Cronica de Graciliano Ramos

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Natal

Se o ano não foi bom...
Se tudo te pareceu andar mal...
Sorria... Se aproxima o dia de natal.

Se as finanças quase te enlouqueceram!
A vida te pareceu um carnaval...
Sorria... Se aproxima o dia de natal.

Se na pressa do dia-a-dia nem olhaste para o pôr do sol...
Os únicos problemas que te preocuparam não foram além de teu quintal...
Sorria, se aproxima o dia de natal.

Se por menor que seja um problema
Te pareceu um vendaval...
Sorria... Se aproxima o dia de natal.

Reveja as prioridades
Lembre Jesus, seus ensinamentos e coisa e tal...
Sorria... Se aproxima o dia de natal.

Deixe-o entrar no silêncio de tua alma
E ele te transformará como a pedra filosofal...
Sorria... Se aproxima o dia de natal.

Barrow-on-Furness

I
Sou vil, sou reles, como toda a gente
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.

Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo c leio.

Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
— Acaba lá com isso, ó coração!

II
Deuses, forças, almas de ciência ou fé,
Eh! Tanta explicação que nada explica!
Estou sentado no cais, numa barrica,
E não compreendo mais do que de pé.
Por que o havia de compreender?
Pois sim, mas também por que o não havia?
Águia do rio, correndo suja e fria,
Eu passo como tu, sem mais valer...

Ó universo, novelo emaranhado,
Que paciência de dedos de quem pensa
Em outras cousa te põe separado?

Deixa de ser novelo o que nos fica...
A que brincar? Ao amor?, à indif'rença?
Por mim, só me levanto da barrica.

III
Corre, raio de rio, e leva ao mar
A minha indiferença subjetiva!
Qual "leva ao mar"! Tua presença esquiva
Que tem comigo e com o meu pensar?
Lesma de sorte! Vivo a cavalgar
A sombra de um jumento. A vida viva
Vive a dar nomes ao que não se ativa,
Morre a pôr etiquetas ao grande ar...

Escancarado Furness, mais três dias
Te, aturarei, pobre engenheiro preso
A sucessibilíssimas vistorias...

Depois, ir-me-ei embora, eu e o desprezo
(E tu irás do mesmo modo que ias),
Qualquer, na gare, de cigarro aceso...

IV
Conclusão a sucata! ... Fiz o cálculo,
Saiu-me certo, fui elogiado...
Meu coração é um enorme estrado
Onde se expõe um pequeno animálculo
A microscópio de desilusões
Findei, prolixo nas minúcias fúteis...
Minhas conclusões Dráticas, inúteis...
Minhas conclusões teóricas, confusões...

Que teorias há para quem sente
o cérebro quebrar-se, como um dente
Dum pente de mendigo que emigrou?

Fecho o caderno dos apontamentos
E faço riscos moles e cinzentos
Nas costas do envelope do que sou ...

V
Há quanto tempo, Portugal, há quanto
Vivemos separados! Ah, mas a alma,
Esta alma incerta, nunca forte ou calma,
Não se distrai de ti, nem bem nem tanto.
Sonho, histérico oculto, um vão recanto...
O rio Furness, que é o que aqui banha,
Só ironicamente me acompanha,
Que estou parado e ele correndo tanto ...

Tanto? Sim, tanto relativamente...
Arre, acabemos com as distinções,
As subtilezas, o interstício, o entre,
A metafísica das sensações —

Acabemos com isto e tudo mais ...
Ah, que ânsia humana de ser rio ou cais!

APOSTILA (11-4-1928)

Aproveitar o tempo!
Mas o que é o tempo, que eu o aproveite?
Aproveitar o tempo!
Nenhum dia sem linha...
O trabalho honesto e superior...
O trabalho à Virgílio, à Mílton...
Mas é tão difícil ser honesto ou superior!
É tão pouco provável ser Milton ou ser Virgílio!

Aproveitar o tempo!
Tirar da alma os bocados precisos - nem mais nem menos -
Para com eles juntar os cubos ajustados
Que fazem gravuras certas na história
(E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
Pôr as sensações em castelo de cartas, pobre China dos serões,
E os pensamentos em dominó, igual contra igual,
E a vontade em carambola difícil.
Imagens de jogos ou de paciências ou de passatempos -
Imagens da vida, imagens das vidas. Imagens da Vida.

Verbalismo...
Sim, verbalismo...
Aproveitar o tempo!
Não ter um minuto que o exame de consciência desconheça...
Não ter um acto indefinido nem factício...

Não ter um movimento desconforme com propósitos...
Boas maneiras da alma...
Elegância de persistir...

Aproveitar o tempo!
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.
Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.
Aproveitar o tempo!
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.
Aproveitei-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!

(Passageira que viajaras tantas vezes no mesmo compartimento comigo
No comboio suburbano,
Chegaste a interessar-te por mim?
Aproveitei o tempo olhando para ti?
Qual foi o ritmo do nosso sossego no comboio andante?
Qual foi o entendimento que não chegámos a ter?
Qual foi a vida que houve nisto? Que foi isto a vida?)

Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.

Eu quero ser o teu problema
Eu quero ser o teu problema. Nada de amor heroico, bonito e comovente. Deixo as filosofias otimistas para quem acredita nelas. Eu quero ser a tua insegurança, o teu objeto de desejo que te faz achar que você só tem defeitos- e certamente que não me merece. Eu quero ser o amor intruso, entrão, inconveniente; invadir o teu pensamento quando um amor menos complicado teimar em se aproximar. Eu quero ser quem te faz procurar terapias; quero ser relatado a um psicólogo. Nada de rendas brancas, vestidos de noiva, taças cruzadas.
Eu quero ser quem te faz sair dos lugares comuns, abandonar jantares importantes e festas com seus melhores amigos. Eu quero ser a ligação às três da madrugada e te confundir inteira quando você achar que já não quer tanto assim. Também quero ser o telefone que não toca no dia seguinte. Eu quero ser tuas unhas roídas, tua mania constante de mexer no cabelo, tua síndrome das pernas inquietas. Eu quero ser a resposta monossilábica para tua declaração. Eu quero marcar um encontro, uma conversa, um café e, de última hora, desmarcar- e no próximo possível encontro, você vai me esperar outra vez. Nada de fotos, flores, músicas de nós dois.
Eu quero ser o teu eterno caso, a lembrança que você lamenta. Eu quero deixar explícito o meu descaso e te ver, ainda assim, se importando comigo. Eu quero te desfilar como um troféu perante aqueles que um dia te quiseram e, em casa, te colocar no lugar mais ignóbil de minha estante. Eu quero ser as cartas que você não consegue jogar fora; a mentira que você não se cansa de acreditar; a saudade que emudece.
Eu quero ser os textos que você escreve de madrugada, tua tentativa desesperada de não enlouquecer. Quero ser a tua insônia, a tua insanidade. Teu susto, teu único assunto. Você Julieta, eu Romeu que não morreu. Eu quero rir da hipótese de um futuro nosso e ver você me odiar por um minuto- e depois continuar me amando, porque isso é imutável. Eu quero ser as perguntas que você evita se fazer. Quero ser o seu medo de não aguentar.

Eu quero ser o teu problema, garota. Não por capricho, não por um motivo pífio. Eu quero ser o teu problema desde que você se tornou o meu.

Renunciar a algo que amamos muito e que desejamos com toda a força do coração é uma das decisões mais cruéis de se tomar que conheço. Porque a perda equivale a uma morte dupla: morrer para alguém e matar a pessoa na gente. É como se sobrasse por dentro apenas um casarão vazio com um jardim morto. E, de repente, tudo tão subitamente anoitecido sem previsões de dia novo. É um caminhar lento e arrastado numa espera sombria de que as horas passem e o tempo leve essa febre alta sem medicação possível. É preciso que haja tanta paciência e firmeza por dentro pra não entrar em desespero, que a sensação que se tem é de estar meio fora do ar, com tanto esforço. E até chorar fica difícil, teme-se que nunca mais o choro cesse.
Há muitas perdas quando se termina algo que não se queria ter terminado: muda-se a auto-imagem, alegrias ficam suspensas, sonhos desaparecem por um tempo e nenhuma cor na paisagem. O cotidiano fica obscurecido por aquela lacuna aberta no meio do que era a parte mais interessante dos dias.
Com o tempo, você analisa que abrir mão de algo muito importante, só se faz quando se tem um motivo maior que esse algo: seja um propósito, uma crença, um valor íntimo, uma obstinação qualquer que te oriente para essa escolha que já se sabia tão dolorosa. É um sacrifico voluntário por algo mais pleno, mais grandioso em Beleza. E, nestas análises, você descobre outras perdas que são positivas: perde-se também a ansiedade, a insegurança e a ilusão. E você aprende a recomeçar agradecendo por vitórias tão pequenininhas...
Como quando é noite e antes de dormir você se enche de gratidão:
“Deus, obrigada, porque é noite e eu tenho o sono... Que venha um sonho novo, então.”

⁠A saudade diz em silêncio o quanto amamos alguém que se foi antes de nós. Olho uma fotografia e sua imagem continua lá, repleta do seu sorriso, do seu abraço, da sua alegria e do seu amor. Saber que estivemos juntos e falamos, ouvimos, sorrimos, choramos, aprendemos cada dia de vida, são momentos que não saem da memória. Quando eu fecho os olhos, você continua lá, esperando para me receber na porta das minhas lembranças. Neste lugar, não sei onde, não existe tempo nem espaço definido, existe somente minha vontade de estar com sua presença outra vez. Além do horizonte perceptível, em cada amanhecer da existência, a saudade diz em silêncio o quanto amamos alguém que se foi antes de nós. Hoje, eu estou neste lugar...


⁠Um dia me perguntaram o que é o amor...
na humildade disse, porque ainda menino: o amor é uma palavra!!!

Um dia me perguntei olhando para o espelho: o que é o amor?
ainda jovem me respondi: o amor é um sentimento...

Hoje olho para o céu e respondo o que é o amor... apenas inexplicável!!!!!

⁠Algumas situações desgastadas e soterradas estão bem debaixo do nosso nariz, esperando de nós somente uma postura de aceitação e desapego. Lembrando que os outros não são de nossa posse, de nossa propriedade e que no final das contas, quer queiramos ou não, cada um resolve o caminho que deseja seguir.

Soraya Rodrigues de Aragao

Ninguém conhece a ninguem, acesso ao coração do outro quem tem?
A vida é uma ilusão, quem mais se ilude é que vive bem. A realidade é terrível e cruel, uns mandam outros para o inferno e dizem que vão para o céu.
Ninguem tem certeza de nada, podes crêr, porque a única certeza que temos, vamos morrer.

A ultima chance

Nunca saberemos se o amanhã vai chegar, se teremos uma ultima chance de dizer adeus, ou um ultimo abraço. Por isso temos que agradecer, cuidar, admirar, e amar o próximo. Dizer que é feliz por ter-lo por perto. Por isso, ainda hoje, se importe, se declare, diga que sua vida é mais bonita por ter alguém ao seu lado. Quem inventou a tristeza não conheceu a alegria, esqueceu que amar e ficar juntinho é a felicidade de um grande amor. Amanhã é incerteza, é amanhã e ainda não chegou! Então que o agora sejamos só de amor.

SONETO 01

Hoje como ontem é só um dia
E o dia que ontem foi hoje não corta.
O traz para bater a minha porta
Como a tristeza e a alegria

Se minha tristeza parece morta
Vive eternamente minha alegria
Como pode um dia morrer um dia
Posso ver minha alegria torta

Um dia seus tracejos mostrados
Pareciam dores e sonhos terminados
Eram como o final de uma jornada

Na verdade era o fim dos pesadelos
Que nos perseguiam nas noites e pelos
Dias, que não se dava uma passada.

03/02/1994

-Meu amor é um pecado

Meu amor é um pecado...
Meu amor é uma mulher...
Meu coração está quebrado...

E eu nasci doente...
Mas eu amo isto...

Você toma meu pecado para que eu me sinta livre?
Mas eu me sinto como um cachorro obediente...

Amém, amém, amém...

Oh bom homem, salve-me da escuridão...
Eu me sinto como uma boneca quebrada...
Eu sinto como se estivesse me afogando...
Em um oceano de minhas lágrimas...

Não consigo respirar...
Alguém me salve por favor...
Porque já não tenho forças para continuar...
Oh meu bom Deus me ajude por favor...

Querido diário.

Mais uma vez me encontro exausta, e desanimada de tudo e todos.
Nesses dias que não vim ate você eu me forcei a ser capaz, eu me enganei ( tentei). Ouso dizer que nunca atuei tão bem.
Eu não senti falta.
Do sorriso, do olhar, do toque e da voz
Mais ai me dei conta que minha paz, meu vício se resumia a esses pequenos gestos.
Então a ficha caiu mais uma vez, sinto meu corpo falecer aos poucos. Como se faltasse algo nele que e tão essencial que sinto que em breve restara apenas uma carcaça velha e cansada ( apesar de não ser velha), o tempo ta castigando o silêncio ta sendo tão pesado que não sei ate onde ainda vou caminhar.
Sei que agora está decepcionado comigo, diário. Eu tentei ser o melhor de mim sem o que disperta o melhor. E falhei!

Me deitarei hoje com o coração transbordando num nível que lagrimas ja me faltara pela manhã.

Boa noite

Vai passar
esse é só um momento ruim
tente focar
na perspectiva de melhorar
do encontro com o mar
do amor
do perdão
vai passar
porque tudo passa como um vulcão
às vezes calmo, outras em ebulição
acredite e tenha fé
vai passar
esse é só um momento que não te consumirá
mas mostrará um lado forte que há de existir
em você
vai passar
e vc disso tudo
ainda vai rir

⁠Por um Triz

Quando eu parto, eu me parto em dois.
Sozinho, meu coração quase para de bater.

Volto pra casa, fico de pé nessa sala vazia,
Que só a sua alegria é capaz de encher.

Saiba que desde quando era só uma faísca,
A tua companhia sempre foi capaz de me aquecer.

Mesmo fingindo não se sentir tão sozinha,
Me espera contente. Eu preciso tanto te ver.

Quando está distante, reviro meu mundo,
Quase enlouqueço, tentando me convencer,
Que teus grandes olhos negros entendem:

Não é você que precisa de mim,
Eu que não existo sem você.

(Besouro Revirado)

⁠Soneto da Despedida

Quando te vi passando por aquela porta,
Pareceu-me que ia junto contigo.
Senti o tormento me dando uma amostra
Do que seria viver sempre arrependido.

Arrependo-me por não ter tido a coragem
De estender minha mão e segurar a tua,
E dizer-te numa simples e doce mensagem:
Nunca se esqueça da minha triste figura.

A amarga ausência permanece no ar
E a inesperada partida ainda agoniza.
Se o meu sofrimento pudesse o tempo parar

E prolongar este abraço por uma eternidade,
Minha tristeza iria te mostrar
Que nunca te odiei, só a amei sem coragem.

(Besouro Revirado)

⁠*Bom dia, meu amor ❤️
Espero que você tenha acordado feliz, descansada, pronta para viver mais um dia abençoado por Deus. Que a sua luz espalhe alegria por onde você passar. Só de saber que você existe o meu mundo fica melhor.
Obrigado por fazer de mim o homem mais realizado que existe. O seu amor alimenta a minha vida. Muitas realizações, felicidades e todas as conquistas em mais um dia que começa. Amo amar você.*

⁠Críticas descompromissadas? Resiliência nelas!
Aqueles que lideram, realizam, abraçam a Missão do Reino ou quaisquer outros projetos, especialmente, quando focados no bem comum, devem exercitar o seu amadurecimento espiritual para lidar com essa inimiga rasteir - a crítica sem compromisso. Faz bem estar atentos aos seus métodos tinhosos, sujo, torpe...
Que eu defino assim: a crítica descompromissada descansa, confortavelmente na sala de estar, enquanto a sua amiga inseparável - a inveja - observa tudo, escondida no lavabo.
Claro. A crítica descomprometida nunca está só. E a grande força que recebemos com a nossa maturidade, é a resiliência. É com resiliência que processamos as mudanças das nossas atitudes diante das adversidades, para fazer delas não mais, apenas um problema a ser enfrentado, mas para despertar capacidades, em nós, que - "em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas" - como ensina o poeta Horácio.

⁠Ela é linda, quase perfeita.
Ela tenta parecer durona mas seu olhar meigo a entrega.
Seu sorriso digno de admiração muitas vezes fica escondido em meio as situações do dia a dia.
Mas ela sempre consegue nos surpreender.
Em meio ao caos o seu sorriso é a calmaria que tanto esperamos.
Ela é linda com suas pequenas imperfeições que a torna única.
Unicamente linda.

⁠Sempre vai existir um novo dia, uma nova semana, um novo, recomeço quantas vezes for necessário.
Deixe de lado o que não Soma e
ame as pessoas, seja HONESTO e RECIPROCO mas nunca, nunca, NUNCA coloque alguém acima de você, acima dos seus SONHOS.
Lembra sempre que GRATIDÃO escreve histórias 👊🏾😉🇧🇷