Confesso que Vivi
Durante muito tempo, quis ter-te de volta. Quis, que voltássemos a ser apaixonados, um pelo outro. Confesso que me enganei!
Confesso!!! sou culpada de despertar certos sentimentos em ti!
Porém sei que nunca seria capaz de me desmenti!
Mata em mim essa vontade de amar!
A minha curiosidade de mulher me permite queimar!
Se chamares eu vou, mas prometa que nada será em vão!
Do contrario serei obrigada a arruar uma solução!
Será isso o amor, depois da espera de uma paixão?
Ou será uma paixão que irá domar meu coração?
confesso que se eu tivesse a chance de realizar meus desejos, seria perfeito esse encontro! Assim como já existe aqui dentro de mim, em minha mente!
Eu confesso mesmo
Não nego.
Algumas atitudes me envergonha.
Mas essa porção medonha.
Que me levo ao tribunal.
Eu me rendo e me entrego.
Olho ao quatro cantos.
Vejo o infinito.
Nosso altíssimo em todo canto.
Isso eu sinto.
Por toda dimensão incalculável.
Por todo mistério imutável.
Um céu difícil de alcançar.
Nós vivemos uma comédia humana.
Tentando tampar o sol para remediar.
Sou minúsculo grão.
Impotente.
Incapaz.
Fraco.
Nada praticamente.
Principalmente.
Quando minha mente.
Despreza os sinais.
Por isso digo seu juiz.
Inclino meu nariz.
Mostro minha cicatriz.
Tendes profunda piedade.
Tome esse moço.
Pela misericórdia de tua verdade.
Arranque de mim as algemas.
Diga me o que é liberdade.
Giovane Silva Santos
Confessando
Se é questão de confessar
Não sei andar de bicicleta
E tenho medo do escuro
Se é questão de confessar
Me irrita sua distância
E as vezes em que você é imaturo
Comigo nada é fácil
As vezes até sou extremista
Porque não sei ser morna quando se fala do coração
Se é questão de confessar
Não gosto muito de salada
E não canto muito bem
Se é questão de confessar
Penso muito em você
Mais até do que deveria
Comigo nada é fácil
As vezes até sou boba
Porque não sei ser racional quando se fala de você
Eu gostaria que a estrela mais brilhante do céu essa noite
Realizasse esse meu desejo
Em ter você aqui comigo
Te abraçar apertado
E esquecer todas as brigas das tolas e desnecessárias brigas
Se é questão de confessar
Meu orgulho me corrói a alma
E fere o coração
Se é questão de confessar
Penso em você bem mais do que deveria
Se é questão de confessar
Não gosto de salto alto e de cebola
Se é questão de confessar
Morro de medo de altura
E tirando todos os meus muitos medos
Algo grandioso
Concretizou-se em mim
Aconteceu
Apaixonei-me por você
Sou uma tola pois
Não é o mesmo pra você
Por favor, confesse a mim
O que afinal sou pra você
Delação Premiada
Ela participou comigo nesse crime sim... Enganamos todos e a nós, fugimos do censo comum.
Ela sabia de tudo, sabia que esse amor tinha prazo, sabia que uma hora iria nos magoar com o seu fim, mas, mesmo assim teve a frieza de me amar e, com requintes de crueldade, me fez o ser mais feliz do mundo. Partiu a me deixar pagar por um crime que não cometi só, hoje cumpro pena em árduas lembranças pela morte do nosso romance.
Digo isso hoje e ganho o direito de respirar aliviado, diminuo assim parte das minhas dores.
Eu confesso a ti que não está sendo fácil te manter longe de mim, me conter longe de ti, evitar dizer todas as horas do que está se passando aqui dentro.
Imagina só. Se quando fôssemos dormir, os desejos do coração se tornassem reais, no dia seguinte tu seria meu, apenas meu, assim como me sinto tua e tu nem sabes. Confesso que tua presença é como se eu pudesse voltar no tempo, me causa sensações e emoções que há muito tempo não sentia. Ao mesmo tempo que parece um furacão, me traz também uma certa pureza pela forma que acontece.
Confesso que, quando estou ao teu lado, o que eu mais desejo é que eternizassem esses momentos e que não existisse mais nada a se preocupar, porque teu beijo, teu toque, tua pele, me tira o medo, me enche de uma sensação gostosa, mas também muita incerteza, incerteza que me faz querer aproveitar cada segundinho, porque é incerto outra oportunidade, como se aquele nosso momento fosse único sem chance de reviver, e no fundo é assim, somos tanto e ao mesmo tempo nada.
Confesso que tu chegou assim e, em tão pouco tempo, está me virando do avesso o que estava guardado.
Confesso, já culpei várias pessoas inocentes apenas pela minha indecisão de saber quem eu realmente era, já briguei com pessoas que eu amo pela desconfiança em seu sentimento por não ser igual ou melhor que o meu, já fiquei perdido em uma tarde de domingo no silêncio apenas para tentar meditar sobre esta questão. Afinal, quem eu sou?
Sem amor eu me sinto livre
e vazia...
pelo menos eu não preciso confessar,
que estou amando e ser punida pelo
seu silêncio.
“FATEOR”
Tu vês, ó poesia. Estou desapontado
Calado, num emaranhado de ilusões
Em meio a várias inquietas emoções
Nesta tarde de verão, cá no cerrado
O céu no azul imenso de sensações
A saudade que fica aqui do meu lado
Definhando o peito, e já tão apertado
Nada me confortas, tudo imensidões
Estou acabrunhado, só, tão perdido
Em uma voragem dum amor dorido
Que hauri de vozear, correr e passar
Tu vês, minha poesia, quanta solidão
Se o choro alivia minha alma, em vão
Deixando o dia triste com triste olhar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11, março, 2022, 13’19” – Araguari, MG
Um chocolate derretendo no cantinho da boca. Escorrendo devagarinho a deslizar por cada poro como se fora uma criança que passeia pela cidade e desliza suas pequenas e suaves mãos pela vidraça do prédio conforme avança em seus passos despretensiosos; ao avistar a beira, vai desacelerando os passos para que deslize mais um pouco, adiando o momento em que seus dedos se desprendem, quase se despedindo, da última vidraça do prédio.
Assim imagino, o percurso de uma gota de chocolate escorrendo pelo canto esquerdo da minha boca. A sensação de senti-la rastejar de um canto da minha boca para outro, alcançando o queixo querendo se jogar de braços abertos ao abismo, esperando que meus dedos a alcance e a leve-a para meus lábios; me faz pensar em você.
Uma gota de desejo escorrendo por mim, eriçando cada poro em que desliza. Uma gota de desejo que por onde passa tudo vasculariza.
Algo me diz que essa gota precisa jorrar de algum lugar e terminar essa doce e sutil agonia que é, desejar você.
Não devemos confessar nossas fraquezas a quem quer que seja!
Pelo menos enquanto vida tivermos.
A não ser em nossos leitos de morte.
Afinal, os que nos traem, são sempre os que pernoitam sob nosso teto.
SAUDADE QUE CONFESSO
Depois que te perdi, só depois, da tua partida
Senti no peito, um vazio, que cá eu confesso
Um calafrio na alma, aquela pior dor sentida
E, se há igual, parecida, afirmo, não conheço
Suspiros sofrentes e aquele choro espesso
As noites tão compridas na ilusão perdida
Ladeando a emoção, cujo o certo endereço
É o coração, que arde numa aflição sofrida
Depois que foste, só depois, singular paixão
Me vi significado em uma constante tortura
De sussurros duma surtada dorida contrição
De não retribuir, a ti, o carinho que me dava
Com exatidão, repondo com minha ternura...
Ah! Saudade, está sensação, não imaginava!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 janeiro, 2023, 19’56” – Araguari, MG
"Às vezes isso acontece
E não é nem dor, nem castigo
Vivo num mundo à parte
Faço de mim meu abrigo...
Quando você se retrai
Fecho este mundo e nem ligo
Faço poesia da ausência
E nas entrelinhas confesso
O amor que jamais te digo."
Lori Damm
E meu coração disparou! Fazia tanto tempo que agente não se falava e confesso que você ainda mexe comigo, é estranho, mas é como se o sentimento tivesse adormecido e de repente acordasse.”
