Crianças passam Fome
Após encarar os demônios em minha mente percebi que os leões de cada dia não passam de crianças mimadas.
Tantas crianças passaram e passam pela nossa vida que precisamos muitas vezes nos perguntar que DIFERENÇA ESTAMOS FAZENDO NA VIDA DESSES PEQUENOS que estão crescendo e bem ou mal fizemos ou fazemos parte desse crescimento, a esses só podemos pedir desculpas pelos nossos erros e por muitas vezes esquecermos que que já tivemos a idade deles, e rezarmos com todas as forças para que eles cresçam melhores do que somos e sempre muitos felizes...
Os dias passam
voam
gritam por deixar ficar mais um tempo
como crianças que não conhecem da vida
como sábios que demais sabem do mundo
Quando se é criança a gente tem impressão que as horas não passam. Depois na adolescência muitos queriam ser adultos, e quando mais velhos e adultos a gente acha que o dia não tem tempo suficiente para fazer tudo que a gente queria fazer.
É sempre aproveite o tempo que você tem.
Haverá dias em que será preciso desprender-se dos limites impostos pelos anos que passam sem pena, atropelando a leveza da nossa história. Haverá dias em que será preciso voltar-se para si e ver-se criança. De novo. Sob uma nova perspectiva. E pular. Gargalhar. Falar bobagens além daquelas que já dizemos quase sempre, sobre assuntos que defendemos apenas por interesses pessoais. Haverá dias em que será necessário perder o interesse do resultado. No jogo, na vitória. E apenas vivenciar a partida com entusiasmo, vontade e perseverança. Dias em que desejaremos, de todo o nosso coração, um colo para nos dobrarmos e chorarmos. Nos despindo de toda a força e felicidade obrigatória dessa gigante roda torturante de parecer sempre bem. O pula-pula. O pega-pega. O pique-esconde. A amarelinha solta pintada no chão da rua. A bola passando entre os dois chinelos de dedo. O grito de gol. O abraço apertado. O amor que não tem beijo - e nem precisa. Apenas uma contemplação e admiração de uma beleza percebível aos olhos da alma. Sem escudos. Haverá dias em que precisaremos ter medo. Do escuro, do trovão. Do monstro debaixo da cama, de dentro do armário. Ou de nós mesmos. Para lembrar que nem sempre seremos fortes o suficiente como quando éramos crianças.
Aparentemente, as fases mais deleitantes são as que passam mais depressa por deixarem evidente que o tempo é constante, persistente, não para um instante entre passado, presente e futuro, mudando mundos e mentes, sentimentos rasos ficam profundos, pensamentos inoportunos
e contundentes.
Seguindo nesta mudança frequente,
a infância se despede e a criança de antes cresce e passa a ser adulto
e logo os cabelos brancos aparecem,
portanto, tudo pode mudar em anos, minutos ou em frações de segundo,
não tem como evitar, o que pode ser feito é aproveitar o máximo precedendo as transições,pois não tem como voltar.
Apenas O Senhor tem o controle do tempo, humanamente não pode ser controlado, mas se for usado de forma prudente, será melhor aproveitado, a vida ficará mais consistente, terá mais valor,
um lembrete de que viver é temporário.
Nesse exato momento
Lá fora, no frio e no vento
A morte consome
Mais uma criança que morre com fome!
Só um louco pode supor que o céu tem o tamanho dos seus olhos. Só uma criança pode acreditar que o mundo inteiro cabe no prato da sua fome.
Alegria do Povo
O povo-criança,por ser comportado
Ganhou um presente de pouco valor
Uma bola,uma trave,uma taça,uma faixa
E um grito de gol.
E o povo,coitado,pensou,enganado,
que a rua era sua,que a noite era dia
E gritou,e pulou e berrou e gritou
E bebeu e morreu,no seu jeito triste
de ser alegria.
A tristeza saiu pelas ruas
sentindo alegrias de Carnaval
A fome saiu pelas ruas
comendo fatias de vendaval
A Esperança ficou bem quietinha
virando poesia de Festival.
Esperança em que um dia esse povo
Contente de novo,cantando na rua
(que então será sua),
tenha outros motivos para festejar
Não tema as palavras, não fique calado
Nem grite esse grito,estranho,orquestrado
nem espere mais.
Na noite que é dia
O grito de gol se transforme em Poesia
Em grito de guerra,em cantiga de paz.
Dia do Cachorro-quente
Esse é um prato preferido
Quando se junta a criançada
Também é bom quando une os amigos
Pra bater papo e dar risada
O nome dele é engraçado
O seu consumo é popular
Tem versão gourmet ou prensado
Andando pelas ruas vai encontrar
No dia da guloseima ou pra matar a fome
Com batata palha, purê e servido quente
Esse prato gostoso tem nome
É o famoso cachorro quente
Por que admitimos a pobreza extrema, a morte de crianças por inanição e a humilhação de adultos a comer alimentos putrefatos? Como conseguimos sentar à mesa e, depois, dormir com serenidade deixando para trás, como se fossem nada, esses irmãos em súplica?
Pobre garoto sem destino! Pequeno e perdido menino... Sem ter o que comer; sem ter o que fazer; sempre a mesma roupa para vestir; sem saber para onde ir... Vai caminhando à toa até amanhecer! Pobre garoto da periferia! Hoje é só mais um dia sem sonhos, sem esperança, sem alegria... Pobre garoto!... Em um mundo de confusão onde tudo é sempre tão errado ele anda desconfiado, olhando para todos os lados. Tédio, medo, revolta, mentiras e promessas vazias de um momento cheio de ilusão à sua volta ... Uma angústia infinita em seu coração! É invisível em meio a multidão. Pobre garoto, hoje é só mais um dia de medo,fome e frio. Em seu olhar sempre um imenso vazio. Nada... Nada para fazer! Nada para comer! Tem muito a dizer, mas ninguém para ouvir! Ninguém quer saber se ele não tem para onde ir! Ele está passando! Tranquem as janelas e as portas! Quem é que se importa?! Lá vai o pobre garoto sem destino... Ele é só mais um entre tantos pequenos e perdidos meninos que vagam pelas ruas em tardes frias! Hoje é só mais um dia sem amor, sonhos, esperança ou alegria ... Pobre garoto da periferia!...
TEMOS UMA TRISTE PECULIARIDE:
O Brasil é o único país do mundo onde o pobre vai para as ruas contra ele mesmo.
Um sopro, onde o vento não passa...
Há dias, em que a África mora aqui
Em outros, fica logo ali, depois do jardim
É e foi sempre e sempre assim
Seja sob a lua, sob o sol, sob a chuva
Não é difícil de se aperceber ou encontrá-la
Basta tirar do horizonte o olhar e mirar
Nas crianças nordestinas: anjos sem asas!
Nascidas guerreiras, já quase em partida
Encolhidas em colos, sedentas de vida
Eu quero um dia poder sonhar
Um dia quando eu tiver um lar, um lugar pra morar
Uma escola pra estudar, brinquedos e amigos pra brincar
Quando eu puder dormir seguro e de barriguinha cheia
Tomar banho três vezes ao dia, tiver roupas limpas pra usar
Quando minha familia estiver feliz, quando eu puder sorrir
Talvez eu possa sonhar.
Tenho esperança que um dia poderei sonhar em ser professor
Artista ou talvez doutor, pintor, poeta ou escritor
Quero ser astronauta e trabalhar na NASA, quero ser bombeiro
Engenheiro, arquiteto e desenhar vários prédios
Quero ser veterinário, quero ser empresário e ter um belo carro
Enfim, fico feliz só de pensar em um dia poder sonhar.
Hoje? Hoje não. Não posso sonhar...
Durmo na rua não tenho um lar
Não estudo, pois tenho que trabalhar
Saio pras ruas fazer malabares e ajudar minha família.
Brincar? Também não posso
Só tenho tempo pra trabalhar
E se tivesse tempo, só poderia imaginar
Pois não tenho brinquedos pra brincar.
Não durmo direito, porque tenho frio e medo
Mas o pior de tudo é a fome, ela me consome
Mastiga minha barriga e todo dia é a mesma agonia.
Não tomo banho direito, pois não tenho um chuveiro
E tenho que vestir a mesma roupa suja
E rasgada da semana passada.
Minha família não é feliz... Minha mãe é drogada
Meu pai nos abandonou, meus irmãos um já roubou
E o outro matou, mas não foi culpa deles
No primeiro estávamos com fome e o outro
Foi ele que provocou.
Portanto, não me julgue ao me ver sujo e maltrapilho
Eu não pedi isso. Nem me negue atenção
Se não quer me dar dinheiro, me dê aplausos, sorrisos
Me dê um abraço, carinho e amor, afinal, somos todos irmãos.
Não tenho sua educação, mas terei gratidão.
Mas eu tenho a esperança que um dia poderei sonhar...
E nesse sonho será tudo novo, terei brinquedos, comidas
Roupas novas e limpas, minha família será feliz
E eu vou rir o dia inteiro
Poderei ir à escola e aprender coisas novas
Será divertido ter amigos e respeito!
Será incrível no dia que eu puder sonhar
Mas por enquanto, só posso ter o privilégio
De imaginar que um dia poderei sonhar...
— Que vamos fazer? A gente não pode contentar com uma parte menor ainda das safras. Estamos na miséria. As crianças tão sempre com fome. Não temos roupas, só farrapos. Se toda a vizinhança também não fosse assim, a gente teria até vergonha de ir à missa.
(As Vinhas da Ira)
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