Cores
A vida em plenitude é feita de todas as cores, dos vários sabores , dos vários odores, que revelam a cada dia novos amores.
Enfim somos mais cores, vibrações, energias e ondas espirituais que matéria física dentro de um mundo imaginário bem distante da verdade.
Tenho um medo terrível da sanidade, triste, previsível e efêmera. A loucura imaginativa das cores e formas me alimentam todos os dias, diante dos desconfortos da vida, como ela é. Sinceramente creio na maior liberdade do hospício muito mais que entre o zig zag dos autômatos fantasiados de gente nos escritórios contábeis, enforcados e engravatados.
A criatividade com cores vivas e vibrantes é um manifesto por mudanças. Um belo tipo de ousadia e inconformismo a tudo que a vida, ainda tem, de indeciso e acinzentado.
Só pela arte que criativo em mim minha realidade e com isto em mil cores, mil amores, resgato na diversidade do universo, minha madura sanidade.
Parece me ainda muito difícil conseguir ver a alma de cada cor no meio da natureza das cores. Seria como saber desde o inicio o que só se aprende com muito tempo de vivencia no garimpo, que diante dos diamantes brutos, in natura, mais escuros serão aqueles que depois de lapidados darão as gemas mais brancas, melhores cristalizadas e mais puras.
O que todo artista iniciante deveria saber é que nunca a repetição de um tema, das cores ou da técnica que já é ou foi sucesso e tem muito valor para um artista famoso será o mesmo sucesso por cópia outra vez. Cada momento dentro do processo de aceitação e valorização da obra de arte dentro do processo de criação é único e o mercado é muito rigoroso quanto à originalidade.
Somos como passarinhos de todas as cores nos campos de lírios da vida. Amanhece e anoitece, entre a brisa suave e o orvalho da saudade mas temos a unica certeza que o que precisamos nesta existência. é somente Deus que sempre nos provem.
Confesso que desde menininho entendi a força das cores e das formas desenhadas por liberdade muito antes de aprender a ler e a escrever. A vida é arte.
A verdadeira arte nos cobra diuturnamente posicionamentos, cores e palavras muito mais que a necessidade financeira para pagarmos as contas de nossa cultura.
o artista Moacir Andrade foi o meu maior mestre sobre as cores da Amazônia. Tudo de um jeito simples, como é típico de quem sabe, entre os igarapés, igapós e balneários da Grande Floresta. Suas palavras embebidas de magia do dia a dia, das que se encontra por esperança nas populações ribeirinhas ecoam no meu imaginário nas noites de lua cheia.
Querem limitar as cores do arco-íris na perpetua ingenuidade que possamos aprisionar a vida numa pequena
caixa de ouro.
Vivo aparentemente isolado mas meus movimentos são repletos de cores. Cores estas de minhas infinitas conexões vibratórias e freqüências atemporais espirituais, visíveis e invisíveis que celebram a vida com o verbo do bom, do bem e do belo, generosamente em abundancia a todo momento por todo universo.
A arte contemporânea por buscas primaz de cores puras e criações diretas essenciais supervaloriza automaticamente a arte primitiva e ingênua.
A beleza da vida é receber com carinho o novo, amar todas novas cores e as novas formas, colorir e reformar mais um pouco nossa forma acomodada de ser e nossa possível monocromática persistência.