Coleção pessoal de mucio_bruck

121 - 140 do total de 232 pensamentos na coleção de mucio_bruck

Amor sem fim...


Sim, são para ti os versos que nascem
Silenciosos, simples, quietos, atentos
Sentidos, mas, cada vez mais desejados
Versos não declamados, vindos amados

Sim, é a ti, menina, estrela de meu céu
A quem dedico cada letra, palavra, frase
Que, mesmo no silêncio que me é avesso
Em vontade de expô-los... coisas de apreço

Sim, é a ti, jovem, feminina de sorriso pronto
Cabelos negros, vestido em chita em remendo
Alma sem males, coração e atitude de moça rica
Em detalhes, em costumes, talhados pela vida

Sim, é por ti que meu mundo ganhou cores, se abriu
Não nego, meu jeito de homem a deseja pelo olhar
Bem mais que além do abraço, num eterno querer
Suporta a impaciência sã, nascida casta, velada

Sim, te encontro morando em mim
Olhos rasgados, corpo de menina mulher
Voz em falas moderadamente suaves e pausadas
Que sabe contar estrelas, sonhos, encantos que cria

Sim, nada explica tamanho desatino e desejo
De tê-la em meus braços, do nascer ao findar do dia
Mas a mudez prevalece quando em sua presença
Me acolhes, segura, amada em silente destino


Sim, em mim pulsa a paz, jamais sabida
Somente sinto, inquieto, aspiro sua atenção
E de tudo, nada sabes, nada que sinto a alcança


Quiçá, restou trazer em mim, um amor sem fim

Ny’s...



És uma, dentre tantas quantas há
Ès filha, menina, mulher de sonhos e sorrisos
És madre, que em língua outra, diz-se “mãe”
Que nada espera, mas tudo cria, inventa sortes


Corre contra o vento e a favor do bem
Flutuas nos sonhos tal qual cuitelinho e pipas
Trazes nas mãos um punhado de carinho
Um tantin de pureza e a luz de todo caminho


És aquela que não julga... não aponta culpa
Que não diz o que fere... só cuida em silêncio
Porque negas machucar com verdades
Mentiras vãs, infladas de culpa e intento


És a branca, a morena, a negra, a vida
Guardada dentro da beleza desejada
Admirada pelos olhares que a desnuda
Disparados por passantes que a guarda nos olhos


És, antes de tudo, a primeira amada
A flor do Edén, a fonte de paz, o brilho da lua
Guerreira, sobrevivente, ente de cura
Que luta a batalha dos justos, por destino e jura

O ciclo da vida que vive em mim...

Estou num momento da vida que me sinto mais completo, mais homem, no sentido de quase sentir palpável muitos dos sentimentos que estavam adormecidos... já tenho mais clareza e olho pra trás e vejo que meu eu não é o mesmo!
Estou mais maduro, me sinto grande e palpavelmente humano, mais pessoa, mais gente, mais eu em meu eu!
Sei e sinto que sou capaz de realizar coisas de sentimentos singulares e ter a palavra certa, pronta, em verbos, substantivos e advérbios para descrevê-los, se preciso for!
A criança que fui, num repente, se fez adolescente e nesse ciclo, segui pela estrada optada, nos momentos em que minhas decisões deram muito certo... e outras que tomei poderiam, ter sido sido evitadas. Mas, foram exatamente essas últimas que me ajudaram a me edificar e a tornar-me quem sou.
Acordei numa manhã, cuja data me foge à lembrança e viajei em mim!
Me surpreendi com o inesperado, vasculhei minhas “gavetas”, meus “locais”, pouco visitados, passeei pelo jardim que há em mim, encontrei flores de todas as cores e formas, e também, algumas ervas daninhas e eu, jardineiro de mim mesmo, a tudo deixei da maneira que me apraz, apreciei cada desejo de bem que encontrei em meu eu e foi então que apercebi: “ah, quanto acertei em minha jornada até aqui!”
Me peguei o homem que sou, que cresceu, em sentimento seguro, tal qual um anjo que acabou de ganhar asas e saiu a alçar voo em direção ao destino já reservado. Do alto de minha “construção”, pude ver e identificar meus verdadeiros amigos, esses que levamos, por desejo, pela vida afora. Me dei conta de quão mais confiante e seguro me sinto. Mais corajoso. Embora as decepções não deixaram de me visitar. Aprendi não mais agir por impulso, mas pela consciência.
Meu ciclo de vida, conta que os amigos de ontem e nem os de hoje são eternos, como também não serei em meu amanhã!
Aprendi que não há quem não erre e nem feridas que não se cicatrizeml
Talvez, restem erros e marcas, mas não permanecem eternas.
Certo é que, entre uma ou outra maneira, seja simples ou complicada, o guerreiro que me habita jamais abandonou as lutas necessárias, as batalhas confiantemente guerreadas e que depois de tudo, aqui estou, de pé, seguindo em frente, cumprindo esse ciclo meio complicado a que nomino vida! Ensinando, aprendendo, sorrindo, chorando, caindo, levando... pois a vida é bem mais.. é imensa em seu eterno limitado tempo de existir e minha “matemática”, me mostra que tenho tido mais vitórias, mais alegrias, mais chegadas que partidas, mais encontros que desencontros, mais paixão que dúvidas de amor... coisas de homens raros, destinados a serem vencedores!

Via Única...


Vivo em mim, mas não sigo só e nem sem hora
Mora em mim, em revolta, tua companhia andarilha
Tão só, mas sigo, me deslocando como as ondas
Frias, absolutas, desacolhidas, pura ciranda



Sei amar-te, como solene sabe o ar
Sobre todos os campos e rios passar
Já tu, sabes amar, sem gestos, sem voz
Lua real, passante silente, a seguir veloz



A encontrei num livro, numa cor, num sonho
Trocando de amores, de roupas... de vida
Inventando um destino em revés desenfado
Buscando mudar tudo o que não pode ou evita



E nesse vai e vem de gostos e estranhezas
Trancastes a palavra, geleira calada, língua morta
E tornastes em mim, algo insano, quase demente
Por não poder vazar-te, acolhe-se em minha mente



O que fio saber é a certeza de sua frieza
Nada me ofende, nada mais surpreende
Tornei-me pedra, trilho férreo sem trem
Estrada de quem vai, nunca de quem vem



Sou ponto de partida, de ida e despedida
E já não permito que tire-me a coragem da luta
Nem que meu sangue se perca em eco sonoro
Da voz cuja força nasceu de juras em palavra dada

O rio que te atravessa...


Em seu coração passa um rio
Metade coragem e sina de estima
Outra, que se assanha generosa
Embalado pelo peito que domina


Em seu coração navegam temores
Do tempo passante cair no vão
E levar pra longe o apego de viver
Alegrias, curas e bem querer


Em seu coração trilha um rio
Veloz, de direção quase incerta
Por vezes, difícil de navegar
Mas capaz de salvar... não de afogar


Em seu coração viaja um rio
Sereno, imenso, manso, cristalino
Vezes, de vontade própria em seu curso
Curso de variantes desejos de destino


Em seu coração mora um rio
Que não seca e não se atrasa
Que passa sonhos e intenções
E não se nega afagar emoções


Em seu coração corre um rio
Que um dia errou seu curso
E foi parar onde se ouve meu canto
Ali, onde o amor é mais que encanto

Proditório por Vocação...


Lembro-me, com clareza e detalhes das façanhas do “Véi Severino”, em sua adolescência, jovem vivente, dado à intelectualidade naqueles tempos. Filho de Josevaldo Mulato e de Maria da “Cocada” (assim conhecida por seu ofício de doceira).
Nos dias atuais, é ele já graduado, Doutor: Doutor Severino Antônio Mulato. Trás ainda em sua raiz, resquícios de um coração sertanejo como poucos e isso é como se fosse seu encanto particular.

Se fez um homem culto, escorreito no vernáculo, pesando em seu corpo tatuadas cicatrizes: calos nos pés e nas palmas das mãos, restadas de algum momento entre a infância e os seus exatos e completos 17 anos... entre um desenfado e o cabo de uma enxada, na lida diária com a terra, que raramente recebia a visita das águas das chuvas.

Severino, era o sétimo filho de uma família na qual seus irmãos eram dele, mais jovens, tendo herdado profundas sequelas pela lembrança do flagelo que ia da fome ao desalento de um amor acontecido num inesperado acaso.

Motivo que o levou a deixar o sertão para ganhar o mundo e se dedicar ao que mais lhe apetecia: ler, conhecer, pesquisar, saciar curiosidades... e estudou... estudou muito! E se entregou por inteiro ao sonho de se formar Doutor.

Seu elo com os hábitos e desejos da passada juventude restou tatuado no profundo e escuro poço de sua memória, mas não conseguiu aprisioná-las em suas reminiscências: coisas de sua de sua cultura e da alma lapidada pelo homem que trazia em si .

Diziam muitos dos que o conheceram na mocidade, que “Véi Severino” era um outro homem, não esse que o passar dos anos, das horas idas, que nos trafega pela vida, o haviam mudado, mas não para melhor.

“Véio Severino”, fosse pelas querências que não alcançou na passada de seu destino, fosse pelas necessidades que, não raro o socorriam, em costumeira frequência que, para disfarçar sua nula sensatez e ausência de desejos de reciprocidades, se enroupava em amnésia oportuna.

Se deu numa manhã de primavera, que “Véi Severino” fiou ser merece-dor dos condões, por ser o Primogenítus superiorius, mas, esse ocorrido se lhe somou extemporaneamente, quando já lhe fugia a lucidez, no descanso dos delírios, que, benévolos, por vezes se lhe ausentavam.

Em avançada idade, na espera do incerto por vir, se refugiou naquela tutela: ledo esperança quisto, advindo de uma decidida e optada distância, daqueles menos afortunados, em temor de ser solicitado a prestar algum tipo de ajuda, a ceder um prato de comida, que apenas servisse de companhia, fazendo moucos ouvidos até mesmo à voz enfraquecida de um irmão combalido, alicerçado sobre o esteio que, de tão constante e inflexível, por uma conveniência quase insana com seus pares, que gêmeos em intenções lhe eram, lhe dominava a mente e ações, guardava no coração a alegria e prazer de dizer não, para a expectativa do alimento daqueles a quem caloteava com promessas e desonra, sentindo-se feliz em poder ser parte da angústia e não da bem viver de quem, por vezes lhe serviu de “muleta”, quando necessitado estava, negando e solapando esperanças: destruindo confiança e se mostrando quem realmente se tornou, após alcançar pequeno poder, distribuindo falsas promessas e enganosas esperanças, comum aos farsantes, comportamento digno dos alcoviteiros e covardes.

“Véi Severino”, jogava no colo de quem nele aguardava emergente auxílio, dolosos e frágeis azos, evocadas em suas falas que se davam a granjear um apoio, ornando de espúrias promessas tácitas, porém, quase palpáveis pela forma dita, fantasiadas de confiança, em tempos de inenarráveis expectativas de prestantes futuras ajuda a serem dispensadas, alimentando esperanças de fé, nos dias que ainda, viventes eram, na inocente confiança depositada em seus falsos discursos!

Ali, naquele “lugarzin”, onde era por todos admirado, em verdade, os mais simplórios respiravam ares de confianças, sem se aperceberem, que, por trás da capa de bom homem, prevalecia desde a ausência da fidedignidade de se cumprir uma promessa à mesquinhez de atos falsídios!

Quem só sabe amar...

Quem ama é capaz de desamar, com a mesma naturalidade!
Mas, o desamar não lhe dá o direito de ferir o outro, seja com atos férreos... ferinos!
Nem usar o silêncio como arma de ignorar a presença de quem amou ou o contrário, usar de suas falas para impor dizeres cruéis, nem fazer de sua impaciência um proposital descuido.
Saber amar é sentir pulsar em si o bem, o querer da companhia, o alento de deitar no peito amado, se deliciar com o toque do outro, ter a compreensão incontida que rouba sentidos e a razão.
Quem apenas ama, não necessita de grandes motivações para desamar, basta ínfimas discordâncias, compreensões incompreendidas ou que impere a ausência do desrespeito, o esquecer dos dias em que faltou a gratidão, é se deixar levar pelo desejo da partida do outro.
Sem mais flores, cheiro, sabor, calor, somente o sentimento que errou ao amar.
Mas, fiando que amou como soube amar e que nesse caminho, os "atalhos", as opções, o conviver, formaram, ao próprio desgosto, geleiras nos mais puros sentimentos, urgindo-lhe a pressa do adeus.
No desamor, já não há dor na separação, naquela parte que desamou, mas sim, o afã da distância, o avesso do bem querer, o fiar que tudo findou
Que, não sendo infindo tal sentimento, cabe somente a aceitação do findar a relação, pois essa, não lhe é eterna e jamais lhe será...
Quem desama não se importa se haverá ou não a aceitação da outra parte, não mais!
Mas, quase sempre, busca em si asas para voar em busca de novos horizontes... sem abrir mão de encontrar num novo amor motivos para sonhar e quem sabe, até poder sorrir!
E assim, segue amando um, outro e outro e outro... Sem se dar conta que amar é diferente de saber amar!

Um sopro, onde o vento não passa...


Há dias, em que a África mora aqui
Em outros, fica logo ali, depois do jardim
É e foi sempre e sempre assim
Seja sob a lua, sob o sol, sob a chuva
Não é difícil de se aperceber ou encontrá-la
Basta tirar do horizonte o olhar e mirar
Nas crianças nordestinas: anjos sem asas!
Nascidas guerreiras, já quase em partida
Encolhidas em colos, sedentas de vida

Páscoa...


Não foi somente por desejo de meu Pai
Que entreguei minha vida a salvar pecadores
Tampouco, por destino, saber da dor do por vir
Resignado, sem temores, mouco e silenciosamente
Caminhei, como cordeiro levado ao abate
Conhecendo a insensatez de meus incrédulos algozes
O fiz por amor e por amar, recebi ofensas e chagas
Negaram-me, por ódio e temores, direito a ser julgado
E em zombaria e sacrilégio, gravado estava escrito
Na cruz, fim de meu martírio, gravado que Rei eu era
Em vida, não fui rei... fui pescador de homens e almas
E, depois de minha morte, cumpri o combinado
Ao terceiro dia, imaculado, levantei ressuscitado

Rebento de seu olhar...


Quantas retinas há em seus olhos
Quantas cores, desejos, temores e amores
Desfilaram frente a eles, e como saber?
Com que olhos teus olhos a tudo veem?


Olhos de sedução... vezes de emoção
De capitanear ventos ou furacões
De marear nebulosas ou frágeis naus
De dar ao réu silente a o perdão dos inocentes


Com que olhos desenhas a tela de do querer
São os mesmos que se indignam rebeldes
Vendo no outro a ausência de produra
Ou se lépido, abraça a inopina alegria


Tem eles vida própria? Ânsias gáudio?
Cegando o mal, celebrando a paz que vai sempre mais além
Anuindo, em nobreza, o torpecer da tristeza do outro
Porque é no brilho de seus olhos que principia todo bem

No Tempo dos Trens...


Era ali uma antiga e desativada estação
Bancos em madeira desgastadas, pés de ferro
Placas indicando setores, alertando cuidados
Pisos cimentados, cinza, mal conservados


Recordo dos dias em que muitos ali iam
Se postavam em espera sob a coberta plataforma
Uns, com bagagens, outros, à espera do apito
Que, soava em meio à fumaça da locomotiva


Havia ali a presença de ambulantes e passageiros
De anfitriões, de amigos saudosos, gente simples
Olhares sendo trocados... ansiosos por abraços
Meninos curiosos, pais saudosos, férreos trilhos



Namoradas vestidas de “para ver Deus”
Sem maquilagem, inquietas, prendadas
Acompanhadas, como manda o bom alvitre
Desejosas do beijo que teria de esperar


O tempo, discretamente, levou a estação
Desativou a alegria de chegada e partida
O progresso fez da ferrovia vaga lembrança
Onde parava o trem, hoje, passa vento e boiada

Chuva sertaneja...


Vieram silenciosas, adentrando a madrugada
Leves em chão estradeiro, que passa gente e gado
Tamborilando gotas por sobre palhoças e carroças


Ouvia silente, da janela, o canto da chuva
Saudava em sorriso a água bem vinda que convidava
Lentamente, o dia amanhecia nos passos de sertanejos

Águas caindo, mergulhando o solo rachado, sem vida
Era a garantia de colheitas... canas, sabores
Eram chuvas de março, breves, leves, ávidas


Crianças em colos, beatas em procissões de fé
Passos sobre aquele mundão um dia rachado
Sem flores, cumpriam promessas de esperança


Era já passado a poeira, as lágrimas, a dor e sede
Nasciam nascentes, sonhos de colheitas
Findava, em presente do céu, a eterna espera


Descri do que via, fiando, quiçá, ser sonho
O tempo das águas, das correntezas era chegado
De cumprir o destino: dar vida às sementes


As águas eram bem chegadas, findando tardanças
Alegrando o seco abandono, encerrando aguardos
O rio virou mar, mar de passar peixes e barcaças

Meu filho, meu algoz...


Meus olhos já não têm o mesmo brilho de antes
Meu corpo, já não é aquele: esbelto, ligeiro, jovial
Dizem, em versos, que sou anjo, por ser mãe
Mãe que sobrevive, apenada, em cárcere meu


Cuida-me um filho que amo, calado, ausente, impaciente
Nada reconheço entre as paredes que afirmam ser meu lar
Não sei dizer a exata cor das paredes de meu quarto
Olho-me no espelho... não sei dizer quem ali se reflete


Sigo os dias a velar as horas, ao pé de uma janela vazia
Horas e dias que passam sem me notar, sem nada contar
Durmo e acordo em desalento, tendo ao alcance leite e água
Deixados pelo filho, que, por vezes, soturnamente me visita


Adormece em mim, a razão, quereres... incompreensões
Me fogem lembranças, desaprendi a me amar, a sorrir
Convivo com meus temores, meus fantasmas, meu eu
Temo a chegada do filho que amo e se dá a machucar-me


Trago marcas em meu corpo, que se renovam
A cada aperto, a cada saculejo, a cada dia
Fia ele que não compreendo-lhe a impaciência
Que não me dói seu estado colérico de me cuidar


Me sinto descartável, írrita, sem valia, enjeitada
Anulada em princípios, convencida que inexisto
Que sou aquela agraciada com a maternidade
Que não sabe em que momento tudo deu errado


Temo a visita de meu filho, meu intolerante algoz
Não tenho forças para reagir, se tivesse, não o faria
A fome, a sede, a solidão, marcam meu corpo e alma
Em aceitação, me convenço a perdoar e me cobro calma

A viola esta para o violeiro como a poesia para o poeta! Às vezes, acontece: a viola se quebra... a poesia não se completa! Mas não importa dia e hora, ponteada e chorosa, a viola adorna os versos do poeta e nesse estado de arte e entrega, minam emoções: lágrimas que deslizam e abraçam o coração. Quem prova da poesia que chora ao toque da viola, entende como é bom ser tomado pela alegria da alma.

Quatro coisas que as pessoas deveriam saber e meditar a respeito:
1- Quando você mente àquele que te ama, você corre o risco de não ter mais essa pessoa em sua vida... serás amado por menos um;
2- Nunca confunda Tristeza com Depressão e, acredite, nenhuma e nem outra altera a inteligência e sim a emoção e o humor;
3- Uma mágoa advinda, provocada propositalmente, fere de morte, a alma de quem você magoou, vezes, por motivos fúteis, que, se amor em ti houvesse, não o faria;
4- Uma meia verdade jamais será uma verdade inteira, portanto, se não tens intenção de ser verdadeiro (a), o silencio será sua melhor expressão diante do (a) outro (a).

O que for pra ser...


Vem andar comigo
Se aquecer ao sol, colher brisa
Trago pra ti, versos em breve poema
E nas mãos, intenções e dilema


Desejo tocar-lhes os cabelos
Provar seus lábios carmim
Sentir o calor de sua pele
De seu atento toque em mim


Ignoro seus já ditos nãos
Afinal, nenhum deles fez crescer
Antes, romperam mar e o vão que havia
No imenso universo de nosso querer


Vem andar comigo
Conhecer rios, veredas... cachoeiras
Migrar dessa estação fria e inglória
Em que nela, sofre e pena nossa história


Deixe o vento tocar-lhe a face
Sinta o olor do orvalho que chora
Temendo que partas e vades embora
Apressando vê-la, na manhã de cada manhã

Trespassado...



Já não conto os dias de sua ausência
Dou por certo que nada restou vazio
Sabemos nós que a saudade ainda é boa
E flutua leve, no eu da emoção...



Conta ela, em alegria prestante
Que fomos sim, namorados, não amantes!
Por isso brotam versos falantes
Que viventes, valem mais que diamantes



Olhe só
As lágrima ainda banham lembranças
Afinal, a perda foi por falta de coragem
Não de amor cessante...

1+1=1...



Roubaste-me de mim
Lento e desejosamente
Em fim de noite que abraça a madrugada
Quando as horas, aos poucos, dispersam estrelas



Ali, no quase raiar do dia
Já não sabíamos mais qual corpo
Era parte de mim ou a ti pertencia
A magia somou dois... em único amor



Nossa melhor amiga: gratidão!
Pela vida, pelo encontro... por nós
Pela cumplicidade das marcas
Mudas e ocultas, sãs em nossa paixão

Amada, pessoa ímpar, guerreira de sorriso largo e pronto... em alegria sincera! Orgulho-me de sabê-la, mesmo que raramente presente fisicamente, em minha vida, que és uma joia rara e que vigora eterna em meu coração! Você que se edificou em mulher honrada e, naturalmente, fez-se empoderada, pujante em amizade fecunda, de caráter singular, dado às atenções e beneficências, viva e latente! Que respira sã em cada seu ato em favor do próximo!
Feliz jornada a cada passo a ser dado, hoje e sempre! Menina única, que a vida tratou de agraciar-nos e ao mundo, com sua existência terna e compromissada com tudo o que trás em si o peso exato, que equilibra o lado da balança que define e determina todo bem... talhada naquele lado da moeda que trás impressa, não só sua face, mas cada fibra de seu coração valente, eternizado, em algum lugar entre o amor de filha e de mãe, seu exemplo de perseverança e força!

Senhor de Minha Paz...

Tua presença, invade, sem cerimônias
Minhas ideias, pele, olhos... corpo inteiro
És meu claro, moreno, negro, são, completo
Rasga-me o céu de minha fé, arrebatando meu eu


Não resisto, pois sou barco em mar seguro
Sou fruto da árvore de copa cuja sombra convida
Ao descanso, aquele que passa e se aquieta
Sedento, cansado, febril, só, em rumo incerto


Sou aprendiz de vosso saber amar o outro
Nada me resta além dos horizontes a alcançar
Nada relego e nem nego, sequer divergências
Mal compreensões, que o tempo há de desanuviar


Basta olhar-te menino e saber que és meu mestre
Meu Senhor, que festeja alegrias, tristezas, até decepções
Me pego tomado de admiração e amor em Tua presença
Pois forjaste-me, cunhando-me em razão e esperança