Conto Amor de Clarice Lispector

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"Tinha suspirado
Tinha beijado o papel devotamente
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
sentimentalidades
E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que
saía
delas
Como um corpo ressequido que se estira num banho
lépido
Sentia um acréscimo de estima por si mesma
E parecia-lhe que entrava enfim uma existência
superiormente interessante
Onde cada hora tinha o seu intuito diferente
Cada passo conduzia um êxtase
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações."

Quem me dera,
um amor de verdade
Destes que só existe em conto de fadas
que o amor surgisse do nada

Quem me dera,
acredita que o amor existe
Pudesse vivenciar
esta existência...

Quem me dera,
ver um sorriso belo que fosse assim só meu
Poder andar de mão dadas
ao longo dos caminhos

Quem me dera,
encontrar um sonho lindo
Para com este viver uma historia
de amor... Quem me dera!
Shirlei Miriam de Souza

Inserida por Shirleimiriam

Teria...
Sera que algum dia encontrarei o amor...
O amor não existe...
O conto de fadas é uma imaginação
Quem me dera entender o coração
Que de fato me entrega a cada novo sentimento
Seria eu feliz algum dia
Quem dirá serei
Só o tempo permite a dizer
Que o destino são fragmentos de historia
Que por segundos e segundos acontece
O futuro só a Deus pertence
E virá com certeza
Se amor um dia acontecerá só depende daquele que quer me amar!
Shirlei Miriam de Souza

Inserida por Shirleimiriam

TUDO PASSA… O AMOR NÃO…

Madrugada, às vezes,
Sinto medo, me conto segredos,
Vou na memória,
Conto-me histórias de
Glórias e vitórias,também me
Acho, em vários fracassos;
Choro, nos braços da emoção;
Carrega-me no colo, e
Deita-me no coração,
Silenciosamente,
Ouço uma canção de ninar,
Que delícia, ouvir acreditar,
Tudo passa, a dor também,
O amor, não;
Faz a vida continuar,
Nasce o sol pra
Me acompanhar,
Um novo dia, vou melhorar,
E continuar a amar.

Inserida por Siby

O JOGO DO AMOR

Tudo começa num olhar
Vai passo a passo conquistar
Tenta-se não se apaixonar
Não consegue dominar
E então você não pode controlar
Fica querendo se afastar
Mais no intimo você quer mesmo é estar
Ao lado para ver o que vai dar...

Apenas dois jogadores, irão jogar
Os dois irão alcançar
A vitória do amar...

E por fim irão viver
até quando esse jogo favorecer
Dias ensoladorados em seu viver
E tudo preencher ao seu ser
E nenhum querer desfazer

Esse sentimento que faz o coração bater,
Sofrer, querer apenas: "Eu e Você"!

Soneto do amor demais

Não, já não amo mais os passarinhos
A quem, triste, contei tanto segredo
Nem amo as flores despertadas cedo
Pelo vento orvalhado dos caminhos.
Não amo mais as sombras do arvoredo
Em seu suave entardecer de ninhos
Nem amo receber outros carinhos
E até de amar a vida tenho medo.
Tenho medo de amar o que de cada
Coisa que der resulte empobrecida
A paixão do que se der à coisa amada
E que não sofra por desmerecida
Aquela que me deu tudo na vida
E que de mim só quer amor - mais nada.
Vinicius de Moraes

Vire essa folha do livro e se esqueça de mim
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz

Agora vá sua vida como você quer
Porém, não se surpreenda se uma outra mulher
Nascer de mim, como do deserto uma flor
E compreender que o ciúme é o perfume do amor

No fim tudo vai dar certo.
Seja como for.
Ainda mais se for por amor.
Se reinvente.
Faça o bem.
Pois ajudar faz bem.
Sem querer em troca nenhum vintém.
Ser feliz para hoje é o que há.
Não aceite menos, não se deixe levar.
Corra atras, queira sempre mais.
Procure o amor, ganhe a paz.
Seja forte, seja esperto.
E como eu disse no começo.
No fim tudo vai dar certo.

Porque (Carlos Drummond de Andrade)

Amor meu, minhas penas, meu delírio,
Aonde quer que vás, irá contigo
Meu corpo, mais que um corpo, irá um'alma,
Sabendo embora ser perdido intento
O de cingir-te forte de tal modo
Que, desde então se misturando as partes,
Resultaria o mais perfeito andrógino
Nunca citado em lendas e cimélios
Amor meu, punhal meu, fera miragem
Consubstanciada em vulto feminino,
Por que não me libertas do teu jugo,
Por que não me convertes em rochedo,
Por que não me eliminas do sistema
Dos humanos prostrados, miseráveis,
Por que preferes doer-me como chaga
E fazer dessa chaga meu prazer

Deus é Deus de amor que transforma a semente em árvore, em fruto que alimenta a vida, e, por vezes, o luto!...
Deus é Deus de amor que muda o ninho dos pensamentos em ninho de luz; que muda as idéias em ação que nos conduz, ou deixa que nós caiamos, para compreender Jesus.
Deus é Deus de amor que nos deu os pés, para que haja caminhada, nos ofertou as mãos, para dar trabalho à enxada; mas, se ferirmos o companheiro, erramos a estrada.
Deus é deus de amor que nos deu a cabeça para pensar, que nos premiou com o coração para amar; quem aceita o ódio, não pode cantar.
Deus é Deus de Amor que tudo fez, sem usar o alarde, que tudo faz, mesmo que achemos tarde; que nunca diz: Sois covardes.
Deus é Deus de amor que nos deu o verbo e nos ensina a falar, que nos deu a boca e nos ensina a cantar: que nos deu o coração e nos ensina a amar.

Era uma vez
Era uma vez amizade,
que virou afeto,
que virou carinho,
e depois amor.
Era uma vez o amor,
que virou distância,
que virou dor, raiva
e depois ódio.

Era uma vez ódio,
que virou indiferença,
que virou esquecimento,
e que me virou,
e nesse avesso,
virou a esperança
de nascer um dia
novos sentimentos.

O Amor

O amor nao eh palavra tola
Que se diz sem pensar
Sao estranhos sentimentos
Que se sente sem falar
O amor as vezes passa
Sem que o passa perceber
O amor eh tao sem sentido
Que quem sente faz
coisas sem saber
O amor nao tem horas para chegar
As vezes chega tarde
Quando já nao há espaço pra entar
O amor nao sobe de fronteira
De estrada ou de lugar
ao medi conseqüencias
Nao tem hora para amar
Perdido entre pessoas
Dá razao ao sorriso ou ao seu chorar
O amor esquece de provacoes
Tudo ele pode perdoar
Permite reconciliacoes
E dá chances para recomeçar
O amor nao vê limites
Dá o pode de si,e,oferece sem nada esperar....

Erros meus, má Fortuna, Amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a Fortuna sobejaram,
Que para mim bastava Amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa (a) que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! Que tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Gênio de vinganças!

LIMITE
Meu amor estou no meu limite não posso mais esperar.
Não tenho mais a certeza de que você vai voltar.
Deixara-me esperando muito tempo. Este dia que não chega! está saudade que não passa, quero te ver! meu amor! Quero te encontrar...

Estou no meu limite! limite
da saudade, do seu amor que não recebo, do seu carinho que nunca tenho.
Entreguei-te meu coração e agora me deixar-te na solidão.

Estou no meu limite
Que devo fazer sem você? que devo
fazer sem este amor? que me consome...
com a saudade que mata-me...
Estou no meu limite
Não quero mais te ver!
Não quero mais sofrer...
Amo-te sem querer... sofro sem você.

Não se Reconquista o Amor com Argumentos Não te esqueças de que a tua frase é um acto. Se desejas levar-me a agir, não pegues em argumentos. Julgas que me deixarei determinar por argumentos? Não me seria difícil opor, aos teus, melhores argumentos.
Já viste a mulher repudiada reconquistar-te através de um processo em que ela prova que tem razão? O processo irrita. Ela nem sequer será capaz de te recuperar mostrando-te tal como tu a amavas, porque essa já tu a não amas. Olha aquela infeliz que, nas vésperas do divórcio, teve a ideia de cantar a mesma canção triste que cantava quando noiva. Essa canção triste ainda tornou o homem mais furioso.
Talvez ela o recuperasse se o conseguisse despertar tal como ele era quando a amava. Mas para isso precisaria de um génio criador, porque teria de carregar o homem de qualquer coisa, da mesma maneira que eu o carrego de uma inclinação para o mar que fará dele construtor de navios. Só assim cresceria essa árvore que depois se iria diversificando. E ele havia de pedir de novo a canção triste.
Para fundar o amor por mim, faço nascer em ti alguém que é para mim. Não te confessarei o meu sofrimento, porque ele te faria desgostar de mim. Não te farei censuras: elas irritar-te-iam justamente. Não te direi as razões que tu tens para amar-me, porque não as tens. A razão de amar é o amor. Também não me mostrarei mais, tal como tu me desejavas. Porque tu já não desejas esse. Se não, amar-me-ias ainda. Mas educar-te-ei para mim. E, se sou forte, mostrar-te-ei uma paisagem que fará de ti meu amigo.

Falemos de amor na poesia Leve de "Um soneto", de Guilherme de almeida:

Ama, quieto e em silêncio. É tão medroso
o amor, que um gesto o esfria e a voz o gela.

Não. O amor não é medroso. O poeta brinca apenas com a vulnerabilidade dos sentidos ao emprestar "O eco" à vida:

Perguntei à minha vida:
- "Como achar a apetecida
felicidade absoluta?"
E um eco me disse: - LUTA!"

Lutei - "Como hei de a esta pena dar a cadência serena
que suaviza, embala e encanta?"

- "CANTA!"

Cantei. - "Mas, como, num verso,
resumir todo o universo
que em mim vibra, esplende e clama?"
então, o eco me disse:

- "AMA!"

Amei - "Como achar agora
a alma simples que eu pus fora
pelo prazer de buscá-la?"
O eco, então, me disse:

- "Cala!"

Calei-me. E ele, então, calou-se.
Nunca a vida foi tão doce...
Tudo é mais lindo a meu lado:
Mais lindo, porque calado.[/i]

Lutar, cantar, amar e calar... assim queria o poeta. Lutar para que os desvarios mundanos não roubem nossa sensibilidade. Cantar a canção da dor e a canção o amor. Cantar pelos que, empedernidos, já não conhecem os acordes. Cantar por aqueles que impedem a canção alheia. Cantar o silêncio dos que não têm voz ou vez. Amar como ação necessária de encontros e paisagens. Contemplamos o mundo para conhecê-lo e transformá-lo. E calar? Mas como calar diante das feridas abertas da injustiça e da destruição do nosso irmão? Calar para, como Maria, a mãe da esperança, escutar a boa nova, a missão e então agir...

... Paciência não como acomodação. Calar é contemplar o que precisa ser mudado para depois lutar, combatendo o bom combate, e depois cantar uma canção nova e aí, então, amar. E calar novamente. Sim, amigo, é no silêncio dos nossos porões que habitam muitas razões.

Ganhar ou perder são imagens que temos de momentos que vivemos e de pessoas com as quais nos surpreendemos. Não sei, amigo, se você tem medo das perdas que surgem por ái. Ou se a paciência já é convidada do seu alimento diário. persigo a paciência como persigo a inquietação; Não quero deixar as coisas como estão. Quero mudar o mundo, sim, e para isso presiso também da paciência. E da cumplicidade. Sozinho, sou incapaz de prosseguir, até porque os medos contemporâneos não me abandonaram. Sozinho, sou capaz de desistir....

Busca do amor

Busco um amor
Que seja verdadeiro
Que seja real
Que seja único
Que seja amoroso
Que seja eterno
Que seja amável

Um amor...
Que tenha alegria
Que tenha paz
Que tenha confiança
Que tenha lembrança
Que tenha coragem

Um amor..
Que seja companheiro
Que seja amigo
Que possa caminhar ao infinito em todo o momento

Um amor...
Que tenha intimidade
Que tenha amizade
Que tenha um sorriso amável
Que tenha olhos de alegria

Um amor...
Que acredite no amor
Que acredite na liberdade
Que acredite na paixão

Cujo amor...
Nasça do amargo
Nasça da briga
Nasça de um espinho
Nasça em um coração

Um amor....
Que tenha sinceridade
Que tenha naturalidade
Que tenha simplicidade

Que seja capaz de chorar
Que seja capaz de sorrir
Que seja capaz de gritar
Que seja capaz de amar

Que acredite
Que tenha
Que seja
Que nasça

Do amor e do reflexo de Deus

Estranhamento

Estranho
que depois dos 40
esteja aprendendo
o que é o amor.
Que tolo então eu era
achando
que já sabia tudo de cor
pensando
que nesta matéria
não sentiria mais dor
pois dor e alegria me abalam
e humilde
- reaprendo quem sou.

Talvez pensasse
já ter resolvido a questão
quando na adolescência
morto de amor
vivi a ressurreição.
Mas o amor revém
com seu mistério sobre o homem
que em breve
será velho. Revém
e me humilha. Me humilha
e glorifica
me deixa doce perplexo
enquanto minha carne
se estremece
- e maravilha.

Os Dois

Eu sou dois seres.
O primeiro fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
É fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valèry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu e vaidade.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades e frases.
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Do Amor que Passa


Receba, nesta flor, minha proposta
que, parecendo tímida, é insistente:
Das ternas fantasias que mais gosta,
anseio partilhar, discretamente...

Mais que sorriso, espero por resposta,
aquele suspirar que, então, pressente
cada arrepio, quando alguém lhe encosta,
na morna flor do corpo, um beijo ardente...

Mas, além da paixão, não queira laços,
nem saudade ou remorso deste ensejo;
esqueça a flor, os versos, os abraços...

E aceite assim, sem juras, este amor
que apenas dura, intenso qual desejo,
enquanto passa, frágil como flor.