rio Branco, e nos tornamos bons amigos.
Ele morava no bairro Saudade, região Leste de Belo Horizonte. Num trabalho escolar, em dupla, estive em sua residência para providenciar a elaboração mesmo.
Num ‘bate papo’ ligado ao mundo do trabalho ele me relatou um fato interessante quanto ao ‘repassar o saber’.
Este meu amigo trabalhou por muitos anos, numa conceituada empresa gráfica, na capital mineira.
Dentre os muitos equipamentos para a execução dos serviços, estava uma impressora Off -set de fabricação alemã.
-Outro dia o mestre Afonso me fez conhecer uma relíquia dessa, na sede do Ministério da Fazenda de Minas Gerais, ainda em atividade.-
Aquela 'raridade' era o ‘xodó’ da referida empresar.
Abaixo de Deus, ela era a responsável pela manutenção daquela instituição prestadora de serviços.
Com mais de quarenta pessoas que dependiam dela, para se manterem empregados.
Infelizmente não houve a preocupação por parte da administração,em qualificar pelo menos mais um colaborador, para trabalhar com aquele maquinário.
Somente o Celestino sabia como ninguém, operá-la. Desde que a firma se estabeleceu por volta de 1960.
O Celestino não ensinava a nenhum dos colegas aquele seu trabalho e não permitia ninguém passar por perto do tal equipamento.
Havia aprendido aquele ofício noutro Estado;
"quem quiser aprender essa profissão, que vá a São Paulo como eu fui." Chegou dizer isso, certa vez, à alguém.
Qualquer folguinha, o Celestino estava com a flanela na mão; tentando tirar uma sujidade real ou imaginária do seu instrumento de trabalho.
Até que num certo dia, como de costume, às sete horas da manhã, Geraldo estava batendo o seu cartão de pontos e assumindo o seu posto de conferente no setor de recebimento.
E não demorou muito a ouvir um ‘zum...zum.. zum...’ no interior da firma.
Procurando saber do que se tratava, logo soube:
Celestino “havia partido desta para uma melhor” sofrera um infarte fulminante, não resistiu, e entrou em óbito.
Aí foi um ‘Deus nos acuda’: para se fazer o traabalho fluir como antes;
travou-se todo o processo produtivo de uma vez. Ninguém sabia trabalhar com aquela ferramenta.
A demanda, por aquele tipo de serviço,se acumulou muito rapidamente!
Então, a diretoria tentou de tudo quanto foi jeito sanar aquele problema, mas, não teve sucesso.
Postou inúmeros anúncios em todos os classificados e mídias existentes - até em outros Estados da Federação -,procurando um profissional habilitado para ocupar aquela vaga. Foi tudo em vão.
Não apareceu ‘um filho de Deus’ sequer para operar a Off-set.
Estava decretado então, a falência:
não demorou muito e todos os funcionários estavam no ‘olho da rua’ engrossando as filas do desemprego que assolava os anos de 1980.
“Quem não têm não pode dar.” Mas se Deus nos confiou uma condição melhor ou uma habilidade a mais, não custa muito, dividir um pouco do que temos com quem não têm.
Porque se for para o bem de todos, o saber, precisa ser repassado.Para quê, não haja falta.

19.09.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

EUGENIA APAIXONANTE

CRÔNICA
Foi maravilhoso conhecê-la. Hoje foi um daqueles dias especiais para mim. Quando meu olhar encontrou o seu, desaprendeu a dar atenção descabidas a tantas outras que se insinuavam.
Naquele momento que nos via tentaram roubar minha atenção: distraindo-me.Não conseguiram. Por um tempo,estático, só tinha olhos pra você.
Parece que vejo a nossa imagem congelada, olhando um no outro, olho no olho. Vislumbrados. Olhares morteiros...
Sem dúvida, aconteceu o amor à primeira vista em nossos afeiçoamentos.
Perdi tanto tempo, tão longe e tão perto dos seus carinhos e cuidados. Vivendo num bairro vizinho.
Nada é por acaso: meu momento contigo só fora possível porque me pus a observar eletrizantes macaquinhos, com olhinhos brilhando em sua direção, naquele canteiro da via pública.
Teus frutos, como à azeitona preta, ricos em nutrientes atraíram para si eu e os mico-estrela que, salivando, os desejavam.
Saltitando pelos galhos das árvores e em fios, da iluminação pública, chegavam até a tua presença; ávidos em participar do banquete que dispusera aos bichos.Com teus doces frutos, frescos.
Pensei comigo mesmo: “se esses macaquinhos os degustam, eu também posso fazer o mesmo. Por certo não morrerei se provar alguns".
Naquele dia cheguei primeiro que os bichinhos silvestres, sob sua sombra acolhedora e amiga. O chão já estava forrado. Uma mesa farta e saborosa; posta e ofertada às espécies de animais diversificados que aparecesse.
Como disseminador de sementes e boas coisas; sem lhe pedi coletei muitos frutos; nem só pra experimentá-los, mas também, pra levar para casa e plantar as sementes.
Perguntei a uma moradora das imediações,sobre o seu verdadeiro nome e, se aqueles frutos poderiam ser ingeridos. Pois a fartura se fazia grandemente à sua volta.
A dita senhora não soube me informar direitinho sobre isso mas me informou que, és conhecida na região como “Jamelão” e, que, eu pesquisasse mais sobre o assunto. Boa coisa era...
Matando a minha curiosidade, pude saber que se tratava de “Eugenia”; que veio de muito longe. E há muitos anos está entre nós; sendo oriunda da Índia Oriental. Ainda lembro-me de um trechinho da pesquisa:
“Trata-se da espécie Eugenia jamelana... Uma planta-árvore imensa da família Myrtades,popularmente conhecida como Jamelão”.
Gente, ela é linda demais, apaixonante!...
E como se não bastasse a sua lindeza, ainda é boa pra “saúde”.
Não somente eu apaixonei-me por ela; todos aqueles que a conhecem se encantam.
Essa criatura tão “divina”, deixou suas origens e fincou suas raízes em nossa terra Brasil, e adaptou rapidamente; somente pra dar sabor a nossa vida,aguçar o nosso paladar e alindar o mundo ao nosso redor...
Não posso duvidar das bondades do Criador...
Se Eugenia também conquistar seu coração plante uma semente dela na terra fofa do chão! E a gratidão sairá da natureza para sua mesa.
(12.07.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

⁠Crônica de uma vida de ilusões
Onde podemos viver a vida que sonhamos? Onde podemos despejar nossas ilusões e emoções sem se preocupar com as pedras que serão jogadas sobre nós?
Viver o simples é viver tranquilamente,mergulhando profundamente em nossas ilusões,há ilusões! Ilusões essas, que nos sufocam tentando tirar nosso último oxigênio armazenado em nossos pulmões e dilacerando o que resta de nossa alma.
Dizem que uma pessoa não vive sem amor,carinho e companhia,mas na verdade,ela não vive sem as suas ilusões,porque é bem mais fácil alimentar uma fantasia,do que encarar uma dura realidade.
Às vezes,ficamos em cima de uma corda bamba,e quando menos esperamos, a vida nos derruba no meio do vão,impossibilitando que continuemos nossa caminhada e jornada das ilusões criadas pelo nosso subconsciente.
e é aí que nos damos conta que,de tantas ilusões criadas e alimentadas por nossa mente atormentada,acabamos deixando de fazer o mais importante na vida,viver!

Inserida por lucas_de_freitas

⁠AO NOSSO JORGE

Eu sou o sol da Jamaica,
Sou a cor da Bahia.
Eu sou você, sou você (sou você),
E você não sabia.
(Jorge Portugal & Lazzo Matumbi)


Jorge Portugal é o nosso Jorge Brasileiro, Santamarense. Nasceu em Santo Amaro da Purificação-Ba. Meu conterrâneo. Quem nasce nessa cidade é Caeta-niesse. Jorge foi o primeiro professor que me despertou para à língua portuguesa e à docência. (Pretendo estudá-lo no meu TCC) Jorge com sua voz grave, e que dava ênfase na última letra que falava; era um grande poeta: a música ‘A Massa’, ’14 de Maio’, são pura poesia. Escreveu livros, dentre eles; ‘Por que o Subaé não molha o mapa’, ‘Redação assim é fácil!’.
Um grande professor, um agitador cultural, letrista e compositor. Assistia-o quando era apresentador do programa ‘Aprovado’. Hei de sê-lo seu admirador até a consumação dos séculos. Na pandemia da Covid 19, o Brasil e mundo estavam de luto. Mas, num dado momento, Santo Amaro chorou rios de lágrimas com a partida de Jorge. Nosso cavaleiro. Que matou o dragão da alfabetização, da ignorância...
Jorge que não era São, nem Seu, nem da capadócia; mas Nosso. Escreveu à Santo Amaro de Jorge Portugal. O primeiro amor passou, o segundo também passou, mas Nosso Jorge Portugal é eterno. Existe uma Bahia, uma santamaro pós Jorge.
Jorge Portugal partiu no dia 03 de agosto de 2020.

E se vivo estivesse, no dia 05 de agosto, faria 67 anos.

Inserida por Machadodejesus

Prazer, Será que podemos nos apresentar de novo? Prazer, eu acho que não nos conhecemos mais, prazer em revê-lo, prazer em conhece-lo, desprazer ou prazer? Meu ou seu?
Dia após dia, uma mascara cai, você me mostra uma faceta sua, nesta fresta eu consigo ver um pouco mais de você, nesse baile de mascaras, todo mundo será apresentado novamente, todo mundo tem uma máscara, todo mundo tem uma fantasia, você é a minha, te fantasiei de amor, e se precisar de um novo tipo de amor, eu uso uma máscara por você, e podemos assim mais uma vez nos apresentar, prazer, eu sou o seu amor, a canção do seu carrossel, onde nasce a fantasia, a historia não tem fim, sou Alice fugitiva no pais das maravilhas, tomei do seu chá, e me sinto enfeitiçada em você, nos perderemos para depois nos encontrarmos, longe do obvio, me permita me apresentar de novo, tem sempre algo novo pra ler em mim, tem sempre algo novo que eu quero ler em você, somos nuvens passageiras, doce veneno, o ponteiro sempre busca o seu par.
Todo dia, vejo algo novo em você, todo dia sou apresentada a um novo toque, um novo beijo, como se fosse a primeira vez, suas mil maneiras de sorrir, me coloca em parafuso, quando os olhos se cruzam, o brilho dos seus olhos pra mim ofusca qualquer um a sua volta, como se fosse a primeira vez, a sua mensagem na caixa postal, a sua voz é sempre uma canção nova e não há nada que eu não queira ver de novo em você, porque eu te amo.

Inserida por Fernandadeabreuramos

A CAIXA DE PANDORA


Conta a mitologia grega que Pandora foi criada pelos deuses do Olimpo sob a ordens de Zeus. Pandora teria sido a primeira mulher, surgida como punição aos homens por sua ousadia em roubar aos céus o segredo do fogo.

A vingança de Zeus contra a humanidade veio em forma de uma linda donzela. Pandora, a que possui todos os dons, recebeu uma caixa onde guardou os presentes recebidos de cada um dos deuses do Olimpo.

Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apolo, a música. Mas além dos dons, a caixa de Pandora recebeu também uma série de malefícios.

A história é longa, mas importa saber que Pandora abriu sua caixa e a humanidade passou a conhecer não só as bondades, como os males que até hoje nos assolam: mentira, doenças, inveja, velhice, guerra e morte. Os presentes saltaram de forma tão violenta da caixa que Pandora teve medo, e a fechou antes que a última delas escapasse: a esperança.

Pandora tornou-se, assim, a provedora natural dos talentos divinos e dos males da humanidade.

Como nos conta a tradição judaico-cristã, Eva no Paraíso teria tido o mesmo papel. O que só comprova que a figura da mulher aparece sempre como a grande responsável pela desgraça do gênero humano. Eu vejo de maneira distinta. Como Eva no Paraíso, Pandora distribuiu aos homens as duas faces da realidade, tão contrárias quanto complementares. Coube a todos a escolha.

O mágico desta lenda está no papel desempenhado pela esperança. Crescemos e vivemos sob o jugo masculino. Todas as formas de poder são exercidas há séculos por homens, que com liberdade preferiram escolher os piores caminhos para atingir objetivos duvidosos.

O mundo está devastado. Na caixa de Pandora ainda resta a última bondade não destruída por nosso egoísmo e ambição. Uma maneira lúdica de nos mostrar o caminho da redenção. A esperança é um dom feminino. Ainda há tempo para aprender a lição.

(Fonte: Voz Corrente- Alexandre Pelegi em 11 de Abril de 08)

CRÔNICA:
A VOZ QUE NINGUÉM VÊ.
BY: Harley Kernner

Nossos olhos são como cofres que acumulam tesouros escondidos. Imagens, palavras, inspirações, felicidades e dores se misturam em um emaranhado de emoções que nem sempre conseguimos decifrar. As dores, em particular, são como lâminas afiadas que cortam por dentro, deixando feridas que, à primeira vista, ninguém vê. É a voz oculta do coração, que grita em silêncio, às vezes clamando por socorro, mas que poucos conseguem ouvir.

Para o mundo, somos um sorriso perfeito, um símbolo de felicidade, um disfarce concreto que esconde as batalhas internas. Mas, no segredo profundo do coração, há um sussurro constante, um pedido de socorro que salta do fundo da alma. É um grito silencioso que busca ser ouvido, ser compreendido, ser acolhido.

E é aí que entra o Espírito Santo, aquele que nos envolve e nos guia com um amor incondicional. Ele é o refúgio, o consolo, o porto seguro em meio às tormentas e à agonia. Diante das injustiças e do desprezo dos que estão próximos, Ele é o caminho certo da redenção. Ele nos mantém em pé, mesmo quando tudo parece desabar.

Quando nos unimos ao Seu amor divino, nossa essência se transforma, e a força para enfrentar o caminho surge de dentro. A voz oculta se cala, e o coração se enche de uma paz e de uma graça imerecível. É como se, finalmente, alguém tivesse ouvido o nosso grito silencioso e nos abraçado com amor.

E, assim, aprendemos a viver com as dores, mas não mais sozinhos. Aprendemos a sorrir, não mais com um disfarce, mas com a certeza de que, no silêncio do coração, há uma voz que fala mais alto do que qualquer outra: a voz do amor de Deus.


POR: Harley Kernner
Arquitetura de Poesias e Crônicas
Escritor Particular

Fala Professora

A crônica da bronca


Um aluno em sala de aula ao portar - se indisciplinado foi levado a diretora que aplicava - lhe um sermão:
- Por que você age assim? Não respeita a professora, não faz a lição, importuna a aula ...o que adianta por fora bela viola e por dentro pão borolento!
O sermão soou tão alto que ecoava pelos corredores. O aluno permaneceu em silêncio e assim foi levado de volta pra sala de aula. Mas, como há alguns dias atrás a própria diretora, em uma Reunião Pedagógica, onde convocaram todos: professores e funcionários, disseram sob a importância da postura do professor em sala de aula. Todos deveriam tomar cuidado com o que diziam aos alunos em sala de aula, visto que havia um pai que estava insatisfeito com a forma que uma determinada professora tratava seus alunos em sala de aula, pois o mesmo ouvira brados da professora humilhando o aluno com seus "sermões". Fizera uma reclamação formal e queria uma resposta por escrito, pois caso não fosse tomado as devidas providências, iria acionar a ouvidoria e processar a escola.
Ao eco conciliei o fato e fiz alguns questionamentos sobre a bronca ao aluno o qual estrondou em altos brados:
- De que adianta por fora bela viola e por dentro pão borolento!
Parecia que havia raiva na voz da diretora, mas pareceu - me contraditório num dia cobrar postura e no outri agir sem compostura. O aluno merece respeito até mesmo dentro da sala da diretora. Com está bronca o aluno foi humilhado, escurraçado verbalmente e emocionalmente.
O que se quer dizer na força de uma voz?
De onde vinha a raiva da diretora?
Ela queria dar bronca no menino ou em todos que pudessem ouvir? Será que estaria querendo atingir - me? Até isso pensei e busquei razões ou motivos que se ela estivesse com raiva de mim, daí que encontrei:
- Assim que começou este ano letivo houve o seguinte episódio: - Estava eu em minha sala e por várias vezes ao consultar a pasta contendo os conceito e notas finais do aluno, não encontrava determinados ano/série e fui a sala da diretora e informei. Ele disse que pediria para a vice diretora da tarde ver isso. Ela resolveu em partes, pois dois anos/séries não foram encontrados, motivo pelo qual os históricos das referidas salas ao serem consultados seus registros, iam para a caixa com nota:
- Mapão não encontrado na pasta!
E assim insatisfeita fui levando meu trabalho em frente, mas o computador voltou a dar problemas igual ao ano passado, então comuniquei a secretaria e fiquei no aguardo da providência e assim se passaram três ou quatro dias. Até a diretora chegou a questionar - me por duas vezes:
- Você não vai fazer os históricos?
- Vou. Respondi-lhe secamente, certa de que ela sabia que se estou parada é porque alguma coisa aconteceu e que já comuniquei e estou no aguardo da providência. ( Até durmo, se quiser, pois quem avisa, amigo é!).
A questão é que se usavam a máquina de xerox o computador desligava, sem contar que não havia sinal de internet. (Eu já tinha avisado e não sou papagaio pra ficar repetindo.).
Até que enfim chamaram os responsáveis técnicos da Secretaria de Educação e lá vieram. Trocaram o transformador do computador porque não estava segurando a carga elétrica, resolvendo o problema, mas aproveitando da situação eu disse aos técnicos:
- Toda vez que ligo o computador ou quando cai a força ou ainda quando ele simplesmente não liga, tenho que ajustar o relógio, não haveria possibilidade de colocarem uma bateria para girar isso?
- Nós não temos a bateria. Respondeu um deles.
- Mas, está bateria é muito cara? Perguntei.
- Não. É baratinho. Disse ele.
- Quanto? Perguntei.
- Três reais. Falou.
- E qual é o modelo para este computador e onde pode ser comprado? Perguntei.
O técnico disse o modelo, anotei em um papel e seria possível comprar em qualquer banca de eletro- eletrônico e que se a escola comprasse eles viriam instalar. Então levei isso à diretora que disse - me com ares de boa "amiga":
- Você não pode comprar? Depois te dou o dinheiro...
- Eu não! ( Pois, pensei: - Oxe! Dê - me o dinheiro, que eu compro!).
Ela, ainda insistiu:
- Ah! Compra vai...( Com voz de quem quisesse - me contornar).
- Por que que você não pode fazer isso?
Mas, eu que do verde, colho maduro; Do grão já faço o pão, respondi - lhe espontâneamente...
- Oras, porque você tá me devendo o seis reais da cópia da chave e não me pagou até hoje...(Ops! Pensei, mas já foi). Sai, mais que de imediato e ouvi o eco:
- Que chave? (Fulana: Vice diretora: Vamos nomeá-la: Bete), dá pra ela seis reais! Disse nervosa, pude ouvir da minha sala.
Sentei - me um pouco e testei o computador, estava tudo ok, mas como já era por volta das onze horas estava a abrir o armário para colocar a comida para aquecer em um suporte em banho Maria, já não disponha nesta sala de espaço e tomadas para frigobar e microondas. (Risos) Pois, tenho a autorização assinada por está diretora para os dois aparelhos meus serem colocados e usados por mim na escola, mas vamos - se dizer que estou evitando fadiga...( Mas...). De repente a diretora adentra a minha sala e deposita seis reais sobre, este armário dizendo:
- Tô pagando uma dívida que nem eu sabia que tinha! E saiu. ( Pareceu - me que bufava...).
Eu, simplesmente não iria fazê - la lembrar, mesmo porque sei que cada um sabe exatamente o que faz e fez, mas muitas vezes preferem apagar detalhes que parecem - lhes insignificante, contudo eu não sei porque raios, me apego exatamente a estes por menores que os outros fazem questão de não guardar em suas memórias.
Então haveria a possibilidade de a diretora estar com raiva de mim por ter - lhe dito uma verdade e na verdade quis chamar a mim de pão borolento. A questão é que de fato fui ruim ao dizer - lhe, mas também não consigo fingir e muito menos que me façam de trouxa, pois prefiro ser o pão que ninguém come, do que pão fresco de fácil consumo, pois gosto da verdade, da honestidade e da razão.

Moral da história: É melhor ser fingido e ser querido do que ser verdadeiro e ser odiado.

Inserida por marialu_t_snishimura

CRÔNICA PARA RECUPERAR O QUE NÃO FOI PERDIDO

Há momentos em que nossa vida passa por um furacão de acontecimentos negativos. Tudo parece dar errado. Acho que nesse momento estou tentando escapar de um vendaval. Um simples gesto, uma simples palavra – talvez não tão simples assim - mexeu com o coração de uma das pessoas que mais amo no mundo.
A única amiga, aquela a quem considero verdadeira, está passando por um delicado momento: seu pai sofre sério problema de saúde e eu, no alto de minha arrogância e ‘sabedoria’, achei que sabia da solução para seus problemas e acabei dizendo coisas que ela não merecia ouvir.
Seus olhos marejaram de água. Um engolir seco fez tremer meu coração, e a súplica de que eu compreendesse e respeitasse sua dor tornou minha aflição ainda mais dolorida. Contudo, eu não me deixei abater e insisti nas palavras que eu julgava estarem certas. Quem nunca errou?
Nunca vou esquecer quando ela, delicadamente, levantou-se de onde estava sentada e, em passos humilhados, dirigiu-se à porta de saída. Não olhou para trás, como se soubesse que à sua sombra tivesse aquela a quem a ‘razão’ não abandonou. A porta fechou-se, e o coração também.
Depois de uma semana, ainda ouço o soluço de suas lágrimas e o ranger da porta que se cerrou.
Mas, por que não consertar o que foi quebrado? Cristal quando quebra não tem conserto, eu sei. Mas a nossa amizade não é de cristal nem de porcelana. Solidificamos sua base num ponto onde vento ou tempestade nem sequer abalam. Não é o tamanho ou a largura de um pilar que sustenta um edifício, mas o material com o qual ele foi feito. Nossa amizade foi construída com o mais sólido de todos os sentimentos: o amor. E não posso deixar que um gesto cruel e impensado, que uma palavra rude apague todas as outras mais que já foram ditas.
Vou pedir desculpas. É isso. Vou correr atrás do prejuízo e recuperar o que ainda não foi perdido. Ela é especial demais para mim. É como um porto seguro que tenho para depositar minhas aflições, angústias e esperanças.
Vou pedir desculpas. Ela merece isso e eu devo isso a ela, porque eu errei. Porque eu a amo.
Desculpa esse meu jeito sem jeito, Evilásia.

Inserida por NaraMinervino

⁠⁠A crônica da curiosidade

Aos trinta e um dias do mês de julho de dois mil e dezenove, um helicóptero sobrevoava aos redores da escola e eu esperava meu esposo, que havia acabado de me ligar dizendo que o trânsito estava tumultuado. Sentada em minha cadeira giratória estava em silêncio quando de repente a curiosidade:
- Já bateu o sinal, você não vai embora? Indagou a diretora.
- Estou sem o carro hoje. Respondi - lhe. Ela como se quisesse dar - me atenção começou argumentou se eu estava igualmente a ela:
- Como assim? Questionei.
Ela continuou e dissera que estava sem o carro dela e que no último dia dezenove havia se envolvido em um acidente na avenida São Paulo - Rio. Um senhor portando de muletas atravessava a rua à frente de um carro na frente ao dela. Ele freia bruscamente e ela bate e vai parar num poste, um carro que vinha atrás, sem ter como desviar bateu na traseira do carro dela. Outros carros foram batendo, ocasionando um efeito dominó. O carro dela havia dado PT. Ouvi curiosamente o relato que ela fazia e acrescentei algumas perguntas se houvera vítimas, se estava sozinha. Na graça de Deus nada lhe acontecera, exceto o susto e uma dorzinha no peito. Depois da narrativa disse - lhe que sorte que não se ferira. É. Disse ela e foi embora. Eu ainda a aguardar meu esposo, fui ao banheiro, depois peguei a minha bolsa e fui aguardar no portão da saída. O helicóptero ia e voltava. A vice diretora da tarde e a coordenadora estavam lá e comentaram que deveria ter acontecido alguma coisa, se eu estava a par.
- Não, mas sei que está tudo parado na avenida Ítalo Adami, meu esposo ligou e disse que está preso lá. Argumentei. Logo meu esposo chegou e ela disse:
Se tiver novidade era para contar para ela, mas meu esposo não sabia, então eu nada disse. Entrei no carro e um senhor estava junto, apenas cumprimentei e seguimos ao som do helicóptero que sobrevoava ainda o local. Soube que o homem era o funileiro que fez um reparo no arranhão de nosso carro, ocorrido em uma rua em Caraguatatuba. Uma moça simplesmente veio em nossa direção batendo a bicicleta do lado da porta do motorista. Desequilibrou - se. Prestamos socorro, mas fora somente um susto. Ocorreu no verão do ano passado. Deixamos o funileiro próximo a padaria e voltamos ao local do trabalho de meu esposo, para pegar nosso filho que havia ficado no salão de cabeleireiro. Nosso filho entrou no carro e meu esposo foi pagar o corte: R$ 45,00, cabelo e barba. Mas, por curiosidade lá ficou por dez minutos e voltou com a seguinte narrativa:
- No posto em frente à escola Nova Itaquá, um funcionário do posto estava trocando o óleo de um carro, estourou o compressor e a plataforma desceu esmagando o funcionário. O helicóptero sobrevoava para transmitir ao vivo na televisão.

Inserida por marialu_t_snishimura

Título:
CRÕNICA DO
TRISTE MUNDO VIRTUAL !
***********************
Eu sabia que você estava lá,mas não posso ouvir,
digitava ou teclava, mas as suas mãos, eu não consigo tocar,
poderia estar sorrindo, triste ou a chorar,
mas eu não posso e nem consigo ver..
muito menos abraçar,
pois ninguém me deu atenção....
Você é meu amigo, é minha amiga,
mas não consigo te conhecer,
mesmo vc estando "on line!,
nem manda um olá ,Oiêee !
Não posso ouvir a sua respiração,
e nem sequer imaginar..
Que passatempo mais frio e sem graça...
Msn,Skype,Face e o esquecido abandonado ' Orkut,
ainda tem os sites de relacionamento,
uma tremenda perda de tempo,
triste essa vida virtual,
que com centenas de amigos ( ??)..
E você não conhece quase ninguém !
essa é a rotina e vida hoje em dia,
mas parece uma agonia,
teclar..teclar..teclar durante horas e horas ,
dia e noite, madrugada adentro, sem dormir,
dramas, vidas expostas, briguinhas e muitas fotos,
mensagens prontas de auto ajuda,
que servem para mostrar,
que estamos carentes de amor e afeto,
mas o que verdadeiramente precisamos é amar.
e que a solidão de muitos,
esta por trás de um computador,
Triste mundo virtual, frio ,distante e sem calor,
mentiras, verdades, e ilusões,
nesse nosso mundo virtual,
esfriou os corações!
e é assim que estamos vivendo,
teclando...teclando...teclando....teclando...teclando... teclando...
Um " Upgrade " na minha rotina ,por favor !!!
**********************
Crônica de Gilberto Braga.
Rio de Janeiro,
25 de abril de 2013.

Inserida por Gilbraga

AMAR É ....que saudades do romantismo !Agora só dá Smartphone !
CRÔNICA DA VIDA VIRTUAL 1
autor: Gilberto Braga

AONDE FORAM PARAR O AMOR, O ROMANTISMO ....?
Na lua de mel ...não se larga o smartphone...o tablet...o Note...
E enquanto isso....o romantismo..o amor....o namoro...tudo trocado por essas malditas teclas !
Que pena !
Não se namora mais, apenas se: curte ...compartilha....adiciona ....
Que falta de criatividade!
Larga esse celular gente !!!
Se namora por celular...se casam pelo smartphone !!!
Caramba !!
Bons tempos do : AMAR É ....que não voltam mais !

AMAR...

Amar é um verbo praticado do substantivo AMOR...

AMAR não pode ser medido em MATEMÁTICA...

AMAR não pode ser explicado em FILOSOFIA...

AMAR não pode ser traçado em HISTORIA...

Amar é simplesmente quando te olho nos olhos e os meus brilham...

Quando estou em teus braços e meu coração despara...

Quando ganho um beijo seu e o mundo para naquele instante...

É quando estou perto de VOCÊ e nao quero mais ficar longe...

AMAR é simplesmente AMAR!

Por isso digo-te:

TE AMO!!!

Contato humano.
Nossa primeira forma de comunicação.
Segurança, proteção e conforto... tudo isso no suave toque de um dedo. Ou de lábios encostando numa bochecha.
Ele nos conecta quando estamos felizes, nos dá apoio quando temos medo... desperta sentimentos de paixão... e amor.
Precisamos ser tocados por quem amamos quase como precisamos do ar pra respirar. Mas eu só percebi a importância do toque... Do toque dele... depois que perdi.
Entao, se estiver vendo isso, e for possível... toque nele. toque nela.
A vida é curta demais para desperdiçar um segundo.